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Conclamação a resistir ao mundo moderno: a Declaração do Papa Francisco e Patriarca Ortodoxo Kyrill
Alberto Zucchi
De forma geral a imprensa deu grande destaque ao encontro realizado no aeroporto de Cuba entre o Papa Francisco e o Patriarca de Moscou da Igreja Cismática Ortodoxa. “Um encontro histórico” foi o slogan repetido à exaustão. Não porque a mentalidade moderna, tão bem representada pela imprensa, deseje uma aproximação da Igreja Russa com a Igreja Católica, mas sim para glorificar o ecumenismo, uma vez que, para o mundo moderno não pode existir uma Igreja verdadeira. Assim, como sempre, o ecumenismo é apresentado como o grande avanço. O Papa Francisco - colocado sempre em contraposição ao Papa emérito Bento XVI - teria dado um passo novo em relação aos ortodoxos, como se o encontro não tivesse sido intentado por outros Papas. O próprio Bento XVI, só não concretizou um encontro deste tipo por recusa do antigo Patriarca da Igreja Ortodoxa, o que foi noticiado em diversas ocasiões, como por exemplo pela agência ACI: ROMA, 23 Mai. 07 (ACI).- O Papa Bento XVI poderia ter um encontro histórico com o Patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, Alejo II, em setembro próximo em Estrasburgo (França), conforme informou o jornal Moskovski Komsomolet. Citando fontes do Patriarcado, o periódico disse que o tema central da reunião seria a situação dos uniatos, membros da Igreja Católica de rito oriental presente na Ucrânia. Este encontro seria histórico, dada a permanente negativa do Patriarcado Ortodoxo de Moscou a uma reunião deste tipo e a suas contínuas acusações contra a Santa Sé de realizar proselitismo. A mesma imprensa, porém, que deu destaque ao encontro, cuidadosamente omitiu a declaração conjunta do Papa com o Patriarca. [o texto da declaração está reproduzido abaixo]. Porque o encontro foi um momento histórico e a declaração deve ser esquecida? Os primeiros parágrafos da declaração não possuem novidade pois contém um linguajar ecumênico, bem na linha do que se apresentou após o Concílio Vaticano II e, certamente, em decorrência deste. No tópico 24, já no fim da declaração, este infeliz espírito ecumênico é reforçado. “24. Ortodoxos e católicos estão unidos não só pela Tradição comum da Igreja do primeiro milênio, mas também pela missão de pregar o Evangelho de Cristo no mundo de hoje. Esta missão exige o respeito mútuo entre os membros das comunidades cristãs e exclui qualquer forma de proselitismo. ” A Igreja católica não pode abrir mão de evangelizar a todos, porque a ordem foi dada por Nosso Senhor: “Ide, pois, e ensinai a todas as gentes” (Mateus 28: 19), e tanto a Rússia como a Ucrânia estão incluídos em todas as gentes. E não se pode chamar esta ação da Igreja de proselitismo. Pena que São Tomás não esteve presente no encontro, pois ensina, na Suma Teológica, (Secunda Secundae Partis, questão 39) que o pecado de cisma é um pecado especial pelo fato de alguém tender a se separar da unidade realizada pela caridade. A caridade une não somente uma pessoa a outra pelo laço do amor espiritual, mas ainda toda a Igreja na unidade do Espírito. Prossegue São Tomás esclarecendo que se pode considerar a unidade da Igreja de duas maneiras: na comunhão recíproca dos membros da Igreja entre si e, além disso, na ordenação de todos os membros da Igreja a uma única cabeça. Evidentemente, São Tomás fala do Papa quando destaca a ordenação dos membros a uma única cabeça e, portanto, o cisma é um grave pecado contra a caridade. Concluindo a questão, São Tomás mostra como é conveniente castigar os cismáticos com a pena da excomunhão. Mas São Tomás não foi ouvido no encontro e, como sempre, o ecumenismo se apresentou de forma contraditória. Pois, no parágrafo 27 deseja-se que o suposto cisma dos ortodoxos da Ucrânia, que querem se separar de Moscou, possa ser superado com base nas normas canônicas, evidentemente aquelas dos ortodoxos. Assim, o compromisso de não fazer proselitismo por parte do Patriarca russo não durou nem três parágrafos. Não se poderia esperar outra coisa de um tão grande amigo do ex-chefe da KGB, Vladmir Putin. Poucas coisas foram um fracasso tão absoluto como o ecumenismo. Desde que vem sendo praticado nenhum resultado apresentou, exceto o grande abandono da religião por parte dos católicos Mas, mesmo com o caráter ecumênico, a imprensa achou melhor não divulgar o comunicado. Isto porque nele existe também um tom muito diferente e palavras que a imprensa não gosta de ouvir e, sobretudo, de divulgar. No parágrafo 8º começam as novidades. O comunicado destaca as perseguições feitas aos cristãos, citando a Síria