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´LOBOS` uivam contra decisões do papa Bento XVI
Marcelo Fedeli
Motivo: a Missa Tridentina e a crítica construtiva ao Concílio Vaticano II, duas prerrogativas do INSTITUTO DO BOM PASTOR
“A Missa [de Paulo VI] tem, sim, um ofertório,
mas ele não está localizado onde se acreditou durante vários séculos”...
Mons. Pierrre Raffin, Arcebispo de Metz – França - Setembro de 2006
"Segue toda esta abominação à qual se submete tudo aquilo que precede.
É o que denominamos de Ofertório, e tudo, nele, exprime a oblação"
Lutero – Herege
Em sua primeira homilia como Supremo Pontífice, celebrada no dia 24 de abril de 2005, o Papa Bento XVI surpreendeu o mundo ao pedir aos fiéis que rezassem para que ele não viesse a fugir das suas responsabilidades, “por receio, diante dos lobos”.
Surpreendeu, porque, depois do Concílio Vaticano II, parecia que os “lobos” haviam sumido da face da Terra, uma verdadeira extinção dessa espécie espiritual de feras, extinção essa alcançada por aquele Pastoral Concílio, restringindo-os somente a algumas passagens do Evangelho, ao famoso caso da vida de S. Francisco, e às conhecidas historinhas infantis do ‘lobo mau’!... Nesse sentido, o pastoral Vaticano II realizou um milagre eminentemente pastoral: vestiu os lobos com a pele de cordeiro!...
Assim, por mais de 40 anos, parecia que todos os ‘lobos’ haviam sido miraculosamente transformados em ‘níveos cordeiros de Gubbio’, graças ao amor, à solidariedade, à fraternidade, enfim à tolerância à sua voracidade, preconizadas por aquele Pastoral Concílio. Nesse tempo, ao invés de uivos, os ‘lobinhos inofensivos’ de então davam suaves e sonoros ‘balidinhos’, como singelos cordeirinhos, ecumenicamente saltitantes ao redor de qualquer pastor, especialmente quando este era de qualquer seita Protestante irmã!... Era uma festa!...
E que festa!...
E eis que, de repente, surge um Papa que, em sua primeira Missa solene, parecia querer acabar com a ‘festa’: ele ressuscita os ‘lobos’ -- e com a sua voracidade original, como eles realmente eram desde os velhos tempos do Evangelho até 1962 --, pois, pede ao mundo que reze para que ele, Papa Bento XVI, não recue em seus projetos para a Igreja “por receio dos lobos”. E o mundo, boquiaberto, estupefato, estranhou aquela expressão, quase a única que ficou na memória popular daquela 1ª homilia de Bento XVI. E todos interiormente se perguntaram: “Ah!... Então ainda há lobos?... Humm!...E onde estariam eles?...Como reconhecê-los?..."
E veio o mês de dezembro!... E com ele, na Europa, o vento, o frio, a neve, o gelo!... Para esquentar o ambiente no Clero, Bento XVI fez, então, o seu famoso discurso de Natal à Cúria Romana, em que, pela primeira vez, um Papa admitiu, clara e publicamente, que o Pastoral Concílio Vaticano II, até então pretendido como ‘infalível’ por certas correntes progressistas, passava a ser considerado como falível, pois, segundo Bento XVI ele propicia duas interpretações opostas: a do espírito e a da letra, sendo a primeira condenada por ele, Bento XVI. Com isto, alguns lobinhos, saindo das suas alcatéias, rondando, começaram a rosnar baixinho, resmungando o seu desagrado com aquela afirmação do Papa, pois, durante quarenta anos clamaram ao mundo: “cesse tudo quanto os vinte Concílios anteriores cantam, que outro Concílio, o Vaticano II, mais alto se alevanta!..." E agora vem o Papa e derruba tudo num simples discurso?...Ora!...
Aliás, pouco antes, por ocasião do Conclave que o elegeu, outros ‘lobos’, os da MÍDIA mundial, tão zelosos e radicais contra qualquer possível e eventual interferência da Igreja nas ‘coisas’ do Estado, paradoxalmente, opinavam ad libitum, como sempre, sobre as ‘coisas’ da Igreja, sobre eleição de Bento XVI, tachando-o de nazista, de inquisidor, de retrógrado, de... ...etc., como sinal para toda a fraterna alcatéia dos “homens de boa vontade” que, o homem eleito, não se enquadrava naquela iluminada e seleta categoria dos de boa vontade..
