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Considerações sobre as heresias e blasfêmias do kardecista José Reis Chaves
Eder Moreira
“A Sabedoria é um espírito que ama os homens, mas não deixará sem castigo o blasfemador pelo crime de seus lábios” (Sabedoria I, 6).
Entre os inimigos declarados da Igreja Católica, sobrepuja um contumaz irracionalismo convertido em asserções heréticas e contraditórias. Inebriados de fanatismo, disseminam – como autômatos inveterados – inescrupulosas detrações que fragilmente esfalecem quando submetidos aos princípios da lógica e da exegese bíblica. Edificados sobre bases insustentáveis, o edifício da perfídia herética simplesmente desmorona diante do infalível sopro da verdade Imutável.
Nesse itinerário sórdido dos fantoches orquestrados, enveredou o kardecista blasfemador José Reis Chaves, em um deplorável artigo sobre as falácias da doutrina da metempsicose. Com um cepticismo contraditório, o referido autor utilizou fragmentos da Bíblia Sagrada para sustentar a desvairada interpretação espírita sobre o dogma da ressureição.
Nessa pretensão brutesca, o discípulo de Kardec paradoxalmente desqualificou as Escrituras e o Divino Redentor. Recorrendo desesperadamente à força de um clamor histérico – no esforço incongruente de utilizar e ao mesmo tempo descartar a Bíblia – José Chaves asseverou que os apóstolos ensinaram doutrinas equivocadas. Também assegurou que na Palavra de Deus existem textos de autores materialistas. Por fim, enfatizou com sua ignorância mediúnica, que, para combater o avanço do espiritismo, a Igreja desfigurou a Bíblia com modificações, obliterações e interpolações fraudulentas.
Assim é dito no prólogo do libelo blasfemador:
“Os teólogos dos primeiros séculos do cristianismo e até mesmo os próprios apóstolos e autores do Novo Testamento, nem sempre conhecedores dos verdadeiros ensinamentos que o enviado de Deus nos trouxe, ensinaram doutrinas erradas” (José Reis Chaves. Pela Bíblia, o que importa é o espírito, pois o corpo é pó, 20/06/2016).
Escusando-se de especificar quais seriam as falsas doutrinas predicadas pelos apóstolos de Cristo, José Reis Chaves, sucumbindo em flagrante contradição, evocou em confirmação da doutrina da reencarnação, fragmentos da Epístola de São Paulo aos Coríntios. Ao mesmo tempo em que coloca em suspeita o ensino apostólico – contrário à doutrina do espiritismo – recorre ao ensinamento de um apóstolo para defender uma exegese forçada e deturpada, em explícita desconexão com o conjunto da revelação Neotestamentária.
Desonestamente Jose Reis escolhe o que convém à doutrina kardecista, desqualificando como “erros apostólicos” os ensinamentos bíblicos que contrapõem os pilares do espiritismo. Com recortes levianos, seleciona apenas trechos isolados, de modo a dar credibilidade as falsificações doutrinárias de Allan Kardec.
Enquanto os protestantes incorrem na bibliolatria, decorrente da sola scriptura, os discípulos do racista francês mergulham numa escandalosa kardecolatria.
Considerando a preconceituosa afirmação do Sr. Reis de que a Bíblia não é na íntegra a Palavra de Deus, e que nela constam erros ensinados pelos apóstolos, o que garante que os textos de São Paulo, utilizados em favor do espiritismo, também não configuram entre os erros apostólicos? Qual o critério elegido pelo cego defensor espírita para determinar quais são as mentiras e as verdades contidas no Livro Sagrado de Deus? Qual é o parâmetro adotado para distinguir na Bíblia os ensinamentos heterodoxos dos ortodoxos?
Para investigar uma suposta perversão doutrinária na pregação dos apóstolos, somente pelo método de comparação, averiguando discrepâncias em relação às luminosas elocuções doutrinárias de Jesus Cristo.
Como o adversário não especificou os “desvios doutrinários” dos doze eleitos, recorremos imediatamente à infalível proclamação de Jesus que assegurou a fidelidade apostólica:
“Quem vos ouve, a mim ouve; e quem vos rejeita, a mim rejeita; e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou.” (São Lucas X, 16).
