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Bafo de Fel em Favo de Mel: Padre Joãozinho entra em parafuso metafísico.
Orlando Fedeli
As acusações da Montfort contra as heresias de dois sacerdotes moderninhos abalaram a segurança doutoral de um deles. Padre Joãozinho, diante dos ataques que sofreu em seu blog na Canção Nova contra seu conceito de presença real, acabou postando defesas manquitolas de sua heresia e armando arapucas intelectualmente pouco honestas com um texto do Papa Bento XVI, para pegar passarinhos desavisados. Nem beija-flor aceita favo de mel com bafo de fel. Por isso, logo a Montfort, e alguns sacerdotes, imediatamente denunciaram a arapuca intelectualmente desonesta montada por esse Padre.
Ademais, Padre Joãozinho tentara se defender, arriscando-se a fazer altos vôos metafísicos, com elocubrações confusas, para manifestar seus conhecimentos nessa matéria. Sua emenda saiu pior que o seu soneto.
Rodou, tentando um looping ontológico, e caiu em parafuso.
Que caos!
Percebe-se que ele consultou a Wikipedia ou algum manualzinho de Metafísica, que algum Padre lhe emprestou. Copiou alguns conceitos, sem digeri-los bem, e os lançou em seu blog, montando sua defesa e fuga em ré menor.
No caminho, abandonou seu antigo parceiro, Padre Fábio de Melo, pois acuado pelas cartas de um seu leitor chamado Mauro, desistiu de defender Padre Fábio de Melo, exclamando:
“Ele que se defenda”.
Largou o coitado em pleno vôo...
Sem paraquedas!
Ele que escreveu o livro negando a doutrina católica sobre a presença real de Cristo na Eucaristia, ele que se vire, escreveu Padre Joãozinho.
E lá se derramou o favo de mel.
Doutra parte, Padre Joãozinho tentou fazer um looping, procurando reverter o que escrevera à ortodoxia, e declarando crer na transubstanciação.
Deus seja louvado!
Já é alguma coisa!
Mas não basta. Ele precisa repelir o que escreveu, reconhecendo seu erro. Quem publicamente ensinou algo errado, tem que publicamente dizer que errou e que repudia o que escreveu de heterodoxo.
E “caridosamente” – ou só “com ternura” diplomatica? – ele se esforça por esboçar um acordo, chamando o “povo” (sic) da Montfort de “nossos amigos opositores”.
Esses padres moderninhos são dialéticos até nas amizades... Dias atrás, estava Padre Joãozinho, junto com Padre Fábio de Melo, doutoralmente defendendo as heresias dele. Agora, largou-o em plena batalha, dizendo: ”Ele que se defenda”.
A nós ele atacava duramente, e agora nos diz seus “amigos opositores”. Porém, apesar de nos chamar de amigos, continua a nos lançar azedas alusões. Com bafo de fel.
Padre Joãozinho chegou ao ponto de concluir sua argumentação metafísica, dizendo que ele (Padre Joãozinho) e Padre Fábio de Melo, estavam, no fundo, afirmando a mesma coisa que a Montfort. Com efeito, escreveu ele: “Portanto, traduzindo em miúdos estamos afirmando a mesma coisa e somos ortodoxos”.
Espere lá, Padre, não se precipite. Não vá se auto concedendo diploma de ortodoxia sem tê-lo merecido. Diploma de ortodoxia não se obtém tão facilmente como diploma de doutor... Depois de ter dito cabeludas heresias, para obter esse diploma de ortodoxia, o senhor precisa repudiar claramente as heresias que defendeu. Para estarmos de acordo, não basta o senhor dizer que aceita a transubstanciação. O senhor tem que voltar atrás, e condenar as coisas erradas que afirmou.
Mas, hoje, e por ora, quero apenas por às claras a “douta” explanação metafísica de Padre Joãozinho.
Que confusões!
Que saladas ele não faz!
Que mixagens ele não realiza em seu liquidificador metafísico!
Ele protesta que “Ninguém utilizou a epistemologia do hilemorfismo de Aristóteles”.
Epistemologia do hilemorfismo?
Padre que é isso?
Epistemologia é teoria do conhecimento. É a parte da Filosofia que trata da apreensão e conhecimento da verdade do ser. O hilemorfismo é a teoria ontológica de Aristóteles que afirma existirem matéria e forma como princípios do ser criado.
Padre Joãozinho não entendeu a lição que lhe deram. Apesar de seus doutorados.
