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Glória a Dom Lefebvre e a Dom Mayer, heróis da fé
Orlando Fedeli
Acaba de ser declarada “sem efeitos jurídicos, a partir de hoje, o Decreto publicado naquela época” – isto é, juridicamente nula -- pelo Papa Bento XVI a excomunhão injustamente lançada em 1988 contra Dom Lefebvre e Dom Mayer, e dos quatro Bispos da Fraterndade Sacerdotal São Pio X por eles sagrados, a fim de que fosse perpetuado o sacerdócio católico, celebrando a Missa de sempre.
Essa excomunhão foi declarada “sem efeitos jurídicos” -- como nula e não acontecida, porque ela teria sido aplicada por um suposto ato cismático desses dois Bispos, transmitindo o episcopado a quatro sacerdotes sem permissão do Papa João Paulo II.
Mas, para que uma excomunhão seja válida, deve ter antes havido o crime que ela comina.
No caso desses dois heróicos Bispos, o crime teria sido o de cisma. Ora, quando sagraram os Bispos da Fraternidade de São Pio X, Dom Lefebvre e Dom Mayer publicaram um documento no qual reconheciam o Papa João Paulo II como Pontífice supremo da Igreja, a quem eles deviam submissão. Por isso, os quatro Bispos sagrados por eles não recebiam jurisdição, que só o Papa pode dar, e eles só sagraram Bispos, por necessidade absoluta, a fim de manter o sacerdócio e a Missa de sempre.
Dom Lefebvre e Dom Mayer conduziram heroicamente a resistência católica aos erros do Concílio Vaticano II e da Missa de Paulo VI, nascida do espírito desse Concílio, e que tanta confusão e tanto mal trouxeram à Igreja.
Dom Lefebvre e Dom Mayer foram “excomungados” pelo Soberano Pontífice Joao Paulo II sem ter cometido o pecado de cisma. Foi o zelo pela doutrina católica de sempre que os levou a sagrar os quatro Bispos da FSSPX. Durante anos, eles foram tidos e etiquetados — eles que foram fidelíssimos ao Papa e à Fé – como hereges e cismáticos. Suportaram com fortaleza e paciência heróicas a marca vergonhosa dessa excomunhão injusta e não procedente, para manter vivas a Fé, e a Missa de sempre. Sua memória foi injustamente manchada, durante 21 anos, com a pecha de cismáticos
Quanto maior é a injustiça sofrida, maior a glória merecida. Serem tidos até como hereges, quando davam exemplo heróico de ortodoxia; serem tidos como cismáticos, quando davam exemplo heróico de fidelidade; serem tidos como rebeldes, quando davam exemplo insigne de obediência, essa foi a essência heróica do magnífico testemunho de Fé e de virtudes heróicas dado por esses dois ilustres Antístites.
Nunca a Igreja Católica caiu em tão grande confusão doutrinária como no Concílio Vaticano II. Jamais, na História da Igreja, se viu algo igual: erros modernistas do Vaticano II, que deveriam ter sido condenados, foram aprovados por Papas; os desvios anárquicos e profanadores da Nova Missa de Paulo VI foram universalmente aplaudidos.
E só dois Bispos mantiveram a Fé impoluta. E só dois Bispos foram sentinelas fidelíssimas da Fé.
Durante vinte e um anos a nódoa de hereges e de cismáticos cobriu de lama a alma e a fama gloriosa desses dois Confessores da Fé. Durante quarenta anos, desde a Missa nova, sua obra foi vilipendiada por todo o mundo.
Agora, o Santo Padre Bento XVI fez o gesto de justiça e de coragem devolvendo honra de católicos fidelíssimos a esses gloriosos mártires da fidelidade. Bento XVI, enfrentando a fúria dos lobos modernistas travestidos de pastores, teve a coragem heróica de anular a injustiça feita a Dom Lefebvre e a Dom Mayer e de receber em plena comunhão os Bipos por eles sagrados.
Deus seja louvado!
Ao mesmo tempo que os declara inocentes, implicitamente o ato de justiça de Bento XVI proclama que eles tiveram razão em se opor aos erros do Vaticano II e da Missa Nova. Bento XVI, implicitamente declara que não só foi lícito lutar contra as novidades modernistas sancionadas pelo Vaticano II e contra os erros graves da Nova Missa, mas que fazer isso foi ato de virtude heróica por parte de Dom Lefebvre e de Dom Mayer.
Além disso, o ato de justiça assinado pelo Papa Bento XVI, sem dizê-lo, aprova a resistência heróica da Fraternidade Sacerdotal São Pio X e daqueles poucos padres de Campos que continuaram fiéis a Dom Mayer, porque, desgraçadamente, outros sacerdotes de Dom Mayer renegaram a sua herança de luta, e chegaran a acusá-lo de os ter levado a uma posição praticamente cismática. Abandonaram o Confessor heróico nas vésperas de sua vitória.