e o Iraque, e lembrando à “comunidade internacional” sua obrigação de prevenir novas expulsões do Oriente Médio. Então a Primavera Árabe, patrocinada pelos Estados Unidos e pelos Europeus, trouxe como fruto a perseguição dos cristãos no Oriente. A história começa a fazer sentido. E logo na sequência, no parágrafo 11, se lembra que a paz “é fruto da justiça” (Is 32, 17). Esta grande verdade tem sido muito esquecida... A paz, então, não é fruto de intermináveis conversas diplomáticas que nada decidem, a não ser fazer prevalecer os interesses de alguns... Nem mesmo em reuniões maçônicas onde se encontram representantes de todos os países. A paz, na palavra do Papa, é fruto da Justiça! A paz é obra da justiça. E, como afirma o salmo, “justiça e paz se oscularam” (Sl.84, 11) por que uma não existe sem a outra. E a justiça só se estabelece, muitas vezes, com o uso da espada. A espada da verdade. Hoje só se fala em paz. A falsa paz da ONU fabricada pelos espúrios acordos, dos quais Cristo e a justiça são banidos. Por isso a paz da ONU é a paz dos maus, fundada na injustiça. Cabe aos que hoje falam de paz o que o profeta Jeremias dizia dos maus sacerdotes de seu tempo, que causaram a guerra e a destruição de Jerusalém: "Eles curavam as chagas das filhas de meu povo com ignomínia, dizendo: Paz, paz, quando não havia paz" (Jer. VI, 14). Até mesmo na Igreja, algumas vezes, uma autoridade confunde qual a verdadeira causa da paz: “A paz, a verdadeira paz, a paz humana, é um efeito do amor (Paulo VI, Discurso na canonização de Tereza de Jesus Jornet Edibards, 27 de Janeiro de 1974). Ou ainda: “o desenvolvimento é o novo nome da paz” (Paulo VI, Encíclica Populorum Progressio, 26 de março de 1967). E décadas de desenvolvimento depois ainda não há paz, longe disso... No parágrafo 18 os cristãos são chamados a defender as exigências da Justiça. E se faz uma oposição entre o mundo e Deus: “o que o mundo considera vil e desprezível foi o que Deus escolheu”. Lamentamos que não foram dados alguns exemplos concretos. O que o mundo considera vil e desprezível e Deus escolheu? O mundo moderno é caracterizado pela indiferença. O bem supremo do mundo moderno é a liberdade, a liberdade absoluta e, por princípio liberal, nada deveria ser considerado vil ou desprezível... Porém, o que é considerado vil e desprezível pelo mundo é o ensinamento da Igreja Católica, que é o mesmo nestes dois mil anos. É a condenação do liberalismo, do amor livre, é o incentivo à prática dos mandamentos que o mundo considera vil e desprezível e é isto que Deus escolheu. O apelo à paz já estava no parágrafo 11, incitando os cristãos à oração - o que sem dúvida é essencial à paz - mas com uma grave advertência: que o Criador “não permita uma nova guerra mundial”. No comunicado, a guerra mundial parece entrar como “Pilatos no Credo”. Porque o temor de uma guerra mundial? A civilização do amor não impedirá uma nova guerra mundial? Que fatos levam o Papa e o Patriarca Russo a se preocuparem com uma nova guerra mundial? Será que, como lembrou Bento XVI quando esteve em Fátima, os eventos previstos nas Aparições ainda estariam para ocorrer? Logo em seguida, manifesta-se a admiração pelo martírio, o que leva inevitavelmente à consideração de que a vida não é o bem supremo, pois mais vale manter a fé do que a vida. Passemos então ao ponto mais surpreendente do comunicado: um grande elogio à Rússia. E não pelo desenvolvimento econômico, ou pelas conquistas cientificas, mas pela sua religiosidade: 14. Ao afirmar o alto valor da liberdade religiosa, damos graças a Deus pela renovação sem precedentes da fé cristã que agora está a acontecer na Rússia e em muitos países da Europa Oriental, onde, durante algumas décadas, dominaram os regimes ateus. Hoje as cadeias do ateísmo militante estão quebradas e, em muitos lugares, os cristãos podem livremente confessar a sua fé. Num quarto de século, foram construídas dezenas de milhares de novas igrejas, e abertos centenas de mosteiros e escolas teológicas. As comunidades cristãs desenvolvem uma importante atividade sócio-caritativa, prestando variada assistência aos necessitados. Seria melhor ter atacado o comunismo diretamente, mas acho que Putin não perdoaria seu grande amigo, o Patriarca Kirill. Certamente o ex-chefe da KGB ainda não esqueceu seu primeiro amor. E logo em seguida, talvez surpresa das surpresas, a religiosidade da Rússia é contraposta ao laicismo europeu: 16. O processo de integração europeia, iniciado depois de séculos de sangrentos conflitos, foi acolhido por muitos com esperança, como uma garantia de paz e segurança. Todavia convidamos a manter-se vigilantes contra uma integração que