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A beleza no mundo, no homem e em Deus: a Filosofia da Arte, a Sabedoria de Deus na Criação e a vida espiritual (Parte 4)
Este artigo é uma continuação de A beleza no mundo, no homem e em Deus: a Filosofia da Arte, a Sabedoria de Deus na Criação e a vida espiritual, Parte 1, Parte 2 e Parte 3Pierre de Craon Lejeune
A VARIEDADE COMO ELEMENTO DO BELO a) Noção e diferentes tipos de variedade.A partir de agora passaremos à análise dos cinco elementos necessários à existência concreta da beleza num objeto.
O primeiro que se apresenta aos nossos olhos é a variedade. Saber reconhecer e apreciar convenientemente a integridade, a proporção, a unidade e, sobretudo, o esplendor da forma, é coisa difícil em vários casos. Porém, a variedade é muito exterior e sensível.
Há uma diferença entre a multiplicidade e a variedade. A multiplicidade se limita a repetir partes ou seres semelhantes. Ela só diz respeito ao número: múltiplas rosas brancas num jardim, múltiplos copos numa cristaleira, etc.
Mas a variedade vai além: ela sempre implica uma real diferença, seja substancial ou acidental, profunda ou superficial, naquelas características de um ser.
Ela sempre introduz um elemento novo na multiplicidade, de uma ordem superior e que se relaciona não mais à simples quantidade, mas à qualidade de um ser. Se ela não exige necessariamente muitos seres, ela exige num mesmo ser muitas propriedades ou atributos diferentes, ou pelo menos vários aspectos singulares e distintos.
Para elevá-la ao seu máximo é necessário mudar a simples diferença em oposição, associando ideias ou indivíduos que têm atribuições contrárias: virtude e vício; um cedro e um capim; os três Reis Magos, dotados de intenção pura e de estima por Nosso Senhor, e Herodes, mentiroso e cheio de ódio contra Cristo. A este gênero de diversidade dá-se o nome de contraste.
Podemos dizer, geralmente, que o contraste é somente a variedade tornada mais evidente, que se impõe mais à atenção e concentrada sobre um pequeno número de coisas, ao passo que a variedade é uma série de contrastes menos fortes.
b) A variedade existente na natureza e o agrado que ela dá ao homem são um fato.
Um ser que não possuísse em si qualquer variedade apareceria aos olhos e à inteligência como algo destituído de interesse.
A natureza, à qual todos os homens atribuem beleza de modo unânime, está cheia de variedade em todos os seres que a compõem. Nela encontramos vegetais, animais e minerais, todos eles contendo uma diversidade esmagadora de qualidades e características, seja de modo manifesto aos sentidos, seja de modo mais discreto ou escondido, visíveis somente aos olhos mais perspicazes e curiosos dos pesquisadores.
Para os olhos do botânico mais curioso, as plantas apresentam um interior constituído por tecidos variados, com células inúmeras e variadas, realizando funções variadas e relacionadas entre si de modos variados. Somos obrigados a omitir a espantosa riqueza que brilha nos menores detalhes, a fim de não tornar nosso artigo longo e pesado.
Os animais apresentam uma variedade enorme. Quantos animais diversos podem ser encontrados numa simples pradaria coberta por grama! Quantos animais diversos podem ser encontrados sobre uma só árvore: lagartas e besouros, formigas e pássaros, macacos e serpentes! E como os animais têm uma abundância quase incalculável de qualidades: enormes ou possuindo somente alguns milímetros, locomovendo-se por saltos, arrastando-se, correndo, voando, nadando, com manchas ou listras sempre diferentes em cada indivíduo de uma espécie (nas zebras, por exemplo), emitindo sons diferentes, comportamentos diferentes...
Quando consideramos os minerais, tão mais simples que os seres vivos, encontramos também uma abundante variedade: variedade de átomos que os compõem, de organização desses átomos, de cristais que se formam, de cores, de propriedades químicas e físicas.
Toda a variedade quase infinita de qualidades presentes na natureza ajuda a torná-la bela aos olhos humanos e, quanto mais nobre for a alma, mais claramente ela perceberá a beleza que existe em cada ser.