E eis que das planícies de Milão, já no florido e primaveril abril, surge um forte e estridente uivo, como que alertando todos os lobos de que chegara a hora para se contraporem ao Supremo Pastor. E alguns pastores, despojando-se das suas novas peles pós conciliares, saíram uivando na defesa absoluta dos decretos relativistas do único Concílio Pastoral, não dogmático, da História da Igreja!
De fato, um ano após o início deste Papado, o cardeal Carlo Maria Martino, Arcebispo emérito de Milão — conhecido por suas avançadas posições progressistas a ponto de exigir na década de 80 ou 90 o Concílio Vaticano III, para aggiornare e impiantare de vez tudo o que ainda não fora concretizado do Vaticano II e otras cositas más — reuniu a imprensa e deu o primeiro sinal: declarando-se favorável ao controle da natalidade, à experiência com células-tronco embrionárias, ao uso de contraceptivos, indo frontalmente contra os ensinamentos de sempre da Igreja, ratificados também pelos últimos Papas. O manifesto do Cardeal Martini suscitou tanta celeuma, dentro e fora da Igreja, que foi tachado de “Manifesto de um Anti-Papa” .
[vide http://www.chiesa.espressonline.it/dettaglio.jsp?id=53021 ].
Claro, logo surgiram aqui e acolá alguns pastores Conciliares apoiando tais declarações, como foi o caso de Mons. Luigi Bettazzi, bispo emérito de Ivrea, e outros, incluindo sacerdotes e leigos, todos absoluta e radicalmente atrelados ao relativíssimo Concílio Vaticano II.
E veio o mês de setembro, e com ele os primeiros ventos do outono que, paradoxalmente, anunciaram uma verdadeira primavera para a Igreja: a criação do Instituto do Bom Pastor, de direito Pontifício, sediado na diocese de Bordeaux e formado por cinco sacerdotes egressos da Fraternidade S. Pio X, com dupla prerrogativa concedida pelo Santo Padre: celebrar somente a missa Tridentina e criticar construtivamente o Concílio Vaticano II.
Evidentemente, para chegar atal decisão, o pedido do Papa aos fiéis -- “Rezai para que eu não recue por receio diante dos lobos” --- fora atendido pelos céus. E ele, de fato, não recuou diante desse projeto, e alguns ‘lobos’ uivaram ainda mais fortemente, em nome da Nova Liturgia e do Concílio Vaticano II.
Assim, por exemplo, o Vigário Geral da Diocese de Bordeaux, Pe. Jean Rouet, no dia 15 de setembro, emitiu um comunicado a respeito do caso, preocupado com o Concílio Vaticano II, lembrando as críticas que aqueles padres, agora do Instituto do Bom Pastor, sempre fizeram à pastoral dos últimos 30 anos, especialmente à nova liturgia de Paulo VI, ao ecumenismo e à liberdade de religião, instauradas por aquele Pastoral Concílio. — curiosamente, o Vigário Geral de Bordeaux parecia não admitir a liberdade de consciência, que ele preconizava para todos os homens, negando-a somente aos sacerdotes daquele Instituto, que deveriam seguir a ‘consciência’ dele mesmo, Vigário Geral de Bordeaux! - vide catholique-bordeaux.cef.fr.
Por sua vez, o Pe. Rinaldo Falsini, OFM, ex-membro da Comissão que elaborou a Missa Nova de Paulo VI, dirigida então pelo maçon Mons. Annibale Bugnini, assim se expressara sobre a Missa Tridentina:
Claro, logo surgiram aqui e acolá alguns pastores Conciliares apoiando tais declarações, como foi o caso de Mons. Luigi Bettazzi, bispo emérito de Ivrea, e outros, incluindo sacerdotes e leigos, todos absoluta e radicalmente atrelados ao relativíssimo Concílio Vaticano II.
E veio o mês de setembro, e com ele os primeiros ventos do outono que, paradoxalmente, anunciaram uma verdadeira primavera para a Igreja: a criação do Instituto do Bom Pastor, de direito Pontifício, sediado na diocese de Bordeaux e formado por cinco sacerdotes egressos da Fraternidade S. Pio X, com dupla prerrogativa concedida pelo Santo Padre: celebrar somente a missa Tridentina e criticar construtivamente o Concílio Vaticano II.
Evidentemente, para chegar atal decisão, o pedido do Papa aos fiéis -- “Rezai para que eu não recue por receio diante dos lobos” --- fora atendido pelos céus. E ele, de fato, não recuou diante desse projeto, e alguns ‘lobos’ uivaram ainda mais fortemente, em nome da Nova Liturgia e do Concílio Vaticano II.