Dessa identidade discursiva entre Cristo e os apóstolos, podemos acreditar piamente que os apóstolos não se desviaram dos ensinamentos do Divino Mestre. Mas, na opinião materialista de um dito “espiritualista”, Jesus teria fracassado nessa sublime anunciação. Acusando erros no ensino apostólico – sem identificá-los e prová-los – o ignorante espírita afronta a credibilidade das palavras do Filho de Deus. Deste modo, o incoerente defensor de Kardec desliza em nova contradição ao recorrer às asserções de Jesus para censurar os autores “materialistas” da Bíblia.
O que garante ao insolente kardecista que o ensinamento de Cristo – utilizado como respaldo da crítica espírita – também não está corrompido pela infidelidade dos apóstolos? Como identificar as verdades de Deus na Bíblia se Cristo e os Apóstolos compõem o catálogo dos mestres errantes? Ou a Bíblia é integralmente inspirada por Deus ou será preciso considera-la completamente inútil para a instrução e salvação dos homens.
Para José Reis Chaves, adversário do catolicismo, a bíblia vale tanto quanto confirma – forçosamente – os erros doutrinários de Allan Kardec.
Espirituosa honestidade!
Que os apóstolos não ensinaram doutrinas errôneas, encontramos fundamento na seguinte promessa do Divino Redentor:
“Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito.” (São João XIV, 26).
Jesus Cristo prometeu seu Espirito Santo para iluminar a pregação apostólica. Ora, comparando as epístolas dos apóstolos com o Evangelho de Nosso Senhor, vislumbra-se uma indiscutível harmonia doutrinária. Não existem contradições entre o ensinamento de Cristo e o ensinamento dos apóstolos. Estes foram fidelíssimos propagadores da Boa Nova do Messias.
Conforme assevera Craig Blomberg, Doutor em Novo Testamento, ainda que os apóstolos quisessem produzir inverdades sobre Jesus, não seria possível visto a quantidade de testemunhas que serviriam como parâmetro de correção, caso houvesse alguma deturpação histórica ou doutrinária:
“As datas estabelecidas no meio acadêmico, mesmo nos círculos mais liberais, situam Marcos nos anos na década de 70, Mateus e Lucas na década de 80, e João na década de 90. Observe que essas datas ainda estão dentro do período de vida de várias pessoas que foram testemunhas oculares da vida de Jesus, inclusive daquelas que lhe foram hostis, e que por isso poderiam atuar como parâmetro de correção caso houvesse em circulação algum ensinamento falso sobre Jesus” (in Lee Strobel. Em defesa de Cristo. São Paulo: editora Vida, 2001, p.42).
Ao contrário da coerência e exatidão bíblica, encontramos muitos erros e contradições na deplorável dissertação de José Reis Chaves. Assim declara o convencido blasfemador:
“E um detalhe: na Bíblia há até textos de autores materialistas. Vejamos dois exemplos. ‘Pois os saduceus declaram não haver ressurreição, nem anjo, nem espírito; ao passo que os fariseus admitem todas essas coisas’ (Atos 23: 8)” (José Reis Chaves. Pela Bíblia, o que importa é o espírito, pois o corpo é pó, 20/06/2016).
Desastrosamente o infeliz kardecista não soube distinguir o autor sagrado – que descreve o julgamento de São Paulo perante o Sinédrio – da crença materialista dos saduceus, que não eram autores de livros da Bíblia.
Um lapso grosseiro para um professor de literatura e português.
Mas o escritor José Reis é obstinado em seus devaneios.
Para concluir que a Bíblia não pode ser considerada integralmente Palavra de Deus, menciona outro texto que denotaria indícios de materialismo na Bíblia Sagrada:
“Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento” (Eclesiastes IX: 5).
Caso esse excerto, tomado isoladamente, comprovasse o materialismo de Salomão, não haveria no conjunto de seus escritos qualquer alusão ao princípio espiritual que constitui a natureza do homem. Todavia, desfazendo os tendenciosos recortes textuais, encontramos, nos livros do referido autor, referências à existência da alma espiritual que anima o corpo material. É o que ensina o seguinte texto sapiencial:
“(Lembra-te do teu Criador) antes que se quebre o cordão de prata, e se retire a fita de oiro, e se quebre a cântara sobre a fonte, e se desfaça a roda sobre a cisterna, e o pó volte à terra donde saiu, e o espírito volte para Deus que o deu” (Eclesiastes XII, VI-7).
