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O Papa
A morte do Papa João Paulo II e o próximo conclave
Orlando Fedeli
Todo o mundo acompanhou consternado a lenta agonia do Papa João Paulo II. Sua determinação em manter-se em seu santo encargo de Vigário de Cristo, apesar de todos os seus sofrimentos, mereceu a admiração de todos. Exceto o de alguns como o Cardeal Dom Arns e o Cardeal Daneels, ou o herege Hans Kung, que sem nenhuma caridade e sequer respeito a um homem em doença mortal, praticamente exigiam a sua renúncia imediata do papado.
Se estivessem no Calvário quando da morte de Jesus Cristo, homens assim seriam capazes de pedir a Cristo que descesse da Cruz.
Mas, excetuando-se esses modernistas, todos prestaram homenagem a tanta coragem e tanta dedicação como as que patenteou o falecido Pontífice.
Karol Wojtyla foi um homem dotado de grandes qualidades. Homem de grande capacidade de expressão, poliglota extraordinário, mais do que falar dezenas de línguas, ele sabia falar aos corações, arrastando multidões entusiastas após de si. Prova disto são as declarações e comentários universalmente laudatórios que encheram a mídia. Não houve quem não acompanhasse com estima, respeito e mesmo com amor a agonia e a morte desse Papa. Poucos Papas causaram tão grande admiração como ele.
A Associação Cultural Montfort, constituída por católicos praticantes, se une a todos os fiéis católicos do mundo para prestar homenagem filial ao Papa João Paulo II, rogando a Deus Nosso Senhor que o receba na glória celestial, tendo piedade de sua alma.
Nós tivemos a graça de estar pessoalmente com o Papa João Paulo II em sua última audiência, quando tivemos a ocasião de lhe prestar nossa fiel e filial vassalagem de católicos apostólicos romanos.
Em meio às loas praticamente universais à pessoa do Papa João Paulo II, há que lamentar a manifestação de um Bispo da Teologia da Libertação – Dom Mauro Morelli – que, dando uma entrevista logo após o falecimento do Papa, não conteve seu ressentimento pelo fato de João Paulo II ter ordenado que comunicassem a ele, estar dispensado de seu encargo episcopal, imediatamente ao fazer ele 75 anos.
Esta é outra prova do papel extraordinário que o Papa João Paulo II exerceu em seu longo pontificado: ele suscitou admiradores ardorosos e ódios profundos.
Normalmente, comentaristas distinguem no Pontificado tão longo do Papa João Paulo II dois aspectos contrastantes: o que eles chamam de aspecto político e o aspecto moral. Diz a Mídia que Karol Wojtyla foi politicamente “aberto” e moralmente foi “conservador” e retrógrado.
No aspecto político, em geral a mídia elogia a colaboração de João Paulo II com Reagan na queda dos regimes comunistas, e o ecumenismo do papa.
No campo moral, a mídia critica o Papa João Paulo II por manter as posições de sempre da Igreja Católica contra o aborto, contra os métodos anti conceptivos de todo tipo, contra o homossexualismo, contra a ordenação de mulheres, assim como a sua defesa do celibato sacerdotal.
Muitos membros do clero criticam no Papa João Paulo II a defesa da Missa como sacrifício do calvário, a condenação dos abusos hoje existentes que levam a profanações escandalosas do Santíssimo Sacramento. Recusam a declaração Dominus Jesus, a encíclica Ecclesia de Eucharistia e o decreto Redemptionis Sacramentum.
Essa divisão de comentários na consideração do pontificado de João Paulo II reflete a profunda divisão existente hoje, no Episcopado e no Colégio Cardinalício que vai eleger, agora, o sucessor de João Paulo II.
Já escolher um sucessor de um papa de tanto valor humano como Karol Wojtyla seria uma tarefa árdua. Poucos estão á altura de sua personalidade e de seu valor humano. Que dirá encontrar um substituto que saiba se impor às duas alas em que se divide, hoje, infelizmente, o Episcopado?
Como conciliar as duas alas conciliares: a que quer seguir o “espírito” do Concílio Vaticano II, radicalizando suas decisões e seu pensamento modernista, a ala conciliar que pretende seguir a letra do Concílio Vaticano II?
O ecumenismo gerou a divisão até no Colégio dos Cardeais.
Nesta hora de dor e de aflição pela Igreja que está sepultando um grande líder que exerceu o Pontificado com tantas qualidades extraordinárias, na hora em que a dor pela morte corajosa de João Paulo II comove todos os corações católicos, aponta no fundo da alma dos católicos uma nuvem ameaçadora: que acontecerá no próximo Conclave que se anuncia como o mais dramático jamais ocorrido na História?
Rezando pela alma do Papa João Paulo II, para que Deus o receba em sua misericórdia infinita, rezamos aflitos pela Igreja, hoje, sem Papa, para que tenha logo mais um Santo Pontífice que, como profetizou o Terceiro Segredo de Fátima e como predisse Dom Bosco, reconduza a Igreja para as colunas da sagrada Hóstia e para a coluna da Virgem Maria , os dois sustentáculos da Fé.
Rezemos, enquanto isso, pelo Papa João Paulo II, para que Deus o tenha em sua glória. Rezemos pelo futuro Papa e pela Igreja, para que Deus a conserve e a santifique sempre mais, que a conserve na unidade dando-lhe vitória sobre as heresias e sobre todos os hereges.
Viva o Papa!
Viva a Santa Igreja Católica Apostólica Romana!
Para citar este texto:
"A morte do Papa João Paulo II e o próximo conclave"
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/bra/veritas/papa/morte_papa/
Online, 22/11/2024 às 06:47:41h