Igreja e Religião
As Cruzadas foram um ato de defesa; não de ataque
Recebemos da agência Zenit a notícia de que o historiador, especialista em Cruzadas, Jonathan Riley-Smith da Universidade de Cambridge, em conferência pronunciada em Roma num Congresso de Historiadoers, esclareceu que as cruzadas não foram um «exemplo de imperialismo», mas uma tentativa da Cristandade de defender os Santos Lugares e Jerusalém e de auto defesa da Civilização Cristã européia atacada pelo Islam.
Segundo Riley-Smith:
"É difícil agora imaginara intensidade do amor que se sentia então pelos Santos Lugares e Jerusalém: a preocupação suscitada pela heresia e os assaltos físicos contra a Igreja; o medo dos ocidentais dos invasores muçulmanos, capazes de chegar ao centro da França no século VIII, e na Viena nos séculos XVI e XVII".
"É difícil agora imaginara intensidade do amor que se sentia então pelos Santos Lugares e Jerusalém: a preocupação suscitada pela heresia e os assaltos físicos contra a Igreja; o medo dos ocidentais dos invasores muçulmanos, capazes de chegar ao centro da França no século VIII, e na Viena nos séculos XVI e XVII".
"Isto permite explicar – conclui Smith – por que, durante centenas de anos, papas, bispos e uma maioria de fiéis consideraram que combater nas Cruzadas era a melhor arma defensiva que tinham e uma forma popular de devoção; e isto pode ter obscurecido a seus olhos o fato de que na realidade se podia confiar pouco nisso".
Nesse sentido, não deve escandalizar "nem que o Papado reconhecesse as ordens militares nem que ao menos cinco concílios se pronunciaram em favor das Cruzadas e que dois, o IV Concílio de Latrão (1215) e o Concílio de Lyon (1274), publicaram as constituições “Ad Liberandam” e “Pro Zelo Fidei”, dois documentos que definiram o movimento cruzado".
Smith ainda explicou que a interpretação que desprestigiou e depreciou as Cruzadas é fruto das obras de sir Walter Scott (1771-1832) e de Joseph François Michaud (1767-1839), ambos autores românticos.
Sir Walter Scott apresentou os cruzados como "dedicados a assaltar brutalmente muçulmanos mais avançados e civilizados", enquanto que o escritor e historiador francês Michaud divulgou a opinião de que "as Cruzadas eram expressão do imperialismo europeu".
Smith proferiu sua explanação num encontro no qual participaram vinte e dois especialistas de várias universidades européias, que previamente se reuniram no Centro Nacional de Pesquisas de Roma (CNR) para debater sobre as novas perspectivas de investigação neste tema, com respeito às ordens militares (templários, hospitalares, teutones, etc).
Para citar este texto:
"As Cruzadas foram um ato de defesa; não de ataque"
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/bra/imprensa/igreja/20060327/
Online, 26/12/2024 às 17:30:57h