Assim, por exemplo, o Vigário Geral da Diocese de Bordeaux, Pe. Jean Rouet, no dia 15 de setembro, emitiu um comunicado a respeito do caso, preocupado com o Concílio Vaticano II, lembrando as críticas que aqueles padres, agora do Instituto do Bom Pastor, sempre fizeram à pastoral dos últimos 30 anos, especialmente à nova liturgia de Paulo VI, ao ecumenismo e à liberdade de religião, instauradas por aquele Pastoral Concílio. — curiosamente, o Vigário Geral de Bordeaux parecia não admitir a liberdade de consciência, que ele preconizava para todos os homens, negando-a somente aos sacerdotes daquele Instituto, que deveriam seguir a ‘consciência’ dele mesmo, Vigário Geral de Bordeaux! - vide catholique-bordeaux.cef.fr.
Por sua vez, o Pe. Rinaldo Falsini, OFM, ex-membro da Comissão que elaborou a Missa Nova de Paulo VI, dirigida então pelo maçon Mons. Annibale Bugnini, assim se expressara sobre a Missa Tridentina:
“Paulo VI teve que abolir o uso do Missal de Pio V, pois este havia se reduzido a um riacho, a uma árvore quase seca, incapaz de regar e nutrir a fé e a piedade do povo cristão” [http://www.libreopinion.com/sisinono/liturgia/renovada.htm ].
Agora, sobre as prerrogativas exclusivas do Instituto do Bom Pastor, assim afirma ele ao progressista site ADISTA:
"Não li o texto; pelo que foi publicado, o fato que se conceda ao Instituto do Bom Pastor, como missão, o rito pré-conciliar, na verdade é estranho e surpreendente. Um passo inesperado. Se este é o caminho para buscar a reconciliação com os lefebvrianos, trata-se seguramente de uma bofetada no Concílio e também na sua interpretação até aqui, do próprio Papa. É inconcebível que o recém criado Instituto tenha como missão a de interpretar o Concílio sem mesmo aceitá-lo".
[http://www.adistaonline.it/?op=articolo&id=24178&PHPSESSID=3e84e28f147c08f78873461ccaaf4ad0]
Quem diria!... Pe. Falsini falando uma verdade: o Papa Bento XVI deu "uma bofetada no Concílio” ...seguida, depois, de uma conclusão falsa, pois, assim como um médico não precisa ter câncer para diagnosticá-lo, assim também não é necessário “aceitar” o Concílio Vaticano II para também diagnosticá-lo!
Outro sacerdote de Bordeaux, o Pe. Francis Aylies, confessando ser um “antigo tradicionalista mas há tempo “convertido” pelo bem fundamentado Concílio Vaticano II”, declarou ao jornal LA CROIX:
Quem diria!... Pe. Falsini falando uma verdade: o Papa Bento XVI deu "uma bofetada no Concílio” ...seguida, depois, de uma conclusão falsa, pois, assim como um médico não precisa ter câncer para diagnosticá-lo, assim também não é necessário “aceitar” o Concílio Vaticano II para também diagnosticá-lo!
Outro sacerdote de Bordeaux, o Pe. Francis Aylies, confessando ser um “antigo tradicionalista mas há tempo “convertido” pelo bem fundamentado Concílio Vaticano II”, declarou ao jornal LA CROIX:
“Certamente que se deseja a reconciliação. Mas, enfim, eu me inscrevi numa dinâmica que leva em conta a relação com o mundo e a corresponsabilidade dos leigos. Hoje, é a minha vida, e eu não posso ver isto ser entendido como errado”.
Concluiu o Pe. Aylies:
“Será um dia possível oficializar a inter-comunhão entre católicos e protestantes, sabendo que há muitos casais mistos? Será viável dar a comunhão aos divorciados recasados? Pode-se continuar a fazer evoluir a atual liturgia? Haverá um espaço na Igreja para os padres que se casaram e que vivem hoje uma grande frustração de não poder trabalhar por ela?” [Jornal LA CROIX de 13 de setembro 2006 - la-croix.com ].
“Será um dia possível oficializar a inter-comunhão entre católicos e protestantes, sabendo que há muitos casais mistos? Será viável dar a comunhão aos divorciados recasados? Pode-se continuar a fazer evoluir a atual liturgia? Haverá um espaço na Igreja para os padres que se casaram e que vivem hoje uma grande frustração de não poder trabalhar por ela?” [Jornal LA CROIX de 13 de setembro 2006 - la-croix.com ].