Também no Livro de Provérbios:
"A vereda da vida conduz ao alto o homem instruído, para se desviar do abismo do inferno.” (Prov XV ,24)
Esses dois fragmentos servem de luz para uma justa compreensão.
O materialismo não existe nos textos sapienciais de Salomão.
Sobre o fragmento utilizado em defesa de um inverídico materialismo bíblico, encontramos uma razoável explicação na obra dos Professores de Salamanca:
“O autor não põe em dúvida ou nega a imortalidade da alma e a retribuição futura, mas que as ignora, e compara a condição dos vivos com a dos mortos conforme suas concepções a respeito do Sheol. São Jerônimo, que conhecia o valor das obras humanas em ordem a retribuição futura, assinala uma diferença digna de reflexão para os cristãos: ‘os viventes – escreve –, diante do temor da morte, podem realizar boas obras; mas os mortos, no entanto, nada podem fazer […]. Não há para os mortos tempo em que podem merecer e conseguir o prêmio’” (A Bíblia Comentada. Madri: 1960, p. 912-913).
O autor do livro inspirado quer incutir que, uma vez separado do corpo, o espírito já não mais pode realizar obras meritórias. Enquanto os vivos podem mudar de vida e fazer o bem, os mortos já não podem mais modificar sua imutável condição.
Não existe ensinamento materialista na Bíblia. O que existe é a ignorância e as contradições de um blasfemo kardecista.
A manipulação ordinária de José Reis prossegue em relação à doutrina da ressurreição dos falecidos:
“Muitas correntes evangélicas e protestantes pregam que a ressurreição é do corpo, quando, pela Bíblia (1 Coríntios 15: 44 e 50), ela é do espírito e do corpo espiritual (perispírito). Elas são influenciadas pela citação antiga do Credo (símbolo niceno-constantinopolitano) da Igreja. Acontece que a Igreja tem dito hoje: ‘Creio na ressurreição dos mortos’, não mais, pois, da carne. E que os mortos vão ressuscitar, vão mesmo! Inclusive, eles ressurgem ou ressuscitam também quando seus espíritos reencarnam, pois, na reencarnação, a ressurreição é do espírito na carne!” (José Reis Chaves. Pela Bíblia, o que importa é o espírito, pois o corpo é pó, 20/06/2016).
Na concepção kardecista de José Reis, ressurreição não seria o retorno da alma do falecido ao corpo do qual havia se desligado, mas a reencarnação ou retorno do espírito em um novo corpo material. Com efeito, para cada espírito reencarnado teríamos sempre uma nova ressurreição.
Coloquemos em evidência essa substancial distinção:
1. Ressurreição Católica: retorno da alma ao primeiro e único corpo.
2. Ressurreição espírita: retorno da alma em um novo corpo.
A seguir, analisaremos a noção bíblica de ressurreição e se ela concorda com a interpretação do espiritismo.
No Evangelho de São João, apreciamos o seguinte ensinamento de Nosso Senhor Jesus Cristo:
“Não vos maravilheis disso, porque vem a hora em que todos os que se acham nos sepulcros sairão deles ao som de sua voz: os que praticaram o bem irão para a ressurreição da vida, e aqueles que praticaram o mal ressuscitarão para serem condenados.” (S. João, V, XXV III-29).
Nessa inequívoca pregação profética, Cristo nos ensina que haverá a ressureição coletiva de todos os mortos. Seus corpos se levantarão da sepultura para serem premiados ou castigados. Neste sentido, o ensinamento de Cristo concorda com a concepção católica de que ressureição é o retorno da alma para o mesmo corpo do qual se desvinculou.
Em consonância com Cristo, ensina São Paulo Apóstolo:
“Com efeito, se por um homem veio a morte, por um homem vem a ressurreição dos mortos. Assim como em Adão todos morrem, assim em Cristo todos reviverão. Cada qual, porém, em sua ordem: como primícias, Cristo; em seguida, os que forem de Cristo, na ocasião de sua vinda.” (I Coríntios XV, XXI-23).
