Igreja e Religião
Padre leva polêmica ao altar (missa show para Oxum)
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No bairro da Lapinha, a Festa de Reis ocupa as ruas. Mas, dentro da igreja, cada missa é um show.
O padre Pinto é bailarino de formação clássica. Estudou balé no teatro municipal do Rio de Janeiro. Neste ano, adotou roupas coloridas para homenagear as diferentes raças, lembrando os três reis magos. “Há 20 anos que eu não dançava, o cardiologista me liberou, voltei com gás”, conta o padre Pinto.
A irreverência do padre já é conhecida dos baianos. O religioso chama a atenção nas celebrações e até em rodas de capoeira. Durante a missa de reis, a homenagem foi a oxum, a orixá das águas doces.
“A igreja sabe”, diz ele. “Dom Geraldo sabe, a CNBB sabe”, garante. “O povo é que se assusta”. Uma fiel diz que acha “um pouco estranho, porque não é de costume. Mas foi muito bonito”, ela garante.
A primeira missa desta sexta-feira começou com uma evolução que lembrava os rituais indígenas. Em seguida, o padre mudou de roupa, celebrou a missa e voltou a arriscar uns passos.
Durante o sermão, padre Pinto respondeu a uma carta de um grupo de fiéis, que pedia o afastamento dele da igreja. “Eu não quero sair daqui, eu quero morrer no altar!”, berrou o padre Pinto.
Depois de tanta polêmica, o padre José Pinto sumiu. À noite, o pároco não apareceu para celebrar a missa que encerra os festejos de reis.
“As pessoas que são muito católicas e assíduas na igreja não estão acostumadas com essas coisas e estranharam. Mas para mim, está tudo bem, está tudo maravilhoso”, diz Francineide Ornellas, auxiliar de enfermagem. Já uma outra católica afirmou que pela sua “antiguidade”, não gostou.
(destaques nossos)
Comentário:
Para citar este texto:
"Padre leva polêmica ao altar (missa show para Oxum)"
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/bra/imprensa/igreja/20060106/
Online, 22/11/2024 às 08:00:52h