E que ele não utilizou a filosofia de Aristóteles qualquer um percebe, pela confusão bolostroquenta que ele faz.
Depois dessa mancada ontológica, Padre Joãozinho parte para a sua utilização do termo “matéria”. E diz:
“Outra palavra que o senso comum confunde é “matéria”. Nossos opositores apegaram-se a afirmações em que utilizamos o termo com significado de acidente e não de essência”.
Então Padre Joãozinho confessa ter feito essa sandice: que usou o termo matéria com o significado de acidente!!! Mas não no sentido de essência
E desde quando o termo matéria pode ser usado com o significado de acidente?
E quem o acusou de usar o termo matéria no sentido de acidente?
Para Doutor Joãozinho, Matéria = acidente.
Esse Doutor nunca leu nada de Metafisica.
Noutro texto que reproduzimos abaixo, Padre Joãozinho trata expressamente do conceito de matéria. E pontifica:
“Uma das confusões no que tange a Aristóteles é o conceito de “matéria”. Sua teoria do conhecimento se apoia no famoso hilemorfismo, ou seja, um objeto é composto de matéria e de forma. Matéria aqui não quer dizer a composição química. Isto seria um “acidente” outra categoria utilizada pelo filósofo grego”.
Por essa frase sapiencial ficamos sabendo — sem confusão — que matéria não quer dizer aí composição química. Porque isso seria acidente.
Padre, acidente é “ens in alio”. Veja bem é ser “in alio”. Isto quer dizer um ser em outro ser. In alio, não é em alho. Não vá confundir alhos e bugalhos. “Accidens est id cui competit esse in alio, tanquam in subjecto inhaesionis” – [Acidente é o que compete ser em outro como em sujeito de inesão].
Nunca se viu babel metafísica mais atrapalhada. Uma mixórdia ontológica. Essas frases mereciam ir para um livro que eu preparava com as “pérolas” que alunos colocavam em suas provas ginasianas. Ia chamar esse livro: Viagem Maravilhosa pelo País das Besteiras.
Padre Joãozinho teria lugar nesse livro, embora sendo Doutor, e não aluno ginasiano.
Mas como ele é modesto, creio que ele não se ofenderia por ver citadas ao lado de gafes de ginasianos, as suas luminosas teses ontológicas.
Noutra mixórdia ontológica de Padre Joãozinho, ele confunde o conceito de analogia com metáfora, e depois julga que metáfora é um gênero literário.
“Quando falamos de “presença eucarística no irmão” o fizemos de modo analógico. A Igreja usa dessas metáforas o tempo todo. Mas quem é apressado em condenar não tem tempo para discernir gêneros literários”.
Padre Joãozinho não sabe o que é usar um termo analogicamente, o que é metáfora, e o que são gêneros literários.
Como esse padre conseguiu o diploma – não digo de Doutor – mas do Curso Colegial?
Mas, muito pior que as gafes filosóficas desse sacerdote são as teses heterodoxas, que ele vaidosamente expõe em seu blog.
Pois é essa incompetência que o faz feliz, pois julga que com sua profunda argumentação ele fez calar e triunfou sobre a Montfort.
Como é fácil ser feliz quando se sabe tão pouco!
Como se deu “missio canônica” a tanta incompetência?
Para enganar o público da Canção Nova se escolheu essa dupla. Nela, um diz heresias descabeladas, repetindo slogans que não entende, instilando o veneno do modernismo. Outro, fala com voz doce.
Porque o diabo, o pai da mentira, para enganar, sempre esconde seu bafo de fel, oferecendo-o junto com algum favo de mel. Ele instila a heresia com distorções, sofismas e ciladas, disfarçando seu bafo de fel, dentro do favo de mel da sensualidade enganadora, gestando nas almas incautas a morte da fé.
E há quem publique textos de Papas, com “ternura” armando arapucas intelectuamente desonestas, para enganar ingênuos. Mas graças a Deus a Montfort não caiu nessa arapuca.
Não aceitamos engolir favo de mel com bafo de fel.
E logo denunciamos o horrível bafo de fel da mentira, exalando-se do horroroso favo de mel, porque São Paulo recomendou que aos que ensinam heresias, e se recusam voltar atrás, é preciso “increpá-los duramente” e não com ternura romântica: “Increpa illos dure” – “Repreende-os duramente” (Ep. De São Paulo a Tito I, 13)
Por hoje, só cuidamos do bafo de fel.
