RCC
"Gemidos inefáveis" em Rm 8:26
PERGUNTA
Obrigado pela atenção.
RESPOSTA
Salve Maria!
Neste ponto em específico na Epístola aos Romanos VIII, 26, os Santos e os padres são praticamente unânimes em afirmar que esses “gemidos” inenarráveis, querem dizer a oração feita em acordo com a vontade de Deus e não a nossa. Ou seja, muitas vezes as coisas que não achamos boas em pedir a Deus como o sofrimento e a tribulação são melhores para nossa salvação eterna que nossa saúde e deleite.
(Rm VIII, 26) Similiter autem et Spiritus adiuvat infirmitatem nostram; nam quid oremus, sicut oportet, nescimus, sed ipse Spiritus interpellat gemitibus inenarrabilibus;
("O Espirito ajuda também a nossa fraqueza, porque não sabemos o que havemos de pedir, como convém, mas o mesmo Espírito ora por nós com gemidos inefáveis. (Rm 8, 26)
Ou seja, o nosso sofrimento é um objeto de uma oração agradável a Deus. Santo Agostinho comenta que nossa tribulação pode muitas vezes ser a oração que Deus nos suscita, em vistas a possuirmos o céu na eternidade, pois os deleites do mundo podem perder nossa alma. O sofrimento nos faz desapegar dos bens mundanos. Por isso o “gemido” se refere que Deus nos ajuda a rezar mesmo quando nos condoemos de nossas fraquezas para pedir o que é melhor à nossa salvação.
“Assim é que quando a tribulação sobrevém um servo de Deus para prová-lo e corrigi-lo, parece as vezes inútil aos poucos inteligentes. (...) se entende que muitas vezes nos ajuda Deus na tribulação; e em vão se deseja a saúde que algumas vezes é oposta, quando pelo deleite e amor a esta vida, é um perigo para a alma. Se diz que geme o Espírito porque nos faz gemer com caridade exercitando em nós o amor da vida futura...” (Santo Agostinho, Exposição sobre a Carta aos Romanos)
É tendo em vista estes ensinamentos que como cantamos no Hino da Montfort:
“Je te demande
d"un jet ta croix,
car je n"ai le courage
de deux fois
la demander.”
[“Eu te peço, de uma só vez tua cruz, por que eu não tenho a coragem de pedi-la duas vezes. Prof. Orlando Fedeli, 1995]
Como é diferente o ensinamento da Verdadeira Igreja que se coloca em contraposição à ideia de blá blá blá irracional protestante e da RCC! Os pouco inteligentes da RCC e do protestantismo que sempre veem o sofrimento como algo do demônio e em desacordo com a vontade de Deus. O Espírito Santo nos move a rezar com o ardor da caridade mesmo no sofrimento para que, como está escrito no Deuteronômio “os tenta o Senhor, vosso Deus, para saber se O amais” (Dt XIII, 3).
Ora esse gemido, do sofrimento que Deus nos permite, nada tem com o grunhido dos grupos de Oração Pentecostais.
“Porque digo isto senão porque de ordinário aproveitam as moléstias e as tribulações temporais para curar-nos do tumor da soberba...?” (Santo Agostinho, Carta a Proba) A oração apoiada pelo Espírito Santo, conforme a Sagrada Escritura, nos ajuda a nos curar da soberba. Ao contrário, a irracional oração carismática pentecostal estimula a soberba de quem se pretende inspirado self-service mandando Deus a fazer a vontade do carismático de plantão.
Desta maneira, esqueça qualquer interpretação favorável aos ruídos irracionais da RCC. Estes só servem para aumentar o orgulho e a soberba ao mesmo tempo que nivela o homem aos animais.
Espero tê-lo ajudado.
Salve Maria!
André Roncolato