Desse sermão apostólico temos as três verdades impugnáveis da Religião Católica:
- Ressurreição é reviver ou ter vida novamente.
- Ressurreição é para os mortos e não para os viventes.
- Ressurreição acontecerá na segunda vinda de Cristo.
Dessas verdades conclusivas, entende-se que a ressurreição não deve ser compreendida no sentido de retorno ao planeta Terra, como um simples deslocamento ou mudança de lugar, mas num sentido mais elevado de voltar miraculosamente à vida aquilo que estava morto. Portanto, à luz da Palavra de Deus, ressurreição é um reviver ou readquirir novamente a vida que se perdeu.
Ora, o espírito não morre após separar-se do corpo. Ele permanece sobrevivente à inevitável ruptura. Como poderia então acontecer a ressurreição do espírito que não morreu? Logo a ressurreição é para o corpo que está morto e não para o espirito que é imortal.
Algumas provas concretas corroboram a explicação.
Ressurreição de Lázaro:
“Levantando Jesus os olhos ao alto, disse: Pai, rendo-te graças, porque me ouviste. Eu bem sei que sempre me ouves, mas falo assim por causa do povo que está em roda, para que creiam que tu me enviaste. Depois destas palavras, exclamou em alta voz: Lázaro, vem para fora! E o morto saiu, tendo os pés e as mãos ligados com faixas, e o rosto coberto por um sudário. Ordenou então Jesus: Desligai-o e deixai-o ir. Muitos dos judeus, que tinham vindo a Marta e Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele.” (São João XI, 41-45).
Ao chamado do Divino Mestre, o espírito de Lázaro se une novamente ao corpo que estava sepultado. A carne do defunto volta à vida pelo milagre da ressurreição. Se Cristo fosse adepto do espiritismo, teria consolado a família do falecido com a esperança de uma futura reencarnação. Era, portanto, uma excelente ocasião para confirmar a doutrina kardecista.
Ressurreição de Cristo:
“Mas o anjo disse às mulheres: Não temais! Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. Não está aqui: ressuscitou como disse. Vinde e vede o lugar em que ele repousou. Ide depressa e dizei aos discípulos que ele ressuscitou dos mortos. Ele vos precede na Galiléia. Lá o haveis de rever, eu vo-lo disse. Elas se afastaram prontamente do túmulo com certo receio, mas ao mesmo tempo com alegria, e correram a dar a boa nova aos discípulos.” (São Mateus XXVIII, 5-8).
Após três dias no sepulcro, Jesus Cristo ressurge dos mortos. Seu espírito retorna ao corpo que havia sido violentado no martírio do calvário. É a ressurreição da carne ou do corpo que volta a ser animado pela alma imortal.
Novamente, se houvesse a intenção de confirmar a doutrina da metempsicose, o Divino Salvador teria consolado seus apóstolos e familiares de que, apesar da morte na cruz, Ele retornaria numa próxima reencarnação.
Ressurreição dos Justos:
“Jesus de novo lançou um grande brado, e entregou a alma. E eis que o véu do templo se rasgou em duas partes de alto a baixo, a terra tremeu, fenderam-se as rochas. Os sepulcros se abriram e os corpos de muitos justos ressuscitaram. Saindo de suas sepulturas, entraram na Cidade Santa depois da ressurreição de Jesus e apareceram a muitas pessoas.” (São Mateus, XXVII, 50-53).
Nesse relato histórico do evangelista temos uma ressurreição coletiva de corpos sepultados. Os justos ressuscitaram, levantando do túmulo no qual jaziam. Não houve reencarnação ou retorno do espírito a uma nova forma corpórea. É a ressurreição da carne realizada, testemunhada e registrada na Palavra de Deus.
Reencarnação e Ressurreição são doutrinas absolutamente inconciliáveis. Não existem sequer vestígios da doutrina reencarnacionista na pregação de Jesus e de seus Apóstolos. A Igreja, desde a sua fundação, professa a Fé na ressurreição dos corpos que acontecerá no segundo advento de Nosso Senhor.