Chegará a vez do favo de mel.
São Paulo, 19 de agosto de 2009.
Orlando Fedeli
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Eis os textos “filosóficos” com que Padre Joãozinho nos respondeu, em seu blog, tentando rebater as acusações feitas a ele e a Padre Fábio de Melo pelo senhor Ronaldo Motta, no site Montfort:
PE. FÁBIO E PE. JOÃOZINHO ACUSADOS DE HERESIA!
“Pe. Fábio e eu temos sido desrespeitosa e apressadamente condenados como “hereges” por um site pseudo-católico (pois não possui Missio Canonica para postar… não possui imprimatur nem nihil obstat). Nos acusam de defender a doutrina luterana da “consubstanciação”, que significa acreditar que o corpo e sangue de Cristo continuam pão e vinho mesmo após a consagração.
Na verdade a Igreja Católica, desde o Concílio de Trento, apoiada nos argumentos de Santo Tomás de Aquino, sempre afirmou a doutrina da TRANSUBSTANCIAÇÃO. Pe. Fábio e eu repetimos esta doutrina de mil modos afirmando que na Eucaristia encontramos a SUBSTÂNCIA da pessoa de Cristo. Substância é um conceito que pode confundir os simples. Literalmente significa “sub-stare”, ou seja, o que está sob o sujeito e lhe dá a identidade. Se eu cortar um pedaço do meu dedo, ali estará parte de minha carne, mas não mais minha substância. O pão e vinho consagrados não são um pedaço do dedo de Cristo. São a pessoa dele inteira, substancial. O que nossos amigos opositores, apoiados corretamente em Tomás de Aquino, chamam de “acidente”, é o gosto a aparência do pão que permanece mesmo após a consagração.
Outra palavra que o senso comum confunde é “matéria”. Nossos opositores apegaram-se a afirmações em que utilizamos o termo com significado de acidente e não de essência, portanto na acepção do senso comum, para que o povo entenda. Ninguém utilizou a epistemologia do hilemorfismo de Aristóteles. A própria Igreja toma cuidado com este uso pois o povo se confunde. Devemos empenhar todas as nossas força para demonstrar que a Eucaristia é presença real. Aliás, dizer que o irmão é presença real, parece que foi aceito. Quando falamos de “presença eucarística no irmão” o fizemos de modo analógico. A Igreja usa dessas metáforas o tempo todo. Mas quem é apressado em condenar não tem tempo para discernir gêneros literários. Para eles todos são hereges antes que provem o contrário.
Portanto, traduzindo em miúdos estamos afirmando a mesma coisa e somos ortodoxos. Mas não sei com que intenção alguém condena publicamente na Internet dois sacerdotes que têm comunhão de Igreja com seu bispo e seu superior religioso. Pode ser coisa daquele que gosta de dividir…Se for esta a motivação, não vem de Deus.
Padre Joãzinho scj 9 de Agosto de 2009
O CONCEITO DE MATÉRIA
O doutor angélico, Santo Tomás de Aquino utilizou com fluência os conceitos e a metafisíca de Aristóteles, que aliás, nunca conheceu Jesus Cristo. Portanto, utilizou uma filosofia pagã. Não espanta, pois o fantástico Santo Agostinho já havia utilizado as categorias de Platão, outro grego pagão. A Igreja reconhece uma verdade filosófica mesmo quando é cultivada fora dos seus jardins. Isto é muito bonito. Porém, estes teólogos e suas raízes filosóficas exigem muito estudo para não confundir as coisas. Uma das confusões no que tange a Aristóteles é o conceito de “matéria”. Sua teoria do conhecimento se apoia no famoso hilemorfismo, ou seja, um objeto é composto de matéria e de forma. Matéria aqui não quer dizer a composição química. Isto seria um “acidente” outra categoria utilizada pelo filósofo grego. Santo Tomás utilizou tudo isso para afirmar com todas as forças a presença real da pessoa de Jesus na Eucaristia. Os caçadores de hereges que comentam neste BLOG certamente ficarão tristes quando perceberem que existe ortodoxia fora dos seus jardins. Tenho dúvidas que para alguns deles o papa Bento XVI seja ortodoxo. Lamentável!!!
Para citar este texto:
"Bafo de Fel em Favo de Mel: Padre Joãozinho entra em parafuso metafísico."
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/bra/veritas/igreja/bafo-de-fel/
Online, 21/11/2024 às 08:30:57h