Após a morte de Platão, quando Aristóteles deixou Atenas para viver em Mitilena, seus amigos não compreendiam que ele realizasse pesquisas biológicas com animais de pouco valor, alguns dos quais com aspecto repugnante. Mas ele respondia que se descobrem no interior destes pequenos animais verdadeiros tesouros de verdade e de beleza:
“A natureza (...) reserva as melhores alegrias para aqueles que a estudam, considerando que se seja capaz de chegar até as causas [do que se observa nela] e que se seja realmente filósofo. (...) Assim, não devemos nos deixar levar por uma repugnância infantil pelo estudo dos animais menos nobres. Pois em todas as obras da natureza existe alguma maravilha. (...) Deve-se realizar sem desagrado o exame de cada animal com a convicção de que cada um realiza sua parte de natureza e de beleza” (Aristóteles, As partes dos animais, I, c. 5, 645a 11-23).
A natureza engloba uma organização tão harmoniosa e perfeita de partes variadas que, para a inteligência do pesquisador, e mesmo aos olhos de qualquer pessoa atenta, ela é uma fonte abundante de admiração, com uma ordem que resplandece continuamente.
A Sagrada Escritura utiliza inúmeros exemplos tirados da Criação. Na Bíblia encontramos figuras tão numerosas e belas que talvez o vigor delas não seja tão resplandecente entre os poetas de outros povos. O número de metáforas que os autores sagrados tomaram emprestado das coisas naturais, sobretudo das plantas e árvores, é impressionante. Chegou-se a observar que no Antigo Testamento encontram-se mais de 250 nomes ligados à botânica, a maioria empregada na poesia. Vemos também quase a mesma quantidade de nomes de animais e de imagens tomadas da natureza.
O homem tem necessidade do que é múltiplo e variado, e aquelas coisas que são pobres em variedade nos causam tédio rapidamente.
Tomemos um exemplo da arquitetura.
O mosteiro do Monte Saint-Michel, no norte da França, foi construído entre os séculos VIII e XII.
No século XIII decidiu-se a construção de um claustro, um jardim fechado e cercado por colunas e arcos, formando um quadrado, no andar superior do mosteiro.
Este claustro é um prodígio da arquitetura, uma verdadeira joia finamente esculpida entre quatro muros de granito, única pelas suas pequenas colunas intercaladas que repartem uniformemente o peso das vigas e que dão ao conjunto uma impressão de leveza e de pureza. Construído muitos anos depois da finalização do mosteiro, que não previa um claustro, ele precisava ser suficiente resistente para não ser destruído pelos ventos ou pelas tempestades que podem surgir no litoral, e ao mesmo tempo suficientemente leve para ser sustentado pelo mosteiro sobre o qual ele estaria e que não havia sido planejado para sustentá-lo. Queria-se, além disso, que ele desse vista para o mar. Finalmente, ele devia ser belo.
E assim foi feito.
Observem que os lados do claustro são feitos de uma fileira dupla de colunas, dispostas não de par em par, mas intercaladas entre si. As fotos seguintes ilustram mais claramente este modo de disposição das colunas. Na primeira foto vemos as colunas duplas do claustro da igreja de São Paulo fora dos Muros, em Roma, dispostas de par em par. Na segunda foto vemos as colunas do claustro do mosteiro Saint-Michel, intercaladas, dispostas em duas fileiras onde as colunas se alternam entre si.
Se o leitor fizer um pequeno esforço de observação, perceberá que há arcos que ligam não somente as colunas de uma mesma fileira, sucessivamente, mas que há arcos que saem diagonalmente das colunas, conectando cada coluna a duas outras colunas mais próximas da fileira paralela, assemelhando-se ao que hoje é chamado, em engenharia, de “treliça”. Consequência: essas colunas bem finas que vemos na foto são capazes de apresentar uma grande resistência estrutural ao vento e a outras intempéries. Se o vento empurra um arco em uma direção, ele é prontamente sustentado por pelo menos outros dois arcos.
Assim pôde-se obter tudo o que se queria inicialmente. A estrutura do claustro é de pouco peso, como vemos pelas colunas finas, ao mesmo tempo em que se tem uma grande resistência às adversidades do clima. Além disso, seus muros têm janelas que permitem vista ao mar.
