Salve Maria!

Fui seminarista do IBP, na França, durante quatro anos. Na época, fui para o seminário em ótima companhia, dois grandes amigos que hoje em dia são dois muito bons padres, um é o reitor o outro é vice-reitor do seminário na França. Um deles, o que hoje é o vice-reitor, fui para a França exatamente com a sua idade (caso excepcional, é claro) 17 anos, lembro da festa que fizemos quando ele completou a maioridade no seminário.

Eu gostaria muito de enchê-lo de boas esperanças no caminho para o sacerdócio, entretanto, como um bom amigo longínquo, prefiro ser franco e sincero. O caminho para o sacerdócio, sobretudo em nossos tempos, quando se procura uma fidelidade à doutrina e às virtudes, é bem tortuoso e difícil, ainda temos o novo documento do Papa que visa a solapar a Missa Tridentina, lamentavelmente. Veja, não quero desencorajá-lo, porém, é preciso que você não crie uma ilusão sobre a vocação, a vocação não é simplesmente uma inclinação, um sentimento, uma revelação privada, não, nada disso!

Poucos, muito poucos, chegam até o final, alguns por falta de perseverança, outros porque Deus tinha outros planos mesmo para eles (diria que esse último é o meu caso). Todavia, por experiência própria, acho que é no mínimo uma experiência muito engrandecedora fazer parte de um seminário, os 4 anos que passei foram excelentes, entre os melhores anos de minha vida, apesar dos obstáculos, decepções, foi uma experiência de vida e ensinamentos ímpar. Não existe melhor forma de descobrir sobre sua própria vocação do que no seminário, de fato, é, por assim dizer, uma incubadora de boas vocações.

Hoje em dia, como leigo, muito do apostolado que consigo fazer, só me é possível graças às coisas que aprendi no seminário, o meu apostolado preferido e que me traz mais frutos que é o de ensinar os padres a rezarem a Missa Tridentina, muitos padres que descobrem essa Missa entram em contato com a Montfort para aprenderem essa Missa, é uma grande alegria poder ensiná-los!

Enfim, o seminário não é nenhum paraíso, muito longe disso, nem o seminário do IBP, mesmo este está muito longe de ser um seminário perfeito, grandes são as cruzes, imperfeições, decepções, para você entender uma doutrina sólida sobre a vocação aconselho que leia o artigo abaixo:

http://www.montfort.org.br/bra/veritas/religiao/significado-vocacao-sacerdotal/

Apesar de seus defeitos, é evidente que o seminário do IBP é o melhor que se tem na atualidade, sobretudo por canto da posição doutrinária do seu estatuto de ereção que é de crítica construtiva ao Concílio do Vaticano II e a exclusividade da Missa Tridentina.

É claro que aconselho com muita segurança as formações dos padres do IBP:

https://www.youtube.com/watch?v=poE2QS3g9UA&list=PLL4KSzuK9AMgmedNyoC-qMyxpq_Av9V9v

Caso você precise ter mais informações pode consultar um excelente padre do IBP:

https://instagram.com/pelucasibp?utm_medium=copy_link

Que Deus te ajude, que a Virgem Puríssima e o Santo Cura d’Ars velem pela sua perseverança, caso seja essa mesma a vontade de Deus, desde já conte com nossas orações, e reze por nós, para que o apostolado da Montfort ajude quantas almas Nosso Senhor assim o quiser!

In báculo Cruce et in virga Virgine,

Francis Mauro Rocha,

P.s.: caso interesse, temos muitos amigos no MS que abriram um colégio inspirado no colégio da Montfort de SP:

https://m.facebook.com/nossasenhoradasgracas.colegio/posts/660391117724051

Esse artigo também pode lhe ajudar bastante:

http://www.montfort.org.br/bra/cartas/polemicas/20070911122002/

Enviada em: quinta-feira, 30 de setembro de 2021 18:02

Caro Francis, Salve Maria!

Depois de um certo tempo pensando que a Monfort não me responderia fui checar meu email para ter realmente certeza disso e me deparei com seu email. Obrigado!  Foi providencial!

A respeito da noção de vocação/atração, que o senhor me alertou, afirmo que já a conhecia. A conheci por meio de um vídeo do padre Marcos, do programa Torre de Belém. O artigo da Montfort sobre a vocação que o senhor me mandou, também, já era do meu conhecimento(é destaque da minha barra de tarefas do Google). Creio ter uma correta noção de vocação.

