RCC
Não há erros no Concílio Vaticano II nem na missa nova
PERGUNTA
Nome:
Paulo Víctor Andrade
Enviada em:
25/11/2009
Local:
Manaus - AM, Brasil
Religião:
Católica
Escolaridade:
2.o grau concluído
Profissão:
Estudante
Paz de Cristo a todos do site Montfort.
Não penseis que vim trazer paz! [...] mas sim a espada! (S. Mateus 10,34)
De fato, escrevo porque quero debater questões da nossa fé católica dignamente como um verdadeiro católico, porém, por justiça, não posso deixar de agradecer imensamente por tantas dúvidas, minhas e de muitos cristãos, ter esclarecido (não há palavra mais adequada, pois realmente trás clareza) este site. Confesso que me diverti grandemente com as respostas, principalmente do professor Orlando Fedeli, contra absurdos protestantes e, às vezes até mesmo católicos. Todos vós tendes minha admiração por tão belo ministério prestado à Santa Igreja. Peço que a sempre Virgem Maria não cesse de interceder por todos vós, conseguindo-vos, em Cristo, muita saúde e vigor para defenderdes a sã doutrina.
Sou catequista desde os 16 anos (aos 14 me crismei e com 15 fui, digamos, um “estagiário” na catequese), e este sítio muito me ajudou em minha vocação. Identifico-me bastante convosco, pois me sinto verdadeiramente um profeta de Deus, não dos que advinham o futuro, mas dos que defendem Cristo e a Igreja. Contudo, 3 questões em particular defendidas pelo site me fazem discordar. Pois bem, vamos debatê-las:
O Concílio Vaticano II. Bem, o Papa Bento XVI, na sua tarefa de apascentar o rebanho do Senhor, já deveria anunciar (denunciar) a toda a Igreja os “erros do Concílio e de Paulo VI”, propondo soluções. Entretanto ele ainda não o fez. Então eu só posso concluir três coisas:
a) Tendo o Santo Padre “poder pleno, supremo, imediato e universal” (Compêndio do Catecismo da Igreja Católica 182) ele ainda não o fez porque não há o que denunciar/rejeitar, portanto não havendo erros, nem no Sagrado Concílio Ecumênico Vaticano II (Sacrosanctum Concilium 1), nem nas atitudes do saudoso Papa Paulo VI.
b) Ele não o fez por receio.
c) Ele não o fez por irresponsabilidade.
A segunda opção e a terceira não fazem sentido para mim, portanto eu creio que seja o primeiro caso. Acredito, sim, que há erros vindos da má interpretação do Concílio. Algumas concessões foram feitas e, a meu ver, elas acabaram sendo mal utilizadas trazendo abusos que feriram e ferem a Igreja. E penso que o fato de não ter sido um Concílio infalível só prova que a Igreja acerta até mesmo quando ela tem chance de errar, pois quando nosso Senhor instituiu o primado de Pedro não lhe impôs condições sobre o ofício de ligar e desligar.
O rito ordinário (para vós, a Missa nova) também não contém erros, pois se fosse o caso o Papa já teria concertado, jamais o sucessor de Pedro seria irresponsável a ponto de deixar a Igreja não oferecendo um culto agradável a Deus. Mas não há como negar os absurdos que vêm acontecendo. Penso que acabar com esses abusos litúrgicos seja obrigação da Santa Igreja, não somente em forma de documentos, como a Redemptionis Sacramentum, mas também nos encontros com o Clero, nos seminários... etc. Não deixo, absolutamente, de dar o valor merecido ao rito extraordinário (Missa de Sempre), ao canto gregoriano... Tenho até um CD virtual Missa de Angelis no meu celular!
