Igreja

A Colegialidade combate o papado
Orlando Fedeli

Um dos pontos que causou maior divisão nos debates do Vaticano II foi o da Colegialidade. Com razão de sobra a minoria dos Bispos, fiéis à doutrina de sempre, se opôs à tese da Colegialidade tal como foi exposta na Lumen gentium: o supremo poder na Igreja teria sido dado por Cristo ao Colégio Apostólico e não somente a Pedro.
 
Esse gravíssimo erro contra a Fé fora exposto por Justinus Febronius (Johann Nikolaus von Hontheim) em livro dedicado a Clemente XIII. Seus erros foram condenados especialmente por Pio VI, no Breve “SUPER SOLITATE PETRÆ”, de  28 de Novembro de 1786.
 
A Colegialidade foi aprovada no Vaticano II, porque a minoria fiel se deixou embair por uma Nota Prévia, posta incrivelmente no final do documento, NOTA à qual jamais se deu importância e nem jamais se levou em conta.
 
Pudera ! Uma NOTA PRÉVIA acrescentada no final de um documento...
 
O resulatdo é que a Colegialidade foi posta em prática na Igreja, nivelando os Bispos ao Papa; nas dioceses, nivelando o Bispo aos Padres; e enfim, nas paróquias, nivelando Padres e leigos. Desse modo, o Vaticano II atendeu à exigencia da Maçonaria – dos Homens de Boa Vontade—de democratizar a Igreja.
 
Hoje, a Colegialidade é o meio a que recorrem os Bispos para não obedecerem ao  que ordena o Papa Bento XVI.
 
João Paulo II mandou colocar confessionários na igrejas. Praticamente ninguém o obedeceu.
 
Bento XVI mandou trocar, na Consagração do vinho, o “por todos” pela tradução correta -- “por muitos”--, exatamente como Jesus disse na fórmula da consagração do vinho. Ninguém atendeu à ordem de Bento XVI.
 
O Papa, por meio do Motu Proprio Summorum Pontificum, mandou liberar a celebração da Missa de sempre, qualquer padre podendo rezá-la sem precisar pedir permissão aos Bispos.
 
Os Bispos se opõem teimosamente a obedecer a essa ordem do Papa, exigindo condições que o Papa não colocou, como  a de que os que pedem a Missa de sempre deveriam saber latim. É o que insistem em dizer, no Brasil, entre outros, o Arcebispo de Ribeirão Preto, Dom Joviano, que preside a Comissão de Liturgia da CNBB;  Dom Bruno Gamberini, Arcebispo de Campinas;  e Dom Vilson Dias de Oliveira, Bispo de Limeira, que até Missa afro celebrou. (Será que ele conhece o Yoruba? ). E Dom Vilson alegou que age assim porque o Núncio Apostólico no Brasil o aconselhou a fazer isso...
 
Será verdade?...
 
Isso comprometeria gravemente o próprio Núncio Apostólico.
 
Bento XVI criou o Instituto do Bom Pastor com o direito de celebrar exclusivamente a Missa  de sempre. Os Bispos, especialemnete os da França, oposuseram-se duramente ao IBP.
 
 
Uma furiosa tempestade foi montada, aproveitando as desastrosas e absurdas declarações de Dom Williamson, para sabotar o perdão concedido aos Bispso de Dom Lefebvre. E quanto mais um Bispo se mostra ecumênico para com os piores hereges, mais radicalmente ele se oporá à FSSPX e ao Papa que dela se aproximou.
 
Mais recentemente, Bento XVI “ousou” nomear um sacerdote anti modernista como Bispo auxiliar de Linz, na Áustria. Nova tempestade foi desencadeada pelos Bispos da Áustria liderados pelo Cardeal de Viena. A oposição foi tal que o padre colocou sua nomeação episcopal nas mãos do Papa. E essa nomeação infelizmente foi revogada. Só pode ser nomeado Bispo quem as Conferênias Episcopais e sua claque  aprovarem. Quem agora nomeia, então, os Bispos é o Papa... desde que sua escolha agrade os modernistas.
 
Neste ano, a Maçonaria comemora internacionalmente o centenário do evolucionista Darwin, cujas terorias foram já completamente desbaratadas -- ou desmacacadas -- pela ciência. Por incrível que pareça, Cardeais da Cúria organizaram um Congresso Internacional no Vaticano para discutir  a teoria darwinista e tentar provar que ela é “harmônica” com a doutrina da Igreja, tal como a expõem os gnósticos modernistas, seguidores do herege Teilhard de Chardin, o falsificador do fóssil de Piltdown e do Sinantropus Pekinensis,
 
Pasmem! Esse Congresso, realizado no Vaticano, teve o apoio inclusive financeiro da Fundação Templeton, bem conhecida como maçônica.
 
