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O Papa
Como ensinava Dom Bosco: Viva o Papa!
Alberto Zucchi
[caption id="attachment_16030" align="aligncenter" width="565"] "Vai, Francisco, e repara a Minha casa que, como vês, está em ruínas!"[/caption]Como o mundo em geral, especialmente os católicos, fomos surpreendidos pela eleição do Cardeal Bergoglio para a Cátedra de São Pedro. Se nos planos de Bento XVI a renuncia incluía alguma influência sobre o processo de sucessão, parece muito claro que ele tenha fracassado, a não ser que este plano tenha sido profundamente dissimulado.
O Cardeal Bergoglio foi o adversário do Cardeal Ratzinger no último Conclave. Na Arquidiocese de Buenos Aires, segundo soubemos por diversos amigos, o Motu Proprio Summorum Pontificum não foi aplicado da forma como desejou Bento XVI, ou seja, considerando a Missa Antiga como um bem para os fiéis.
É verdade também que o Cardeal Bergoglio, agora o Papa Francisco I, é um grande crítico do governo socialista dos “Kirchners”. A atual presidente recusou-se a recebê-lo por algumas vezes. Um dos pontos de maior atrito com o atual governo foi a “legalização” de uniões que a Igreja, de acordo com o ensinamento de Nosso Senhor Jesus Cristo e a Lei Natural jamais poderá considerar como um casamento.
A escolha do nome de Francisco lembrando ao Santo de Assis tem sido apresentada pela imprensa como sendo uma menção especial à proteção da natureza, mas a obra deste grande santo foi sobretudo a restauração da Igreja em um tempo de grande corrupção e heresia. Nosso Senhor pediu a São Francisco “restaura minha Igreja”.
Também não se pode esquecer que, sendo o Papa um jesuíta, Francisco também é o nome de um grande santo da Companhia de Jesus que foi o maior missionário da História da Igreja.
Tudo isto é uma grande esperança.
Entretanto, algumas das primeiras palavras e gestos do novo Papa foram preocupantes.
Assim como João XXIII ele mencionou os “homens de boa vontade”, estes mesmos homens que tiveram tanta influência no Concílio Vaticano II, o qual levou a Igreja à situação calamitosa de hoje, admitida até pelos liberais mais fervorosos.
Ele pediu para que a multidão rezasse para que Deus o abençoasse, permanecendo alguns segundos em silêncio, antes de ele mesmo dar a sua benção à multidão. Esse gesto pode ser interpretado como humildade, mas bem pode causar confusão entre a sua benção, que tem o poder papal, ou seja, o poder do representante de Nosso Senhor Jesus Cristo, e a ação dos leigos, que constitui apenas uma súplica pela proteção divina. Semelhante confusão, que causa tanto mal à fé, existe em relação à participação do padre e dos leigos na Missa Nova.
A imprensa ressalta nele sua preocupação com a “justiça social”. Expressão dúbia tão frequentemente utilizada para justificar a luta de classes. Melhor será se o Papa for conhecido por sua caridade.
Creio, mais do que nunca, ser oportuno reproduzir um trecho do artigo do Professor Orlando que demonstra de forma clara como deve ser nossa posição neste momento:
“Em tempos de crise religiosa e eclesiástica - principalmente quando ela atinge as mais altas autoridades da Igreja - é normal aparecerem duas tentações opostas.
A primeira - e a mais grave - é a de revolta contra a autoridade do Papa, que pode levar ao cisma e à heresia.
A segunda - mais sutil - é a de, por respeito à autoridade, aceitar em silêncio os erros, ou fechar os olhos para os pecados de escândalo em que a autoridade possa a vir a incorrer.
Para ilustrar o que dizemos, convém lembrar como agiu S. João Bosco no início do pontificado de Pio IX. Como se sabe, o Papa do incomparável Syllabus, o Papa da Imaculada Conceição, o Papa que proclamou o dogma da Infalibilidade Pontifícia teve, no início de seu pontificado, atitudes que muito favoreceram os liberais. Ele anistiou os terroristas e carbonários presos nos Estados da Igreja, deu uma constituição liberal para esses Estados, nomeou um primeiro ministro liberal; enfim ajudou tanto os revolucionários que Roma se tornou o refúgio de anarquistas, carbonários e revolucionários de todas as gamas e de todos os tipos. Por isso, a Maçonaria fazia gritar pelas ruas das cidades italianas e por todo o mundo: "Viva Pio IX !".
São João Bosco, que vivia então em Turim, ordenou a seus alunos que jamais gritassem "Viva Pio IX" e sim "Viva o Papa !" . Com isso, D. Bosco desfazia a manobra carbonária. Devemos gritar sempre "Viva o Papa", pouco importando o nome daquele que está no trono de Pedro. Seja ele santo ou pecador, devemos manter ao Papa, "doce Cristo na terra", como dizia Santa Catarina de Siena, nossa devoção filial e nossa fidelidade a tudo o que ele ensina, como legítimo sucessor de Pedro e com o poder das chaves.
Hoje a compreensão desses princípios é muito necessária, pois somos ameaçados por dois erros opostos com relação ao Papa: o sedevacantismo e o infalibilismo universal”.
Resta lembrar que minhas esperanças e, sobretudo, minhas previsões sobre o resultado do Conclave não se confirmaram. Errei em praticamente tudo! O que de nenhum modo é surpreendente. Acertei apenas em um pequeno ponto que foi objeto de meu último artigo
“Os caminhos da Providência são realmente inesperados…”
Ao final das suas palavras aos presentes na Praça de São Pedro, o Papa disse que rezará para que Nossa Senhora proteja seu pontificado. Sem dúvida o Papa precisará de muitas forças para restaurar a Igreja como pediu Nosso Senhor a São Francisco. Unamos nossas orações as do Papa. No momento é o que devemos e o que é possível.
Para citar este texto:
"Como ensinava Dom Bosco: Viva o Papa!"
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/bra/veritas/papa/vai-francisco-e-repara-a-minha-casa-que-como-ves-esta-em-ruinas/
Online, 25/11/2024 às 06:13:39h