não fosse respeitadora das identidades religiosas. Embora permanecendo abertos à contribuição doutras religiões para a nossa civilização, estamos convencidos de que a Europa deve permanecer fiel às suas raízes cristãs. Pedimos aos cristãos da Europa Oriental e Ocidental que se unam para testemunhar em conjunto Cristo e o Evangelho, de modo que a Europa conserve a própria alma formada por dois mil anos de tradição cristã. Todo este discurso, contrário a uma União Europeia humanista, ateia, laica e, acrescentamos nós, maçônica, faz muito lembrar as críticas feitas por Bento XVI, uma delas já comentadas neste site. “O Papa Bento XVI na manhã do dia 22 de setembro no Palácio Reichstag, em Berlim, diante dos altos executivos do governo e da chanceler federal, fez um importantíssimo discurso, que ecoará aos ouvidos de toda a União Europeia, e com certeza, nos ouvidos daqueles que conhecem tanto a matéria jurídica como as consequências filosóficas do direito moderno. Mas uma vez, o cordial Papa Bento XVI golpeia de maneira certeira o cor da “Nova Ordem”, que antes de mais nada, se apresenta como um sistema filosófico nas altas esferas intelectuais e infecta a sociedade de maneira sorrateira e sibilina numa corrente de causa e efeito. Quem tiver ouvidos, ouça. Neste discurso o Papa trata, com clareza escolástica e a agilidade de um esgrimista que busca logo presentear o oponente com um golpe mortal, sobre o dever da política e o grande embuste do direito positivo e a tirania da maioria. Nas palavras de Bento XVI: ‘A política deve ser um compromisso em prol da justiça e, assim, criar as condições de fundo para a paz. Naturalmente um político procurará o sucesso, sem o qual não poderia jamais ter a possibilidade de uma ação política efetiva; mas o sucesso há de estar subordinado ao critério da justiça, à vontade de atuar o direito e à inteligência do direito. É que o sucesso pode tornar-se também um aliciamento, abrindo assim a estrada à falsificação do direito, à destruição da justiça. «Se se põe de parte o direito, em que se distingue então o Estado de um grande bando de salteadores?» – sentenciou uma vez Santo Agostinho (De civitate Dei IV, 4, 1).” A União Europeia colocou de lado o direito, o direito natural, o verdadeiro e único direito, e agora é apenas “um grande bando de salteadores” que assalta o Oriente Médio, não para lhe tirar as riquezas materiais, mas para lhe tirar o Cristianismo. Por isto o comunicado recorda, ao final do parágrafo 8 que: Na Síria, no Iraque e noutros países do Médio Oriente, constatamos, com amargura, o êxodo maciço dos cristãos da terra onde começou a espalhar-se a nossa fé e onde eles viveram, desde o tempo dos apóstolos, em conjunto com outras comunidades religiosas. A União Europeia, tão defensora das liberdades, é apresentada no comunicado assinado pelo Papa, como sendo na realidade uma grande tirana que ameaça a liberdade da verdadeira religião. 15. Ao mesmo tempo, estamos preocupados com a situação em muitos países onde os cristãos se debatem cada vez mais frequentemente com uma restrição da liberdade religiosa, do direito de testemunhar as suas convicções e da possibilidade de viver de acordo com elas. Em particular, constatamos que a transformação de alguns países em sociedades secularizadas, alheias a qualquer referência a Deus e à sua verdade, constitui uma grave ameaça à liberdade religiosa. É fonte de inquietação para nós a limitação atual dos direitos dos cristãos, se não mesmo a sua discriminação, quando algumas forças políticas, guiadas pela ideologia dum secularismo frequentemente muito agressivo, procuram relegá-los para a margem da vida pública. É claro que, com este discurso, a imprensa, que não aceita a autoridade de Francisco dada por Cristo, já não quer apresentar o Papa como o simpático que agrada as multidões. Aqui é melhor fingir que ele não disse nada. Em seguida, no comunicado é retomado um discurso que parecia ter desaparecido: 19. A família é o centro natural da vida humana e da sociedade. Estamos preocupados com a crise da família em muitos países. Ortodoxos e católicos partilham a mesma concepção da família e são chamados a testemunhar que ela é um caminho de santidade, que testemunha a fidelidade dos esposos nas suas relações mútuas, a sua abertura à procriação e à educação dos filhos, a solidariedade entre as gerações e o respeito pelos mais vulneráveis. 