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"Eclesialês": Língua da "Seita Internacional Modernista"
Marcelo Fedeli
"Ide e ensinai a todos os povos, batizando-os (...)"
(Mt 28, 19)
Os futuros analistas da história, ao se debruçarem sobre o século XX, e particularmente na sua última metade, encontrarão situações extremamente curiosas em todos os campos da atividade humana, incluindo o da linguagem.
Paralelamente à língua falada pelos diversos povos de todo o orbe, nossos historiadores notarão o surgimento de novas línguas, formadas com expressões específicas de determinados setores da nossa sociedade. Assim, por exemplo, encontrarão textos, gravações e vídeos em ‘economês’, em ‘politiquês’, e em ‘computês’, para citar as mais comumente conhecidas. Ao lado destas, porém, irão notar outra, criada nos bastidores do Modernismo, universalmente praticada por determinada parte de religiosos e leigos, católicos ou não, porém todos, com maior ou menor consciência, irmãos da ‘Seita Internacional Modernista’: o ‘eclesialês’!
Este, comparado aos seus congêneres, tem uma história um pouco mais longa, mais lenta, e mais profunda, por se referir à religião, à teologia e à filosofia. Seu "b-a-ba" se iniciou discretamente no final do século XIX, desenvolvendo-se recôndita, mas continuamente, na primeira metade do século XX, até despontar vigoroso e triunfante no Concílio Vaticano II, difundindo-se, em seguida, a todo o orbe. Assim, hoje, passados quarenta anos daquele magno evento, o ‘eclesialês’ pode ser notado em quase toda e qualquer forma de comunicação dos irmãos (conscientes ou não) da ‘Seita Internacional Modernista’: de simples títulos de temas de campanha paroquial, a notícias, declarações, entrevistas, artigos e livros, passando também por muitas homilias dominicais.
Como seus congêneres, o "eclesialês" é, na realidade, um entulho de termos, ou de expressões, com neologismos específicos que, empregados de forma tortuosa às mais diversas situações e questões, parece tudo explicar, sem nada racionalmente dizer, sempre, porém, disseminando insinuosamente a doutrina da heresia do Modernismo. E graças à letargia em que se encontra o espírito crítico do público, cada vez mais hipnotizado pela mídia, especialmente pela televisão, todos diariamente lêem, ouvem e absorvem passivamente aquele entulho de palavras e, pior, passam a repeti-lo, às vezes até com pose, do alto de uma pretensa intelectualidade, precedido de reticente e superior pigarreada.
Contudo, apesar da amplitude dos temas abordados pelo ‘eclesialês’, e apesar do seu ecumenismo fundamental, que aceita absolutamente todas as confissões e tradições religiosas, a sua filologia revelará aos nossos futuros pesquisadores um único objetivo: condenar a Igreja Católica Apostólica Romana de sempre, a "Espôsa de Cristo", denominada pelo ‘eclasialês’ de Igreja pré-conciliar, institucional, hierárquica, dogmática, e infamemente por ele ultrajada como Igreja madrasta, retrógrada, estúpida, impura, pecadora, meretriz, diabólica, como diz o infeliz Padre Jesus Lezaun (http://www.gara.net/orriak/P06022003/art50517.htm), mas que o Credo a proclama como Unam et Sanctam, e que Pio XII chamou de Corpo Místico de Cristo.
Em seu lugar, a ‘Seita Internacional Modernista’, através do ‘eclesialês’, nos apresenta a nova Igreja Ecumênica, a Igreja do Amor, do Sorriso e da Partilha, fundamentada na dignidade e nos direitos dos homens e das mulheres, uma Igreja espiritual, pastoral, igualitária, não hierárquica nem dogmática, mas receptiva, risonha, anunciadora da Presença, participativa, abarcando todos os homens (e mulheres) de boa vontade, formando o novo Povo de Deus, andarilho, perambulando continuamente no encontro do outro e à procura da verdade, acenando um novo Reino de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, cujo rei é o Amor, cuja lei é a Paz, e a rainha é a Solidariedade.
Do mesmo modo que a língua bipartida da serpente da mentira, o ‘eclesialês’ tem também duas formas de propagar a mesma heresia, seguindo duas correntes aparentemente antagônicas: a gnóstica, reunida nos movimentos místicos, espiritualistas, de fundo pentecostal, e a panteísta, materialista, englobando os movimentos de fundo marxista, particularmente representados pela já velha e condenada Teologia da Libertação. Para ambas, porém, o universo não passa de fase temporal da evolução do ‘Espírito Absoluto’, gnóstico, para a primeira, ou da matéria divinizada, panteísta, para a segunda. Portanto, como para ambas tudo se encontra em contínua e irreversível evolução, ambas, essencialmente, utilizam a mesma linguagem, o mesmo ‘eclesialês’, diferenciando-se somente pelas fórmulas acidentais que empregam, visando seu objetivo comum: implantar a nova Igreja Universal da nova e Modernista Religião Ecumênica do Homem, no lugar da Igreja Católica Apostólica Romana, única execrada pela nova Igreja.