Essas ressurreições, que antecederam a promessa de Cristo, foram convenientes para demonstrar cabalmente a divindade do Filho de Deus. Portanto, essas ressurreições antecipadas não comprometem a promessa de que no fim dos tempos todos os mortos ressuscitarão para o julgamento universal. Para facilitar a compreensão, basta comparar com um patrão que, mesmo ao garantir o salário mensal ao funcionário, concede, antes disso, alguns benefícios para demonstrar sua misericórdia. Embora tenha antecipado algum auxílio, permanece a promessa do salário ao fim do mês.
Compreendido o Dogma da Ressurreição da Carne, apresentamos três obstáculos inexpugnáveis para a doutrina da reencarnação de José Reis Chaves.
Os saduceus que, a exemplos dos espíritas, não acreditavam na ressurreição, expuseram o seguinte problema para Cristo solucionar:
“Naquele mesmo dia, os saduceus, que negavam a ressurreição, interrogaram-no: Mestre, Moisés disse: Se um homem morrer sem filhos, seu irmão case-se com a sua viúva e dê-lhe assim uma posteridade (Dt 25,5). Ora, havia entre nós sete irmãos. O primeiro casou-se e morreu. Como não tinha filhos, deixou sua mulher ao seu irmão. O mesmo sucedeu ao segundo, depois ao terceiro, até o sétimo. Por sua vez, depois deles todos, morreu também a mulher. Na ressurreição, de qual dos sete será a mulher, uma vez que todos a tiveram? Respondeu-lhes Jesus: Errais, não compreendendo as Escrituras nem o poder de Deus. Na ressurreição, os homens não terão mulheres nem as mulheres, maridos; mas serão como os anjos de Deus no céu.” (São Mateus, XXII, XXIII-30).
À luz dessa explicação de Nosso Senhor, consideremos o sentido excêntrico que o espírita José Reis Chaves atribui à ressurreição da revelação Sagrada.
Lembramos que segundo o kardecista, ressurreição é reencarnação ou retorno do espírito em um novo corpo formado no ventre materno.
Na passagem bíblica supramencionada, Nosso Senhor ensina aos Saduceus – ignorantes como os espíritas – que na ressurreição não haverá vínculos conjugais, os homens não terão mulheres e nem as mulheres terão maridos. Ora, entendendo a ressurreição no sentido de reencarnação, José Reis e seus confrades do espiritismo, devem então entender que uma vez reencarnado o espírito, ele já não mais poderá contrair matrimônio. Serão espíritos reencarnados celibatários. Ora, não existe a doutrina do celibato no espiritismo. Mesmo após a reencarnação, os espíritos continuam perpetuando a espécie através do vínculo matrimonial.
O sentido espírita de ressurreição é frustrante, herético e diametralmente divergente do insofismável sentido da Bíblia Sagrada.
São Paulo Apóstolo também nos fornece munição para exterminar a interpretação claudicante de José Reis Chaves:
“Assim também é a ressurreição dos mortos. Semeado na corrupção, o corpo ressuscita incorruptível” (I Coríntios XV,42).
Aplicando ao sentido “chavista” – que entende ressurreição como o retorno da alma em um novo corpo – nesse ressurgimento ou reencarnação, o corpo do ressurgido deveria ser incorruptível. Porém, o que atestamos é que os corpos permanecem corruptíveis e susceptíveis de putrefação. Logo, a ressurreição se refere não ao retorno da alma a um novo corpo, mas ao reestabelecimento da união do espírito com seu único corpo, do qual um dia se divorciou.
Para desfecho da questão, recordamos que, excetuando alguns casos excepcionais, a ressurreição acontecerá uma única vez por ocasião do retorno glorioso de Nosso Senhor. Sendo assim, haverá apenas um retorno do espírito ao corpo de origem. Entendendo ressurreição no sentido de reencarnação – volta do espírito em um corpo inédito –, deveria então suceder uma única reencarnação, e não sucessivas como sugere a doutrina de Allan Kardec. Ademais, como a ressurreição é da carne do defunto, cada espírito deve possuir apenas um corpo material. Do contrário, na ressurreição, seria impossível uma alma animar diversos corpos que ela “habitou”.