20. A família funda-se no matrimónio, ato de amor livre e fiel entre um homem e uma mulher. É o amor que sela a sua união e os ensina a acolher-se reciprocamente como um dom. O matrimónio é uma escola de amor e fidelidade. Lamentamos que outras formas de convivência já estejam postas ao mesmo nível desta união, ao passo que o conceito, santificado pela tradição bíblica, de paternidade e de maternidade como vocação particular do homem e da mulher no matrimónio, seja banido da consciência pública. Família é, portanto, a união entre um homem e uma mulher e implica em fidelidade. Foi uma pena São Tomás não estar presente, mas foi bom que o Cardeal Kasper tenha ficado longe... E então, a ameaça, a condenação, tão proibidas pela mentalidade moderna: 21. Pedimos a todos que respeitem o direito inalienável à vida. Milhões de crianças são privadas da própria possibilidade de nascer no mundo. A voz do sangue das crianças não nascidas clama a Deus (cf. Gn 4, 10). Pio XI na Enciclica Casti Conubii foi mais claro: 67. Aqueles, enfim, que têm o supremo governo das nações e o poder legislativo não podem licitamente esquecer-se de que é dever da autoridade pública defender a vida dos inocentes com leis oportunas e sanções penais, tanto mais quanto menos se podem defender aqueles cuja vida está em perigo e é atacada, entre os quais ocupam, sem dúvida, o primeiro lugar as crianças ainda escondidas no seio materno. Se os magistrados públicos não só não defenderem essas crianças mas, por leis e decretos, as deixarem ou até entregarem a mãos de médicos ou de outros para serem mortas, lembrem-se de que Deus é juiz e vingador do sangue inocente, que da terra clama ao céu (Cf. Gn 4, 10). Deus é o Juiz e o Vingador. A voz do sangue das crianças clama por vingança. E o castigo que Deus dará ao mundo bem pode ser uma nova guerra. Uma guerra como nunca foi vista, porque nunca o sangue de tantos inocentes clamou tanto por vingança. E no final do comunicado temos o apelo dirigido aos jovens: 22. Hoje, desejamos dirigir-nos de modo particular aos jovens cristãos. Vós, jovens, tendes o dever de não esconder o talento na terra (cf. Mt 25, 25), mas de usar todas as capacidades que Deus vos deu para confirmar no mundo as verdades de Cristo, encarnar na vossa vida os mandamentos evangélicos do amor de Deus e do próximo. Não tenhais medo de ir contra a corrente, defendendo a verdade de Deus, à qual estão longe de se conformar sempre as normas secularizadas de hoje. Sim! Não tenhamos medo de enfrentar o mundo, a imprensa liberal, o professor ateu, o fanático da teologia da libertação, o ator imoral, a televisão pornográfica, o colega que debocha do cumprimento da lei de Deus, o cientista que defende a evolução, o artista da arte moderna, o cantor de rock que cultua o demônio, o cardeal que ataca o matrimônio, o padre que destrói a Missa, e até a direita gnóstica hoje tão simpática ao Putin, um antigo comunista. Devemos enfrentar a todos. E nunca ceder. Lembremos de tantos Papas que morreram para não ceder e lembremos de Pio IX que no Sylabus condenou a seguinte frase: 80 – O Pontífice romano pode e deve reconciliar-se e transigir com o progresso, o liberalismo e a civilização moderna Temos que enfrentar o deboche e o desprezo com a mesma coragem que os primeiros cristãos enfrentaram a arena, não podemos nos reconciliar e transigir com o progresso, o liberalismo e a civilização moderna. E não tenhamos medo de chegar até o martírio se necessário for. 23. ...Lembrai-vos que «fostes comprados por um alto preço» (1 Cor 6, 20), a custo da morte na cruz do Homem-Deus Jesus Cristo. O preço que Cristo pagou por nós é muito alto, foi seu próprio Sangue, foi sua própria Vida para que nos vendamos a tais sujeiras e baixezas, e por tão pouco. Não se pode trocar a Vida Eterna, por alguns instantes de prazer. A justiça e a honra valem mais que a vida. Porque a vida terrena é passageira e o céu, que será a nossa recompensa, é eterno. Sim! O Papa nos faz um convite para que resistamos ao mundo moderno. Sendo ele o representante de Cristo na terra e nos pedindo algo tão bom, não está no nosso direito resistir. Lembramos aqui o que Monsenhor Fellay escreveu aos demais bispos da Fraternidade São Pio X a respeito das propostas feitas por Bento XVI: Se o Papa manifesta uma vontade legitima para nós e que é boa, que nos dá uma ordem de acordo com os mandamentos de Deus, temos o direito de não atende-lo, de devolver de forma negativa esta vontade? Enfrentemos o mundo moderno! Guerra ao mundo moderno! Não a guerra injusta e criminosa que o mundo moderno faz, que é somente o assassinato de tantos inocentes, mas uma oposição total, onde as nossas armas são a oração e o argumento. As preces e a doutrina ensinadas pela Igreja durante dois mil anos. O espírito é de guerra, de enfrentamento total de nãos descansar enquanto a batalha não estiver vencida. Não tenhamos medo de ir contra a corrente. E jamais esqueçamos da proteção de Nossa Senhora, pois o preço que foi pago por nós foi o sangue de Cristo. Fonte: Site do VaticanoDeclaração comum do Papa Francisco e do Patriarca Kirill de Moscovo e de toda a Rússia