E quanto à Renovação Carismática Católica, eu afirmo, com toda humildade, que ela é sim católica! Partindo do mesmo princípio, o Papa já teria se pronunciado. É dispensável, porém, tentar defender alguns erros doutrinários dela. Assim como já houve anti-Papas, e, convenhamos, ainda há anti-Bispos e anti-Padres, também na RCC pode até haver anti-católicos, mas ainda há cristãos que, quando erram, o fazem ingenuamente, inocentemente por falta de conhecimento. Portanto, mais uma vez, penso eu que seja dever da Santa Mãe Igreja educar seus filhos que estão errando. O documento da CNBB também é uma forma de educá-los, porém é necessária a colaboração dos Bispos locais e dos pastores de almas. Se Deus quiser ainda veremos todo o corpo de Cristo em perfeita unidade!!!
Gostaria de pedir-vos que me respondam mostrando onde eu possa estar errado e como poderia eu me corrigir. Desde já agradeço a paciência. Peço perdão se em algum momento fui injusto, de forma alguma foi esse o meu desejo. Mais uma vez congratulo-vos por esta vossa vocação tão iluminada por Deus, peço ao Santo Espírito tornar-me tão digno em minha vocação como o sois vós e a Cristo que vos abençoe da mesma forma como também vos peço que intercedeis por mim em vossas orações, pois passo por um momento, digamos de discernimento vocacional, sinto-me chamado a, quem sabe, servir ao Senhor no culto divino.
A Paz e o Amor de Cristo a todos!
Não penseis que vim trazer paz! [...] mas sim a espada! (S. Mateus 10,34)
De fato, escrevo porque quero debater questões da nossa fé católica dignamente como um verdadeiro católico, porém, por justiça, não posso deixar de agradecer imensamente por tantas dúvidas, minhas e de muitos cristãos, ter esclarecido (não há palavra mais adequada, pois realmente trás clareza) este site. Confesso que me diverti grandemente com as respostas, principalmente do professor Orlando Fedeli, contra absurdos protestantes e, às vezes até mesmo católicos. Todos vós tendes minha admiração por tão belo ministério prestado à Santa Igreja. Peço que a sempre Virgem Maria não cesse de interceder por todos vós, conseguindo-vos, em Cristo, muita saúde e vigor para defenderdes a sã doutrina.
Sou catequista desde os 16 anos (aos 14 me crismei e com 15 fui, digamos, um “estagiário” na catequese), e este sítio muito me ajudou em minha vocação. Identifico-me bastante convosco, pois me sinto verdadeiramente um profeta de Deus, não dos que advinham o futuro, mas dos que defendem Cristo e a Igreja. Contudo, 3 questões em particular defendidas pelo site me fazem discordar. Pois bem, vamos debatê-las:
O Concílio Vaticano II. Bem, o Papa Bento XVI, na sua tarefa de apascentar o rebanho do Senhor, já deveria anunciar (denunciar) a toda a Igreja os “erros do Concílio e de Paulo VI”, propondo soluções. Entretanto ele ainda não o fez. Então eu só posso concluir três coisas:
a) Tendo o Santo Padre “poder pleno, supremo, imediato e universal” (Compêndio do Catecismo da Igreja Católica 182) ele ainda não o fez porque não há o que denunciar/rejeitar, portanto não havendo erros, nem no Sagrado Concílio Ecumênico Vaticano II (Sacrosanctum Concilium 1), nem nas atitudes do saudoso Papa Paulo VI.
b) Ele não o fez por receio.
c) Ele não o fez por irresponsabilidade.
A segunda opção e a terceira não fazem sentido para mim, portanto eu creio que seja o primeiro caso. Acredito, sim, que há erros vindos da má interpretação do Concílio. Algumas concessões foram feitas e, a meu ver, elas acabaram sendo mal utilizadas trazendo abusos que feriram e ferem a Igreja. E penso que o fato de não ter sido um Concílio infalível só prova que a Igreja acerta até mesmo quando ela tem chance de errar, pois quando nosso Senhor instituiu o primado de Pedro não lhe impôs condições sobre o ofício de ligar e desligar.