Estou no Seminário há quase 2 anos e pude perceber na pele o que o senhor disse a respeito dos Seminários. Nem um lugar é perfeito. Imagino que assim também ocorra nos ditos Seminário Tradicionais.

O catecismo do padre Daniel também já é do meu conhecimento, apesar de não ter terminado as aulas.

O artigo Repreensão dura e caridosa produz arrependimento me fez muito bem! Hoje mesmo exporei minhas convicções ao meu reitor, chega de me calar, ser covarde e esconder-me. Se desejo ser padre preciso ser homem.

Farei sim contato com o padre.

Fui aconselhado por um sacerdote redentorista a buscar a FSSPX, para mim é uma boa ideia pois eles tem uma capela na capital Cuiaba, que é bem mais próxima que Brasília e Belém. Qual sua opinião?

Entrarei em contato com o pessoal do colégio Nossa Senhora das Graças.

Agradeço o carinho com que me tratou.

Peço que continue rezando por mim, e contem com minhas orações!

Vai meu agradecimento a Montfort por ter preservado a obra do prof Orlando, tenho ele como um santo! 

Abraço Fraterno!

Enviada em: sexta-feira, 1 de outubro de 2021 11:35

Eu conheci o professor Orlando ainda em vida, foi ele que me ensinou francês para que eu pudesse ir para o seminário, na época eu vim para SP (eu sou de origem do norte do Brasil, mais especificamente Belém do Pará) só para perguntar qual seminário seria bom para mim, eu havia dito: "professor, eu estou pronto para à FSSPX" e ele me respondeu: "não, filho, vou lhe ensinar francês, e vc irá para o seminário do IBP, fiéis à Missa e ao Papa". 

Não estou dizendo que a FSSPX é cismática ou coisa do tipo, pelo que tenho conhecimento existem muito bons padres na FSSPX, com grande devoção ao Papa, entretanto, a situação deles não é regular. Boa parte da FSSPX acabada tendendo para aquilo que chamamos de sedevacantismo prático, isto é, mostra-se uma grande reverência e devoção ao papado, porém, na prática não levam em consideração nenhuma iniciativa jurídica do Papa atual, mesmo as iniciativas mais legítimas. 

Por exemplo, em SP temos várias Missas tridentinas, a princípio não se justifica haver um estado de necessidade para que haja presença da FSSPX, e mesmo assim eles se fazem presentes, como se fosse a coisa mais normal do mundo, como uma paróquia paralela à autoridade do cardeal e do Papa, um absurdo, veja o que dizia Dom Lefebvre:

“Durante minhas visitas [ao Vaticano], você [Cardeal Seper então Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé] me comunicou várias vezes de um documento que deveria colocar fim ao ostracismo da liturgia anterior a 1969. Nos o aguardamos com uma grande esperança. Ele causará um grande alívio na Igreja e será a ocasião de uma grande renovação do fervor e de fé.

O documento será a ocasião de normalizar novamente as relações entre a Fraternidade Sacerdotal e a Santa Sé e tirará todo o motivo a um apostolado de suplência” (Intinéraires, Chroniques et documents. Número spécial hors série: Mgr Marcel Lefebvre et Le Vatican sous Le pontificat de Jean-Paul II I- Jusqu’à la mort du cardinal Seper, p. 51).

Para entender melhor sobre o estado de suplência, seria bom a leitura da seguinte entrevista: http://www.montfort.org.br/bra/veritas/igreja/padre-mercury-estabelecer-se-como-autoridade-religiosa-plena-sem-poder-recebido-de-roma-isto-e-cisma/

Enfim, eu não aconselho buscar o seminário da FSSPX, rezo para que a Fraternidade volte definitivamente a ser regular no seio da Única Igreja de Cristo, uma tão bela obra de um Grande Bispo da história da Igreja, aquela sentinela que junto com Dom Mayer foi responsável pela preservação da Santa Missa Tridentina. Mas enquanto essa regularidade não é alcançada não me parece legítimo procurar seus seminários.

Deus lhe ajude sempre!

In báculo Cruce et in virga Virgine,

Francis Mauro Rocha.