Como vemos, tais sacerdotes sempre prontos e dispostos a aceitar todas as novidades e experiências na liturgia, só não aceitam, e de modo ‘radical’, a Missa de sempre da Igreja. O antigo amoroso e açucarado adágio de muitos, então, doces e ternos pastores pós conciliares, se transforma num uivado geral, às vezes até raivoso, contra a Missa de sempre e contra o Papa. Por que?...
Paradoxalmente, aqueles pastores, tão abertos em entender o outro, em atender e aceitar o outro, em abrir os braços ao outro, ao diferente, às minorias, pastores tão receptivos a todas as seitas e confissões religiosas, protestantes, induistas, budistas, às tradições religiosas da África, etc..., repentinamente, despojando-se dos seus arminhos, báculos ou jeans pós conciliares, deixam à vista sua pele e seu pêlo verdadeiros, e o seu antigo linguajar, melífluo e suave, é substituído por palavras ásperas e duras, contra os sacerdotes do Instituto Bom Pastor e contra a Missa Tridentina, sempre em nome de um único Concílio, o Pastoral Vaticano II que pregou a união e o amor!...Por que?...
Recentemente, também se pronunciou Mons. Pierre Raffin, bispo da diocese de Metz – França, em artigo publicado na Revue d’Ethique et de théologie morale n° 240 – setembro de 2006, divulgado pelo site forum catholique, sobre a questão do Instituto do Bom Pastor, alongando-se mais na crítica à Missa Tridentina e, claro, na exaltação do Novo Ordo de Paulo VI.
Curiosamente, Mons. Raffin inicia o seu artigo criticando os “jovens” partidários da Missa de S. Pio V, dizendo:
“Eu ouço dizer, principalmente por jovens que não conheceram como eu o uso habitual da missa tridentina e que a descobrem recentemente, que a Missa tridentina favorecia muito mais a expressão sagrada inerente à missa”.
Paradoxalmente, aqueles pastores, tão abertos em entender o outro, em atender e aceitar o outro, em abrir os braços ao outro, ao diferente, às minorias, pastores tão receptivos a todas as seitas e confissões religiosas, protestantes, induistas, budistas, às tradições religiosas da África, etc..., repentinamente, despojando-se dos seus arminhos, báculos ou jeans pós conciliares, deixam à vista sua pele e seu pêlo verdadeiros, e o seu antigo linguajar, melífluo e suave, é substituído por palavras ásperas e duras, contra os sacerdotes do Instituto Bom Pastor e contra a Missa Tridentina, sempre em nome de um único Concílio, o Pastoral Vaticano II que pregou a união e o amor!...Por que?...
Recentemente, também se pronunciou Mons. Pierre Raffin, bispo da diocese de Metz – França, em artigo publicado na Revue d’Ethique et de théologie morale n° 240 – setembro de 2006, divulgado pelo site forum catholique, sobre a questão do Instituto do Bom Pastor, alongando-se mais na crítica à Missa Tridentina e, claro, na exaltação do Novo Ordo de Paulo VI.
Curiosamente, Mons. Raffin inicia o seu artigo criticando os “jovens” partidários da Missa de S. Pio V, dizendo:
“Eu ouço dizer, principalmente por jovens que não conheceram como eu o uso habitual da missa tridentina e que a descobrem recentemente, que a Missa tridentina favorecia muito mais a expressão sagrada inerente à missa”.
Pois é!.. o que se estranha é justamente a substituição de louvores e incensos à juventude pela crítica áspera, quando a juventude, antes tão louvada, se coloca ao lado da Missa de sempre da Igreja!.... Por que?...E por que apresentar um ‘argumento’ tão ‘autoritário’ e ‘radical’, invocando o seu próprio passado como prova de que os jovens não conhecem a missa como ele? Daí se vê que todos aqueles louvores e exaltação dos pós conciliares aos jovens, à juventude, eram só fogo de palha e mentira, não passando de palavras, palavras, ocas palavras para iludir e enganar mais facilmente aqueles moços cujas almas Deus lhes confiara.
E, embora afirmando que acataria a decisão do Papa, prosseguiu Mons. Raffin, criticando a Missa de S. Pio V e exaltando o Novo Ordo de Paulo VI, pois “para mim foi um progresso pela nova relação que ele instaurou entre o padre e a assembléia, por uma concepção renovada da dimensão sacrifical da missa graças às três novas orações eucarísticas e à transformação dos ritos do ofertório, sem falar da maior riqueza do conjunto de orações proposto pelo novo Missal”.