«A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós» (2 Cor 13, 13). 1. Por vontade de Deus Pai de quem provém todo o dom, no nome do Senhor nosso Jesus Cristo e com a ajuda do Espírito Santo Consolador, nós, Papa Francisco e Kirill, Patriarca de Moscovo e de toda a Rússia, encontramo-nos, hoje, em Havana. Damos graças a Deus, glorificado na Trindade, por este encontro, o primeiro na história. Com alegria, encontramo-nos como irmãos na fé cristã que se reúnem para «falar de viva voz» (2 Jo 12), coração a coração, e analisar as relações mútuas entre as Igrejas, os problemas essenciais de nossos fiéis e as perspectivas de progresso da civilização humana 2. O nosso encontro fraterno teve lugar em Cuba, encruzilhada entre Norte e Sul, entre Leste e Oeste. A partir desta ilha, símbolo das esperanças do «Novo Mundo» e dos acontecimentos dramáticos da história do século XX, dirigimos a nossa palavra a todos os povos da América Latina e dos outros continentes. Alegramo-nos por estar a crescer aqui, de forma dinâmica, a fé cristã. O forte potencial religioso da América Latina, a sua tradição cristã secular, presente na experiência pessoal de milhões de pessoas, são a garantia dum grande futuro para esta região. 3. Encontrando-nos longe das antigas disputas do «Velho Mundo», sentimos mais fortemente a necessidade dum trabalho comum entre católicos e ortodoxos, chamados a dar ao mundo, com mansidão e respeito, razão da esperança que está em nós (cf. 1 Ped 3, 15). 4. Damos graças a Deus pelos dons que recebemos da vinda ao mundo do seu único Filho. Partilhamos a Tradição espiritual comum do primeiro milénio do cristianismo. As testemunhas desta Tradição são a Virgem Maria, Santíssima Mãe de Deus, e os Santos que veneramos. Entre eles, contam-se inúmeros mártires que testemunharam a sua fidelidade a Cristo e se tornaram «semente de cristãos». 5. Apesar desta Tradição comum dos primeiros dez séculos, há quase mil anos que católicos e ortodoxos estão privados da comunhão na Eucaristia. Estamos divididos por feridas causadas por conflitos dum passado distante ou recente, por divergências – herdadas dos nossos antepassados – na compreensão e explicitação da nossa fé em Deus, uno em três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Deploramos a perda da unidade, consequência da fraqueza humana e do pecado, ocorrida apesar da Oração Sacerdotal de Cristo Salvador: «Para que todos sejam um só, como Tu, Pai, estás em Mim e Eu em Ti; para que assim eles estejam em Nós» (Jo 17, 21). 6. Conscientes da permanência de numerosos obstáculos, esperamos que o nosso encontro possa contribuir para o restabelecimento desta unidade querida por Deus, pela qual Cristo rezou. Que o nosso encontro inspire os cristãos do mundo inteiro a rezar ao Senhor, com renovado fervor, pela unidade plena de todos os seus discípulos. Num mundo que espera de nós não apenas palavras mas gestos concretos, possa este encontro ser um sinal de esperança para todos os homens de boa vontade! 7. Determinados a realizar tudo o que seja necessário para superar as divergências históricas que herdámos, queremos unir os nossos esforços para testemunhar o Evangelho de Cristo e o património comum da Igreja do primeiro milénio, respondendo em conjunto aos desafios do mundo contemporâneo. Ortodoxos e católicos devem aprender a dar um testemunho concorde da verdade, em áreas onde isso seja possível e necessário. A civilização humana entrou num período de mudança epocal. A nossa consciência cristã e a nossa responsabilidade pastoral não nos permitem ficar inertes perante os desafios que requerem uma resposta comum. 8. O nosso olhar dirige-se, em primeiro lugar, para as regiões do mundo onde os cristãos são vítimas de perseguição. Em muitos países do Médio Oriente e do Norte de África, os nossos irmãos e irmãs em Cristo vêem exterminadas as suas famílias, aldeias e cidades inteiras. As suas igrejas são barbaramente devastadas e saqueadas; os seus objectos sagrados profanados, os seus monumentos destruídos. Na Síria, no Iraque e noutros países do Médio Oriente, constatamos, com amargura, o êxodo maciço dos cristãos da terra onde começou a espalhar-se a nossa fé e onde eles viveram, desde o tempo dos apóstolos, em conjunto com outras comunidades religiosas. 9. Pedimos a acção urgente da comunidade internacional para prevenir nova expulsão dos cristãos do Médio Oriente. Ao levantar a voz em defesa dos cristãos perseguidos, queremos expressar a nossa compaixão pelas tribulações sofridas pelos fiéis doutras tradições religiosas, também eles vítimas da guerra civil, do caos e da violência terrorista. 