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O que devo fazer diante da crise atual na Igreja?
PERGUNTA
Como vocês estão, tudo bem? Desejo que sim, graças a Deus!
Quero primeiramente parabenizar todos vocês pelo incrível trabalho e apostolado que vocês incansavelmente se dedicam e essa importante ferramenta de ajuda aos católicos que estão confusos, como eu, com a tamanha divisão e crise na igreja. Deus abençoe vocês imensamente e os mantenha encorajados em serem luz neste mundo e a trazerem mais almas para Cristo.
O motivo do meu contato é porque descobri o excelente blog de vocês recentemente, enquanto estou passando por uma crise de fé muito grande e lidando a muito tempo com um estado de aridez espiritual que muito me atormenta. Já adianto que esta mensagem será extensa. Decidi os contatar para tentar encontrar alguém que possa dar respostas às minhas dúvidas e, quem sabe, alívio as minhas angústias. Sou um jovem católico que mora numa cidade pequena no interior de São Paulo, e sempre fui uma pessoa muito ligada à fé católica e a ter um senso de urgência de cuidar da minha espiritualidade e das daqueles quem eu amo. Nasci, digamos, num “berço católico”, tendo pais que são católicos desde a juventude e que buscaram seguir os ensinamentos da igreja em seu casamento e na criação de seus filhos, então desde muito pequeno fui introduzido na fé católica e vi minha família sendo aquela típica família interiorana católica. Infelizmente, mais tarde, vim a perceber que meus pais eram aqueles “católicos de IBGE”, que se contentavam apenas em ir às missas de domingo, de vez em quando rezar o Santo Rosário e que nunca se aprofundaram no estudo na fé católico e no fortalecimento da nossa fé como família. Curiosamente, eu e minha irmã sempre fomos bem diferentes nesse aspecto, pois somos jovens que sempre quisemos ir além do básico na fé católica e buscamos saciar essa nossa “sede” participando das atividades nas paróquias em nossa cidade, indo a retiros, fazendo cursos, etc. Enfim, voltando para os dias atuais, eu me encontro hoje vivendo uma crise na minha fé na Igreja Católica devido a informações que tive contato recentemente por meio de textos e vídeos que vi online. Não me recordo se eu procurei essas informações espontaneamente ou se algum algoritmo acabou me trazendo esses temas. Comecei a ver pessoas que eu nem conheço direito discutindo temas como Concílio Vaticano II, Missa Nova x Missa Tridentina, Papado, Sedevacantismo e tudo o que ouvi me deixou confuso e um tanto apavorado. Vi diferentes grupos, em sua maioria Tradicionalistas, dizendo coisas como: “a missa nova é inválida, ilícita e herética.”; “A Igreja Católica atual é uma farsa e todos os católicos que fazem parte dela são pecadores e hereges por isso.”; “O papa atual é um completo herege, e não só ele, mas todos os que vieram antes dele.”; “Se você é católico e participa da Missa Nova você está cometendo um pecado grave contra Deus”; e tantas outras coisas que me deixaram atordoado e confuso. A sensação ao ouvir essas coisas foi de que vivi uma mentira minha vida toda, e que todos os católicos que conheço, inclusive a minha família, estão sendo enganados e ludibriados. Eu, como um católico que fui criado dentro da igreja pós concílio, sempre pensei que tudo aquilo que eu vivia era válido e o certo a ser feito. Nunca questionei se a missa era válida ou não, muito menos seus sacramentos. Porém comecei a ver pessoas que aparentam ser inteligentes e terem mais conhecimento que eu sobre a Igreja dizendo coisas totalmente opostas ao que eu acreditava e então comecei a ter uma forte crise de desespero por não saber em quem acreditar e a quem dar ouvidos. Desde que essas coisas ocorreram, deixei de ir à Missa, pois na minha cidade a única missa disponível é a Missa Nova, e tenho tido receio em receber sacramentos como a Confissão. Tenho tido esse medo também com relação aos sacramentos pois vi