Igreja e Religião
Novo Teólogo do Papa condena os princípios da Teologia da Libertação e do relativismo religioso.
VATICANO - AS PALAVRAS DA DOUTRINA do pe. Nicola Bux e pe. Salvatore Vitiello - “O oprimente secularismo sobre os agentes da missão cristã no mundo”
Cidade do Vaticano (02/10/06) - “Antes é preciso encher a barriga e depois se poderá falar de Cristo.” Este é mais ou menos o slogan que circula há algumas décadas no ambiente missionário e que levou não poucos agentes a considerar que os fundos coletados devem amparar as obras sociais, antes e mais do que a obra de propagação da fé. Isso não somente gira em sentido contrário ao que acontece nesses tempos, com as atividades que potentes centrais árabe-islâmicas desempenham para difundir o verbo corânico na Europa e no mundo, em particular no chamado terceiro mundo; mas, principalmente, vai contra àquele “não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus”(Mt 4,4), com a qual Jesus respondeu ao tentador, e “a obra de Deus é que creiais naquele que ele enviou”(Jo 6,29), com a qual ele replicou depois da multiplicação dos pães àqueles que o mal entenderam.
Por isso, fazer com que o homem encontre Jesus Cristo é a razão fundamental da missão da Igreja no mundo. Se os agentes missionários, in primis, aqueles que nas nações regulam a distribuição dos recursos materiais, que os bons fiéis do povo de Deus concedem generosamente, não colocam isso em primeiro lugar, não são diferentes dos agentes sociais e, Deus não queira, dos lobos fantasiados de ovelhas no ovil do Senhor. Mas não só. Eles são acusados de instrumentalizar a necessidade de tanta humanidade que se encontra na fome e na indigência: através do cavalo de Tróia das obras sociais, para fazer passar o Cristianismo (cfr. Encíclica “Deus caritas est” n 32-36 ). Madre Teresa, ao invés, como se sabe, considerava importante indicar sempre a todos Jesus como fonte da caridade e deu às suas filhas o preceito de antepor a hora de adoração diária ao sacramento e sempre a oração a toda ação aos pobres e aos últimos.
Pois bem, aoração e a adoração: um missionário ajoelhado diante do tabernáculo obtém muito mais conversões ao Senhor do que todas as obras sociais e caritativas. Mas tocamos um ponto delicado: a conversão. Estamos certos de que as obras missionárias têm esta intenção? Ou querem tacitamente deixar as coisas como estão? Que os pagãos ou, como for, os homens permaneçam em sua religião, tanto se salvam igualmente? Mas a missão serve justamente para não deixá-los na ignorância de Cristo. Senão, para que deixar casa, irmãos e pátria para perder a própria vida? O Senhor pediu no início da sua missão justamente a conversão: “Arrependei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,15).
O relativismo religioso nesses anos, sabe-se, introduziu entre os missionários a dúvida sobre a fé cristã: se serve realmente à salvação. Tal dúvida, lá onde não conduziu muitos a abandonar a missão, induziu outros a continuá-la, mas atenuando-a à obra social. Deus não queira que sejam usados recursos financeiros para tal abnormidade. Não citaremos todo o magistério conciliar e pontifício, da Ad Gentes à Redemptoris missio e à Dominus Iesus, que exortam a impostar a missão da difusão do Evangelho para a salvação da humanidade. Eis a outra palavra: salvação, ou seja, ajudar a reencontrar o sentido da existência, que o homem frequentemente busca sem sabê-lo. E que um pedaço de pão material não basta a doar.
Esta consciência está presente desde as origens da Igreja na Eucaristia dominical. Justino recorda:
“Sempre renovamos entre nós a memória dessas coisas; aqueles entre nós que possuem (que têm bens), socorrem os indigentes e convivemos sempre unidos, e em todas as nossas ofertas, beneficiamos o Fator do universo, para o Filho Jesus Cristo e o Espírito Santo…Aqueles, pois, que estão na abundância e querem dar, dão discretamente aquilo que cada um quer, e o que é arrecadado é depositado junto daquele que preside; e ele mesmo presta socorro aos órfãos e às viúvas, e àqueles que são ignorados por doença ou por outra causa, e àqueles que estão na prisão, e àqueles que residem como estrangeiros: em poucas palavras, [ele] se faz provedor de todos aqueles que estão na necessidade” (I Apologia 65 67; PG 6, 429).
“Sempre renovamos entre nós a memória dessas coisas; aqueles entre nós que possuem (que têm bens), socorrem os indigentes e convivemos sempre unidos, e em todas as nossas ofertas, beneficiamos o Fator do universo, para o Filho Jesus Cristo e o Espírito Santo…Aqueles, pois, que estão na abundância e querem dar, dão discretamente aquilo que cada um quer, e o que é arrecadado é depositado junto daquele que preside; e ele mesmo presta socorro aos órfãos e às viúvas, e àqueles que são ignorados por doença ou por outra causa, e àqueles que estão na prisão, e àqueles que residem como estrangeiros: em poucas palavras, [ele] se faz provedor de todos aqueles que estão na necessidade” (I Apologia 65 67; PG 6, 429).
Aos sacerdotes de Cracóvia, Bento XVI advertiu:
Dos sacerdotes, os fiéis aguardam somente uma coisa: que sejam especialistas em promover o encontro do homem com Deus. Ao sacerdote não se pede que seja especializado em economia, em edilícia ou em política. Dele se espera que seja especialista na vida espiritual” (25 de maio de 2006).
Seria interessante se os missionários sacerdotes não administrassem eles mesmos as finanças, mas como os Apóstolos, deixem que os leigos o façam. Seria um sinal da Igreja que não deixa de reformar-se. (Agência Fides 28/9/2006).
(destaques nossos)
Para citar este texto:
"Novo Teólogo do Papa condena os princípios da Teologia da Libertação e do relativismo religioso."
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/bra/imprensa/igreja/20061002/
Online, 21/11/2024 às 09:17:08h