Mas, e a beleza dele, que é o que mais nos interessa neste artigo? Sem duvida alguma a proporção das partes do claustro, as suas cores, sua integridade e sua unidade o fazem belo. Mas queremos chamar a atenção do leitor para a variedade de elementos que foi posta neste claustro pelos que o construíram.
Onde haveria variedade nele, se os seus arcos e colunas são todos iguais?
Pedimos que o leitor observe com atenção os detalhes esculpidos entre os arcos do claustro do mosteiro do monte Saint-Michel. Entre os arcos foram esculpidas folhas e flores.
Pois bem: entre todos os arcos deste claustro não há uma só escultura de flor ou de folhas que seja igual à outra. Não há esculturas repetidas. Veja o leitor duas delas, uma ao lado da outra:
Essa variedade de formas é mantida ao longo de todo o claustro, tornando-o rico em detalhes e chamando a atenção de quem o observa.
É natural ao homem ter sede de variedades e de novidades. Quando bem ordenada e dirigida, esta inclinação é capaz de conduzir a bons frutos. Quando desregrada, é capaz de levar o homem à perdição.
Nosso Senhor ensina que os padres devem ser capazes de dar coisas novas ao povo: “É assim que todo escriba instruído naquilo que diz respeito ao Reino dos Céus é semelhante a um pai de família que tira de seu tesouro coisas novas e coisas antigas” (São Mateus 13, 52).
Aqui Nosso Senhor quer nos ensinar que todo homem sábio, que todo sacerdote que recebeu uma instrução particular, em vista do ensinamento que eles mesmos darão na Igreja de Deus, deve ser como um pai de família que distribui aos seus filhos e hóspedes, a partir de suas provisões, aquilo que lhes é necessário. Ele não deve dar sempre coisas antigas, do mesmo modo que não deve dar sempre coisas novas, mas o bom padre é aquele que mistura habilmente umas e outras, organizando-as conforme as circunstâncias.
O bom mestre, que enriqueceu sua inteligência e sua alma com os tesouros de uma erudição variada, estará sempre pronto, conforme as exigências de seu ensinamento, para usar aquilo que lhe será necessário, e poderá recorrer à experiência dos tempos antigos, bem como a novas ideias. Ele adaptará as máximas, os provérbios e as sentenças dos sábios, bem como os fatos históricos, à sua doutrina. Ao mesmo tempo, ele compreenderá bem as atualidades e tirará lições úteis aos seus discípulos e fiéis.
Os homens têm, naturalmente, sede de coisas novas e variadas, e os padres devem ser capazes de ensinar as verdades eternas aplicando-as às necessidades sempre novas dos fiéis.
Sem dúvida alguma, um dos motivos do grande número de pessoas que passam para as seitas protestantes ou que já não vêem a vitalidade que Deus conferiu à sua Igreja é a desnutrição intelectual quase total de que os fiéis sofrem, porque os padres e bispos fazem sermões vazios de princípios católicos e sem aplicação alguma à realidade.
Não tendo o que comer no pasto em que estão, as ovelhas procuram outros pastos aparentemente mais abundantes. Aparentemente...
Ainda esperamos uma nova geração de padres que deixará de fazer sermões constituídos quase totalmente por frases vagas, lugares comuns e princípios modernistas, e passará a ensinar com clareza e luminosidade o que Deus mesmo veio nos ensinar, encarnando-se.
Também Leão XIII, ao tratar do comunismo na sua encíclica “Rerum novarum”, publicada em 15 de maio de 1891, queixa-se de que “a sede de inovações que desde muito tempo tomou conta das sociedades e as tem numa agitação febril devia, cedo ou tarde, passar das regiões da política à esfera vizinha da economia social”.