pessoas dizendo que esses sacramentos são inválidos pois são dados por padres “modernistas” (no caso, segundo eles, modernista é todo sacerdote ordenado pós Concílio Vaticano II) e que os receber seria algo ruim. Tenho questionado até mesmo se os sacramentos que recebi (batismo, 1ª comunhão, crisma, etc.) são válidos ou não, e isso também tem me atormentado. A única saída que eu vi para isso tinha sido deixar de ir a igrejas com padres que celebram no rito Novus Ordo e passar a ir em igrejas que só celebrem no rito Tridentino, algo que só encontro em cidades um tanto distantes da minha. Numa cidade vizinha a minha há uma capela da FSSPX que celebra a Missa Tridentina todo final de semana. Porém, até sobre essas Missas encontrei católicos criticando. Cito aqui uma pessoa bastante polêmica, o Frei Tiago de São José, onde em um vídeo ele critica a FSSPX e a trata como sendo herética por estar “em comunhão com o Vaticano”. Também vi outros católicos dizendo que as Missas Tridentinas atuais seriam inválidas pois os padres atuais, mesmo celebrando um rito que não é o de Paulo VI, são inválidos e é quase impossível achar sacerdotes válidos atualmente. Confesso que percebi um certo divisionismo dentro da Igreja atual, principalmente entre os grupos mais tradicionalistas, onde uns atacam aos outros e todos aparentam ser os “donos da verdade”. O sedevacantismo é um assunto novo para mim, mas já percebi que é algo bastante complexo e que acredito ainda não ter maturidade para compreender, então decidi me limitar a essa questão da Missa, que é algo que impacta bastante a minha vida, já que eu era alguém que estava habituado a ir à Missa aos domingos e dias de preceito, e estava buscando aumentar minhas conexões com a Igreja. Tudo isso me abalou e me fez ter muitas dúvidas sobre o atual estado da Igreja.
Decidi pedir sua ajuda pois não conheço ninguém próximo a mim que possa tirar as minhas dúvidas e quem sabe dar um pouco de alívio às minhas angústias. As pessoas à minha volta não tem nem noção dessas discussões e dessa divisão dentro da Igreja. Minha família toda pensa que está tudo bem com a Igreja e quando eu tentei explicar minhas dúvidas e pedir ajuda, fui visto como “louco” ou alguém procurando “pelo em ovo”. Enfim, não tive suporte dos que estão à minha volta. Quanto mais eu pesquiso e tento achar respostas, mais confuso e em dúvida eu fico. E mais divisão e até sectarismo eu encontro naqueles que transmitem esses assuntos. Então te peço ajuda para me esclarecer essas dúvidas, as quais irei elencar mais explicitamente abaixo.
1 - Para mim, que sou uma pessoa com pouco conhecimento sobre a crise na Igreja e que me considero muito pequeno na fé, o que posso fazer para não me desesperar com tudo isso?
2 - O que devo fazer com relação a missa? Devo continuar evitando a Missa Nova e buscar ir o máximo possível à Missa Tridentina? E quanto a esses argumentos que falam que até a Missa Tridentina hoje é inválida, eles estão corretos?
3 - As pessoas que prosseguem indo a Missa Nova estão cometendo pecado? (Pergunto isso pois estou preocupado com meus pais e com minha família, que vão a essas Missas)
4 - No caso de eu não poder ir a uma Missa Tridentina semanalmente, o que devo fazer nos Domingos que não puder ir à Missa? Como posso santificar esses dias?
5 - Os sacramentos que recebi são inválidos? Como farei para me confessar e receber a Sagrada Eucaristia caso esse argumento de que são “sacramentos inválidos” esteja certo?
6 - Sendo eu uma pessoa que está confusa e com muitas dúvidas, o que devo fazer? Devo tentar achar algum padre piedoso a quem possa expor minhas dúvidas e quem sabe receber apoio? Devo tentar apresentar essas informações a minha família, mesmo correndo o risco de eles se escandalizarem ou me verem como “cismático”?
7 - Como saber quem dentro do movimento Tradicionalista, que aparenta estar muito dividido, está falando a verdade? A quem eu deveria ouvir?
