Igreja

“Santa” Carona: uma defesa desgovernada da Protestante Renovação Carismática
Eder Moreira | Alberto Zucchi

Das profundezas do youtube, uma perigosa Carona que, pela estrada torta do Vaticano II, pretende conduzir para o precipício da Renovação Carismática. O condutor da Carona desgovernada, frequentemente derrapa em questões doutrinárias, e até morais, iludindo seus passageiros com uma perigosa Carona aggiornata.

Embriagado pelo liberalismo conciliar, assegura – a “Santa” Carona – que não foi a Montfort, e tampouco o tradicionalismo, que salvou o Brasil da Teologia da Libertação. De acordo com a Carona desorientada, a Renovação Carismática seria a grande responsável por esse bem “indiscutível”.

https://www.instagram.com/reel/DGx-YsWMV-V/?igsh=bXAxMnp6MGhqNDNs

Em síntese, a Carona argumenta que a RCC é de Deus porque fez um grande bem: livrou o Brasil do grande mal da Teologia da Escravidão.

Aplicando esse mesmo princípio, poderíamos dizer que as democracias liberais são excelentes, pois salvaram o mundo – na segunda guerra mundial – de uma ditadura nazi-socialista. 

Seria bom o liberalismo porque, circunstancialmente, livrou nações do comunismo? 

No tempo de Cristo existiram dois partidos: dos saduceus e dos fariseus. O primeiro era a teologia da libertação de Jerusalém. Materialista, não acreditava na vida após a morte, em anjos e muito menos na ressurreição. O segundo, dos fariseus, eram os espiritualistas: seguiam a tradição, acreditavam nos anjos, na vida após a morte e na ressureição. Podemos dizer que, de certo modo, o movimento dos fariseus ajudou a combater o erro materialista dos saduceus. Deveria então Cristo ter aprovado o farisaísmo como movimento agradável a Deus, porque preveniu Jerusalém contra a teologia da libertação dos saduceus? Lendo os Evangelhos, vemos que Nosso Senhor não adotou esse critério caduco da “Santa” Carona. Mesmo fazendo oposição ao materialismo dos saduceus, o farisaísmo foi condenado publicamente, sendo considerado, pelo verbo de Deus, um caminho de perdição!  

É claro que algum bem existe na RCC, assim como na Macumba. Até no satanismo existe o bem do monoteísmo, ainda que o único deus adorado seja o Diabo. Não existe mal absoluto. Logo, sempre haverá algum bem no meio dos males. Isso é metafísica. Não é preciso ir muito longe para compreender esse princípio, tampouco uma “Santa” Carona mais desgovernada do que motorista embriagado.

O Papa Leão XIII advertiu contra essa ilusão ecumênica, que sempre procura enxergar o mal positivamente, só porque existe nele algum bem misturado.

Sigamos o Magistério da Igreja:

“Em muitas coisas concordam comigo, e, numas poucas não; mas por causa daquelas poucas coisas em que não estão de acordo comigo, para nada lhes aproveitam as muitas coisas nas quais concordam comigo” (Leão XIII. Satis Cognitum).

A RCC, portanto, ainda que tenha algum bem, continua sendo um câncer que o ecumenismo do Vaticano II transplantou do protestantismo pentecostal.

É claro que na Renovação Carismática, assim como no protestantismo, pode existir pessoas boas, enganadas de boa-fé. Mas isso não prova a catolicidade do movimento carismático. 

A Carona desgovernada ainda admite que “a Renovação Carismática é uma expressão da espiritualidade pentecostal”.

Com base nessa confissão, podemos então dizer, sem eufemismo ecumênico, que a RCC é uma expressão da heresia pentecostal! Ora, o pentecostalismo é uma heresia do protestantismo. Logo, sendo a expressão do pentecostalismo, a RCC é um movimento herético!

Simples como 1+1 = 2.

Assim é a doutrina católica, sem malabarismos!

