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Padre Joãozinho serpenteando entre texto e contexto
Orlando Fedeli
“Raça de víboras, quem vos ensinou a escapar da ira de Deus” (São Mateus,III,7).
Padre Joãozinho, scj., meteu-se a defender seu colega de heresia, o Padre galã Fábio de Melo, que escreveu, num livreco, frases escandalosas contra a presença real de Cristo na Eucaristia. O Padre Fábio de Melo, famoso por suas atitudes escandalosas, estendia a presença eucarística muito além da presença de Cristo na hóstia consagrada. Defendia uma “expansão” da presença real de Cristo ao fiel comum, à comunidade paroquial, à Sagrada Escritura, etc. desvalorizando a presença de Cristo no Santíssimo Sacramento do altar.
Pego em flagrantes erros teológicos gravíssimos, padre Fábio pediu socorro a seu colega, Padre Joãozinho. Ambos repetiram a defesa das teses eucarísticas heterodoxas, afirmadas pelo padre cantor mais especializado em xampus do que em Teologia. Depois, quando a Montfort os atacou, por suas teses heterodoxas, Padre Joãozinho acabou abandonando a defesa de Padre Fábio de Melo, porque este se enterrara no erro ao dizer que na Eucaristia permaneciam várias substâncias: a do pão e a do vinho, assim como a de Cristo.
Eram muitas substâncias numa heresia só.
“Valentemente”, Padre Joãozinho acabou por dizer: “Padre Fábio que escreveu o livro. Ele que se defenda”. Primeira vergonha.
O livro aludido era uma obra ridícula, feita pelo padre galã, em parceria com Gabriel Chalita.
Na Sequência da polêmica, Padre Joãozinho enveredou por uma auto-defesa do que dissera de errado, apelando a texto e contexto.
Assim como, “la mala striscia”, a serpente serpenteia, “tra l’erba ed i fior” (Dante, Purgatório), assim todo herege, pego em heresia, clara ou velada, escorrega, serpenteando entre texto e contexto.
Padre Joãozinho apela que foi mal entendido, porque não se teria levado em conta o contexto em que defendeu uma tese heterodoxa. Então, como “la mala striscia’’, Padre Joãozinho serpenteia entre sofismas e besteiras metafísicas, entre desculpas esfarrapadas e arapucas para incautos. Segunda vergonha.
Já São Pio X, na encíclica Pascendi, alertara que os modernistas não temem se contradizer, defendendo numa página o que haviam negado noutra. Padre Joãozinho não precisa de duas páginas para se contradizer. Ele o faz em dois parágrafos. Por vezes, em duas linhas apenas. Acusado de erro ou de contradição, para não renegar a heresia que defendeu, ou para não reconhecer que errou, ele pede socorro a um contexto, que nada muda em seu texto.
Não obtendo êxito, esse padre em diminutivo enveredou atrevidamente pelo cipoal de sua filosofia mal digerida e embaralhada, confundindo matéria e acidente, hilemorfismo com Epistemologia, substância com não se sabe o quê. Um caos metafísico de um Padre que assina arvorando seu título de Doutor… Terceira vergonha.
Agora descobriu ele uma nova saída: afirmar que se alguém crê que, ao comungar, como e bebe o Corpo e o Sangue de Cristo, isso seria antropofagia.
Afirma ele, engarrafando as palavras, que Cristo está VERDADEIRAMENTE presente na hóstia consagrada-- (Deus seja louvado!!!Uma verdade em texto de padre Joãozinho!)—mas que Jesus está presente na hóstia, “em sentido bíblico”.
Que quer dizer isso?
Ora, lembra Padre João, que na Bíblia, sangue significa vida. Então, ao receber a sagrada hóstia, o fiel receberia apenas “vida”, e não propriamente o Corpo e o Sangue de Cristo, porque isso seria “antropofagia”. Veremos isso mais a fundo, um pouco mais adiante.
