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Repercussões ao "Presente de Natal inusitado": Mais um levante da Teologia da Libertação contra D. Odilo?
André Roncolato
“Não é nossa intenção aqui repetir os argumentos que demonstram claramente os erros do socialismo e de doutrinas semelhantes. Nosso predecessor, Leão XIII, muito sabiamente já o fez em encíclicas verdadeiramente memoráveis; e Vós, Veneráveis Irmãos, tomareis o maior cuidado para que esses graves preceitos não sejam jamais esquecidos, mas sempre que as circunstâncias o exigirem, eles deverão ser expostos com clareza e inculcados nas associações católicas e congressos, em sermões e na imprensa católica” (Bento XV, Encíclica Ad Beatissimi Apostolorum, 1° de novembro de 1914, n. 13).
Chegaram a nosso conhecimento, através de um amigo, algumas repercussões a respeito do artigo “Presente de Natal inusitado: Mais um levante da Teologia da Libertação contra D. Odilo?”. Foram divulgadas uma nota do “Movimento Quero Nosso Pároco” (MQNP) contra o que escrevemos sobre a associação Conselho de Leigos da Arquidiocese de São Paulo (CLASP) - que não passa de uma espécie agência socialista disfarçada de associação católica - e também uma postagem que, cuja autenticidade seja embora impossível verificar, atribui-se ao compacto Edson G.P.O. Silva.
A confusa nota do MQNP diz em tom vitimado e choraminguento sobre nosso artigo: “o texto ainda falta com a verdade ao dizer que essas ideias são condenadas pela Igreja.”
Em vista de ignorâncias como essa, é sempre bom lembrar o que a Igreja ensina sobre o socialismo e suas ideias, visto que parte considerável dos membros estatutários da CLASP comungam dos princípios da Teologia da Libertação, claramente marxistas, e alguns, inclusive, pertencem ao Partido Socialista:
"Entretanto, embora os socialistas, abusando do próprio Evangelho para enganar mais facilmente os incautos, costumem torcer seu ditame, contudo, há tão grande diferença entre seus perversos dogmas e a puríssima doutrina de Cristo, que não poderia ser maior" (Leão XIII - Quod Apostolici Muneris, 14).
Como vemos, a Igreja é bastante sábia e direta quando expõe a malícia desse socialismo de sacristia o qual, para mentir melhor, usa o próprio Evangelho, torcendo-lhe o sentido e dando uma interpretação diametralmente contrária à própria doutrina da Igreja. Ou seja, atrás daquele ar de “coitadinhos incompreendidos” e de um discurso pseudoevangélico está um método sistemático para enganar católicos ingênuos, cooptando-os com a finalidade de perpetrar uma revolução desde dentro na Igreja.
Isso deixa claro o senhor Edson na sua postagem bem mal-educada para com a Autoridade Episcopal:
“Está na hora de darmos passos e enfrentar o modelo de Igreja marcada pelo centralismo, carreirismo, autoritarismo, clericalismo, bem típico das ações de dom Odílio na Arquidiocese de São Paulo. O que se ouve ou até se observa não passa de meramente encenação. Não se dá passos efetivos para a conversão pastoral e paroquial. (...) Não dá mais para acreditar neste modelo de Igreja é preciso renovar tudo. E o laicato organizado, consciente e participativo fará a grande diferença.”
Do mesmo modo, o abaixo assinado feito por ele - e respaldado por ridículas 329 assinaturas - conclama:
“... sejamos solidários e revolucionários!”
Será que ainda resta alguma dúvida com relação à natureza e intenções de um movimento e um Conselho que quer a revolução na Igreja ou, mais precisamente, que o barbudo Baal marxista e laicistóide se assente no trono de Deus?
Não está bem claro aquilo que pretende essa gente que bebe na fonte podre do socialismo, diversas vezes condenado pela Igreja?
O “Papa Bom” João XXIII, através do Santo Ofício, excomungou não só aqueles que professam as ideias comunistas (aqui se pode entender socialistas ou marxistas) mas igualmente aqueles que apenas apoiam ou votam nesses partidos. Imagine quem se filia formalmente a eles....