10. Na Síria e no Iraque, a violência já causou milhares de vítimas, deixando milhões de pessoas sem casa nem meios de subsistência. Exortamos a comunidade internacional a unir-se para pôr termo à violência e ao terrorismo e, ao mesmo tempo, a contribuir através do diálogo para um rápido restabelecimento da paz civil. É essencial garantir uma ajuda humanitária em larga escala às populações martirizadas e a tantos refugiados nos países vizinhos. Pedimos a quantos possam influir sobre o destino das pessoas raptadas, entre as quais se contam os Metropolitas de Alepo, Paulo e João Ibrahim, sequestrados no mês de Abril de 2013, que façam tudo o que é necessário para a sua rápida libertação. 11. Elevamos as nossas súplicas a Cristo, Salvador do mundo, pelo restabelecimento da paz no Médio Oriente, que é «fruto da justiça» (Is 32, 17), a fim de que se reforce a convivência fraterna entre as várias populações, as Igrejas e as religiões lá presentes, pelo regresso dos refugiados às suas casas, a cura dos feridos e o repouso da alma dos inocentes que morreram. Com um ardente apelo, dirigimo-nos a todas as partes que possam estar envolvidas nos conflitos pedindo-lhes que dêem prova de boa vontade e se sentem à mesa das negociações. Ao mesmo tempo, é preciso que a comunidade internacional faça todos os esforços possíveis para pôr fim ao terrorismo valendo-se de acções comuns, conjuntas e coordenadas. Apelamos a todos os países envolvidos na luta contra o terrorismo, para que actuem de maneira responsável e prudente. Exortamos todos os cristãos e todos os crentes em Deus a suplicarem, fervorosamente, ao Criador providente do mundo que proteja a sua criação da destruição e não permita uma nova guerra mundial. Para que a paz seja duradoura e esperançosa, são necessários esforços específicos tendentes a redescobrir os valores comuns que nos unem, fundados no Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. 12. Curvamo-nos perante o martírio daqueles que, à custa da própria vida, testemunham a verdade do Evangelho, preferindo a morte à apostasia de Cristo. Acreditamos que estes mártires do nosso tempo, pertencentes a várias Igrejas mas unidos por uma tribulação comum, são um penhor da unidade dos cristãos. É a vós, que sofreis por Cristo, que se dirige a palavra do Apóstolo: «Caríssimos, (...) alegrai-vos, pois assim como participais dos padecimentos de Cristo, assim também rejubilareis de alegria na altura da revelação da sua glória» (1 Ped 4, 12-13). 13. Nesta época preocupante, é indispensável o diálogo inter-religioso. As diferenças na compreensão das verdades religiosas não devem impedir que pessoas de crenças diversas vivam em paz e harmonia. Nas circunstâncias actuais, os líderes religiosos têm a responsabilidade particular de educar os seus fiéis num espírito respeitador das convicções daqueles que pertencem a outras tradições religiosas. São absolutamente inaceitáveis as tentativas de justificar acções criminosas com slôganes religiosos. Nenhum crime pode ser cometido em nome de Deus, «porque Deus não é um Deus de desordem, mas de paz» (1 Cor 14, 33). 14. Ao afirmar o alto valor da liberdade religiosa, damos graças a Deus pela renovação sem precedentes da fé cristã que agora está a acontecer na Rússia e em muitos países da Europa Oriental, onde, durante algumas décadas, dominaram os regimes ateus. Hoje as cadeias do ateísmo militante estão quebradas e, em muitos lugares, os cristãos podem livremente confessar a sua fé. Num quarto de século, foram construídas dezenas de milhares de novas igrejas, e abertos centenas de mosteiros e escolas teológicas. As comunidades cristãs desenvolvem uma importante actividade socio-caritativa, prestando variada assistência aos necessitados. Muitas vezes trabalham lado a lado ortodoxos e católicos; atestam a existência dos fundamentos espirituais comuns da convivência humana, ao testemunhar os valores do Evangelho. 15. Ao mesmo tempo, estamos preocupados com a situação em muitos países onde os cristãos se debatem cada vez mais frequentemente com uma restrição da liberdade religiosa, do direito de testemunhar as suas convicções e da possibilidade de viver de acordo com elas. Em particular, constatamos que a transformação de alguns países em sociedades secularizadas, alheias a qualquer referência a Deus e à sua verdade, constitui uma grave ameaça à liberdade religiosa. É fonte de inquietação para nós a limitação actual dos direitos dos cristãos, se não mesmo a sua discriminação, quando algumas forças políticas, guiadas pela ideologia dum secularismo frequentemente muito agressivo, procuram relegá-los para a margem da vida pública. 