Daí o ‘eclesialês’ de ambas as correntes sempre anunciar a Presença de um modo novo e moderno aos homens e mulheres, aos idosos e idosas, aos jovens e às jovens dos nossos tempos. E como os nossos tempos, e os homens e as mulheres que nele vivem, estão continuamente se renovando, torna-se necessária uma contínua renovação do anúncio, baseada nos novos sinais, e na experiência religiosa e profética da comunidade. Por isso o ‘eclesialês’ é pródigo em usar verbos com o prefixo "re", como recriar, reavaliar, reconstruir, renovar, retomar, reestruturar, reencontrar, relançar, revitalizar; reler, reinterpretar, etc., completados de substantivos, adjetivos e neologismos deles derivados, para infundir dogmaticamente que não há verdade eterna, imutável, fixa e universal. A única estabilidade universal que o ‘eclesialês’ proclama é a instabilidade universal. É como se Deus tivesse criado o universo e os homens, não à Sua imagem e semelhança, fundamentado no "Eu sou aquele que é" (Ex 3, 14), que não muda, mas sim na imagem e semelhança do oposto, do "Aquele que não é", que está eterna e continuamente mudando, evoluindo, sempre para melhor, claro! E como o Dogma é a fórmula da Igreja para apresentar a estabilidade e imutabilidade da verdade, este é especialmente execrado pelo ‘eclesialês’, ao lado de qualquer outro conceito da doutrina católica, devendo, como proclama, ser abolido, ou continuamente atualizado às novas exigências do tempo, segundo o avanço do conhecimento científico da humanidade.
E assim tem ocorrido nestes tempos pós-conciliares, com resultados catastróficos tanto para a Igreja como para a prática da religião em todo o mundo, cuja realidade vai muito além do que as estatísticas nos revelam.
Porém, ao lado de graves afirmações doutrinárias, propostas em ‘eclesialês’ pela ‘Seita Internacional Modernista’, nossos futuros analistas notarão, também, proclamações de muitos, diríamos, não tão engajados naquela ‘Seita’ que, como realejos enfadonhos, se limitam a repetir constantemente as mesmas palavras-de-ordem, as mesmas expressões, os mesmos slogans introduzidos pelos irmãos superiores, cuja eficácia tem sido mais de afugentar as pessoas, até mesmo da nova Igreja ecumênica que anunciam. Cansados da mesma lengalenga, cheias de nada e vazias de tudo, como disse um amigo, muitos fiéis abandonam a Igreja, e buscam refúgio em novos templos de novas religiões, anunciadoras também de um utópico novo Reino de Amor, de Partilha, de Felicidade e de Fraternidade.
Um exemplo concreto do vazio doutrinário, no sentido católico, deste ‘inocente útil eclesialês’ , foi o resultado da pesquisa realizada pelo jornalista espanhol Miguel Mayo, publicada no jornal La Razon em março último: durante três anos, ele percorreu inúmeras igrejas da Espanha, perguntando aos fiéis, logo após a Missa, qual fora a mensagem da homilia dominical. Poucos se lembravam de alguma coisa!....Em suma, conclui ele:
"Pero, en los tres años que llevo recorriendo parroquias de toda España para elaborar «Ir a misa», tengo que confesar que las predicaciones que he escuchado son , por lo general, flojitas. Frases hechas y expresiones manidas, dichas de forma rutinaria, aburrida y reiterativa" (La Razón - Miguel MAYO 24/03/03).
Recentemente na França, o Pe. Philippe Sulmont, pároco de sete paróquias ao norte daquele país, publicou um ‘esquema’ de homilias dominicais que, diria, ser cômico, se não fosse trágico, para Igreja e para a salvação das almas! ... Assim apresenta ele a estrutura das homilias, no quadro abaixo, transcrito na versão em espanhol:
"Se toma un verbo al azar de la primera columna ("A") entre los diez que se mencionan. Luego, lo hacen seguir por un complemento tomado al acaso de la segunda columna ("B"). Al resultante de esto, le agregan un adjetivo cualquiera de los propuestos en la terca columna ("C"). Finalmente, se le añade al producido un complemento de la cuarta columna ("D)", que se llama "determinativo" (aunque no determina nada).