Mas a “Santa” Carona insiste em levar seus passageiros na contramão da ortodoxia. Prefere os atalhos cheios de buracos heterodoxos. Por isso vive dando trombada em suas viagens pelo modernismo.

Para salvar a RCC, a Carona recorre ao Evangelho de Cristo:

“Pelos seus frutos os conhecereis” (S. Mateus, VII, 16).

E para provar que a e a RCC é uma boa árvore, apresenta o que seria os bons frutos do carismatismo.

A Carona modernista, que pretende salvar a RCC pelos frutos, esquece que Nosso Senhor também asseverou:

“Uma árvore ruim não pode dar bons frutos” (S. Mateus VII, 18).

Ora, a Carona ecumênica, que parece ter problemas de visão, afirmou que a RCC é expressão da heresia pentecostal. Sendo assim, como poderia uma árvore, cuja raiz é herética, dar os bons frutos da verdadeira Igreja?

A “Santa” Carona precisa urgente voltar para a autoescola da Fé.

Para não ficarmos apenas na confissão da “Santa” Carona, vamos respaldá-la com outras confissões insuspeitas de que, a RCC, é um movimento de origem herética-protestante:

“Para muitos parecia incongruente que um movimento associado anteriormente com o protestantismo e o fundamentalismo das classes baixas, pudesse tomar pé em uma universidade católica, identificada com a luz progressiva do Concílio Vaticano” (The National Catholic Reporter, 17 de maio de 1967 in Kevin e Dorothy Renaghan. Católicos Pentecostais. São Paulo: O. S. Boyer, 1972, p. 9).

Os próprios carismáticos concordam que a RCC vem da heresia do protestantismo. Logo, não tem raiz no Catolicismo. Ora, como pode uma árvore herética dar bons frutos? Errou Nosso Senhor?

Mas vamos a outra confissão, proferida por um protestante:

“Afinal, quem imaginaria que um movimento oriundo do avivalismo protestante e vinculado ao pentecostalismo encontraria lugar para se desenvolver na Igreja Católica Romana? Foi a primeira vez na história cristã que um movimento de origem protestante não somente adentrou a Igreja Católica Romana, como também foi recebido e aprovado pelas autoridades eclesiásticas” (Vinson Synan. O século do Espirito Santo. São Paulo: Editora Vida, 2009, p. 288).

Para não deixar dúvidas de que a heresia é a raiz da árvore carismática, citaremos a confissão de um Padre Carismático, que concorda com a sincera confissão da “Santa” Carona: 

“O novo pentecostes, ou melhor, o despertar carismático, como fenômeno de massa, para a renovação da Igreja no clima de Pentecostes, nasceu nos Estados Unidos, e fora da Igreja Católica” (Padre S. Falvo. A Hora do Espírito Santo. São Paulo: Edições Paulinas, 1975, p. 25).

Diante dessas sinceras confissões, só é possível construir um silogismo:

  1. Nenhuma árvore ruim pode dar bom fruto (Palavra de Cristo)
  2. A RCC é uma árvore ruim do protestantismo (Confissão dos Carismáticos)
  3. Logo, a RCC não pode dar bons frutos verdadeiros (Conclusão Lógica)

Um pouco de estudo e a “Santa” Carona talvez não teria derrapado, tão imprudentemente, nas falácias do carismatismo.

Os carismáticos alegam que o pentecostalismo foi uma resposta à Consagração do Século XX ao Espírito Santo. Essa consagração realizada   pelo Papa Leão XIII, teria então suscitado – pela graça de Deus – o movimento pentecostal do qual nasceu a protestante Renovação Carismática.

Esse é o primeiro destino da Nossa Carona Católica, rumo a Origem Blasfema da RCC.

Dizer que a heresia pentecostal – joio do demônio – é um fruto do Espírito Santo, configura uma terrível blasfêmia, nada carismática. Ora, o Santo Espírito não pode ser causa de uma diabólica heresia pentecostal. Deus não pode ser causa da mentira e do pecado contra a Fé.

E que é a própria RCC que ensina essa blasfêmia, provaremos com os próprios livros do movimento:

“Um fato notável: Naquela noite em que o Papa consagrava o século XX à pessoa do Espírito Santo, distante dali – em Topeka (Kansas), nos Estados Unidos, na Escola Bíblica (Betel) de um pastor proveniente do metodismo – Charles Fox Parham – cujos alunos se encontravam em vigília de oração e estudando o livro dos atos dos Apóstolos, uma aluna de nome Agnes Ozman, depois de pedir ao pastor que orasse por ela porque queria receber a benção da efusão do Espírito conforme prometida na Bíblia, orou ‘em línguas’ à maneira como os futuros ‘pentecostais clássicos’ vão entender como seria a evidência do chamado batismo no Espírito Santo” (Reinaldo B. dos Reis. Escutai o Espírito. Porto Alegre: EDITORA RCC Brasil, 2009, p. 22-23).

Eis o livro que a RCC Brasil tem a alegria de publicar para a instrução dos carismáticos.

Uma confissão herética!

Endossada pela RCC.

Como pode um movimento, que se diz de Deus, atribuir ao Espírito Santo o nascimento do pentecostalismo herético?

Pelos frutos se conhece a árvore, bem ressaltou a “Santa” Carona”

Ora, a blasfêmia não vem de Deus. Logo, a RCC não é católica, mas protestante.

Isso não é tudo!

O livro herético – da RCC Brasil – diz mais aos seus leitores carismáticos:

“Em 2006, abril, tive a graça de, em nome do Pontifício Conselho para os Leigos, representar, com mais alguns católicos (do International Charismatic Catholic Renewal Service – o ICCRS), a nossa Igreja no Centenário do Petecostalismo iniciado em Azusa Street, celebrado em Los Angeles, no Centro de Eventos dos Lakers” (Reinaldo B. dos Reis. Escutai o Espírito. Porto Alegre: Editora RCC Brasil, 2009, p. 23).

Não só consideram a heresia pentecostal uma obra do Espírito Santo, como se reúnem para comemorar esse reavivamento herético, iniciado em Azusa Street, pelo herege William Seymour.

Além da Editora RCC Brasil, temos a confissão igualmente blasfema da Patti Mansfield, uma das participantes do retiro de Duquesne que, segundo o carismatismo, marcou o início da Renovação Carismática.  

Cabe lembrar que a RCC endossa e divulga o depoimento da Patti Mansfield.

Dito isso, desçamos ao abismo da RCC.

Que a “Santa” Carona nos acompanhe.

Sem medo da viagem.

Para assim conhecer a verdadeira face da Renovação Carismática:

“Atendendo à sugestão da Irmã Elena, o Papa Leão XIII invocou o Espírito Santo em 1º de janeiro de 1901 – primeiro dia do primeiro ano do século vinte. Ele mesmo cantou o hino ‘veni, Creator Spiritus’ (Vinde, Espírito Criador) em nome da Igreja. Naquele mesmo dia ocorreu um acontecimento na cidade de Topeka, Estado de Kansas, que marcou a revivescência dos poderes e dons do Espírito Santo, num movimento que se estendeu por todo o país e por todo o mundo” (Patti Mansfield. Como um Novo Pentecostes. Rio de Janeiro: edições Louva a Deus, 2003, p.9).

O movimento que nasceu em Topeka, Estado do Kansas, era protestante!

Segundo a RCC, a heresia pentecostal manifestou, pela invocação do Papa, os poderes e dons do Espírito Santo. Deus, então, seria a causa de um movimento herético.

Ora, como poderia o Espírito Santo ser a causa de uma heresia? Como poderia a mentira pentecostal ser algo produzido por Deus? Pode uma árvore ruim dar bons frutos? O Evangelho de Cristo desabona esse delírio dos carismáticos! 

Que os hereges não podem possuir o Espírito, ensina o Papa Leão XIII:

“No corpo humano, ou melhor quando do corpo humano se corta algum membro, uma mão, um dedo, um pé, será que a alma segue o membro cortado? Quando estava unido ao corpo, vivia; cortado, perde a vida. Exatamente assim o homem cristão é católico enquanto vive no corpo (da Igreja), cortado, torna-se herege; ora o espírito não segue um membro amputado”. [S. Agostinho, Sermo 267, n. 4]” (Papa Leão XIII. Satis Cognitum, XI).

Os hereges protestantes são membros amputados da verdadeira Igreja de Cristo. Como então supor que o Espírito Santo se serviu deles, que tanto desprezam a Igreja e Nossa Senhora, para manifestar seu poder e dons sobrenaturais?

Mesmo a Canção Nova, tratando da disposição para receber os dons do Espírito Santo, considera fundamental a devoção mariana, algo que não existe entre os hereges protestantes:

“Uma última disposição, que atrai o Espírito Santo, é o espírito mariano. Sabemos que a Virgem Maria, no Dia de Pentecostes, encontrou-se no meio dos apóstolos. E não duvidamos que, sobretudo, por sua poderosa súplica maternal, o Espírito Divino veio sobre cada um deles. E assim também nós devemos nos unir a ela na espera do Espírito Santo de Deus””

https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/espirito-santo/a-disposicao-para-receber-os-dons-do-espirito/

Então, segundo a Canção Nova, os antimarianos protestantes não tem a disposição para receber o Espírito Santo.

Como então recebem?

Contradições carismáticas!

Prossigamos na Viagem, conhecendo os frutos podres da RCC.

Continua Patti Mansfield, cujas declarações são aplaudidas pelos líderes do carismatismo:

“As onze horas da noite de 1º de janeiro de 1901, uma das estudantes chamada Agnes Ozman pediu ao Reverendo Parham que impusesse as mãos sobre a sua cabeça e orasse para que ela recebesse o Batismo no Espírito Santo. Foi isso, precisamente, o que aconteceu. Agnes começou a falar em línguas e, nos dias subsequentes, outras pessoas presentes, inclusive, o Revdo. Parham passaram pela mesma experiência. Esse evento é, geralmente, considerado como o início histórico do Pentecostalismo” (Patti Mansfield. Como um Novo Pentecostes. Rio de Janeiro: edições Louva a Deus, 2003, p. 9).

A referência carismática – Patti Mansfield – sustenta que uma herege recebeu, das mãos de um outro herege, o Batismo no Espírito Santo. Enquanto o Magistério de Leão XIII ensina que um membro cortado [herege] não recebe o Espírito, o carro desgovernado da RCC declara o contrário, desprezando a Igreja e blasfemando contra o Espirito Santo.

Eis os frutos podres da Renovação Carismática!

Mas a viagem ao mundo tenebroso da RCC ainda não terminou.

Patti Mansfield disse mais:

A experiência do Batismo no Espírito Santo passou a ocorrer entre os episcopalianos, os luteranos, os presbiterianos e outros cristãos que permaneceram em suas igrejas na esperança de poderem trabalhar pela renovação de dentro para fora. Por este motivo não foi nada surpreendente que, em meados da década de 1960, também a Igreja Católica começasse a experimentar os primeiros surtos de Renovação Carismática” (Patti Mansfield. Como um Novo Pentecostes. Rio de Janeiro: Louva a Deus, 2003, p.10).

Deus então presenteou primeiro os hereges com o Batismo no Espirito Santo. Ficaram eles cheios do Espírito, apesar da heresia, do desprezo a Igreja e a Nossa Senhora. É como dizia Lutero: “a santidade do pecado”.

Contra essa união blasfema entre o Espírito Santo e o Pecado, advertiu o Apóstolo São Paulo:

Que união pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunidade entre a luz e as trevas? Que compatibilidade pode haver entre Cristo e Belial? Ou que acordo entre o fiel e o infiel?” (II Cor, 6, 14-15)

Supor uma união entre as Seitas do Diabo e o Espírito Santo é uma escandalosa Blasfêmia “Carismática”.

Bem disse a “Santa” Carona: “Pelos frutos Conhecereis.”.

A Carona continua.

Em direção  aos frutos do desprezo e da imprudência.

De acordo com relatos dos próprios carismáticos, a grande inspiração do movimento não foi um Santo da Igreja, mas o livro herético de um “pastor” chamado David Wilkerson:

“O Livro de Wilkerson foi uma espécie de orientador da doutrina das Escrituras. Durante os próximos dois meses eles compartilharam do livro, leram-no, discutiram-no e oraram sobre ele” (Kevin e Dorothy Ranaghan. Católicos Pentecostais, São Paulo: O. S. Boyer, 1972, p.19-20).

Os fieis carismáticos, que se dizem iluminados pelo Espirito Santo, preferiram seguir um livro de um herege para conhecer a verdadeira doutrina, ao invés de seguir os Papas e os doutores da Igreja.

Isso é, de fato, um carro desgovernado.

Rumo ao precipício do Inferno!

A própria Patti Mansfield, inspiração carismática, considera o livro herético do “pastor” um dos fatores que favoreceu ao Batismo no Espírito Santo:

“Dentre os fatores atuantes que levaram, diretamente, à experiência do Batismo no Espírito Santo, homens como Ralph, Steve e sua rede de amigos de Notre Dame, Duquesne e dos Cursilhos, coube um papel chave a dois despretenciosos livros editados em brochuras. Um deles é ‘A Cruz e o Punhal’, escrito por David Wilkerson.” (Patti Gallangher Mansfield. Como um Novo Pentecostes. Rio de Janeiro: Louva-a-Deus, 2003, p. 13)

Além de confiar num livro herético – imprudentemente – os iluminados da RCC louvam a obra como um dos fatores que levaram ao Espirito Santo. Para o carismatismo já não é mais a verdade que leva para Deus, mas as mentiras pentecostais de um miserável livro protestante!

O carro está mesmo desgovernado!

O que ensina a Igreja sobre livros heréticos?

Vejamos a Moral da Igreja, uma prudente e segura Carona para a Santidade:

“Os livros sujeitos à censura eclesiástica. Que relatam novas aparições, revelações ou milagres. Que combatem ou escarnecem qualquer dogma católico; que defendem erros condenados pela Santa Sé, que desprezam profundamente o culto católico, que visam subverter a disciplina eclesiástica.” (Padre Teodoro da Torre Del Greco, O. F. M. Doutor em Direito Canônico. Teologia Moral. São Paulo: Edições Paulinas, 1959, p. 417).

E qual deveria ser a postura carismática, em relação ao Livro herético do pastor Wilkerson? Ensina o Tratado Moral:

“O direito e o dever de denunciar os livros perigosos incumbe: a) a todos os fieis; b) mais especialmente ao clero” (op. cit., p. 415).

Denunciar, e não elogiar!

Combater o livro herético, e não usá-lo como instrumento de Santidade!

E depois a “Santa” Carona vem dizer que os carismáticos são dóceis às autoridades?

Mais uma derrapada da Carona desgovernada!

A carismática Patti Mansfield, cujas palavras são aprovadas e divulgadas pela RCC, assegura que o nascimento da RCC tem ligação com um encontro de oração, ocorrido na casa de uma presbiteriana:

“Em 1967 foi publicado o livro ‘Diante de um Milagre’, escrito pelo Reverendo Don Basham, no qual ele narra a sua própria experiência com o batismo no Espírito Santo. Nas últimas páginas daquele livro, ele descreve a sua visita a um encontro de oração efetuado na residência de Miss Flo Dodge em North Hills, cidade de Pittsburgh, no dia 20 de janeiro de 1967 [.] Este fato veio a originar, no mês subsequente, o fim de Semana de Duquesne, evento que veio ser o marco inicial da Renovação Carismática na Igreja Católica” (Patti Gallangher Mansfield. Como um Novo Pentecostes. Rio de Janeiro: Louva-a-Deus, 2003, p. 10).

Antes do famoso retiro de Duquesne, católicos foram, deliberadamente, participar de um grupo de oração protestante. Um culto do tipo carismático, liderado pela presbiteriana Miss Flo Dodge. Na ocasião, os católicos receberam a imposição das mãos da herege, no intuito de serem batizados no Espirito Santo.

Que a RCC nasceu nessa imprudente reunião de culto protestante, confirma o Carismático Centro de Estudos Sobre a Rocha de Pedro, com o qual colabora o conservador Padre José Eduardo:

“Conta Patrick Bourgeois que Ralph Keifer e ele continuaram indo à reunião de oração interdenominacional do grupo de Flo, em Chapel Hill, North Hills, durante mais de um mês. Os estudantes, corrobora Patrick, não se comprometeram até um mês depois de que eles haviam estado no grupo de Flo, no dia 20 de janeiro de 1967, onde só Ralph e ele pediram o Batismo no Espírito Santo através da imposição das mãos pela primeira vez. Como se sublinhou, este foi o verdadeiro dia em que nasceu a Renovação Católica, e eles puderam ajudar aos estudantes depois, no famoso fim de semana em The Ark and the Dove (A Arca e a Pomba)”.

https://sobrearochadepedro.wordpress.com/2015/03/31/a-renovacao-no-espirito-santo-as-origens-da-renovacao-etapas/

Agora vejamos o que a Patti Mansfield e a RCC tem a dizer sobre a experiência “católica” em um culto protestante domiciliar:

Sou profundamente grata à Flo Dodge. por me ter provido com o relato documentário que será feito a seguir, referente ao seu grupo de oração (conhecido, posteriormente, como grupo de Oração de Chapell Hill), o qual deu origem a uma tão poderosa atuação do Espírito Santo entre os católicos. Flo, que é presbiteriana, foi legitimamente batizada no Espírito Santo em 1962” (Patti Gallangher Mansfield. Como um Novo Pentecostes. Rio de Janeiro: Louva-a-Deus, 2003, p. 17).

Então, segundo a RCC, os católicos fizeram bem em ir participar de um culto pentecostal protestante, liderado por uma herege presbiteriana. E foi essa experiência – diz a RCC – que deu origem a uma tão poderosa atuação dos Espirito Santo entre os católicos:

“Olhando em retrospecto, ela percebeu como o Senhor estava preparando este grupo de oração [PROTESTANTE] de Chapel Hill para o papel que viria cumprir, trazendo para os católicos o Batismo no Espírito Santo” (Patti Gallangher Mansfield. Como um Novo Pentecostes. Rio de Janeiro: Louva-a-Deus, 2003, p. 18).

Vejamos o que declarou o Santo Ofício sobre a participação de católicos em cultos ou reuniões protestantes:

“É proibida de modo particular a participação em congressos, conferências ou sociedades, com o fim de reunir todos os que se dizem cristãos… Tal proibição vale de modo todo particular para as denominadas conferências ‘ecuménicas’” (Santo Ofício, 8 de Julho de 1927).

Reforçando essa proibição, desprezada pelos “obedientes” carismáticos, ensina o Tratado Moral:

“1. A participação dos católicos nos atos de culto dos acatólicos: a) A participação ativa ‘in sacris’ é absolutamente proibida; aquele que o faz é suspeito de heresia (Cân. 1258 § I. 1316). Tal proibição diz respeito tanto aos atos de culto em si mesmo heréticos, quanto a atos de culto comuns a hereges e católicos” (Padre Teodoro da Torre Del Greco, O. F. M. Doutor em Direito Canônico. Teologia Moral. São Paulo: Edições Paulinas, 1959).

Segundo a Lei da Igreja, é proibido participar do culto dos hereges. Quem assim o faz é suspeito de heresia!

E para a surpresa da “Santa” Carona, a Canção Nova Concorda com essa proibição:

“Portanto um católico não deve ir a grupos de oração ou a cultos protestantes, e muito menos a outros tipos de cultos, ou reuniões de oração que não sejam cristãos” (Padre José Fortea. Blog da Canção Nova.

https://blog.cancaonova.com/livresdetodomal/um-catolico-pode-participar-de-um-culto-protestante/

Logo, o que dissemos, não é má interpretação da Montfort.

Desse modo, podemos dizer que a RCC nasceu de uma gravíssima desobediência (participação em um culto domiciliar protestante).

O movimento nasceu de um ato que é suspeito de heresia!

Ora, que fruto bom pode sair da desobediência?

O espirito da desobediência é o Diabo, e não o Santo!

Não só a Igreja condena essa união carismática com os hereges, conforme ensinou o Papa Pio XI na Encíclica Mortalium Animos, mas os próprios santos da Igreja:

É Necessário ter-se distância e fugir do que se desligou da Igreja, porque é um perverso, um pecador, um condenado voluntário” (São Cipriano. A Unidade da Igreja Católica, XVII).

Também Santo Inácio de Antioquia:

“De fato, existem algumas pessoas que dolosamente costumam levar o nome, mas agem de modo diferente e indignos de Deus; é preciso que eviteis essas pessoas como se fossem feras selvagens” (Santo Inácio de Antioquia. Carta aos Efésios VII)

E o próprio São João, citado pelo Papa Pio XI em sua condenação do Ecumenismo:

“Se alguém chegar a vós, mas não trouxer essa doutrina, não o recebais nas reuniões em vossas casas, tampouco o saudeis” (II São João, 1, 10).

Com o espirito de rebelião, os carismáticos se lixaram para o ensino da Igreja. Como protestantes, seguiram a própria interpretação como mulas autocéfalas.

Eis a origem da Renovação Carismática: protestantismo, desobediência, blasfêmia, Heresia e imprudência!

E vem a “Santa” Carona, com a maior “segurança”, falar dos frutos católicos da RCC? Usando como argumento – por sinal ridículo – a própria opinião pessoal a quantidade de pessoas que frequentam suas reuniões? Sem qualquer base – na realidade – a Carona acredita que foi a renovação carismática que fez a TL minguar, esquecendo a condenação feita pelo Papa João Paulo II, incentivada pelo Cardeal Ratzinguer, futuro Bento XVI.

É muita desorientação de uma Carona desgovernada!

Mas o show de barbeiragem da Carona não acabou!

Os números!

Sim, o estúpido argumento dos números!

Diz a “Santa” Carona:

“A canção nova junta 200 mil jovens no PHN”

O número como prova de ortodoxia!

Pobre Carona!

Desgovernada como a Renovação Carismática.

Uma multidão condenou Jesus Cristo.

O que isso significa?

Que o julgamento de Cristo foi Justo?

Que a maioria tinha razão?

A maioria dos apóstolos abandou Cristo no Calvário.

O que isso significa?

Que devemos abandonar Cristo?

Há seitas protestantes que arrastam multidões.

Isso prova que são obras do Espírito Santo?

Já Santo Atanásio refutou esse delírio da “Santa” Carona:

 “Depois disso, como não sentir compaixão pelos que só medem a força e o poder da Verdade pelo grande número? Esqueceram, portanto, que Nosso Senhor Jesus Cristo não elegeu senão doze discípulos, gentes simples, sem letras, pobres e ignorantes, para opô-los, ao mundo inteiro, e que não lhes deu, como única defesa, senão a confiança Nele?.

Quão admirável é à força da Verdade! Sim, a Verdade é sempre vencedora, ainda que esteja sustentada por um número muito pequeno. Não ter outro recurso senão o grande número, recorrer a ele como a uma muralha contra todos os ataques, e como a uma resposta para todas as dificuldades, é reconhecer a debilidade de sua causa, é convir na impossibilidade em que se está de defender-se, é, numa palavra, reconhecer-se vencido

Que vosso grande número me apresente a Verdade em toda sua pureza e seu brilho, estou disposto a render-me e minha derrota é segura; mas que não me dê como prova e razão nada mais que seu próprio grande número e sua autoridade: é querer causar terror e dar medo, mas de nenhum modo persuadir-me quando dez mil homens se tivessem reunido para fazer-me acreditar em pleno dia que é de noite, para fazer-me aceitar uma moeda de cobre por uma moeda de ouro, para persuadir-me a tomar um veneno descoberto e conhecido por mim, como um alimento útil e conveniente, estaria obrigado por isso a crer-lhes?

Portanto, já que não estou obrigado a acreditar no grande número, que está sujeito ao erro nas coisas puramente terrestres, por que quando se trata dos dogmas da religião e das coisas do céu, estaria eu obrigado a abandonar aos que estão afeiçoados à Tradição de seus Pais, aos que crêem com todos os que foram antes que eles. Por que, digo, estaria eu obrigado a abandoná-los para seguir a uma multidão que não dá nenhuma prova do que afirma? . Não sigais a multidão para fazer mal, nem o juízo te acomodes ao que parece do maior número, se com isso te desvias da verdade

(Fonte: Santo Atanásio. Antologia: A Verdade e o Número, Epístola XXXIX)

Ademais, Cristo também preveniu:

“Larga é a porta e amplo o caminho que leva à perdição, e são MUITOS os que entram por ela” (São Mateus VII, 13).

De que vale o número, “Santa” Carona?

Como dizia o professor Orlando: “Número é um preconceito democrático”.

Preferimos a solidão com a Verdade, do que a companhia de uma multidão que segue, cada vez mais, uma rebelde Carona protestante!

Para finalizar, não podemos deixar de dizer algo sobre os “bons” frutos da RCC e a sua admirável docilidade, segundo a “Santa” Carona.

Então os carismáticos são dóceis?

Estão abertos a ouvir?

Ora, por que não ouvem a voz da tradição que nos ensinou – ininterruptamente – que o xalandrica delirante da RCC é uma invenção protestante, e não o verdadeiro Dom das Línguas? Por que não aceitam, obedientemente, que nunca existiu na história da Igreja um outro Batismo além do Sacramento Instituído por Nosso Senhor? Por que não cessam com o protestante e delirante “repouso no espírito”, sem base na revelação e nos dois mil anos de Tradição? Por que não deixam de transformar o extraordinário em ordinário, para não dizer ridículo, reduzindo os milagres a um quase diário curandeirismo? Por que não acatam docilmente as orientações pastorais da CNBB, que recomendou não utilizar mais a expressão Batismo no Espírito Santo?

E o que dizer das profanadoras Missas de Cura e Libertação, dos bailes no espírito, das musiquinhas sentimentais, das dancinhas sensuais, e das heresias constantes nos livrecos carismáticos, inclusive do finado Jonas Abib?

Como elogiar e recomendar, por exemplo, um movimento como a Missão Belém, que ao cuidar de idosos e drogados, promove a Missa em um galinheiro porque Cristo era pobre, ou no meio da Cracolândia, sem que exista o mínimo respeito que este sacramento exige? (Missão Belém: erros doutrinários e abusos litúrgicos https://www.youtube.com/watch?v=I2jIpL-M6CY)

A verdade é que, de modo geral, existe nos carismáticos uma tendência para não obedecer. Afinal, quem vai dar ouvidos a uma autoridade, quando possui o próprio Espirito Santo in delivery?

Por isso se vê que nem toda Carona é segura.

Nem mesmo aquelas que se dizem “Santa”.

Sigamos a Igreja!

A Verdade de Sempre!

E não os palpites de certas Caronas perigosas e desgovernadas!

In Corde Maria Regina

Eder Moreira

Alberto Luiz Zucchi

 





    Para citar este texto:
"“Santa” Carona: uma defesa desgovernada da Protestante Renovação Carismática"
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/bra/veritas/igreja/santacarona/
Online, 14/03/2025 às 04:51:39h