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Igreja
Boff conclama à revolta contra o Papa
Orlando Fedeli
O ex frade Leonardo, atualmente Genésio Boff, publicou um artigo enfileirando-se entre aqueles que conclamam resistência -- e até revolta aberta – contra o Papa Bento XVI.
Em artigo absurdo, Boff acusa a Igreja Católica de atuar como seita. Como o todo pode se portar como parte? Porque seita é uma parcela de um todo do qual se separou. A Igreja Católica não pode se separar de si mesma. Não pode ser seita. Seita é a formada pelos teólogos da libertação que, servindo a Castro e a Lula, se atrelam ainda à arcaica e desconjuntada carroça do marxismo.
Como fizeram os valdenses e metodistas, também Boff se rebela pelo fato de que Bento XVI liberou a Missa de sempre. Mais furioso ainda ele se mostra com a recente declaração romana de que a única Igreja de Cristo é a Igreja Católica Apostólica Romana, fora da qual não há salvação. Boff -- como os hereges valdenses e metodistas — vê que essa declaração foi um duro golpe no ecumenismo do Concílio Vaticano II.
Lux vera in tenebris falsitatis.
Declarou Boff:
“Uma Igreja se comporta como seita, segundo clássicos como Troeltsch e Weber, quando tem a pretensão absolutista de deter sozinha a verdade, quando se nega ao diálogo, rejeita o trabalho ecumênico e manifesta crescente autofinalização”
Boff, em vez de citar os Padres da Igreja, ou Papas, cita Troeltsch e Weber, demonstrando sua apostasia e sua completa inversão de valores. Não suportando a verdade, Boff cita autores que, comparados com os Sumos Pontífices, não têm autoridade religiosa nenhuma. No campo religioso, tais autores são mestres de fábulas.
Boff percebe bem que Bento XVI inverteu a tendência em má hora inaugurada por João XXIII e seguida por Paulo VI que, violando o que determinou o Syllabus, aceitaram a modernidade:
“A estratégia doutrinal do atual papa é a do confronto direto com a modernidade”
Certo!
Desta vez, como dizia minha avó, o diabo exclamou: “Ái Jesus”. Desta vez Boff acertou. Bento XVI está indo contra a Modernidade.
Deo gratias!
E o bofento herege, que nada respeita, termina com uma ameaça:
“Não causaria espanto se alguns mais radicais, animados por gestos do atual papa tentassem um cisma na Igreja”
O que espanta é como bettos, boffes, e demétrios ainda se digam membros da Igreja, quando de fato, há muito deixaram de ser membros dela.
Esses hereges só permanecem na Igreja, para poderem fazer-lhe mais mal. Para tentarem destruí-la.
Quando se forem, terão ido muito tarde.
São Paulo, 3 de Setembro de 12007.
Igreja Católica: uma grande seita
LEONARDO BOFF 31/08/2007
Os acontecimentos ocorridos nos últimos meses dentro da Igreja Romano-Católica fazem suscitar a questão do risco de esta assumir claramente comportamentos de seita. Bento XVI está imprimindo um curso perigoso à Igreja Católica, provocando severas críticas não apenas de teólogos, mas de cardeais, de inteiros episcopados como o da França, de grupos de bispos da Alemanha e, espantosamente, de bispos da romaníssima Itália, além de outros líderes religiosos e de organismos ecumênicos mundiais.
Desde seu tempo de cardeal, tem tratado os grupos progressistas e os teólogos da libertação a bastonadas e com pele de pelica os conservadores e tradicionalistas, seguidores do bispo Léfèbvre, excomungado em 1988 e que, à revelia de Roma, ordenou bispos e padres. O Vaticano acabou por acatar seus seminários onde formam o clero no rito tradicionalista.
E, agora, acaba de atender a uma de suas demandas maiores: voltar à missa em latim do Concílio de Trento (1545-1563) com todas as limitações históricas, hoje inaceitáveis. Aí se reza "pelos pérfidos judeus" para que aceitem Jesus como Messias.
O mais grave ocorreu logo em seguida com a publicação de cinco questões sobre a Igreja, oriunda da Congregação da Doutrina da Fé e aprovada pelo papa, na qual se repete o que o então cardeal J. Ratzinger, em 2000, enfatizava no documento Dominus Jesus, verdadeiro exterminador do futuro do ecumenismo: a única Igreja de Cristo subsiste somente na Igreja Católica, fora da qual não há salvação.
As demais "igrejas" não o são, pois possuem apenas "elementos eclesiais" e a Igreja Ortodoxa, tida como uma expressão da catolicidade, foi rebaixada a simples igreja particular. Estas posições reacendem a guerra religiosa quando todos estão buscando a paz, cuja realização é enfraquecida pela Igreja.