Santo Oficio 28/06/49 - Excomunhão aqueles que professam a doutrina comunista, ateia e materialista
João XXIII – 25/03/59 - Excomunhão para aqueles que votam no partido comunista ou partidos que apoiem o partido comunista
Essas excomunhões continuam bem válidas ainda hoje. E elas mostram claramente a incompatibilidade da doutrina de Nosso Senhor com as ideias revolucionárias do marxismo e, por conseguinte, da Teologia da Libertação.
Evidentemente, ao se opor à hierarquia enquanto tal e ao admitir as ideias condenadas pelos Papas, o MQNP e o CLASP se opõem diretamente a Cristo, já que foi Ele que estabeleceu a Igreja. E se assim se dá, eles tornam-se materialmente protestantes, rebeldes e indóceis contra o Evangelho, que hipocritamente dizem seguir.
Outra esperteza bem falsa do CLASP é tentar colocar o governo de D. Odilo contra o Papa Francisco. Como se o Papa Francisco fosse TL de carteirinha vermelha. Diz Edson em sua postagem:
“Compare as cartas pastorais de Dom Odilo com o ultimo documento do Papa Francisco ou suas homilias e verá que tem um grande buraco!”
É claro que Edson não se dá ao trabalho de fazer a comparação, já que espera que seus leitores só conheçam o que diz o Papa pelas TVs e pelos jornais anticatólicos de grande circulação.
Leia-se, entretanto, esse trecho do Papa Francisco:
“A humildade que nos torna cada dia conscientes de que não somos nós que construímos o Reino de Deus, mas é sempre a graça do Senhor que age em nós; a humildade que nos impele a dedicar-nos inteiramente não ao serviço de nós mesmos ou das nossas ideias, mas ao serviço de Cristo e da Igreja, como vasos de barro, frágeis, inadequados e insuficientes, mas nos quais há um tesouro imenso que trazemos e comunicamos (HOMILIA DO PAPA FRANCISCO NO DIA DA MEMÓRIA DE SANTO INÁCIO DE LOYOLA - Igreja do Santíssimo Nome de Jesus, Roma Quarta-feira, 31 de Julho de 2013)”
Pode ser mais direto o Papa contra a Teologia da Libertação e seus serviçais marxistóides? Pois Francisco ensina que não são os homens que constroem - revolucionariamente - o Reino de Deus, mas é a própria graça que age. E que não se deve dedicar-se às próprias ideias - como faz o CLASP exigindo a revolução - mas se submeter à Igreja e portanto a Cristo!
É preciso lembrar, além do mais, o ainda Cardeal Bergoglio foi duramente perseguido pela esquerda eclesiástica, inclusive a brasileira, principalmente por seus próprios irmãos jesuítas, grande parte dominados por ideias da TL. A Unisinos, faculdade administrada por jesuítas no Brasil, publicou um artigo violentíssimo contra o Papa Francisco, na época Cardeal, chamado “Operação Conclave de Bergoglio”, a fim de sabotar a eleição papal de Francisco. Um padre jesuíta, bem liberal, em um “Café Filosófico” aqui em São Paulo, confessou que quando Francisco foi eleito ele nem dormiu de preocupação.
Esse é o “carinho” que a esquerda católica brasileira tem pelo Papa Francisco. A mesma que agora age com uma hipocrisia especiosa, para melhor enganar, inventado uma imagem do Papa que não existe, para mentirosamente colocar o governo episcopal de São Paulo em contraposição a um suposto estilo TL do Papa. Nada mais falso.
Claro que essa gente desejaria que o Papa Francisco fosse assim. E numa última tentativa desesperada da TL em sair de seu sarcófago no museu e fazer triunfar na Igreja os princípios de Marx, caricaturam o verdadeiro Francisco, apoiados pela mídia que sabe as vantagens que tirará disso.
Nada mais delirante.
Assim, não nos deixemos seduzir, pelo tom de vítimas do MQNP e CLASP e pelas suas afirmações açucaradas de que só querem o bem da Igreja e do “povo”.