Esse ato de justiça que Bento XVI teve a coragem de fazer trará conseqüências profundas ainda em nossos dias e para a História da Igreja. Ele é um marco que determina uma mudança radical de orientação com relação ao Concílio Vaticano II e à Nova Missa.
Daí a reação furiosa dos modernistas expressa no site Golias e já nas primeiras manifestações dos sede vacantistas declarados ou disfarçados.
Como reagirão os Cardeais e Bispos modernistas a esse novo passo de Bento XVI para restaurar a Fé ?
Graves acontecimentos se erguem no horizonte da História...
Nessa crise imensa, os nomes de Dom Marcel Lefebvre e de Dom Antônio de Castro Mayer serão — agora mais ainda -- luminares que guiarão os verdadeiros católicos na defesa da Fé e do Papado.
Glória eterna a Dom Lefebvre e a Dom Mayer, porque, contra tudo e contra todos, sozinhos, heroicamente mantiveram acesa a tocha da Fé nas trevas que caíram sobre o mundo após o Concílio Vaticano II e a Nova Missa de Paulo VI.
Glória in Excelsis Deo.
São Paulo, 23 de Janeiro de 2008.
Orlando Fedeli
DECRETO DA CONGREGAÇÃO PELOS BISPOS
Por meio da carta do dia 15 de dezembro de 2008, dirigida à Sua Eminência, Cardeal Dario Castrillón Hoyos, o presidente da Comissão Pontifical Ecclesia Dei, Dom Bernard Fellay em nome próprio e em nome dos outros três bispos sagrados no dia 30 de junho de 1988, solicitava novamente o levantamento da excomunhão latae sententiae formalmente declarada pelo Decreto do Prefeito desta mesma Congregação para os Bispos na data de 1 de julho de 1988. Na carta anteriormente mencionada, Dom Fellay afirmava, entre outras coisas: "Nós estamos também aferrados à vontade de permanecer católicos e de pôr todas as nossas forças a serviço da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é a Igreja Católica Apostólica Romana. Nós aceitamos seus ensinamentos filialmente. Nós cremos firmemente no Primado de Pedro e nas suas prerrogativas e é por isso que a situação atual nos faz sofrer tanto”.
Sua Santidade Bento XVI – paternalmente sensível ao mal estar espiritual manifestado pelos interessados por causa da sanção de excomunhão e confiando no compromisso expressado por eles na carta citada de não poupar nenhum esforço para aprofundar nas necessárias conversações com as Autoridades da Santa Sé sobre as questões ainda abertas, e de poder deste modo chegar rapidamente à uma plena e satisfatória solução do problema posto na origem – decidiu reconsiderar a situação canônica dos Bispos Bernard Fellay, Bernard Tissier de Mallerais, Richard Williamson e Alfonso de Galarreta relativa à sua sagração episcopal.
Este ato expressa o desejo de consolidar as relações recíprocas de confiança, de intensificar e de tornar estáveis as relações da Fraternidade São Pio X com a Sé Apostólica. Este dom de paz, no fim das celebrações do Natal, quer ser também um sinal para promover a unidade na caridade da Igreja Universal e, deste modo, retirar o escândalo da divisão.
Desejando que este passo seja seguido sem demora da pela comunhão com a Igreja de toda a Fraternidade São Pio X,em testemunho de uma verdadeira fidelidade e de um verdadeiro reconhecimento do Magistério e da autoridade do Papa pela prova de uma unidade visível.
Conforme as faculdades que me foram expressamente concedidas pelo Santo Padre o Papa Bento XVI, em virtude do presente Decreto, eulevanto aos Bispos Bernard Fellay, Bernard Tissier de Mallerais, Richard Williamson e Alfonso de Galarreta a censura de excomunhão latae sententiae declarada por esta Congregação no dia 1 de julho de 1988, do mesmo modo que declaro sem efeitos jurídicos, a partir de hoje, o Decreto publicado naquela época.
Roma, da Congregação para os Bispos, dia 21 de janeiro de 2009
Card. Giovanni Battista Re
Prefeito da Congregação pelos Bispos
[00145-01.02] [Texto original: Italiano, traduçao DICI http://www.dici.org ]
[Fonte: site do Vaticano em http://212.77.1.245/news_services/bulletin/news/23251.php?index=23251&lang=it ]
Para citar este texto:
"Glória a Dom Lefebvre e a Dom Mayer, heróis da fé"
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/bra/veritas/igreja/gloria_lefebvre_mayer/
Online, 21/12/2024 às 14:28:30h