Religião

Resposta ao espírita José Reis Chaves sobre as Penas Eternas
Eder Moreira
 
 
 

“Porque há muitos desordenados, faladores, vãos e enganadores [...] aos quais convém tapar a boca; homens que transtornam casas inteiras ensinando o que não convém, por torpe ganância” (Tito X, 11).
 
 
Apreciamos as duas publicações do reencarnacionista José Reis Chaves contra nosso artigo de refutação às suas asneiras sobre o inferno. O espírita ardilosamente ignorou os pilares de nossa argumentação, direcionando sua retórica desqualificada para os vocábulos constantes no grego e hebraico, cujo sentido para “eterno” seria, em sua deficiente “exegese” kardecista, um tempo sempre indefinido, e nunca de duração interminável. Para corroborar essa interpretação insustentável, nosso adversário citou uma única passagem bíblica onde Cristo fala de uma prisão onde o devedor, após sua morte, não sairá enquanto não pagar o último centavo. Com esse texto do Evangelho, verdadeiro como toda a Revelação Divina, o necromante vaticinou a interdição definitiva do inferno eterno para os condenados. Para a “lógica” chavista, as penas seriam sempre temporárias.

No referido artigo (A ignorância infernal de Jose Reis Chaves sobre as penas eternas) citamos os ensinamentos dos padres da Igreja dos primeiros séculos em favor das penas eternas. São testemunhos dos sucessores dos Apóstolos, que receberam deles, diretamente, o verdadeiro sentido da expressão fogo inextinguível. É o caso de São Policarpo de Esmirna, discípulo de São João Evangelista. Em seu heroico martírio, exprimiu a verdadeira doutrina ensinada por Jesus Cristo, fazendo a oportuna distinção entre o fogo deste mundo, que dura um tempo determinado, e o fogo da eternidade, que nunca se apagará, fazendo os réprobos sofrerem perpetuamente:

“Tu me ameaças com um fogo que queima por um momento, e pouco depois se apaga, porque ignoras o fogo do julgamento futuro e do suplício eterno, reservado aos ímpios” (Martírio de São Policarpo XI).

Essa é a explicação que São Policarpo recebeu de São João. Ora, este Apóstolo aprendeu diretamente de Cristo o verdadeiro sentido da expressão fogo eterno. Logo, vem do próprio Filho de Deus a noção de perpetuidade das chamas infernais, nas quais sofrerão para sempre os pecadores condenados.

Entre a interpretação irracional de um espírita, dois mil anos depois da pregação de Cristo, e o testemunho de um bispo do segundo século, que recebeu a doutrina do inferno de um Apóstolo eleito e inspirado pelo próprio Deus, ficamos, sem dúvida, com São João e São Policarpo, testemunhas do verdadeiro Evangelho de Nosso Senhor. 
Diante dessa prova irrefutável, José chaves silenciou!

Nem mesmo os “espíritos” o quis consultar para reverter sua trágica ignorância escatológica.
 
Apresentamos muitos outros testemunhos, mas Chaves fugiu como morcego amedrontado!

Eis a objeção do discípulo da mentira Kardecista:

“... trato somente das palavras bíblicas ‘aionios’, grega, e ‘ôlam’, em hebraico, que significam ‘tempo indefinido, desconhecido’, e não sem fim, pois as penas dependem da quantidade de pecados de cada um. ‘Aidios’ em grego é que tem sentido de ‘sem fim’, como a palavra latina ‘sempiternus’, as quais não constam da Bíblia” (negrito nosso).
 
https://www.otempo.com.br/opiniao/jose-reis-chaves/resposta-a-organizacao-catolica-montfort-1.2722923

Contra essa ridícula argumentação, apresentamos passagens do Antigo e Novo Testamento onde a palavra eterno é empregada em relação a Deus. Trechos da Escritura onde se fala do Poder e do Reino Eterno do Criador. Ora, se não existe na Bíblia um vocábulo para designar uma realidade sem terminação, seriamos levados à errônea opinião de que Deus, seu Reino e Poder seriam passageiros, contrariando a própria Palavra Divina.

Sob a luz dessa lógica incontestável, deve-se admitir que o mesmo termo grego (aionios), que aparece para designar a eterna duração do fogo do inferno, também consta nos excertos para se referir ao próprio Deus, no sentido de duração sem possibilidade de finalização. Por conseguinte, erra José Chaves ao dizer que o termo grego para eternidade nunca aparece na Bíblia para qualificar uma realidade que nunca desaparecerá.

Embora o testemunho de São Policarpo seja suficiente para derrubar a insustentável concepção chavista, incompatível com a Verdade Evangélica, daremos algumas provas bíblicas onde a palavra grega (aionios) aparece para ensinar uma duração infindável.

Em sua segunda Epístola, São Pedro assevera:

“Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (II S. Pedro, I, 11).

No grego, o adjetivo usado para identificar o tempo de duração do Reino de Cristo é exatamente (aionios), que Chaves diz não ter conotação de tempo interminável:
 
“ουτως γαρ πλουσιως επιχορηγηθησεται υμιν η εισοδος εις την αιωνιον βασιλειαν του κυριου ημων και σωτηρος ιησου χριστου”. 

Que o Reino de Cristo permanecerá eternamente, atesta a própria Bíblia pela voz do Anjo Gabriel:

“E reinará (Jesus) eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim” (S. Lucas I, 33).
 
Temos então o emprego do eterno (aionios) para significar algo que nunca terá dissolução.
 
Na Primeira Epístola, São Pedro nos fornece outra prova do crasso erro de José Reis Chaves.

Assim predica o Primaz dos Apóstolos:

“E o Deus de toda a graça, que em Cristo Jesus nos chamou à sua eterna glória, depois de havemos padecido um pouco, ele mesmo vos aperfeiçoe, confirme, fortifique e estabeleça” (I S. Pedro V, 10).

Outra vez o adjetivo grego (aionios), para dizer que a glória de Deus nunca sofrerá interrupção, permanecendo para sempre triunfante:

“Ο δε Θεος πασης χαριτος, οστις εκαλεσεν ημας εις την αιωνιον αυτου δοξαν δια του Χριστου Ιησου, αφου παθητε ολιγον, αυτος να σας τελειοποιηση, στηριξη, ενισχυση, θεμελιωση”.

Seria absurdo admitir que um dia cessará a glória de Deus. Ora, é o próprio Senhor que, pela boca do Profeta Malaquias, garante sua imutabilidade:

“Porque eu, o Senhor, não mudo” (Malaquias III, 6).

Desse modo, o vocábulo grego (aionios) significa que a glória de Deus sempre permanecerá.

Para finalizar, um fragmento do Livro do Apocalipse de São João:

“E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo” (Apocalipse XIV, 6).

O adjetivo eterno é mais uma vez correspondente ao grego (aionios). Ora, segundo a Escritura Sagrada, as palavras ou Evangelho de Cristo jamais terá fim, como as coisas temporais:

“Os céus e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão” (S. Mateus XXIV, 35).

É a respectiva Palavra de Deus que nos ensina o verdadeiro sentido do vocábulo eterno nos casos referenciados. Mesmo no grego, o eterno (aionios) também quer dizer duração sem possibilidade de cessamento. 

Cai por terra então a mentira chavista que diz que a palavra grega (aionios) nunca aparece na Bíblia com a significação de eternidade ou duração para sempre. Desastrosamente o espírita se prendeu no vocábulo, isolando-o do texto que esclarece seu sentido ortodoxo.

Ainda sobre essa questão, apresentamos a passagem onde aparece lado a lado a sentença de Cristo contra os perversos, para o castigo eterno, e a sentença para os bons, recompensados com a vida eterna:

E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna” (S. Marcos XXV,46).

O adjetivo que define o tempo de duração do castigo e da vida no Céu é o eterno, do grego (aionios):

“Καὶ ἀπελεύσονται οὗτοι εἰς κόλασιν αἰώνιον οἱ δὲ δίκαιοι εἰς ζωὴν αἰώνιον

Diante disso, havíamos derrubado a lorota chavista com a seguinte argumentação, constante em nosso Artigo:

“Por conseguinte, se o sofrimento no inferno não é para sempre, tampouco seria para sempre a felicidade no Reino de Deus. Não teríamos um castigo eterno, como também não haveria uma paz perpétua para os homens. Tudo seria temporário, inclusive a salvação ou felicidade celestial. Por sua vez, as reencarnações seriam intermináveis, e os homens jamais alcançariam uma paz definitiva. Eterna seria apenas a busca por uma felicidade inatingível. Esse seria o eterno castigo da humanidade” (A ignorância infernal de Jose Reis Chaves sobre as penas eternas).

Negar a eternidade das penas do Inferno é negar também a eterna felicidade no Céu. Se não existe uma morte eterna, de sofrimento e privação de Deus, tampouco existirá uma vida eterna, pois é o mesmo adjetivo (aionios) que determina a duração dessas duas realidades atemporais. Com efeito, a negação da vida eterna supõe o império da morte, que nunca será derrotada. E isso contraria outra Verdade de Deus:  

“Essa graça, que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos, foi manifestada agora pela Aparição de nosso Salvador, o Cristo Jesus. Ele não só destruiu a morte, mas também fez brilhar a vida e a imortalidade pelo Evangelho” (II Timóteo, I, 10).

Não aceitando a doutrina das penas eternas, Chaves é obrigado a também rejeitar a existência de uma vida eterna. Como dissemos, isso tornaria a morte invencível. O homem estaria condenado a morrer sempre, em uma eterna infelicidade. Para o espiritismo, nunca teriam fim as reencarnações.

Xeque-Mate!

Ou Chaves admite as penas eternas, ou então sustenta que o homem nunca terá uma vida eterna, sendo atormentado, para todo o sempre, pela morte que, invencível, sempre o perseguirá.

Para esfacelar definitivamente essa heresia kardecista de José Chaves, recordamos a passagem onde Cristo afirma, categoricamente, que a blasfêmia contra o Espírito Santo jamais será perdoada, sendo o pecador eternamente aprisionado:
 
“Qualquer, porém, que blasfemar contra o Espírito Santo, nunca obterá perdão, mas será réu do eterno juízo” (S. Marcos III, 29).

Dessas palavras de Cristo destruímos não apenas a mentira que diz ser as penas divinas sempre temporais, e nunc a eternas, como também a alegação de que o adjetivo (aionios) quer dizer tempo indefinido ou desconhecido, e nunca de duração interminável.

Cristo-Deus é preciso em sua infalível alocução. Ele nos dá a conhecer a definição da pena para quem blasfemar contra o Espírito Santo e morrer sem arrependimento. Nessa triste condição, o pecador não será jamais perdoado, isto é, será condenado eternamente!

A pena Divina é, portanto, conhecida e claramente definida: blasfemou e não se arrependeu: réu para sempre!

Basta uma só blasfêmia contra o Espírito Santo (pecado grave) para o pecador ser merecedor da eterna perdição.

Pena conhecida e definida!

Assim nos ensina o texto, juntamente com seu adjetivo (aionios).

Simples e de fácil compreensão!

Somente a ignorância infernal do Reis Chaves para não entender essa evidência escatológica.

O herege insiste!

Despreza nossos argumentos e repete sua falida retórica kardecista:

“E, de fato, as penas divinas não são mesmo para sempre, pois elas não poderiam ser maiores do que as faltas. Se assim fosse, a justiça humana seria mais perfeita do que a divina...”.

Chaves está querendo dizer, como já disse e já o refutamos, que um pecado que dura um tempo finito, não poder ser punido com um tempo inesgotável. Nesse sentido, a pena seria desproporcional ao tempo de duração do delito do pecador. O erro chavista consiste precisamente em considerar somente o tempo da ação pecaminosa (o que tornaria um roubo de uma planta que durou 5 minutos mais grave que um assassinato que durou 10 segundos), desconsiderando a matéria que constitui o pecado e a dignidade da pessoa ofendida, elementos que podem agravar a pena imputada ao transgressor. Ora, Deus tem uma dignidade infinita. Ofender a Deus com pecado gravíssimo, desobedecendo sua Lei de modo consciente e deliberado, equivale a desprezar sua infinita dignidade de Senhor Soberano, digno de ser obedecido e amado sobre todas as criaturas. Por esse ato, o infeliz pecador torna-se réu e merecedor de um castigo na mesma proporção, isto é, eterno em sua duração. Logo, a perfeita justiça de Deus também exige uma eterna punição!

A pena dos sentidos ou tormento causado pelo fogo inextinguível, justifica-se, segundo Santo Tomás, porque na realização do pecado mortal o indivíduo não só se afasta de Deus, deliberadamente, como também se volta desordenadamente para um bem da criação (finito), preferindo possui-lo e perder a Deus (Infinito).

Com a palavra, a Sabedoria Angélica:

“A pena é proporcionada ao pecado. Ora, nestes dois elementos se devem considerar: Um, a aversão do bem imutável, que é infinito; e portanto, por este lado, o pecado é infinito. O outro é a conversão desordenada para o bem mutável. E por aí o pecado é finito, quer por ser finito esse próprio bem mutável, quer por ser também finita a conversão para ele, pois os atos da criatura não podem ser infinitos. Por on¬de, no concernente à aversão corresponde-lhe a pena do dano, também infinita, por ser a perda de um bem infinito, Deus. No concernente à conversão desordenada, corresponde-lhes a pena do sentido, finita” (Suma Teológica, Parte I-IIae, Q.87, a. 4).

