Mundo
A tragédia econômica de Cuba é Fidel Castro
Alberto Tamer
Um leitor amigo nosso envio esta publicação do jornal O Estado de São Paulo:
19/4/2009
A reunião dos países da América Latina ganha importância econômica e política especial por realizar-se em meio à crise e levantar a questão de Cuba. O país, sufocado e arrasado há 51 anos por Fidel Castro, não tem a menor importância econômica para a América Latina ou para o mundo. Sua economia foi destruída pelos irmãos Castro que implantaram a "ditadura do proletariado", destruindo a classe trabalhadora. Substituiu-a por vassalos do Estado. São 11,5 milhões de habitantes jogados na miséria por um governo que lutou no início, para expandir o regime comunista para outros países latino-americanos. Não, talvez menos, pois os integrantes da "nomenklatura" comunista cubana vivem muito bem, sem racionamento e com suas praias.
NÃO FOI O BLOQUEIO, NÃO
É mentira afirmar que a pobreza de Cuba está sendo provocada pelo bloqueio dos Estados Unidos. Não. O governo cubano se tivesse recursos, se não tivesse destruído a economia do país, poderia ter importado de qualquer outro país. Não o fez porque os cofres estão vazios, grande parte dos gastos é com defesa. A renda irrisória das famílias ainda declina e tudo estava e está nas mãos de um Estado esclerosado e incompetente.
AGRICULTURA LIVRE...
Também é mentira que a agricultura cubana está morrendo por falta de fertilizantes e outros produtos importantes para a lavoura, provocada pelo bloqueio. Ela definha porque o Estado comunista de Fidel se apossou das terras e não as repassa para os que querem plantar. A propriedade privada da terra e de tudo foi abolida com a "revolução" de Fidel, que de fato ainda governa o país. Logo após a posse fictícia de seu irmão herdeiro - depois serão seus filhos ou parentes, como na Coreia do Norte-, anunciou um grande gesto de liberalização da economia cubana. Qual?
Permitir que os lavradores comprem agora fertilizantes antes fornecidos à míngua apenas pelo governo! Acreditem, foi isso mesmo. Foi noticiado pela imprensa mundial.
Os irmãos Castro queriam que eles plantassem, mas sem fertilizante e um pedaço de terra própria. Tudo o que era colhido tinha que ser vendido para o governo aos preços que ele mesmo fixava! Resultado, a agricultura definhou por falta de tudo, principalmente, de mão de obra. Como "solução", o governo passou a usar o Exército para cuidar do campo!
A TRAGÉDIA É FIDEL
Foram os EUA que impediram que cada lavrador tivesse uma área para plantar, colher e comercializar livremente a sua produção? Foram a Europa, os demais países da América Latina? Fomos nós, Brasil, onde Lula não sabe mais o que fazer com o seu amigo?
São esses países que impedem que qualquer um viaje para o exterior quando quiser? Que peça ao Brasil - um gesto vergonhoso para nós - a repatriação de atleta cubano em busca de liberdade? Não.
A tragédia cubana se deve única e exclusivamente a Fidel Castro, que, ao assumir o poder, fuzilou opositores políticos no paredão, fez outros desaparecerem e os restantes estão definhando nas prisões da ditadura comunista, a penúltima da história depois da Coréia do Norte, ambas aniquilando a economia e sufocando seus povos.
E seu irmão, Raúl Castro, outro ancião como ele, que foi nomeado presidente para "substituí-lo", é um fantoche. Comandava o Exército de pigmaleões, que, além de plantar e colher, exercia o nobre dever de prender os que tentassem fugir de Cuba para a liberdade.
MAS POR QUE TUDO ISSO?
O leitor deve estar perguntando por que dedicar quase toda a coluna a Cuba, que não tem nenhuma importância econômica. Porque tem imensa importância humana e, acima de tudo, porque a Cúpula das Américas, neste fim de semana, em Trinidad e Tobago, criou uma oportunidade excepcional para expor à imprensa e ao mundo o drama do seu povo. É hora de pôr fim à terrível tragédia do povo cubano, que definha na miséria há 51 anos.
AMÉRICA LATINA É IMPORTANTE
É hora também para que os países latino-americanos atentem para o surgimento de novos ditadores potenciais na região. São o patético boliviano Evo Morales, um "Sancho Pança" do outro, o venezuelano Hugo Chávez, que pretende ser o novo Fidel. Ele tem no subsolo a riqueza imensa do petróleo, mas a economia afunda na inflação em conseqüência dos desatinos econômicos.
Se a América Latina não reagir à interferência desse ditador em potencial em outros países, haverá um novo foco de distúrbio na região. Basta ver que Chávez andou financiando a campanha eleitoral na Argentina, ameaçou mandar seu Exército para a Bolívia e, informa-se, mesmo sem provas, negociaria com o narcotráfico da Colômbia. Veja bem, a afirmação não é da coluna, que apenas reproduz o que está em todos os jornais e agências noticiosas. O que a coluna afirma, sim, é que Hugo Chávez quer se perpetuar no poder. E já está conseguindo isso.
Por isso, é importante que haja tranqüilidade política. Dispensamos os ditadores e os Estados totalitários. Já temos a recessão.
Para citar este texto:
"A tragédia econômica de Cuba é Fidel Castro"
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/bra/imprensa/mundo/tragedia-economica-fidel/
Online, 21/11/2024 às 08:39:57h