“A missa não é um santo espetáculo ao qual assistem fiéis recolhidos. O espírito do atual Missale Romanum, promulgado por Paulo VI seguindo o Sacrosanctum Concilium, se reflete na preocupação constante e primordial da assembléia, apresentada como o primeiro ator da celebração”. [Destaque nosso]
Tese não muito diferente da preconizada por Lutero há quinhentos anos!...Mas, o que é luteranamente mais significativo vem agora. Escreveu ele:
"A Missa [de Paulo VI] tem, sim, um ofertório, mas ele não está localizado onde se acreditou durante vários séculos"...
Eis a confissão!.. Eis a confissão que indica a verdadeira natureza do Novo Ordo de Paulo VI que tanto agradou aos protestantes!... Eis a causa da grande crise que se estabeleceu na Igreja há quarenta anos!... É uma confissão importantíssima!... Mons. Raffin, afirma, inequivocamente, que a essência do Ofertório da Missa de Paulo VI é diferente da essência do Ofertório da Missa de sempre celebrada pela Igreja!... Essa é a grande questão!.. Essa é a grande ruptura entre a liturgia da Nova Missa de Paulo VI com a Liturgia de sempre da Santa Igreja.. Eis a causa fundamental da divisão atual entre os católicos causada por um Concílio que pretendeu unir a todos... não católicos e que acabou dividindo só os católicos, além de não unir ninguém!...
Notem como essa afirmação de Mos. Raffin sobre o Ofertório, não está distante da conhecida afirmação de Lutero:
"Segue toda esta abominação à qual se submete tudo aquilo que precede. É o que denominamos de Ofertório, e tudo, nele, exprime a oblação". [Henri Charlier, La messe ancienne et la nouvelle D.M.M., 1973, apud Lex Orandi: La Nouvelle Messe et la Foi - Daniel Raffard de Brienne – 1983]
Depois dessa confissão de Mons. Raffin, vejamos outras manifestações de zelosos pastores sobre a Missa, como a do Mons. Andre Dupleix, Secretário Geral Adjunto da Conferência Episcopal da França, ligado ao Catecumenato e à sua revista "Chercheurs de Dieu" [nome bem sugestivo!...] [cf. http://www.aletheia.free.fr/-/2006/aletheia98.htm ]
Mons. Dupleix acaba de publicar um interessante livro, tipo abecedário litúrgico, intitulado Les Mots des chrétiens [As palavras dos cristãos - Ed. Presses de la Renaissance, agosto 2006] em que traz informações sobre 55 palavras típicas do eclesialês pós conciliar: amor, felicidade, caridade, alegria, leigo, memória, ressurreição, partilha, etc... Embora não trate especificamente do Instituto do Bom Pastor, podemos ter uma idéia de como será a recepção de Mons. Dupleix àquele Instituto, pela sua exposição sobre a Missa, conforme segue.
Na apresentação daquela obra, Mons. Dupleix faz questão de afirmar o óbvio, ou seja, apresenta-a aos “Homens de Hoje” , slogan marca registrada do Concílio Vaticano II, para pretensamente mostrar-se simpático, realçando o seu aggiornamento, a sua modernidade, mas que, em si, é totalmente oco: acaso, poderia o Concílio Vaticano II, ou mesmo Mons. Dupleix se dirigir aos “Homens de Outrora”, por exemplo, aos “Assírios ou aos Filisteus” da antiguidade?...como ironicamente perguntava o Cardeal Giaccomo Biffi, Arcebispo emérito de Bolonha...
Mons. Dupleix declara, então, que apresentará aos “Homens de Hoje” “um Deus, um sentido, uma verdade que não lhes cai sobre a cabeça ou que lhes é imposta exteriormente”, com todo o implícito veneno contra os dogmas aqui destilado aos pobres Homens de Hoje. [Acaso, o Novo Ordo de Paulo VI, que ele tanto exalta, não foi “imposto exteriormente caindo sobre as cabeças dos fiéis de então” pelo próprio Paulo VI?].
Voltando à Missa, eis como Mons. Dupleix, Secretário Adjunto da Conferência dos Bispos da França (o que não é pouco!...) redefine o que sempre foi ensinado como sendo a “Renovação incruenta do Sacrifício do Calvário”:
« Missa é o encontro de homens e de mulheres de todas as idades » para formar « um só Corpo com Cristo» e « partilhar o pão e beber do cálice, como Jesus fez com seus apóstolos e discípulos».