Essa sede desregrada por novidades é mais do que evidente na sociedade atual. Ao iniciarmos este nosso trabalho, citamos uma análise do escritor Octavio Paz a respeito da modernidade:
“(...) a modernidade é uma espécie de autodestruição criadora. (...) Apaixonada de si mesma e sempre em guerra consigo mesma, não afirma nada permanente nem se fundamenta em qualquer princípio: a negação de todos os princípios, a mudança perpétua, é o seu princípio. (...) Nossa época exaltou a juventude e seus valores com tal frenesi que fez deste culto, se não uma religião, uma superstição; entretanto, nunca se envelheceu tanto e tão rápido como agora. Nossas coleções de arte, nossas antologias de poesia e nossas bibliotecas estão cheias de estilos, movimentos, quadros, esculturas, novelas e poemas prematuramente envelhecidos” (Octávio Paz, Los hijos del limo, Tajamar Editores, Santiago, 2008, págs. 13; 15-16, tradução nossa).
De onde vem esta necessidade insaciável de variedade existente no homem? Estaria ela relacionada com os sentidos e com a imaginação? Seria possível que a inteligência, sempre desejosa de conhecer a verdade imutável, pudesse ser atraída também pela variedade?
c) Porque a variedade agrada?
Alguns notaram que as pessoas menos dadas à reflexão e nas quais a sensibilidade predomina são as mais ávidas por novidades.
Assim, por exemplo, as pessoas com temperamento sanguíneo se excitam facilmente e com força por qualquer impressão. A reação costuma ser, também, forte e imediata, mas a impressão ou duração costuma ser curta. Neles, a lembrança de coisas passadas não provoca tão facilmente novas emoções. Consequentemente, seus principais defeitos são a superficialidade, a inconstância e a sensualidade. Eles estão sempre buscando coisas novas, sensações diferentes, mas seus juízos são superficiais, impulsivos, pronunciados antes que tenham analisado um problema em toda sua complexidade, porém crendo que compreenderam tudo.
Estas pessoas tendem a considerar algo belo quando ele é novo e surpreendente, violento, forte e mesmo desordenado. Eles fogem de toda calma e simplicidade. Eles amam as transições rápidas, os grandes contrastes.
A sociedade moderna é claramente atingida por esses defeitos, bem como os homens que a compõem. Belo é o que impressiona, o que satura os sentidos agora para deixar de ser interessante poucos meses depois. Os artistas e a arte que produzem fazem sucesso agora para depois fazerem parte do domínio do ultrapassado.
Consequentemente, as pessoas têm hoje uma noção grosseira, grotesca e caricatural do que é a beleza.
Quanto mais uma inteligência se forma, cresce, mais ela se eleva acima da variedade. Ela amará, antes de tudo, a ordem, a proporção, a unidade, qualidades menos procuradas pelas almas pequenas.
Porém, a variedade não tem, em si, nada de indigno. Mais ainda: ela se dirige à inteligência. Não somente a razão aprova a variedade, como também encontra nela repouso e prazer.
Aristóteles, no livro VII de sua Ética a Nicômaco, faz uma análise interessante do homem e nos fornece uma explicação do porque a variedade nos agrada:
“Entretanto, não existe nada que nos seja sempre agradável. Isto vem do fato de que nossa natureza não é simples, mas de que ela possui também um segundo elemento, em virtude do qual nós somos seres corruptíveis, de modo que se o primeiro elemento faz alguma coisa, esta coisa é para o outro elemento alguma coisa de contrário à sua natureza (...)”. (Aristóteles, Ética a Nicômaco, l. VII).
Eis aí a primeira causa de nosso amor pela variedade: a natureza humana não é simples (como Deus), mas é composta de dois princípios, um corruptível (corpo) e outro incorruptível (alma). Nós não podemos satisfazê-las ao mesmo tempo. O que agrada um não é o que agrada o outro. Consequentemente, buscamos sempre coisas variadas para agradarmos o corpo e a alma, conforme suas necessidades.
Além desta razão fundamental, existem outras razões que explicam nossa preferência pela variedade.
Primeiramente, a variedade é a lei de todo ser criado e ela se mostra sempre aos nossos sentidos, sobretudo aos olhos e ouvidos. Nós vivemos num mundo cheio de variedades, e não há nada de surpreendente no fato dos homens a amarem.
