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Conselho a Bertone: mea culpa e penitência
Antonio Socci
E finalmente em 13 Maio, festa de Nossa Senhora de Fátima, todos compreenderam como estão as coisas sobre o Terceiro Segredo e do nosso futuro. O Santo Padre, Bento XVI, na forma mais solene, na homilia da Santa Missa, celebrada no Santuário, esclareceu, apertis verbis, em poucas palavras, o que tinha já anunciado no avião indo a Portugal (como eu tinha tentado dizer antecipadamente).
O Corriere della Sera sintetizou assim as suas palavras: “Profecia de Fátima não se realizou ainda, haverá ainda guerras e terror”.
Mas a expressão usada pelo Papa é ainda mais significativa porque contém uma advertência a quem não quer ouvir e não quer entender. Ele disse textualmente: “Iludir-se-ia quem pensasse que a missão profética de Fátima esteja concluída”.
Palavras de Bento XVI que – quem quer pode constatar – são a exata antitese das balelas que há anos, tristemente, o Cardeal Bertone vai propalando (sobretudo procurando me atacar). Eis, com efeito, o que dizia Bertone: “A profezia não está aberta para o futuro, ela se realizou no passado”.
Assim ele escreveu à a página 79 de seu livro, repetindo mil vezes isso naquelas páginas e também em entrevistas a jornais e tv, nas quais não hesitou a tratar com insolência quem simplesmente dizia a verdade e pedia amor pela Verdade e pela S.S. Mãe de Deus.
Agora, finalmente, o Papa falou e todos podem entender. Que Bertone, diante da evidência (e ao feio que fez, tenha se precipitado a contatar os vaticanistas para tentar uma tragi-cómica marcha à ré (sem fazer mea culpa), só aumenta a tristeza. Escreve André Tornielli no Giornale: “Agora Bertone adequou as suas palavras dizendo que a profecia pode estender-se também ao século XXI”.
Daqui a pouco ele dirá que ele sempre disse isso … Todo comentário é inútil. Basta constatar os muitos problemas que o atual Secretário de Estado causou ao Papa que mereceria ter, a seu lado, colaboradores à altura do dever e do momento histórico.
Colaboradores (digo isso também sobre os Bispos) que ajudam a sua missão. Colaboradores humildes e competentes como ele e não arrogantes e inadequados. Colaboradores que evidentemente não encontra.
Isto mostra a dramaticidade da situação da Igreja e a solidão do Papa. Por isso o gesto de 16 de Maio em Roma, o Regina coeli com o Papa, pode ajudá-lo: fazê-lo saber que o povo cristão está com ele. Que a Igreja está com ele. E que o ouve e o segue.
Ouve e segue antes de tudo o seu apelo à conversão, ao arrependimento e à penitência. Apelo que vale também para prelados e cardeais. Sobretudo para eles….
Inclusive para Bertone que poderia utilmente aproveitar, alcançando o limite de idade para dedicar-se à oração e à meditação sobre as advertências e a solicitude materna da Rainha do Céu.
De fato, as coisas deste mundo passam logo e para sempre (inclusive o poder, sobretudo, as mentiras). Somente a Verdade permanece, isto é, Jesus Cristo. Que é a Verdade feita carne.
E que disse: “Não há nada de oculto que não deva ser revelado. Nem coisa secreta que não venha à luz” (Mt. 10,26, Mc 4, 22, Lc 8, 17).
Para citar este texto:
"Conselho a Bertone: mea culpa e penitência"
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/bra/veritas/igreja/conselho-a-bertone/
Online, 21/11/2024 às 09:16:53h