São Pio X, ao condenar outro movimento marxista - o Sillon - dizia: “Uma construção puramente verbal e quimérica, em que se verão coruscar promiscuamente, e numa confusão sedutora, as palavras liberdade, justiça, fraternidade e amor, igualdade e exaltação humana, e tudo baseado numa dignidade humana mal compreendida.” (NOTRE CHARGE APOSTOLIQUE)
André Roncolato SianoMovimento Quero Nosso Pároco
há 11 horas Irmãos, lamentamos o texto ideológico e político publicado pelo biólogo André Roncolato Siano na internet. 1- Somos um movimento que discute o “espírito”, não o “pão”. Clamamos para que quem afirma ser nosso pastor, o arcebispo de São Paulo Dom Odilo Scherer, ouça seu rebanho, os fiéis do Ipiranga. Estamos tristes com o modo como foram feitas as transferências de párocos na Região. Associar política ao movimento é uma forma de legitimar como o cardeal não está dando atenção a seus fiéis. 2- Nunca dissemos que o rodízio de párocos entre igrejas não é rotineiro. Ele pode até ser discutido, mas dizemos claramente em nossos textos e divulgações que protestamos contra como ele foi feito aqui no Ipiranga. Os padres foram avisados na véspera de seus aniversários de ordenação, data importante para um sacerdote. Parte deles foi avisada de surpresa na sacristia da Catedral da Sé por Dom Odilo e um pároco ficou sabendo de sua remoção pelo Facebook, sendo que o Direito Canônico determina que as trocas devem ser avisadas por telegramas. Tudo ainda foi feito próximo ao Natal e Ano Novo, época de festas da comunidade e quando muitas pessoas estão viajando e prestando pouca atenção nos acontecimentos. Ainda existem os boatos de motivos políticos que Dom Odilo não comenta com nós fiéis. Muitos paroquianos estão tristes e queremos apenas ser ouvidos. 3- Se dizem que as transferências tiveram motivos políticos e o cardeal não nos responde em relação a isso, não queremos associar a Igreja à política, somos contra essa ligação. Por isso é desagradável termos que comentar a associação do Movimento a uma ideologia, ainda mais a um grupo de ideias que seja contra o cristianismo, a religião de nossa fé. Mesmo assim, o texto ainda falta com a verdade ao dizer que essas ideias são condenadas pela Igreja. O Papa Francisco, com amor e sem ressentimento com o passado, afirmou recentemente que não fica ofendido quando é chamado de marxista e que tem diversos amigos no meio. Mas somos todos cristãos e com respeito ao próximo e verdade devemos agir. O texto ainda tenta colocar o Conselho de Leigos da Arquidiocese como dono do movimento composto por paroquianos, sem coragem de criticar diretamente os motivos do movimento substituindo essas críticas por opiniões em relação a outras pessoas ou entidades. 4- Ainda na falta de argumentos, o irmão que escreveu o texto procura atacar uma pessoa fraca que apenas é mais uma entre trinta paroquianos da Região tristes com as transferências de párocos! O escritor do texto associa um de nós fiéis, mais exposto e fraco por tido coragem de ser um dos que conversou com a imprensa, a um partido político que já abandonou o “socialismo” há muito tempo, assim como o mundo de décadas atrás bipolar, não mais existente hoje, por onde se baseia a fraca argumentação que tentar defender o comportamento do arcebispo de São Paulo. 5- O título do texto é hipócrita. Dá a entender que nosso protesto é um presente de natal ruim. Foi Dom Odilo que escolheu anunciar as transferências na época de Natal e Ano Novo, época de festa e com muitas pessoas desatentas para protestar. Nós queríamos ter começado o ano novo felizes. 6- Para o texto, Dom Odilo, que se recusa a conversar com seus fiéis, está sofrendo um ataque da “Teologia da Libertação”, grupo dentro da Igreja que, na verdade, já ficou para trás através dos tempos. Lamentamos que nosso sofrimento e o direito de pedir a atenção de nosso pastor sofra a tentativa de desvio por ideias que não têm ligação com o nosso Movimento. Nos entristece, mas não reduz nossas forças, como o texto demonstrou pouca compaixão com nós fiéis do Ipiranga e não discute em nenhum momento como o cardeal, que deveria ser nosso pastor, está agindo com os fiéis de nossa região.http://www.montfort.org.br/presente-de-natal-inusitado-um-levante-da-teologia-da-libertacao-contra-d-odilo/ Agradecemos ao apoio de todos, Paroquianos da Região Episcopal do IpirangaEdson Goncalves P. O. Silva
Por que um Movimento "Quero Nosso Pároco" ?