O rito ordinário (para vós, a Missa nova) também não contém erros, pois se fosse o caso o Papa já teria concertado, jamais o sucessor de Pedro seria irresponsável a ponto de deixar a Igreja não oferecendo um culto agradável a Deus. Mas não há como negar os absurdos que vêm acontecendo. Penso que acabar com esses abusos litúrgicos seja obrigação da Santa Igreja, não somente em forma de documentos, como a Redemptionis Sacramentum, mas também nos encontros com o Clero, nos seminários... etc. Não deixo, absolutamente, de dar o valor merecido ao rito extraordinário (Missa de Sempre), ao canto gregoriano... Tenho até um CD virtual Missa de Angelis no meu celular!
E quanto à Renovação Carismática Católica, eu afirmo, com toda humildade, que ela é sim católica! Partindo do mesmo princípio, o Papa já teria se pronunciado. É dispensável, porém, tentar defender alguns erros doutrinários dela. Assim como já houve anti-Papas, e, convenhamos, ainda há anti-Bispos e anti-Padres, também na RCC pode até haver anti-católicos, mas ainda há cristãos que, quando erram, o fazem ingenuamente, inocentemente por falta de conhecimento. Portanto, mais uma vez, penso eu que seja dever da Santa Mãe Igreja educar seus filhos que estão errando. O documento da CNBB também é uma forma de educá-los, porém é necessária a colaboração dos Bispos locais e dos pastores de almas. Se Deus quiser ainda veremos todo o corpo de Cristo em perfeita unidade!!!
Gostaria de pedir-vos que me respondam mostrando onde eu possa estar errado e como poderia eu me corrigir. Desde já agradeço a paciência. Peço perdão se em algum momento fui injusto, de forma alguma foi esse o meu desejo. Mais uma vez congratulo-vos por esta vossa vocação tão iluminada por Deus, peço ao Santo Espírito tornar-me tão digno em minha vocação como o sois vós e a Cristo que vos abençoe da mesma forma como também vos peço que intercedeis por mim em vossas orações, pois passo por um momento, digamos de discernimento vocacional, sinto-me chamado a, quem sabe, servir ao Senhor no culto divino.
A Paz e o Amor de Cristo a todos!
RESPOSTA
Muito prezado Paulo Victor,
Salve Maria.
Muito lhe agradeço as suas palavras caridosas para com o site Montfort. Você se mostra nosso amigo, e, ao mesmo tempo, nos faz ponderações em pontos em que diverge de nós. Mas, humildemente pede que o corrijamos se caiu em algum erro.
Pois caiu em vários erros.
A caridade nos manda esclarecer quem está em algum erro. Além disso, as boas contas fazem bons amigos. Portanto a caridade e a prudência matemática me ordenam corrigi-lo em alguns pontos. Veja nessas correções, então, um ato de amizade e de respeito por você e por sua vocação.
Não se diga nunca profeta, porque essa é uma dignidade que não temos. A profecia oficial já não existe mais. E se Deus concedeu a alguns santos o dom do profetismo, não sejamos imprudentes e presunçosos, nós pecadores e nada santos, afirmando ter um dom que Deus reserva apenas a grandes santos, que eles mesmo não se diziam profetas.
Quanto ao Concílio Vaticano II.
O Papa Bento XVI abriu as discussões sobre o Vaticano II com a Fraternidade Sacerdotal São Pio X (FSSPX) que foi das primeiras a apontar os erros do Concílio. Essa honra e glória foi a de Dom Lefebvre. Não posso deixar de mencionar, nesse ponto, também a Dom Mayer, honra do episcopado brasileiro, pois ele também se opôs energicamente aos erros do Vaticano II, apoiando a luta heróica de Dom Lefebvre e da FSSPX.
Ora, se o Papa Bento XVI abre discussões sobre o Vaticano II, é porque ele admite que nele há, não só expressões ambíguas, mas também erros. Pois o que é infalível não pode ser discutido e nem pode ter erros. Curioso é que mesmo os teólogos nomeados pelo Papa para debater o Vaticano II com os teólogos da FSSPX, eles também já fizeram críticas ao concílio.
Desse modo o debate será calmo e fraternal...
E soube que o primeiro debate foi ameno e depois houve geral confraternização cristâ.