A:
VERBOS |
B: COMPLEMENTOS | C:
ADJETIVOS |
D: COMPLEMENTOS DETERMINATIVOS |
Reactualizar | la transparencia | esencial | de nuestras diferencias. |
Testimoniar | la dimensión | pastoral | del problema de los jóvenes. |
Animar | el compartir | ecuménico | de la catequesis. |
Alcanzar | el compromiso | sociológico | del equipo. |
Estar atentos a | el llamado | eclesial | de lo que se vive. |
Hacerse presente en | la urgencia | kerigmático | de la realidad humana. |
Programar | el enfoque | colegial | del tejido social. |
Promover | la responsabilidad | no asegurador | de nuestra escucha. |
Concientizar | las prioridades | comunitario | de nuestros análisis. |
Tomar a cargo | el riesgo | extremadamente rico | de nuestra búsqueda. |
(Desgraçadamente, o quadro acima pode ser bem engrossado, de forma a propiciar até um verdadeiro glossário do ‘eclesialês’ , em todos os vernáculos).
Exemplos concretos da aplicação do ‘eclesialês’ podem ser verificados também no noticiário religioso de jornais, de sites, quer nos títulos das notícias, quer nos seus textos.
Por exemplo: é comum encontrarmos declarações de "religiosos e religiosas" que, tratando de "aspectos eclesiais da Vida consagrada", constantemente "reafirmam a necessidade de se criar um novo modelo (de Vida consagrada) e encorajar também a renovação da Vida religiosa como experiência profética de fraternidade, em comunhão de carismas integrados numa Igreja local e abertos a um diálogo ecumênico amplo com o mundo". (Claríssimo!... não? — Declaração do fratel Alfonso Fernandez, FMS, presidente da Conferência dos religiosos do Mexico – CIRM; extrato de notícia publicada pelo site www.vidimusdominum.org , de 7 de julho de 2003).
Ou então, realçando a mais recente preocupação modernista-naturalista: a ecologia, "propondo um mês inteiro de reflexão de religiosos e religiosas sobre temas ambientais"!...(Proposta de 7 religiosos aos Bispos das Filipinas; www.vidimusdominum.org , de 7 de julho de 2003).
[Imaginem!.... Um mês de reflexão de religiosos e religiosas sobre temas ambientais!... como se fossem eles verdadeiros peritos em meio-ambiente!... E enquanto "refletem" na poluição ambiental, se esquecem totalmente da poluição espiritual, doutrinária e moral que, como "fumaça de Satanás", segundo Paulo VI, penetrou nos pulmões do Clero e dos fiéis, contaminando as almas do mundo todo. Não poderiam eles "refletir" sobre tal poluição?].
Às vezes, lendo ou ouvindo homilias em ‘eclesialês’, lembro-me de um velho, antigo vizinho napolitano que, com seu inconfundível sotaque e pitoresco espírito, dava a receita das musicas populares da sua cara Nápoles, que se alastraram pelo mundo: bastava, dizia ele, "mescolare (misturar) sole, luna, cielo, mare, stelle, notte", etc., e chegava-se ao "Sole mio" , ao "Marecchiare", ao "Torna Surriento" , a qualquer uma delas, dependendo da "mescolatta".
Assim também acontece com certas homilias: basta misturar "comunidadgii", amor, diálogo, partilha, desafio, presença, experiência, testemunho, proposta, sentimento, sinais dos tempos, abrir-se ao outro, encontrar-se no outro, resgatar, etc., e teremos, então, então, o sermão da "Apresentação do Menino Jesus na "Comunidadgii", ou o das "Bodas de Caná", ou o do "Martírio de S. Lourenço" ... dependendo da misturada.
[Aliás, ainda quanto aos temas das homilias, é curioso notar que, se o Evangelho dominical trata, por exemplo, da Expulsão dos vendilhões do Templo", dos "Escribas e fariseus hipócritas", do Juízo Final, ou discorre sobre o pecado mortal, pessoal, e as penas eternas que lhe são decorrentes, o tema da homilia, com toda a naturalidade, e sem corar, passa a ser: "Globalizar o diálogo", "Crescer em comunidade", ou "Olhemos juntos"!... Lindíssimos!... ].
Contudo, aquelas velhas canções napolitanas tinham, pelo menos, seqüência lógica, com começo, meio e fim!... enquanto que as homilias do inocente útil ‘eclesialês’ têm um começo, porque têm um início, e um fim, porque terminam (aliás, sempre com um sincero, solene e silabado "gra-ças - a – De-us"!... da assembléia...), sendo que o meio só pode ser referido à média do tempo total. E o resultado... Todos sabemos!
Ao lado de constatar heresias, erros e desvios doutrinários que, infelizmente, foram espalhados pela ‘Seita Internacional Modernista’ através do ‘eclesialês’, os futuros filólogos certamente encontrarão (infelizmente, também) motivos de risos....
