Como resolver o problema RCC dentro da Igreja?

Cartas

RCC

Como resolver o problema RCC dentro da Igreja?

PERGUNTA

Nome:

Sergio Souza da Silva

Enviada em:

20/11/2017

Local:

Recife - PE, Brasil

Religião:

Católica

Escolaridade:

Pós-graduação concluída

Prezados da Associação Cultural Montfort,

Salve Maria!

Sobre os erros doutrinários da RCC:

1) Em termos práicos, o que deveria fazer a Igreja com os milhares de grupos de oração e essas novas comunidades? Levando-se em consideração a grande multidão que participam desses movimentos, dever-se-ia baixar alguma determinação que fechasse instantaneamente esses grupos e novas comunidades? Como resolver o problema RCC dentro da Igreja?

2) Dentre essas novas comunidades, a Canção Nova, por exemplo, recebeu o reconhecimento pontifício. Alguém poderia afirmar que o fato de receberem o reconhecimento pontifício não significaria uma aprovação aos seus erros doutrinários. Então, qual o significado do reconhecimento pontifício para a CANÇÃO NOVA? Para quem está de fora, uma notícia dessas causa impacto de legitimidade daquele movimento. E pela descrição da Montfort a Canção Nova está cheia de erros. Então, o Papa estaria errado em dar o reconhecimento pontiício à Canção Nova ou qualquer outra comunidade da RCC?

Salve Maria, e grato pela orientação.

Sergio Souza

RESPOSTA

Respondida em:

10/12/2017

Prezado Sergio, Salve Maria!

Respondendo suas dúvidas:

Nós não temos nem autoridade, nem a longevidade, Sérgio, para dizer o que a Igreja deve fazer. Na verdade esse é um erro moderno comum: o laicato, as CNBBs, o conselho de padres de Jijoca de Jericoacoara, a gerente da paróquia, a pastoral do bingo, o “tiozinho da pipoca” da porta da Igreja, dizerem e opinarem o que a Igreja deve fazer. Assim, não temos pretensão nenhuma de dizer o que deve fazer a Igreja.

Entretanto é possível dizer o que ela já fez.

- Ela já condenou reiteradamente todos os princípios modernistas da RCC. Leia o Concílio Vaticano I, a Pascendi e o Syllabus;

- Ela já condenou outros “movimentos” para os quais, anteriormente, se tinha dado aprovação. Por exemplo o Sillon. Leia a Notre Charge Apostolique;

- Ela já condenou outros movimentos Carismáticos Pentecostais como os “Despertados” na Baviera. Movimento carismático copiado pelo Pe. Booz que foi condenado;

- Ela condenou energicamente as doutrinas românticas e pietistas da “emoção” do “sentir”, da “experiência com Jesus” típicas da RCC;

- Ela condenou as ideias que, no estabelecimento de uma época específica, o Espirito Santo teria mais atuação na Igreja que em outras épocas, que o Espirito Santo agiria “in delivery”, ao gosto do freguês, como se difunde pela RCC. Leia a Encíclica Divinun Illud Munus.

E se por ventura a Igreja condenasse categórica e bruscamente os movimentos, as novas comunidades e todas essas coisas inúteis e muitas vezes nocivas a Fé, o que aconteceria?

O futuro a Deus pertence, mas é preciso lembrar que para ser católico, Sérgio, não é necessário pertencer a nenhuma dessas bobagens modernas. Basta ser batizado e não ser herege. Assim, em minha opinião pessoal — que não vale nada — acredito que se um dia isso foi feito, as paróquias encheriam muito mais. Quando não havia essa proliferação de novas comunidades e movimentos, o Brasil tinha mais de 96% de católicos! Até 1960 a variação religiosa no Brasil se manteve entre 96-100% de católicos. Em 50 anos a partir do tal “derramamento do Espirito Santo” na Igreja, da “Primavera Conciliar” e das “janelas abertas” houve uma diminuição espantosa, pois hoje somos menos de 65%. Ou seja, em 50 anos, o Concílio Vaticano II e a Missa Nova e seus desdobramentos: RCC, TL, Neo Catecumenato, Arautos etc, conseguiram o feito de elevarem à 10ª potência a evasão de católicos no Brasil que permaneceu estável por 450 anos.

Assim, se você deseja que as Igrejas voltem a ficar cheias, com pessoas católicas e praticantes da única e verdadeira religião e não simplesmente adeptas deste ou daquele padre “pop star”, ou seguindo o “profeta de plantão” sua preocupação deveria ser a contrária do que é. Você deveria lamentar que as autoridades da Igreja não condenem esses movimentos e ponham um fim de maneira categórica a tantos erros doutrinários.

Sobre o reconhecimento Pontíficio às “comunidades” como a RCC, de novo, se impõe o que os fatos e a história da Igreja nos ensinam. Já falamos do Sillon que se constituiu em uma época cujo rigor para se autorizar algum movimento nem se compara aos de hoje. Assim este movimento foi aprovado e posteriormente condenado. E tudo por um mesmo Papa, e um papa Santo, São Pio X. Você sabia que outro Papa Santo, São João Paulo II, chegou a elogiar a Teologia da Libertação e depois a fez condenar através do Cardeal Ratzinger?

Veja, ainda, outro exemplo, os Arautos do Evangelho.

Eles têm o reconhecimento Pontifício, mas lá dentro há culto, esdrúxulo e contrário a doutrina católica, a Plínio Corrêa de Oliveira, ao monsenhor João Clá e a Dona. Lucília, mãe de Plinio. Cada um deles tem até direito a uma Ladainha. Plinio substituiu Cristo, Lucilia substituiu Nossa Senhora e João Clá substitui todo mundo. Claro que isso é uma loucura bizarra, e é claro também que não sabemos de tudo que acontece lá dentro, nem nós nem o Vaticano, porque agora eles estão sob intervenção da Santa Sé. Se a aprovação da Santa Sé implicasse em uma espécie de reconhecimento de infalibilidade como você explicaria a intervenção?

Se Deus quiser os Arautos serão condenados, mas é necessário rezar porque não é difícil que se repita a história dos Legionários, outra instituição que tinha aprovação do Papa, e uma aprovação muito maior do que a Canção Nova. Os Legionários eram muito “simpáticos” como os Arautos, e a condenação demorou muito... E o estrago só aumentou... E as grandes prejudicadas foram as almas. Rezemos, então, para que os Arautos sejam condenados rapidamente.