Os textos não permitem outra conclusão: ressurreição bíblica não é compatível com a fábula da reencarnação dos espíritos.
No epílogo do ignorante panfleto reencarnacionista, encontramos um último suspiro ou subterfúgio em favor da religião de Kardec. José Chaves Reis, que insulta Jesus Cristo dizendo ter erros em sua Divina Palavra, recorre a um texto da Bíblia para sustentar o sentido espírita da ressurreição. Ou seja, o incoerente blasfemador pretende provar a reencarnação usando um livro que ele considera repleto de deformações, adulterações e ensinamentos equivocados.
Eis a lógica do espírita José Reis.
Analisemos o texto do Apóstolo:
“… semeado corpo animal, ressuscita corpo espiritual. Se há um corpo animal, também há um espiritual.” (I Coríntios XV, 44).
Desse versículo paulino – que também pode ser um ensinamento equivocado, segundo a superficial sentença de José Reis – deduz o kardecista que a ressurreição é espiritual e não da carne como ensina o conjunto irrefragável dos Livros Sagrados.
Evidentemente que os ensinamentos mais complexos da Bíblia devem ser examinados e compreendidos à luz dos ensinamentos luminosos. Ora, uma quantidade unânime de textos bíblicos ensinam que a ressurreição é do corpo material, e não do espírito. O próprio São Paulo, autor do texto citado por José Reis, ensinou nos versículos precedentes que o corpo é que ressuscitará gloriosamente.
Na verdade, espiritual é uma caraterística do corpo glorioso após a ressurreição. Para compreender, transcrevemos a explicação de São João Crisóstomo:
“Após a ressurreição, não será assim, mas perpetuamente a alma permanece unida à carne dos justos, e estando presente terá o domínio. Algo de semelhante sugere, dizendo: ‘Espiritual’, ou que será mais leve e sutil de sorte que pode até elevar-se no ar; ou antes uma e outra coisa. Se, porém, não crês o que se diz, vê os corpos celestes que são tão esplêndidos e duráveis, e permanecem em condições de não envelhecer, e crê que Deus pode transformar esses seres corruptíveis em incorruptíveis, e muito melhor do que os visíveis” (Homilias sobre a Primeira carta aos Coríntios, III, XV, 40)
A designação espiritual para o corpo ressuscitado significa o perfeito império da alma sobre ele. O corpo estará de tal modo unido e submisso ao espírito, executando suas ordens com prontidão, que corpo e alma parecerão uma só realidade. Por isso esse corpo carnal glorioso, com dotes especiais, é chamado pelo apóstolo de corpo espiritualizado.
Algo semelhante acontece quando acendemos uma lâmpada. Quando está apagada é facilmente perceptível. Mas quando acesa, dependendo da luminosidade, enxergamos apenas o fenômeno da luz, o que nos faz chamar a lâmpada acesa simplesmente de luz. Tamanha união entre lâmpada e luz que as diferenças são atenuadas. O mesmo acontece com o corpo ressuscitado e glorificado.
Desta forma, temos a perfeita harmonia na pregação de São Paulo. Não existe uma ressurreição de um corpo invisível. O que existe é a ressureição da carne que será revestida de dotes sobrenaturais.
O ultimo cartucho de José Reis contra a ressurreição católica não obteve sucesso. Sucumbiu assim como as mentiras e contradições de Allan Kardec.
Mas para a vitória da Igreja ser completa sobre a questão da ressurreição, responderemos também a calúnia de José Reis Chaves contra os teólogos dos primeiros séculos. Como já expusemos a conformidade entre o ensino apostólico e o ensinamento de Cristo, basta-nos demonstrar que os teólogos também conservaram essa concordância.
São Justino Romano (século II):
“Do mesmo modo, por nunca ter visto um morto ressuscitar, a incredulidade agora vos domina. Da mesma forma, como no princípio não teríeis crido que de uma pequena gota nasceriam tais seres e, no entanto, os vêdes nascidos, assim também considerai que não é impossível que os corpos humanos, depois de dissolvidos e espalhados como sementes na terra, ressuscitem a seu tempo, por ordem de Deus e se revistam da incorruptibilidade” (Apologia I, IX, 3-4).