16. O processo de integração europeia, iniciado depois de séculos de sangrentos conflitos, foi acolhido por muitos com esperança, como uma garantia de paz e segurança. Todavia convidamos a manter-se vigilantes contra uma integração que não fosse respeitadora das identidades religiosas. Embora permanecendo abertos à contribuição doutras religiões para a nossa civilização, estamos convencidos de que a Europa deve permanecer fiel às suas raízes cristãs. Pedimos aos cristãos da Europa Oriental e Ocidental que se unam para testemunhar em conjunto Cristo e o Evangelho, de modo que a Europa conserve a própria alma formada por dois mil anos de tradição cristã. 17. O nosso olhar volta-se para as pessoas que se encontram em situações de grande dificuldade, em condições de extrema necessidade e pobreza, enquanto crescem as riquezas materiais da humanidade. Não podemos ficar indiferentes à sorte de milhões de migrantes e refugiados que batem à porta dos países ricos. O consumo desenfreado, como se vê em alguns países mais desenvolvidos, está gradualmente esgotando os recursos do nosso planeta. A crescente desigualdade na distribuição dos bens da Terra aumenta o sentimento de injustiça perante o sistema de relações internacionais que se estabeleceu. 18. As Igrejas cristãs são chamadas a defender as exigências da justiça, o respeito pelas tradições dos povos e uma autêntica solidariedade com todos os que sofrem. Nós, cristãos, não devemos esquecer que «o que há de louco no mundo é que Deus escolheu para confundir os sábios; e o que há de fraco no mundo é que Deus escolheu para confundir o que é forte. O que o mundo considera vil e desprezível é que Deus escolheu; escolheu os que nada são, para reduzir a nada aqueles que são alguma coisa. Assim, ninguém se pode vangloriar diante de Deus» (1 Cor 1, 27-29). 19. A família é o centro natural da vida humana e da sociedade. Estamos preocupados com a crise da família em muitos países. Ortodoxos e católicos partilham a mesma concepção da família e são chamados a testemunhar que ela é um caminho de santidade, que testemunha a fidelidade dos esposos nas suas relações mútuas, a sua abertura à procriação e à educação dos filhos, a solidariedade entre as gerações e o respeito pelos mais vulneráveis. 20. A família funda-se no matrimónio, acto de amor livre e fiel entre um homem e uma mulher. É o amor que sela a sua união e os ensina a acolher-se reciprocamente como um dom. O matrimónio é uma escola de amor e fidelidade. Lamentamos que outras formas de convivência já estejam postas ao mesmo nível desta união, ao passo que o conceito, santificado pela tradição bíblica, de paternidade e de maternidade como vocação particular do homem e da mulher no matrimónio, seja banido da consciência pública. 21. Pedimos a todos que respeitem o direito inalienável à vida. Milhões de crianças são privadas da própria possibilidade de nascer no mundo. A voz do sangue das crianças não nascidas clama a Deus (cf. Gn 4, 10). O desenvolvimento da chamada eutanásia faz com que as pessoas idosas e os doentes comecem a sentir-se um peso excessivo para as suas famílias e a sociedade em geral. Estamos preocupados também com o desenvolvimento das tecnologias reprodutivas biomédicas, porque a manipulação da vida humana é um ataque aos fundamentos da existência do homem, criado à imagem de Deus. Consideramos nosso dever lembrar a imutabilidade dos princípios morais cristãos, baseados no respeito pela dignidade do homem chamado à vida, segundo o desígnio do Criador. 22. Hoje, desejamos dirigir-nos de modo particular aos jovens cristãos. Vós, jovens, tendes o dever de não esconder o talento na terra (cf. Mt 25, 25), mas de usar todas as capacidades que Deus vos deu para confirmar no mundo as verdades de Cristo, encarnar na vossa vida os mandamentos evangélicos do amor de Deus e do próximo. Não tenhais medo de ir contra a corrente, defendendo a verdade de Deus, à qual estão longe de se conformar sempre as normas secularizadas de hoje. 23. Deus ama-vos e espera de cada um de vós que sejais seus discípulos e apóstolos. Sede a luz do mundo, de modo que quantos vivem ao vosso redor, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai que está no Céu (cf. Mt 5, 14.16). Haveis de educar os vossos filhos na fé cristã, transmitindo-lhes a pérola preciosa da fé (cf. Mt 13, 46), que recebestes dos vossos pais e antepassados. Lembrai-vos que «fostes comprados por um alto preço» (1 Cor 6, 20), a custo da morte na cruz do Homem-Deus Jesus Cristo. 