Eis alguns textos desse Padre herege:
padrejoaozinho on agosto 18th, 2009
“Joel
“Se você ouviu com atenção o discurso todo em seu contexto, cheguei a dar um exemplo bastante claro. Jesus não nos deixou, na Eucaristia, um pedaço de seu carne. Ao comungarmos, por exemplo, não estamos nos alimentando de um dedo, ou de um braço de Jesus. Não é este o sentido do Sacramento. Comemos sua carne e bebemos o seu sangue VERDADEIRAMENTE. Não é mais pão. Não é mais vinho. Porém, permanecem os acidentes. Se tomar dois litros do sangue de Cristo, vai ficar alcoolizado. Minha afirmação teria sido mais clara se tivesse dito que comer a carne de Cristo na Eucaristia significa participar do seu Corpo Místico. Não é antropofagia, como já ficou claro em nossos debates. É um banquete místico. É memorial do sacrifício de Cristo na Cruz. É comer e beber a nossa salvação!”
http://blog.cancaonova.com/padrejoaozinho/
(padrejoaozinho on agosto 18th, 2009. Os destaques são da Montfort).
Atendamos pois, a Padre Joãozinho, examinando o texto dele, em seu contexto:
No texto, desta vez , ele afirmou uma verdade católica: “Comemos sua carne e bebemos o seu sangue VERDADEIRAMENTE. Não é mais pão. Não é mais vinho. Porém, permanecem os acidentes”.
Até aí, tudo bem.
Passemos ao contexto. E aí, ao pretender esclarecer o que escreveu, tudo fica muito mal.
O contexto ficou pior que o texto:
“Minha afirmação teria sido mais clara se tivesse dito que comer a carne de Cristo na Eucaristia significa participar do seu Corpo Místico. Não é antropofagia, como já ficou claro em nossos debates. É um banquete místico. É memorial do sacrifício de Cristo na Cruz. É comer e beber a nossa salvação!”.
Então, comungar seria mais participar do Corpo Místico do que comer o Corpo de Cristo?
O contexto -- que seria para melhorar o texto -- só o piorou, pois negou o que o texto afirmara corretamente.
E depois diz que comungar é “comer a nossa salvação”.
Ora, obter a salvação é o efeito do comer a carne de Cristo.
De novo, o contexto que devia esclarecer piorou obscurecendo o que fora dito corretamente no texto.
Noutro texto de seu blog, escreveu Padre Joãozinho:
“Um dos comentaristas deste BLOG se deu ao cuidado de transcrever minhas palavras na TV e faz uma pergunta invertida:
—Pera aí, eu falei, você está bebendo… está bebendo vinho materialmente. Substancialmente você está se alimentando do sangue de Cristo. Sangue na Bíblia significa vida. (…) A pessoa confundiu transubstanciação com transmaterialização. Tanto que, lá naquele milagre eucarístico de Lanciano, na Itália, no norte da Itália, o corpo e o sangue de Cristo viraram carne e sangue. É um milagre eucarístico, está até hoje preservado lá. Só que a Igreja não preserva mais no sacrário, e ninguém poderia comungar aquilo. A Igreja tem consciência de que aquilo não é mais Eucaristia. Opa! Não é Eucaristia, por quê? Porque não é mais pão e vinho. Agora é carne e sangue. Nós não somos antropófagos. A Eucaristia não é antropofagia. Não é comer carne e beber sangue.”. (Pe. Joãozinho. Os destaques são da Montfort).
Analisemos esse texto com seu contexto.
Para Padre Joãozinho, ao se beber o que há no cálice após a consagração, se tomaria a matéria do vinho, pois ele diz, em seu texto:” —Pera aí, eu falei, você está bebendo… está bebendo vinho materialmente”.
Se após a consagração, no Cálice, materialmente se está bebendo vinho, Padre Joãozinho negou que, com a Consagração, tenha-se dado a transubstanciação.
Pela transubstanciação, toda a substância do vinho se torna a substância do Sangue de Cristo. A substância de um ser corpóreo inclui sua matéria e sua forma substancial. Se a matéria do vinho continua a existir no cálice, após a transubstanciação, então não existiria no Cálice o Sangue de Cristo. Padre Joãozinho negou a transubstanciação. E isso é heresia clara.
Se uma pessoa ignorante dissesse isso, a heresia seria apenas material, mas não formal.
Mas acontece que Padre Joãozinho é Doutor em Teologia. Portanto, não pode alegar ignorância. (Embora ele se manifeste completamente ignorante em Teologia e em Filosofia).
Ele poderia salvar-se ainda, se voltasse atrás, repelindo o erro que afirmara. Porém, advertido, ele insiste na defesa da sua heresia. E essa insistência o levará a ser, caso não volte atrás, herege contumaz.