Perfeita harmonia com Cristo e seus Apóstolos.
Santo Irineu de Lyon (século II):
“Com efeito, a Igreja espalhada pelo mundo inteiro até os confins da terra recebeu dos apóstolos e seus discípulos a fé em um só Deus, Pai onipotente, que fez o céu e a terra, o mar e tudo quanto nele existe; em um só Jesus Cristo, Filho de Deus, encarnado para nossa salvação; e no Espírito Santo que, pelos profetas, anunciou a economia de Deus; e a vinda, o nascimento pela Virgem, a paixão, a ressurreição dos mortos, a ascensão ao céu, em seu corpo, de Jesus Cristo, dileto Senhor nosso; e a sua vinda dos céus na glória do Pai, para recapitular todas as coisas e ressuscitar toda carne do gênero humano” (Livro I, X,1)
Prossegue o santo bispo e teólogo:
“Que as obras de justiça se cumprem nos corpos é evidente. Portanto, ou todas as almas entrarão no lugar do Intermediário e nunca haverá o juízo; ou os corpos que colaboraram na justiça ocuparão eles também o lugar do descanso junto com as almas que participaram da mesma forma nesta justiça, visto que ela é capaz de transferir para este lugar tudo o que participou nela, e a doutrina da ressurreição dos corpos aparecerá com toda a sua força e sua verdade. Esta é a doutrina em que nós cremos: Deus ressuscitará os nossos corpos mortais que guardaram a justiça e os tornará incorruptíveis e imortais” (Livro II, XXIX, 2).
Indiscutível concordância com a Bíblia e com a Igreja Católica.
Enquanto para o espiritismo o corpo é um invólucro descartável, para Deus e para a Igreja o corpo é o Templo do Espírito Santo, e juntamente com a alma, também receberá o prêmio ou o castigo por sua cooperação com as obras temporais.
Orígenes de Alexandria (século III):
“Contudo, não vai parecer fora de propósito retomar aqui em poucas palavras a questão, por causa do andamento das ideias, e sobretudo porque alguns, principalmente entre os hereges, encontram ocasião de escândalo na fé da Igreja, pensando que a nossa fé na ressurreição é estúpida e completamente insensata. No meu entender, deve-se lhes responder deste modo: se eles também reconhecem que há uma ressurreição dos mortos, que nos respondam: o que morre não é o corpo? Então é o corpo que ressuscitará. Diga, depois, se utilizaremos corpos, ou não. Penso que eles não podem recusar a ressurreição do corpo, e que, na ressurreição, nós nos serviremos de corpos, porque o apóstolo Paulo disse: ‘um corpo animal foi semeado, e um corpo espiritual ressuscitará’ (1Cor 15,44). Qual é a consequência? Se é certo que usaremos corpos e que os corpos que caíram são os que se levantarão, segundo a pregação apostólica – pois não se diz propriamente levantar se não daquilo que antes caiu –, não há nenhuma dúvida de que serão esses corpos que se levantarão para nós nos revestirmos com eles na ressurreição” (Tratado sobre os Princípios, Livro II, X).
Fantástica concordância! O teólogo exprime exatamente a reflexão católica sobre a ressurreição dos mortos. É o corpo que morre que ressuscitará.
Assim os primeiros teólogos, longe de errarem, acertaram juntamente com os primeiros apóstolos.
Logo existe uma harmônica união doutrinária entre Cristo, os Apóstolos e os Teólogos.
Não foram eles que ensinaram doutrinas equivocadas.
O erro está no espiritismo e nas blasfêmias do mentiroso José Reis Chaves.
A ressurreição é a Verdade da Bíblia.
A reencarnação é a erva daninha do Diabo.
Fiquemos com Cristo e seus legítimos Apóstolos.
Contra as mentiras e blasfêmias de Allan Kardec e seus incompetentes escudeiros.
Pela Fé!
Pela Verdade Eterna!
In corde Jesu et Mariae!
Eder Silva
19/03/2018
Para citar este texto:
"Considerações sobre as heresias e blasfêmias do kardecista José Reis Chaves"
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/bra/veritas/religiao/kardecista_jrchaves/
Online, 21/12/2024 às 13:13:59h