Artigos
Crônicas
Mensagem de Natal - 2021
Alberto Zucchi
Em sua mensagem no site Montfort no Natal de 2005 o Professor Orlando escreveu:
“No Natal, nós católicos festejamos o nascimento do Redentor, a possibilidade que a humilhação e o sofrimento de Deus conquistaram para nós: a possibilidade de ir ao céu.
E uma grande luz brilhou para os que habitavam nas sombras da morte.
Mas hoje quem se lembra da Luz de Cristo?
Hoje, até parece que nem houve Natal. Mas a luz de Cristo é imperecível e brilhará para sempre, por mais que a fumaça de Satanás tenha penetrado até no Templo de Deus."
Diante do Presépio, que o Professor tão bem descreve nesta mensagem, não devemos nos lamuriar pelos nossos pequenos infortúnios, especialmente aqueles que sofremos neste último ano.
Pelo contrário, se Deus nos permite sofrer, é porque ele nos ama, é porque deseja que sejamos semelhantes ao seu Filho, o Verbo de Deus Encarnado, que sofreu por amor a nós desde o nascimento até a sua crucificação.
Durante a Guerra Civil da Espanha - uma guerra que os comunistas e anarquistas fizeram contra a Igreja Católica - uma fortaleza, o Alcázar de Toledo, resistiu aos ataques das tropas do governo. A resistência dos católicos foi liderada pelo Coronel Mascardó, um homem de poucas virtudes tanto naturais como sobrenaturais.
Durante setenta dias de cerco e de ataques constantes e furiosos, o quartel foi praticamente destruído pelas tropas governamentais: duas de suas torres foram explodidas por “traçoeiras” minas subterrâneas. Os que estavam dentro da fortaleza passaram por todo o tipo de provação e dificuldades. Houve muitas mortes daqueles que defendiam o quartel e também, infelizmente, houve algumas traições e deserções. O Coronel Moscardó preferiu perder o seu filho do que entregar o Alcazar. Mas, mesmo permitindo tanto sofrimento, Nossa Senhora jamais abandonou aqueles que estavam cercados e a fortaleza só não caiu devido a fatos realmente miraculosos.
Finalmente, depois de 70 dias, as tropas contrárias ao governo libertaram a fortaleza. O Coronel Mascardó colocou então o que havia sobrado de suas tropas em um pátio em ruínas para receber as tropas libertadoras que chegavam. Então o Comandante dessas tropas se dirigiu ao Coronel para que ele apresentasse o relato do que tinha se passado.
O Coronel se limitou a afirmar: “sin novedad”. Ao invés de se lamentar, o Coronel considerou que toda a luta e todo o sacrifício pelo qual tinham passado era algo corriqueiro na vida no quartel.
Nós da Montfort, em nosso hino, composto pelo professor Orlando, cantamos repetidas vezes:
O que Te resta,
o que se recusa,
dai-me em partilha,
combates e coragem,
oh meu Deus.
(...)
A mim, meu Deus,
a cruz do desprezo,
que eu fique sozinho,
no maior esquecimento,
oh meu Deus.
Portanto, em um ano como este, só temos a agradecer - com muita alegria, sim com uma enorme alegria, e sem lamúrias - diante do Presépio, ao Menino Jesus e a Sua Santíssima Mãe por eles terem sido tão generosos em atenderem aos nossos pedidos.
E para aqueles que nos perguntarem como estamos, respondemos:
“Sin novedad”
Desejamos a todos os nossos amigos e leitores, um Santo Natal. Que Nossa Senhora proteja a todos e que o Menino Jesus traga a todos muitas graças.
Alberto Luiz Zucchi
São Paulo, 24 de dezembro de 2021
Para citar este texto:
"Mensagem de Natal - 2021"
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/bra/veritas/cronicas/natal2021224/
Online, 21/12/2024 às 18:10:32h