Outro aspecto do "eclesialês" pós-conciliar refere-se à supressão de palavras empregadas por 2000 mil anos pela Igreja, como, por exemplo: moral, caridade, conversão e católico, substituídas, a primeira, pela laicizada ética; a segunda, pela iluminista e maçônica solidariedade ou fraternidade; a terceira substituída e condenada pelo proselitismo, e a última pelo genérico e ecumênico cristão. De resto, não mais se fala em deveres do homem quanto a Deus, nem sobre os Mandamentos da Lei de Deus, nem dos Novíssimos do Homem — morte, juízo, inferno ou paraíso. Quanto a este último, quando muito, o "eclesialês" faz uma vaga referência com as palavras libertação ou salvação... de todos — claro!... — alcançada pelo empenho em abrir-se ao outro, reencontrando-se no outro, ou testemunhando juntos!..
Ainda, sobre o termo "conversão", contrariando descaradamente a ordem explícita de Nosso Senhor ["Ide e ensinai a todos os povos, batizando-os em nome do Padre, do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28, 19) – "Palavra da Salvação"], o ‘eclesialês’ nem mais o emprega, substituindo o "ensinai" por "dialogai" e "conversão" por "proselitismo", com um subjacente sentido negativo, também por isso execrado, em nome do Ecumenismo. Nesse aspecto, o "eclesialês" impôs uma nova ordem, que pode ser resumida da seguinte forma: "é proibido ensinar, é proibido pretender converter quem quer que seja à Igreja de Cristo, à Igreja católica", pois, tentar isso, é praticar o "proselitismo"!...
E com que resultados?... Que vemos, por exemplo, quanto ao conhecimento da doutrina da Igreja, tanto entre os fiéis como em considerável parte de religiosos em todo o orbe? Que nos dizem as estatísticas sobre a prática da religião e a freqüência às igrejas, graças ao amabilíssimo ‘eclesialês’ do Modernismo atual, senão o que, infelizmente, Deus já dissera ao profeta Isaias:
"Pastores, em grande número, destruíram minha vinha e pisaram minhas terras, transformando em horrível deserto minha encantadora propriedade. Tornaram-na uma solidão e apresentaram-na enlutada e devastada" (Is 12, 10-11).
"No entanto o meu povo me esqueceu! Incensam ídolos quiméricos que o fazem tropeçar pelo caminho, o caminho de outrora, conduzindo-o por veredas tortuosas de caminhos não trilhados" (Is 18, 15).
"Até o profeta e o sacerdote perambulam sem rumo pela terra" (Is 14, 18).
Ou então, seriam aplicáveis, acaso, as palavras de Deus através do profeta Jeremias, quanto à aversão do ‘eclesialês’ à ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo "Ide e ensinai", preferindo o "Ide e dialogai" e "jamais ensinai ou convertei"? ... Diz Jeremias:
"Ai dos pastores que deixam perder-se e dispersar-se o rebanho da minha pastagem! (...) Por isso fala assim o Senhor, Deus de Israel: (...) desencaminharam meu povo (...) encorajaram os maus para que nenhum se converta da maldade" (Jer 23, 1-2 e 13-14).
Ou ainda o mesmo profeta Jeremias:
"E no templo colocaram seus ídolos abomináveis e conspurcaram o lugar em que meu nome é evocado" (Jer 32, 34).
Mas, felizmente, há exceções e, graças a Deus, muitas e significativas.
Felizmente, muitos religiosos, seriamente preocupados com a salvação das almas, e cônscios da dignidade e do dever que o Sacramento da Ordem lhes confere, já começam a reagir contra essa verborragia que só vem afastando as pessoas da prática dos Mandamentos, da freqüência aos Santos Sacramentos e do Santo Sacrifício da Missa. Há muitos e muitos sacerdotes que preparam cuidadosamente suas homilias, fundamentando-as em instrutivos comentários de Santos e Doutores da Igreja sobre a Sagrada Escritura, ensinando aos fiéis, não mais em ‘eclesialês’, mas clara e brilhantemente em vernáculo inteligível, a infalível e lógica doutrina do Magistério da Igreja, de forma racional, com argumentos, exemplos e analogias para facilitar-lhes a compreensão e a orientação, tratando-os com respeito e dignidade por serem todos filhos de Deus, criados segundo a Sua imagem e semelhança, e remidos do pecado pelo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Rezemos para que o exemplo desses sacerdotes seja seguido por todos, e que suas declarações sejam realmente fontes de verdadeira conversão dos pecadores e salvação das almas, sempre para a maior glória extrínsica de Deus!...
E que as homilias, estas sim, sejam em racional e claro vernáculo!...
Basta de ‘eclesialês’!
Marcelo Fedeli
Julho de 2003
Para citar este texto:
""Eclesialês": Língua da "Seita Internacional Modernista""
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/bra/veritas/igreja/eclesiales/
Online, 30/10/2024 às 04:32:21h