Enfim, muitas coisas se passam em minha mente todos os dias, e para mim é impossível ficar distante dessas dúvidas e dessa angústia. Por isso decidi recorrer a vocês, pois creio que vocês tenham mais conhecimento, sabedoria e até fé do que eu. Suplico ajuda como um irmão que não sabe o que fazer. Saibam que eu valorizo muito o que vocês falam e confio que Nosso Senhor Jesus Cristo usa vocês como instrumento de salvação de muitas almas.
Agradeço imensamente por tudo que vocês fazem e espero não causar algum incômodo a vocês. Fiquem à vontade para me dizerem a verdade, não importa qual seja ela. Oro a Deus para que Ele vos dê sabedoria, inteligência e clareza de ideias, pois sei que isso é algo muito importante nos tempos atuais.
Que Deus os abençoe e Nossa Senhora interceda por nós.
Atenciosamente,
RESPOSTA
Muito prezado Guilherme, salve Maria, salve o Glorioso São José!
Em primeiro lugar agradeço a sua confiança e os elogios ao nosso apostolado que são obviamente imerecidos ainda que nossa dedicação seja grande, talvez menor do que deveríamos fazer e muito aquém do que poderíamos para a Glória de Cristo Senhor Nosso e da sua Santa Igreja.
Sua grandiloquência em nos elogiar é fruto de uma alma generosa que pouco conhece os nossos defeitos, que Deus tenha piedade de nós, reze por nós com a mesma generosidade, se te for possível, para que, superando nossa miséria e mesquinhez possamos trabalhar para melhorar nossa missão e melhor servir Nosso Senhor e sua Única e Infalível Igreja.
Você, caro Guilherme, começa a sua missiva com uma questão basilar de todas as almas católicas sedentas de nossa época de Crise e de tantas aberrações no âmbito eclesial “o que posso fazer para não me desesperar com tudo isso? ”.
Sabe, Guilherme, houve uma época na história da Igreja em que uma heresia monstruosa quase devastou a cristandade, a heresia cátara, que é considerada por muitos como a heresia que “quase destruiu a Igreja”, essa heresia ensinava que tudo que advinha da matéria era mau.
Para você ter uma ideia da brutalidade desta heresia, uma maneira de se identificar que uma cidade provavelmente estava tomada pelos cátaros era notar o desaparecimento das mulheres grávidas, pois como esses hereges odiavam a matéria, eles odiavam tudo que poderia reproduzir novas vidas, odiavam as mães e seus filhos, estes morriam esfaqueados pelos membros da seita, que matavam a mãe e seu fruto “pecaminoso”. Muitos morriam inanição, e estes eram considerados os mais “virtuosos”, pois como odiavam a matéria, odiavam também todo alimento, e aqueles que morriam recusando-se alimentar de toda a matéria eram considerados verdadeiros “mártires”, grandes “santos”.
Como a Igreja venceu essa monstruosidade? Pelo santo Rosário, Nossa Senhora apareceu para um grande santo, São Domingos, e lhe disse que o rosário seria a grande arma contra essa heresia maldita.
Outra grande resposta ante uma grande crise na Igreja e na história é a vida monástica, houve uma época em que a Europa foi tomada por uma grande invasão bárbara, e como se sobreviveu mantendo a grande riqueza cultural e a vida espiritual diante da devastação bárbara? Graças à vida monástica que preservou muito da cultura, vida espiritual e ciência que temos hoje, nos monastérios se refugiou e se preservou muita coisa que poderia ter sido destruída.
E como os monges conseguiram preservar tanta riqueza? Com armas e fortalezas ante à brutalidade dos bárbaros? Não, apenas com seu lema de vida ora et labora, a oração, a vida de estudos, o trabalho, e o afastamento das instabilidades desse mundo foram e são as grandes armas católicas em época de difícil sobrevivência.
“o que podemos fazer diante de tanta crise?” rezar, meditar, estudar e trabalhar, parece simples não é mesmo? Mas não existe uma fórmula mágica, a vida católica sempre é mais simples do que aquilo que idealizamos, sem movimento extraordinários, vida mística sem pé nem cabeça, atividade política que vai mudar o Brasil, uma cruzada digital que vai revolucionar o mundo, tudo um bando de bobagens! Apenas reze, estude, medite e trabalhe, simples assim.