Entenderam?...Onde estão os específicos sacrifícios que caracterizam a Santa Missa?... por exemplo, o sacrifício propiciatório?.. E a TRANSUBSTABNCIAÇÃO?... E a PRESENÇA REAL de Nosso Senhor?... Nenhuma palavra!...
E, pior, para acentuar mais a sua heresia, cita o teólogo, Pe. Bernard Feillet, ou melhor, o “ligeiramente padre” Feillet, como ele mesmo se qualifica [cf. http://www.reforme.net/archive/article.php?num=3165&ref=1299] que afirma:
“Não é para fazer vir Deus no meio dos homens que se celebra a eucaristia, mas é porque o mistério de Deus habita a humanidade é possível fazer surgir por um simples gesto desta humanidade o símbolo desta Presença”. (sublinhado nosso)
"Partilhar o pão e beber do cálice é um caminho de comunhão entre aqueles que juntos lhe dão um sentido para antecipar a realização de uma sociedade enfim pacificada e unida. A eucaristia é composta de humanidade e revelação desta humanidade em Deus. É um ato do homem, realizado diante de Deus, para o serviço do Homem". [Destaques nossos]
"Partilhar o pão e beber do cálice é um caminho de comunhão entre aqueles que juntos lhe dão um sentido para antecipar a realização de uma sociedade enfim pacificada e unida. A eucaristia é composta de humanidade e revelação desta humanidade em Deus. É um ato do homem, realizado diante de Deus, para o serviço do Homem". [Destaques nossos]
Acaso, isto é ortodoxo?... Isto não é nada ortodoxo! Pelo contrário!....Isto é uma completa e total heresia de um teólogo “ligeiramente padre” e plenamente gnóstico!...
Imaginem a reação de Mons. Dupleix e do seu amigo, teólogo e “ligeiramente padre” e totalmente herético Bernard Feillet quando da eventual liberação universal da celebração da Missa Tridentina, como a “RENOVAÇÃO do SANTO SACRIFÍCIO do CALVÁRIO”!...Que farão eles?...
Eis, em resumo, alguns recentes uivados de certos ‘lobos’ diante de decisões do Papa Bento XVI!... Isto nos faz entender melhor o motivo do seu pedido: “Rezai por mim, para que eu não fuja, por receio, diante dos lobos”, pois estes existem sim, e vorazes. Curiosamente, porém, atuando sempre e só contra uma doutrina e a decorrente liturgia daquela mesma doutrina! Sempre contra a Doutrina e a Liturgia de sempre da Igreja!...Confirmam, assim, o antigo adágio: Lex orandi, Lex credendi! ... que serve para os dois diferentes Ordos, de Paulo VI e de S. Pio V, pois, derivam de duas diferentes crenças, como afirmou Mons. Raffin, Bispo de Metz.
Mas, graças a Deus, há muitos e muitos Sacerdotes, Monsenhores, Bispos e Cardeais, declaradamente dispostos a celebrar o sagrado rito tridentino tão logo ele for liberado, para muitos e muitos fiéis, jovens na sua maioria, jovens que estão cansados de ver, aos domingos, em muitas igrejas, uma continuação dos animadíssimos shows de auditório de TV ou de Circo, com tudo o que estes concentram de mundano e com o que rejeitam e desprezam: o sagrado!
Mas, graças a Deus, há muitos e muitos Sacerdotes, Monsenhores, Bispos e Cardeais, declaradamente dispostos a celebrar o sagrado rito tridentino tão logo ele for liberado, para muitos e muitos fiéis, jovens na sua maioria, jovens que estão cansados de ver, aos domingos, em muitas igrejas, uma continuação dos animadíssimos shows de auditório de TV ou de Circo, com tudo o que estes concentram de mundano e com o que rejeitam e desprezam: o sagrado!
Graças às orações de muitos fiéis, Deus está atendendo ao pedido do Papa: “Rezai por mim, para que eu não fuja, por receio, diante dos lobos”!... E estes podem uivar à vontade, pois, enquanto uivam a caravana da Igreja, vitoriosa e triunfante, passa!
Para citar este texto:
"´LOBOS` uivam contra decisões do papa Bento XVI"
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/bra/veritas/igreja/lobos_papa/
Online, 21/11/2024 às 08:46:03h