24. Ortodoxos e católicos estão unidos não só pela Tradição comum da Igreja do primeiro milénio mas também pela missão de pregar o Evangelho de Cristo no mundo de hoje. Esta missão exige o respeito mútuo entre os membros das comunidades cristãs e exclui qualquer forma de proselitismo. Não somos concorrentes, mas irmãos: por esta certeza, devem ser guiadas todas as nossas acções recíprocas e em benefício do mundo exterior. Exortamos os católicos e os ortodoxos de todos os países a aprender a viver juntos na paz e no amor e a ter «os mesmos sentimentos, uns com os outros» (Rm 15, 5). Por isso, é inaceitável o uso de meios desleais para incitar os crentes a passar duma Igreja para outra, negando a sua liberdade religiosa ou as suas tradições. Somos chamados a pôr em prática o preceito do apóstolo Paulo: «Tive a maior preocupação em não anunciar o Evangelho onde já era invocado o nome de Cristo, para não edificar sobre fundamento alheio» (Rm 15, 20). 25. Esperamos que o nosso encontro possa contribuir também para a reconciliação, onde existirem tensões entre greco-católicos e ortodoxos. Hoje, é claro que o método do «uniatismo» do passado, entendido como a união duma comunidade à outra separando-a da sua Igreja, não é uma forma que permita restabelecer a unidade. Contudo, as comunidades eclesiais surgidas nestas circunstâncias históricas têm o direito de existir e de empreender tudo o que é necessário para satisfazer as exigências espirituais dos seus fiéis, procurando ao mesmo tempo viver em paz com os seus vizinhos. Ortodoxos e greco-católicos precisam de reconciliar-se e encontrar formas mutuamente aceitáveis de convivência. 26. Deploramos o conflito na Ucrânia que já causou muitas vítimas, provocou inúmeras tribulações a gente pacífica e lançou a sociedade numa grave crise económica e humanitária. Convidamos todas as partes do conflito à prudência, à solidariedade social e à actividade de construir a paz. Convidamos as nossas Igrejas na Ucrânia a trabalhar por se chegar à harmonia social, abster-se de participar no conflito e não apoiar ulteriores desenvolvimentos do mesmo. 27. Esperamos que o cisma entre os fiéis ortodoxos na Ucrânia possa ser superado com base nas normas canónicas existentes, que todos os cristãos ortodoxos da Ucrânia vivam em paz e harmonia, e que as comunidades católicas do país contribuam para isso de modo que seja visível cada vez mais a nossa fraternidade cristã. 28. No mundo contemporâneo, multiforme e todavia unido por um destino comum, católicos e ortodoxos são chamados a colaborar fraternalmente no anúncio da Boa Nova da salvação, a testemunhar juntos a dignidade moral e a liberdade autêntica da pessoa, «para que o mundo creia» (Jo 17, 21). Este mundo, onde vão desaparecendo progressivamente os pilares espirituais da existência humana, espera de nós um vigoroso testemunho cristão em todas as áreas da vida pessoal e social. Nestes tempos difíceis, o futuro da humanidade depende em grande parte da nossa capacidade conjunta de darmos testemunho do Espírito de verdade. 29. Neste corajoso testemunho da verdade de Deus e da Boa Nova salvífica, possa sustentar-nos o Homem-Deus Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador, que nos fortifica espiritualmente com a sua promessa infalível: «Não temais, pequenino rebanho, porque aprouve ao vosso Pai dar-vos o Reino» (Lc 12, 32). Cristo é fonte de alegria e de esperança. A fé n’Ele transfigura a vida humana, enche-a de significado. Disto mesmo puderam convencer-se, por experiência própria, todos aqueles a quem é possível aplicar as palavras do apóstolo Pedro: «Vós que outrora não éreis um povo, mas sois agora povo de Deus, vós que não tínheis alcançado misericórdia e agora alcançastes misericórdia» (1 Ped 2, 10). 30. Cheios de gratidão pelo dom da compreensão recíproca manifestada durante o nosso encontro, levantamos os olhos agradecidos para a Santíssima Mãe de Deus, invocando-A com as palavras desta antiga oração: «Sob o abrigo da vossa misericórdia, nos refugiamos, Santa Mãe de Deus». Que a bem-aventurada Virgem Maria, com a sua intercessão, encoraje à fraternidade aqueles que A veneram, para que, no tempo estabelecido por Deus, sejam reunidos em paz e harmonia num só povo de Deus para glória da Santíssima e indivisível Trindade!Francisco Bispo de Roma Papa da Igreja Católica | Kirill Patriarca de Moscovo e de toda a Rússia |
Para citar este texto:
"Conclamação a resistir ao mundo moderno: a Declaração do Papa Francisco e Patriarca Ortodoxo Kyrill"
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/bra/veritas/vida/conclamacao-a-resistir-ao-mundo-moderno-a-declaracao-do-papa-francisco-e-patriarca-ortodoxo-kyrill/
Online, 22/12/2024 às 05:32:09h