Últimas Cartas

Constelação Familiar
PERGUNTA
Nome:
Leandro Machado Campos

 

Salve Maria!

 

Caríssimos,

 

Gostaria de agradecer o apoio da Associação Cultural Montfort para a realização da Missa de Sempre e os estudos da Doutrina Católica em Paranavaí. A Confraria do Rosário Mater Dei e Associação Cultural Aquinate (ambas de Paranavaí) tem um grupo de estudo que se reuni todas as sextas-feiras para estudar a Doutrina Católica ou obras que auxilie na fé. Sendo assim já estudamos: Declaração Dominus Iesus; Encíclicas: Mystici Corporis, Mortalium Animus, Aeterni Patris, Acerbo Nimis e o Catecismo Romano de São Pio X. Agora estamos estudando a obra “Introdução a Filosofia” de Jacques Maritain.

 

No entanto, no último estudo, quando estávamos tomando conhecimento da Filosofia Persa, Hindu, Budista e Chinesa (como apresenta na obra citada acima) uma participante perguntou o que era a prática da Constelação Familiar, descrevendo, notamos que se assemelha a uma terapia (de grupo), mas tem elementos esotéricos. Outra participante diz que soube de algo semelhante que está sendo utilizado em encontros e acampamentos da Igreja Católica.

 

Podiam falar sobre  a Constelação Familiar, a origem, a incompatibilidade com a Doutrina Católica e o risco para a fé.

 

Desde já agradeço.

 

Abraços

 

Leandro Machado

RESPOSTA

Salve Maria Leandro.

 

A teoria da Constelação Familiar foi criada por Bert Hellinger.

 

Há um pesquisador chamado Rupert Sheldrake, que ficou famoso por uma teoria chamada morfogênese.

 

Algumas hipóteses para explicar as constelações familiares têm sido levantadas utilizando-se da teoria do  de Rupert Sheldrake. Ele faz análises da Constelação Familiar. Veja os vídeos abaixo:

 

https://www.youtube.com/watch?v=VVR2Y7uoBT0

 

https://www.youtube.com/watch?v=vjj0NxEyLEw

 

Rupert Sheldrake viveu na Índia e permaneceu um ano e meio no ashram (comunidade para promoção espiritual) de Bede Griffiths em Tamil Nadu, onde escreveu seu primeiro livro, A new science of life.

Sobre este Bede Griffiths há o seguinte na wikipedia: 

“Ainda que tenha permanecido como monge católico adotou algumas ideias hinduístas a respeito da vida monástica. Griffiths escreveu doze livros sobre diálogo entre o cristianismo e o hinduísmo. Explicou a doutrina indiana do Vejamānta com inspiração no cristianismo, chamada Sabedoria Cristã.”

Deste modo se vê a influência que ele teve.

Procurei buscar algo em inglês, já que Rupert Sheldrake é britânico.

Achei o artigo abaixo escrito por um tal de David Pratt, tratando da teosofia em Rupert Sheldrake.

https://www.theosophy-nw.org/theosnw/science/prat-shl.htm

Este texto é bem interessante e mostra o panteísmo presente na obra de Rupert Sheldrake.

Veja o trecho a seguir:

“On the subject of God, Sheldrake writes:

 

(Sobre Deus, Sheldrake escreve:)

 

a view of nature without God must include a creative unitary principle that includes the entire cosmos and unites the polarities and dualities found throughout the natural realm. But this is not far removed from views of nature with God. -- The Rebirth of Nature, p. 196

 

(uma visão da natureza sem Deus deve englobar um princípio unitário criativo que inclui todo o cosmos e une as polaridades e dualidades encontradas no reino natural. Mas isto não está distante das visões da natureza sem Deus - O Renascimento da Natureza, p.196) 

 

He points out that instead of the theistic notion that God is remote and separate from nature, God could also be considered as immanent in nature, and yet at the same time as the unity that transcends nature. He quotes fifteenth-century mystic Nicholas of Cusa: "Divinity is the enfolding and unfolding of everything that is. Divinity is in all things in such a way that all things are in divinity" (quoted ibid., 198). St. Paul put forward a similar pantheistic idea, saying that Deity is that in which "we live, and move, and have our being" (Acts 17:28).” 

 

(Ele ressalta que ao invés da noção teística em que Deus é remoto e separado da natureza, Deus poderia também ser considerado como imanente à natureza, e ainda, ao mesmo tempo, como a unidade que transcende a natureza. Ele cita o místico do século 15 Nicolau de Cusa: "A Divindade é o envelopamento e desdobramento de tudo que existe. A Divindade está em todas as coisas de modo que todas as coisas estão na divindade (ibid., 198). São Paulo coloca uma ideia panteísta similar, dizendo que a Divindade é aquela na qual “nós vivemos, nos movemos, e temos nosso ser” (Atos 17:28)).

Nicolau de Cusa é um esotérico (gnóstico) “cristão”.

Apesar de não ser o criador da teoria das constelações familiares, esta aproximação das ideias de Rupert Sheldrake com esta teoria a torna bem suspeita.

Espero ter ajudado.

Salve Maria,

Celso Gubitoso