Prossigamos na análise do texto citado do Padre Joãozinho, vendo o contexto.
Logo na frase seguinte, diz esse padre ignorante de Filosofia e de Teologia, mas herege em suas afirmações:
“Substancialmente, você está se alimentando do sangue de Cristo”.
Aparentemente, essa frase diz o que é certo. Mas ligada ao contexto -– à frase anterior —, ele cai em erro grave, porque ele havia dito textualmente que, “materialmente”, se toma vinho, e, na frase seguinte (no mesmo contexto), ele afirma que “substancialmente” se toma o Sangue de Cristo.
Ora, se materialmente, continua a haver vinho, no cálice, após a Consagração -- como a substância de um ser corpóreo inclui necessariamente a matéria e a forma substancial dele --, fica confirmado o erro do Padre, negador da transubstanciação.
Quando se toma o que há no cálice, após a Consagração, se bebe sacramentalmente o Sangue de Cristo, e virtualmente se recebe Cristo inteiro, com seu Corpo Sangue, Alma e Divindade.
A frase seguinte de Padre Joãozinho — continuando no contexto — confirma que ele nega a transubstanciação, pois que mantém sua idéia caolha de que a transubstanciação não produziria uma mudança da matéria, pois escreveu ele, hereticamente:
“A pessoa confundiu transubstanciação com transmaterialização”.
Vemos, nessa frase do contexto, que Padre Joãozinho, arrotando sua doutoral metafísica joãozinesquinha, que ele confirma sua convicção absurda de que a substância de um ser corpóreo não incluiria a matéria dele. Padre Joãozinho confirma, no contexto, que a transubstanciação não mudaria a matéria do vinho na matéria do Sangue de Cristo, pois, para ele, “transubstanciação” não se deve confundir com “transmaterialização”.
Portanto, no cálice consagrado não estaria materialmente o Sangue de Cristo. E essa afirmação, de novo, é herética.
Padre Joãozinho nada sabe dessas distinções metafísicas. Seu Doutorado foi em diminutivo e bolostroquento.
A seguir, passando ele para um contexto exegético, ele cai noutro erro contra a fé, ao escrever:
“Sangue na Bíblia significa vida”.
E essa frase, posta em seu contexto, deixa claro que Padre Joãozinho nega que, ao receber o que há no cálice consagrado, o fiel esteja recebendo, realmente, o Sangue de Cristo, pois – afirma o padre -- “sangue, na Bíblia, significa vida”. Tomar-se-ia “vida” e não sangue de Cristo.
De novo o texto, examinado junto com o contexto, nega a transubstanciação.
Padre Joãozinho afirma heresias.
E todos esse erros são confirmados pelas frases finais do texto citado, que estamos focalizando:
“A Eucaristia não é antropofagia. Não é comer carne e beber sangue.”
Que heresia grosseira! Que brutal expressão de ignorância! Que negação descarada do que está nos evangelhos!
Pois foi o próprio Jesus quem nos disse solenemente:
“Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós” (São João, VI, 54)
“O que come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia” (São João, VI, 55).
“Porque a minha carne é verdadeiramente comida e meu sangue é verdadeiramente bebida.” (São João, VI, 56)
Para Padre Joãozinho, Cristo, dizendo isso, estaria mandando praticar a antropofagia.
E como o que Jesus ensinou nessas frases do Evangelho coincide com o que a Montfort tem defendido, e que lhe vale tanto ódio!
Vai ver que Padre Joãozinho vai acusar Jesus de ser da Montfort.
Deus tenha piedade de suas ovelhas!
Pois que, com pastores como Padre Joãozinho e Padre Fábio de Melo, elas estão entregues a lobos e serpentes. Perdidas no cipoal dos textos. E heretizadas no matagal dos contextos.
Intoxicadas pelo bafo de fel de um mau pastor. Envenenadas pelo xampu escandaloso de um padre galã.
Ambos hereges.
São Paulo, 20 de Agosto de 2009.
Orlando FedeliPara citar este texto:
"Padre Joãozinho serpenteando entre texto e contexto"
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/bra/veritas/igreja/texto_contexto/
Online, 21/11/2024 às 08:51:32h