Além disso, o ser humano gosta de agir, de fazer sempre alguma coisa. A variedade, sobretudo quando chega ao contraste, o anima e o move a agir. Ela lhe dá vida. O que é habitual causa monotonia, mas a mudança que propõe, de tempos em tempos, algo novo, o motiva. Daí o ditado: “Quem quer fazer sempre uma mesma coisa deve mudar de vez em quando”.
A variedade também facilita o conhecimento. Quando argumentamos costumamos usar contrastes para evidenciar a verdade face ao erro. Esta é uma das causas de existirem, nos tribunais, uma parte de defesa e outra de acusação: a verdade ressalta mais ao lado do erro. Apreciamos mais a ordem depois de termos visto a desordem. As sombras permitem que a luz seja mais apreciável. A variedade de exemplos diferentes nos permite compreender como um princípio intelectual, uma verdade abstrata, tem sua aplicação concreta na realidade constituída de casos particulares quase infinitos.
Nosso Senhor fez uso do contraste nos seus ensinamentos, o que atrai a inteligência e nos ajuda a compreender o que é explicado. É assim que lemos no Sermão da Montanha: “Por que tu olhas a palha que está no olho do teu irmão e não percebes a trave que está no teu olho? Ou como tu podes dizer ao teu irmão: Deixa-me tirar a palha do teu olho, quando há uma trava no teu olho? Hipócrita, retira primeiro a trave do teu olho e então tu poderás ver para tirar a palha do olho de teu irmão” (S. Mateus 7, 3-5). E ainda, mais a frente: “Eu vos digo que é mais fácil para um camelo passar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino dos Céus” (S. Mateus 19, 24). Nosso Senhor sabe que, ao usar um contraste, nós compreendemos mais facilmente o princípio que Ele quer nos ensinar.
Finalmente, a beleza é um transcendental. Mais adiante trataremos desta questão com detalhes e mais profundamente. Por hora é suficiente ter em mente que a beleza tem uma amplitude infinita, como o ser. Mas uma obra de arte, realizada na matéria, é limitada. Ela não pode esgotar um transcendental. Existe como que um “conflito” entre a transcendência da beleza e a estreiteza material da obra de arte a ser feita, entre o esplendor do ser e de todos os transcendentais reunidos, e a realização de uma obra dentro dos limites da matéria. O artista é alguém que encontra um novo modo de fazer com que a clareza da forma possa resplandecer sobre a matéria. Ele tenta colocar algo inesgotável - a beleza - dentro dos limites de um quadro, de uma dança, de uma estátua, de um concerto. Daí a variedade incrível de estilos e formas em todas as artes.
A variedade, associada à unidade, sua companheira indispensável, dá ao homem um duplo agrado: o agrado do movimento e o agrado do repouso. A inteligência compreende e se interessa. Ela sabe que não entrará pelo caminho do erro ao mesmo tempo em que a curiosidade está sempre viva. A verdade conhecida é sempre a mesma, mas o aspecto é sempre novo.
Mas o novo, em si, não é nem belo, nem feio. Ele pode ser os dois indiferentemente.
Além disso, o amor pela novidade encontra em nós uma inclinação contrária. Nós amamos também o repouso e não amamos aquilo que muda muito nossos hábitos.
Conclusão
Pelo que expusemos acima podemos concluir que a variedade, considerada sozinha, tem um valor acessório, extrínseco em estética. Porém, seu valor não é de pouca estima. Ela não somente nos faz mais atentos a um objeto, nos atraindo a ele para o conhecermos melhor, mas também permite um maior resplendor da forma na matéria.
Ela não é algo ligada somente aos sentidos, mas tem um fundamento na natureza do homem e está ligada também à inteligência.
No próximo artigo veremos mais de perto a influência que a variedade exerce sobre a beleza, bem como as regras e os limites da variedade.
Para citar este texto:
"A beleza no mundo, no homem e em Deus: a Filosofia da Arte, a Sabedoria de Deus na Criação e a vida espiritual (Parte 4) "
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/bra/veritas/arte/a-beleza-no-mundo-no-homem-e-em-deus-a-filosofia-da-arte-a-sabedoria-de-deus-na-criacao-e-a-vida-espiritual-parte-4/
Online, 21/11/2024 às 09:53:52h