Sei que muitos influencers “católicos”, essa maldita bolha de instragam, entupida de uma estética sedutora e exibicionista, de prosperidade e sucesso mundano, pretende inventar para os outros verdadeiras fórmulas mágicas capazes de “mudar a civilização”, infames, apontam para si mesmos e para seus umbigos, enquanto Cristo, sua Santa Igreja e sua infalível doutrina ficam de escanteio, que, assessórios, servem apenas como moldura para ostentação da sua própria vida perfeita e de seus cursos, a grande fórmula mágica para uma rica vida espiritual e prosperidade material, fuja dessa infâmia, seguindo o exemplo dos monges de outrora, mesmo numa vida de simples leigo diante do mundo profano, afaste-se dessa vida mundana das redes sociais.
Um dos piores males produzidos por essa época de grande crise é a maldita seita dos sedevacantistas, asseclas do demônio deturpam as almas católicas daquilo que sempre foi o grande alicerce da vida católica: Pedro e seus sucessores. Frei Tiago, o herege terraplanista, e toda sorte de sórdidos acéfalos sectários, são uma praga satânica que infelizmente faz cambalear muitas almas. Como já nos ensinava nosso saudoso fundador Professor Orlando Fedeli, com sedevacantistas não se discute, não se dialoga, podemos dar argumentos contra seus erros para ajudar as almas cambaleantes, entretanto, contra os próprios sedevacantistas devemos a mais seca indiferença e desprezo, pois aqueles que rejeitam por principio a própria existência do sucessor de Pedro, aquele do qual Cristo dizia que “Simão, Simão, eis que Satanás vos busca com instância para vos joeirar como trigo; mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça” , como podem aceitar, honestamente, argumentos de outrem? Com tamanho orgulho e soberba de rogarem para si a autoridade de julgar quem é Papa e quem não é, a quem esses acéfalos escutarão? Apenas seus próprios umbigos, seus próprios caprichos, que Deus tenha misericórdia desses sectários, rezemos pela conversão e salvação deles.
Os sacramentos pós-vaticano II são válidos?
Essa é outra questão muito instrumentalizada por muitas bolhas e seitas “tradicionalistas”, como o centro da vida eclesial dessa gente aponta única e exclusivamente para si mesmos, nada fora deles pode produzir algo válido e frutuoso para a vida espiritual católica. Agora, prezado Guilherme, imagine se essa gente estivesse certa, o que restaria da vida católica? Apenas o cantinho diminuto da sua própria seita? Onde estaria a visibilidade da Igreja Católica, nota essencial da Única Igreja de Cristo? Somente nos limites desconhecidos e dimensões abstratas da sua imaginação sectária?
O que seria dos outros católicos? Apenas um amálgama indistinto de hereges abandonados à própria sorte?
Salvo uma aberração litúrgica grave, os sacramentos são válidos, mesmo no rito reformado, fique tranquilo quanto a isso, Guilherme.
Agora, sobre os frutos da Missa Reformada de Paulo VI a questão bem mais complexa. A frequência da Missa Nova é uma questão de consciência, o que isso quer dizer? Quer dizer, que se você não conhece os problemas do Rito Reformado que enfraquecem a fé, você não pode sem grave equívoco, abandoná-lo? Isto quer dizer que você pode continuar com a mesma frequência a esse rito sem peso consciência? Isto apenas que dizer, que você deve estudar, com calma e sem desespero, passo a passo, sem atropelos infantis, a profundeza da crise eclesial que vivemos e a doutrina sempre ensinada pelo magistério e que foi deturpada pelo Concílio do Vaticano II.
Quando você compreender com maior profundidade e maturidade os problemas doutrinárias de nossa época decadente, apenas, única e exclusivamente você poderá decidir se deve ou não frequentar a Missa Reformada de Paulo VI, eu não decidir isso por você, muito a Montfort, nem mesmo um Padre por mais douto que seja, nem mesmo um bispo, apenas você mesmo, com sua própria consciência, poderá decidir por abandonar o Rito Reformado. De nossa parte, o que podemos é ajuda-lo fornecendo auxílio para melhor compreensão dessa crise e de seus graves erros doutrinários.