Essa é a lógica razão das penas eternas!

Dissemos algo sobre esse raciocínio em nosso artigo em defesa do Inferno. Mas Chaves, o espírita fujão, sequer disse uma vírgula sobre nossa argumentação.

A ignorância chavista também se estende para o terreno da História:
  
“Santo Agostinho e São Tomás de Aquino devem ter visto essas diferenças, mas eles preferiram o silêncio, principalmente Tomás, que morria de medo da Inquisição, iniciada na sua época”.

https://www.otempo.com.br/opiniao/jose-reis-chaves/resposta-a-organizacao-catolica-montfort-1.2722923

Se a exegese espírita de Chaves é tão desastrosa quanto a de Kardec, imagina seu conhecimento histórico sobre a Igreja Católica.

Santo Agostinho e Santo Tomás defenderam, com excelente argumentação, a existência das penas eternas. Essa suposição exprime, de fato, a ignorância infernal de José Reis Chaves.

Quanto a Inquisição, Santo Tomás deu a ela uma lógica justificação:

“A Igreja, porém, usa de misericórdia, para obter a conversão dos errados. Por isso, não condena imediatamente, senão só depois da primeira e segunda correção; como ensina o Apóstolo. Se, porém, depois disso, permanecer o herético pertinaz, a Igreja, não mais lhe esperando a conversão, provê à salvação dos outros, separando-o do seu grêmio por sentença de excomunhão. E ulteriormente, abandona-o ao juízo secular para exterminá-lo do mundo pela morte. Pois, diz Jerônimo: Devem ser cortadas as carnes pútridas e a ovelha sarnenta deve ser separada do redil, a fim de que toda a carne, a massa, o corpo e o rebanho não ardam, corrompam-¬se, apodreçam e morram: Ario em Alexandria foi uma centelha; mas, por não ter sido imediatamente reprimido, a sua chama devastou todo o orbe” (Parte II-II, Q. XI, a. III).

É Santo Tomas que morria de medo da Inquisição ou Chaves que morre de medo de acreditar na eternidade do inferno?

Com relação ao trecho da Bíblia em que Jesus fala de uma prisão temporária, da qual não sairá o pecador enquanto não quitar o último centavo, pode ser relacionada com o Purgatório, onde são purgados os pecados leves e as penas temporais. A existência de um lugar de sofrimento passageiro não contradiz a existência do inferno eterno. Os pecados diferem na gravidade, logo merecem penas distintas, no tempo e na intensidade.

Por fim, posando de misericordioso, Chaves diz respeitar todas as religiões, porque sempre possuem algo de verdadeiro:

“... toda religião tem verdades e inverdades. Por isso, respeitemo-las todas por causa das verdades que elas contêm... Longe de mim querer dar uma de perfeito nas minhas ideias”.

https://www.otempo.com.br/opiniao/jose-reis-chaves/montfort-e-seus-ataques-a-este-colunista-1.2726873

Bem diferente dessa falsa misericórdia espírita, Cristo atacou a falsa religião dos fariseus. Dirigiu a eles respeitosas acusações, chamando-os – “com todo respeito” – de “víboras, guias cegos, hipócritas, sepulcros caiados...”. Seguindo esse exemplo, São Paulo ordenou em sua Epístola tapar a boca dos enganadores, respeitosamente!

Mas Chaves é kardecista! Ele não é cristão! E nessa condição respeita até as mentiras do Diabo! Mas será mesmo que José Reis respeita todas as religiões? Respeita, por exemplo, o satanismo, religião que adora Satanás e seu ódio contra Deus?Respeita a religião cátara, que afirma ser o mundo, a mulher e a família obras de um deus maligno? Ou então a religião do deus asteca azteca Huitzlopotchli, que praticava sacrifícios humanos monstruosos?

Quem tudo respeita demonstra nada respeitar verdadeiramente.

Quem ama a Verdade, detesta a mentira, ainda que esta contenha fragmentos de verdades para mais facilmente enganar os ignorantes.

Esse é o máximo cabível contra a ignorância infernal de José Reis Chaves. 

In Corde Maria Regina
Eder Moreira
09/03/2023

    Para citar este texto:
"Resposta ao espírita José Reis Chaves sobre as Penas Eternas"
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/bra/veritas/religiao/resp-espiritismo-chaves-1/
Online, 21/11/2024 às 08:30:56h