Há pelo menos um mês o Cardeal dom Odilo reuniu-se com a comissão presbiteral e pastoral (portanto, somente de padres) e um dos assuntos a transferência de padres na Região Episcopal Ipiranga. Projeto este almejado desde que dom Gil e dom Tomé passaram pela região, com um tom e pitada de se enquadrar paróquias e párocos no modelo de Igreja vinculado a Cúria Romana! Graças a Deus em processo de mudanças graças a eleição de Francisco o Papa que todos querem tocar! Interessante observar que os padres que decidiram foram os mais favorecidos com paróquias em territórios centrais, pastoralmente organizadas, economicamente autossustentáveis, etc. Considerando que não há motivo público de escândalo (econômico, moral, sexual, etc) que justifique as transferências por que então não ouvir as comunidades? Que papel cumprem os leigos na vida eclesial? são apenas objetos? ou VERDADEIRAMENTE SE ACREDITA E SE VIVE O QUE ESTÁ ESTABELECIDO NO CONCILIO VATICANO II E NO DOCUMENTO DE APARECIDA: da presença ativa, do protagonismo do laicato, da corresponsabilidade na administração da comunidade. Está na hora de darmos passos e enfrentar o modelo de Igreja marcada pelo centralismo, carreirismo, autoritarismo, clericalismo, bem típico das ações de dom Odílio na Arquidiocese de São Paulo. O que se ouve ou até se observa não passa de meramente encenação. Não se dá passos efetivos para a conversão pastoral e paroquial. Compare as cartas pastorais de Dom Odilo com o ultimo documento do Papa Francisco ou suas homilias e verá que tem um grande buraco! Não dá mais para acreditar neste modelo de Igreja é preciso renovar tudo. E o laicato organizado, consciente e participativo fará a grande diferença.https://secure.avaaz.org/po/petition/Cardeal_Dom_Odilo_Pedro_Scherer_As_transferencias_dos_padres_da_Regiao_Episcopal_Ipiranga_sejam_suspensas/sign/
As transferências dos padres da Região Ipiranga sejam suspensas e as comunidades ouvidas!
500 329329 assinaturas. Vamos chegar a 500
Por que isto é importante
O Concílio Vaticano II e a Conferência Episcopal latino-americana reunida em Aparecida sinalizam novos tempos e exigem conversão pastoral e estrutural da igreja a fim de melhor cumprir sua missão hoje. Transferir padre é uma ação prevista no Direito Canônico e do direito do Bispo. A leitura objetiva dos cânones não revelam o espírito cristão e os valores evangélicos que devem ser considerados numa situação como esta. O laicato organizado, consciente e atuante deve ser respeitado como sujeito da ação evangelizadora e corresponsáveis na vida pastoral, comunitária e também no governo da igreja. Os conselhos pastorais paroquiais - CPPs são espaços de cidadania e evangelização. Os conselheiros não são objetos da hierarquia. Por isso, as paróquias que tiveram seus párocos transferidos querem conhecer os argumentos do Cardeal Dom Odilo e apresentar a realidade paroquial para avaliar se de fato as transferências da forma como vem sendo conduzida é a melhor ação. Temos uma proposta evangélica que seria exemplo para todas as dioceses no caso de transferências de padres! Que seja dialogada, consensuada, comunitária e que seja um grande testemunho de renovação paroquial. Para compreender melhor a situação acesse: http://www.claspnet.org.br/site/?p=470 Todos poderá assinar esta petição! pedimos a solidariedade de todos os homens e mulheres de boa vontade, dos fiéis leigos de todas as paróquias da Arquidiocese de São Paulo ... sejamos solidários e revolucionários!Para citar este texto:
"Repercussões ao "Presente de Natal inusitado": Mais um levante da Teologia da Libertação contra D. Odilo?"
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/bra/veritas/igreja/repercussoes-ao-presente-de-natal-inusitado-mais-um-levante-da-teologia-da-libertacao-contra-d-odilo/
Online, 21/12/2024 às 18:35:32h