A Igreja está se isolando mais e mais de tudo. Sua base social são principalmente os movimentos, medíocres no pensamento e subservientes às autoridades; preferem a aeróbica de Deus a se confrontar com os problemas da pobreza e da injustiça. Uma Igreja se comporta como seita, segundo clássicos como Troeltsch e Weber, quando tem a pretensão absolutista de deter sozinha a verdade, quando se nega ao diálogo, rejeita o trabalho ecumênico e manifesta crescente autofinalização.
Nesse sentido, cabe lembrar que o Vaticano não assinou em 1948 a Carta dos Direitos Humanos, se recusou a entrar no Conselho Mundial de Igrejas porque ela se julga acima e não junto das demais igrejas, negou-se a apoiar a convocação de um Concílio universal de todos os cristãos na perspectiva da paz mundial, sob o pretexto de que cabe exclusivamente a Roma fazê-lo, proibiu a compra dos cartões do Unicef destinados à infância carente, alegando que esta entidade favorecia o uso de preservativos.
Ao lado disso, cresce o patrimônio imobiliário da Igreja que, segundo pesquisas (Adista 2/6/07), chega a 1/5 de todo o patrimônio italiano e romano. A especulação imobiliária e financeira rendeu ao Vaticano 1,47 bilhão de euros entre 2004-2005.
A estratégia doutrinal do atual papa é a do confronto direto com a modernidade, num pessimismo cultural inadmissível em alguém que deveria saber que o Espírito não é monopólio da Igreja e que a salvação é oferecida a todos. Não causaria espanto se alguns mais radicais, animados por gestos do atual papa tentassem um cisma na Igreja.
O mais grave ocorreu logo em seguida com a publicação de cinco questões sobre a Igreja, oriunda da Congregação da Doutrina da Fé e aprovada pelo papa, na qual se repete o que o então cardeal J. Ratzinger, em 2000, enfatizava no documento Dominus Jesus, verdadeiro exterminador do futuro do ecumenismo: a única Igreja de Cristo subsiste somente na Igreja Católica, fora da qual não há salvação.
As demais "igrejas" não o são, pois possuem apenas "elementos eclesiais" e a Igreja Ortodoxa, tida como uma expressão da catolicidade, foi rebaixada a simples igreja particular. Estas posições reacendem a guerra religiosa quando todos estão buscando a paz, cuja realização é enfraquecida pela Igreja.
A Igreja está se isolando mais e mais de tudo. Sua base social são principalmente os movimentos, medíocres no pensamento e subservientes às autoridades; preferem a aeróbica de Deus a se confrontar com os problemas da pobreza e da injustiça. Uma Igreja se comporta como seita, segundo clássicos como Troeltsch e Weber, quando tem a pretensão absolutista de deter sozinha a verdade, quando se nega ao diálogo, rejeita o trabalho ecumênico e manifesta crescente autofinalização.
Nesse sentido, cabe lembrar que o Vaticano não assinou em 1948 a Carta dos Direitos Humanos, se recusou a entrar no Conselho Mundial de Igrejas porque ela se julga acima e não junto das demais igrejas, negou-se a apoiar a convocação de um Concílio universal de todos os cristãos na perspectiva da paz mundial, sob o pretexto de que cabe exclusivamente a Roma fazê-lo, proibiu a compra dos cartões do Unicef destinados à infância carente, alegando que esta entidade favorecia o uso de preservativos.
Ao lado disso, cresce o patrimônio imobiliário da Igreja que, segundo pesquisas (Adista 2/6/07), chega a 1/5 de todo o patrimônio italiano e romano. A especulação imobiliária e financeira rendeu ao Vaticano 1,47 bilhão de euros entre 2004-2005.
A estratégia doutrinal do atual papa é a do confronto direto com a modernidade, num pessimismo cultural inadmissível em alguém que deveria saber que o Espírito não é monopólio da Igreja e que a salvação é oferecida a todos. Não causaria espanto se alguns mais radicais, animados por gestos do atual papa tentassem um cisma na Igreja.
No século IV, quase todos os bispos aderiram à heresia do Arianismo (Cristo apenas semelhante a Deus). Foram os leigos que salvaram a Igreja, proclamando Jesus como Filho de Deus. É urgente atualizar esta história, dada a estreiteza de mente e o vazio teológico reinante nos altos escalões da Igreja.
Fonte: http://www.opovo.com.br:80/opovo/internacional/724995.html
Leonardo Boff, da Comissão da Carta da Terra, é teólogo.
Para citar este texto:
"Boff conclama à revolta contra o Papa"
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/bra/veritas/igreja/boff_revolta/
Online, 21/11/2024 às 08:36:51h