E nesse Congresso, dirigido pelo Cardeal Levada, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, quando um cientista quis defender o criacionismo, teve arrancado o fio de seu microfone, para que não fosse ouvido.
 
Quem manda então no Vaticano?  A que voz obedece o Cardeal Levada ?
 
...Não à do Papa Bento XVI.
 
Neste dias, Dom José Cardoso Sobrinho, o valente e digno Arcebispo de Olinda e Recife, declarou excomungados os que patrocinaram e fizeram diretamente um aborto de duas crianças. Dom José Cardoso apenas afirmou a doutrina católica contra o aborto, e aplicou o que está decretado no Código de Direito Canônico.
 
De novo a Mídia “teológica", os hereges modernistas de todos o graus e condições, levantaram uma absurda onda de condenação do Arcebispo que agiu catolicamente.
 
Quatro Bispos franceses se manifestaram contra o Arcebispo de Olinda e Recife por ter sido ele fiel à doutrina e à Moral católicas, assim como ao que tem dito reiteradamente o Papa Bento XVI, determinando que o aborto é crime punido com excomunhão latae setentiae, isto é automática, no próprio ato do crime cometido.
 
 E ai veio o pior:
“Numa tribuna publicada domingo, 15 de Março, pelo "L'Osservatore romano", o quotidiano do Vaticano, o presidente da Pontifícia Academia pela Vida critica a decisão de excomungar as pessoas envolvidas no caso da menininha que abortou no Brasil, e lhe assegura a proximidade e a misericórdia da Igreja”
 
Monsenhor Fisichella – Rino para os íntimos – escreveu um artigo em que se derrama sentimentalmente com relação à “bambina” que abortou dois gêmeos, e critica o Arcebispo de Olinda e Recife pela declaração de excomunhão que ele lançou contra os médicos abortistas e contra a mãe da menina que consentiu nesse duplo assassinato por aborto.
 
Graças a Deus, a Cúria de Olinda e Recife lançou um documento desmontando o que demagogicamente escrevera esse Monsenhor Fisichella, que melhor ficaria como Presidente da Anti Pontifícia e Herodiana  Academia pela Morte dos Inocentes.
 
Mas que um Bispo da Cúria Romana se atreva a escrever um artigo no Osservatore Romano, jornal oficioso do Papa, criticando um Arcebispo fiel ao Papa, à doutrina e à moral católicas é um escândalo inaudito.
 
Quem manda no Vaticano? Quem tem o poder das chaves ? Será o Colégio dos Bispos modernistas?
 
Esse é o fruto da Colegialidade do Vaticano II: a revolta descarada contra o que o Papa manda e ensina.
 
 
A Colegialidade está em duelo aberto e público contra o Papado. Febronius entrou na Cúria.
 
Ou o Papa demite esses modernistas dos postos em que estão entrincheirados na Cúria, ou Bento XVI fica prisioneiro inerme desses hereges. É o papado que está em jogo. É a Igreja que está sendo humilhada em Bento XVI.
 
Da árvore má do Vaticano II nasceu a Colegialidade como fruto antipapal.
 
E esse fruto está produzindo os escandalosos miasmas atuais. Os Bispos modernistas estão matando juridicamente o Papa Bento XVI. Estão lhe tirando as chaves de São Pedro das mãos. O que é pior que matar fisicamente o papa.
 
E quem fica então com as chaves  do papado?
 
Certamente não são só fisichelas, nem só os kaspers e os res. Quem parece decidir é... la voce del Padrone dos hereges modernistas “grandes defensores do Vaticano II” e de sua Colegialidade.
 
Contra “il Padrone” dos fisichelas , levadas e res,  bradamos: Viva o Papa Bento XVI!.
 
 
Nossa Senhora, Medianera de todas as graças lhe dará a vitória .
 
Por que a Igreja é imperecível.
 
São Paulo, 18 de Março de 2009.
Orlando Fedeli

    Para citar este texto:
"A Colegialidade combate o papado"
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/bra/veritas/igreja/colegialidade-combate-papado/
Online, 21/11/2024 às 10:25:43h