Os problemas contra a fé que estão presentes no Rito Reformado não são invenção da Montfort ou de algum tradicionalista, para você entender melhor, citamos por exemplo o testemunho de dois cardeais:
“(...)a Novus Ordo Missae – considerando-se os novos elementos amplamente suscetíveis a muitas interpretações diferentes que estão nela implícitos ou são tomados como certos -- representa, tanto em seu todo como nos detalhes, um surpreendente afastamento da teologia católica da Missa tal qual formulada na sessão 22 do Concílio de Trento. Os “cânones” do rito definitivamente fixado naquele tempo constituíam uma barreira intransponível contra qualquer tipo de heresia que pudesse atacar a integridade do Mistério” (Grifos nossos, Carta dos Cardeais Ottaviani e Bacci, Roma, 25 de setembro de 1969).
“As reformas recentes demonstraram amplamente que novas alterações na liturgia não podem ser efetuadas sem levar à completa confusão por parte dos fiéis, os quais já demonstram sinais de relutância e um indubitável afrouxamento da fé. Entre os melhores clérigos, o resultado é uma agonizante crise de consciência, da qual um sem número de exemplos chega a nós diariamente” (Grifos nossos, Carta dos Cardeais Ottaviani e Bacci, Roma, 25 de setembro de 1969).
Aconselho você também a leitura de um artigo muito esclarecedor sobre os problemas da própria confecção do Rito Reformado: https://ibp-sp.org/ibpsp/artigo-em-portugues-do-pe-paul-aulagnier-ibp/
Uma última pergunta e de significativa importância: “Como saber quem dentro do movimento Tradicionalista, que aparenta estar muito dividido, está falando a verdade? A quem eu deveria ouvir? ”. Diante deste questionamento eu só posso ter uma única resposta, e pasme, é a mesma de sempre, como havia dito, não existe uma fórmula mágica, apenas reze, medite, estude e trabalhe, e tendo feito tudo isso, sem negligência e ignorância culposa, apenas você mesmo poderá fazer esse discernimento, eu não posso escolher por você.
Certa vez, um velho e muito experiente padre ensinava a alguns seminaristas sobre como confessar seus fiéis, o velho padre repetia com ênfase: “No confessionário, o fiel vai insistir que vocês decidam por eles, porque eles querem se abster da responsabilidade da escolha, apenas obedecendo cegamente a ordem de vocês, mas nunca façam isso, vocês não devem ir para o confessionário para decidir ou escolher pelos fiéis, não, nunca, são eles que decidem pela própria vida deles, vocês, no confessionário, devem ensinar os princípios da vida moral, da vida católica, mas a decisão e escolha é deles, pertence exclusivamente aos fiéis!”.
Repetia ainda o sacerdote ancião “no confessionário, o sacerdote, muitas vezes, também tem a ânsia de decidir pelos fiéis, pois como são superiores na hierarquia eclesial, e por causa das más inclinações advindas do pecado original, o sacerdote pode ter a tendência de dominar a vida do fiel, como um súdito diante de seus escravos, e tomar as escolhas e a decisões da vida do fiel para si mesmos, e isso é um erro grave! Vocês não devem decidir por eles, vocês apenas ensinam os princípios, a decisão pertence exclusivamente a eles”.
Finalizo essa missiva-resposta dizendo que as pessoas que frequentam a Missa nova não cometem pecado mortal se elas ignoram os erros e os graves problemas doutrinários que essa liturgia carrega, como já disse, o problema da frequência à Missa nova é uma questão de consciência.
Caro Guilherme, espero tê-lo ajudado em alguma coisa, caso queira aprofundar essa nossa conversa, mande-nos seu contato, como você mora no Estado de São Paulo, quem sabe não seja possível que algum dia você venha nos visitar, será recebido com grande alegria, venha conhecer nosso Colégio na capital paulista, pode ser de grande proveito para você e para nós também!
Por caridade, não esqueça nunca de rezar por nós, para que apesar de nossas misérias possamos ajudar tantas outras boas almas como você.
In báculo cruce et in virga virgine,
Francis Mauro Rocha.