Claro...
E no final das negociações, Bento XVI dará seu veredito sobre o Vaticano II.
Aguarde e acate o que Bento XVI dirá.
Você afirma que Bento XVI não apontou erros e nem anunciou soluções. Isso não é certo, pois Bento XVI anunciou que a Santa Sé se reserva o direito de dar, em breve, a interpretação verdadera de alguns textos do Vaticano II. E ele ainda quando Cardeal, criticou textos do Cancílio. Por exemplo, atacou o famoso “susbsistit”.
Ele atua com prudência, é certo, mas isso é por caráter psicológico e para evitar maiores males, e até cismas graves. Não por medo.
Ainda nestes dias recebi uma carta de um jovem, Cristiano, de Mossoró, que me alertou para um problema bem grave:
A Gaudium et Spes, começa dizendo:
“A alegria e a esperança, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo”
Notou muito bem o leitor Cristiano que é muito dificil compreender que as esperanças do homem moderno, esperanças centradas no mundo e no bem estar, sejam também as esperanças e alegrias dos discípulos de Cristo.
Ora, Bento XVI ,em toda a encílcica Spe Salvi (especificamente no n0 3) afirma que a esperança dos cristãos é a vida eterna, o céu e não nas coisas desse mundo.
Fica difícil negar que Bento XVI não tenha sutilmente se oposto à Gaudium et Spes.
Por que não o fez frontalmente?
Claro que para não causar escândalo.
Em Roma, se tem publicado críticas bem fortes ao Concílio e os autores delas são pessoas ligadas a Bento XVI. Exemplo disso, é o livro de Monsenhor Brunero Gherardini, com seu livro “Vaticano II, um discorso da fare”, assim como o livro de Frei Giovanni Cavalcoli sobre Rahner, Il Concílio tradito.
É um segredo de polichinelo que por trás de tantas críticas que se fazem ao Vaticano II, está uma tolerância e uma simpatia papal. Para não dizer um incentivo do mais alto cume da Igreja.
Ainda agora se noticiou na Europa que Bento XVI está usando o báculo de Pio IX. É um modo bem sutil de ensinar. Ensinar que o Syllabus vem aí.
Se o Papa é obrigado a agir lentamente nessa questões não é por irresponsabilidade. Mas por cuidado em não causar um mal muito grande como seria um cisma universal, que Bento XVI quer evitar por prudência — não por medo --, e para impedir a perda de milhões de almas.
Também na correção dos erros da Missa Nova Bento XVI tem seguido tática prudente. E já fez correções importantes que tem sido sistematicamente desobedecidas pelos Bispos. Por exemplo, ele mandou traduzir o “pro multis” dizedo-se “por muitos” e mandou tirar das missas novas o “por todos” mentiroso e contrário á fé. Poucos Bispos obedeceram o Papa.
Bento XVI anunciou a reforma da reforma da Missa. E consta de boa fonte romana que todo o canon da Missa nova será dito em latim.
Em Roma, fala-se abertamente dos erros da Missa Nova...
Ite, Missa nova est.
A Missa nova acabou!
Você afirma contraditoriamente que a RCP (Renovação Carismática Protestante) é católica . E logo depois reconhece que nela há erros. Você não vê sua contradição? Você só tem é medo de ver o óbvio.
Evidentemente você me dirá – como já o disse - que os erros da RCC não são dos católicos individualmente que lá frequentam. Portanto os erros são da própria RCP.
E é claro que os erros não são criados pelos católicos de boa fé que vão na RCC. Os erros são da própria RCC, isto é da RCP, são do movimento por ter princípios errados e protestantes.
E nem discuto que haja católicos sem conhecimento frequentando enganados a RCP. Acuso a RCP, e não pessoas individualmente.
Finalmente, lhe dou um conselho: leia o que escrevemos no site Montfort e sobre a RCP. Não dá para repetir tudo nsta carta. Estude e divirta-se com as cartas, trabalhos e ensaios contra os erros da RCP e do Vaticano II.
In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli