Política e Sociedade
Fora de Bolsonaro não há salvação?
PERGUNTA
Prezados amigos da Associação Montfort,
Salve Maria!
Gostaria, se possível, que fosse publicada minhas considerações sobre a reação conservadora diante do “mito” Jair Bolsonaro.
Espero contribuir para uma justa compreensão acerca de uma adesão e uma confiança alicerçada em frágeis pilares. Que essa minha ponderação sirva para nos aproximar, cada vez mais, das verdadeiras tábuas de salvação que podem, com absoluta certeza, salvar o mundo e o Brasil das garras da maçonaria.
Fora de Bolsonaro não há salvação?
“Deve haver proporção entre os princípios e as conclusões” (São Tomás de Aquino. Suma Teológica II-IIa, Q. 49, a. 2).
A campanha conservadora pela vitória de Bolsonaro ultrapassa as fronteiras da razoabilidade. Se os moralistas concordam com a licitude de uma adesão material – consumada pelo voto –, que visa tão somente impedir, hipoteticamente, o governo do mais perverso, nem de longe eles admitem uma adesão formal, efetivada por uma militância pública – com propaganda, bandeiras, fogos e carreatas – pela vitória de um candidato, ainda que seja o menos corrupto. De um evitar o “mal maior”, favorecendo com profunda consternação um provável “mal menor”, a caravana do “mito” passa a proceder como se o mal, embora menor, fosse um grande bem, digno de ser apoiado publicamente mediante propaganda eleitoral, dando, além de uma possível adesão material, um ilícito consentimento.
Quando diante de uma situação concreta escolhemos o “mal menor”, em hipótese alguma festejamos essa lamentável decisão. Nas situações ordinárias, naturalmente procuramos caminhos que irão proporcionar acúmulo de bens e não prejuízos. Embora tenha por objetivo impedir uma grande desgraça, não deixa de ser lastimável o favorecer, ainda que materialmente, um mal menor.
Por isso quando somos assaltados, mesmo entregando o dinheiro ao criminoso (mal menor), lamentamos profundamente pelo bem roubado. Ninguém solta fogos de artificio ou faz carreata quando entrega seus bens ao ladrão. Mesmo com a vida intacta (bem maior), não deixa de ser um triste prejuízo o roubo dos bens menores. O mesmo se pode dizer de uma cirurgia. Quando alguém escolhe amputar a mão cancerosa (mal menor) para não perder a vida (mal maior), não organiza por isso uma festa para comemorar a perda de um valioso membro. Jamais se viu um paciente festejando porque terá a mão amputada. É com muito pesar que escolhemos perder algum bem para salvar bens maiores. Portanto, não deixa de ser causa de lamentações escolher, contra a própria vontade, um mal menor que nos trará enormes prejuízos.
Exemplo disso é a tolerância que por vezes a Igreja adota em relação ao culto dos hereges. Ela suporta com desgosto a existência de um mal com intenção de impedir outro mais prejudicial. Assim ensinou o Papa Pio XI na Carta Dum Civilis Societas de 1875:
“Se as circunstâncias o exigem, pode-se tolerar desvios na regra, quando são introduzidos tendo em vista evitar males maiores, sem contudo elevá-los à dignidade de direito, contra as eternas leis da justiça”
Também o Papa Leão XIII, na Encíclica Libertas Paestantissimum:
“Embora não dando direitos senão àquilo que é verdadeiro e honesto, a Igreja não se opõe à tolerância que o poder público acha que tem que usar a respeito de certas coisas contrárias à verdade e à justiça, tendo em vista evitar mal maior ou procurar conservar um bem maior (...) A tolerância ao mal, pertence aos princípios da prudência política e deve ser rigorosamente limitada pelos limites exigidos por sua razão de ser, ou seja do bem público. Portanto se ela for prejudicial, ou se for para o Estado causa de um mal maior, como conseqüência não será permitido usar dela, uma vez que nestas condições falta a razão do bem maior”.
Desse princípio legítimo – nas condições estabelecidas pela Igreja – não segue que seja lícito ao clero, além de tolerar, favorecer formalmente as seitas mediante propaganda religiosa. Optar licitamente por um mal menor não significa uma permissão para militar por sua vitória ou desenvolvimento. O combate ao erro permanece, na tentativa de vencê-lo, ainda que tolerando sua existência para evitar um previsível mal maior.
O mesmo deve ser aplicado nas questões políticas eleitorais. Escolher um mal menor, pela força da circunstância, tendo em vista impedir danos piores, não pode transmutar-se numa ilícita campanha eleitoral pelo triunfo do candidato indigno. Desse modo, teríamos não uma tolerância do mal e uma contribuição meramente material, mas uma ativa ação partidária que levianamente traveste o mal com roupagens de bem. É preciso recordar que, ainda que salvando a sociedade de perdas maiores, que seria em caso da eleição do mal maior, é de se deplorar os graves malefícios que Bolsonaro irá causar com sua rigorosa política contraceptiva-eugenista, com sua liberal e igualitária contribuição ao homossexualismo, entre outros gravíssimos objetivos e consequências de sua visão liberal-socialista.
A eleição de Bolsonaro, apesar da boa intenção, deveria ser motivo de sofrimento, e não de carreatas e fogos comemorativos, em favor de um destruidor eugenista da família e da sociedade. Do mesmo modo, se uma tempestade destrói somente a casa, não atingindo a vida dos familiares, ainda assim não se presencia uma festa pelos bens não destruídos, mas uma tristeza pelos bens atingidos pela tempestade.
Quando somos forçados pela consciência a escolher pelo mal menor, isso nos causa aflição e não animação. É um pesar acompanhado de um certo bem relativo. Mas não deixa de ser lamentável permitir a destruição de bens tão valiosos para impedir a destruição de bens mais elevados. É uma circunstância de grande amargura e não de festanças que ignoram ou disfarçam, politicamente, a perversa destruição que fará Bolsonaro contra a Fé e a Moral do catolicismo.
É essa ilícita adesão formal e antinatural que vem defendendo e promovendo o contraditório tomista Carlos Nougué, que deveria alicerçar suas ações politiqueiras na incólume metafísica de Santo Tomás. Não basta conhecer as páginas da Suma Teológica no que diz respeito às Virtudes Cardeais e Teologais. Principalmente quanto a prudência, faz-se necessário aplica-la nos casos concretos, para uma decisão e ação correta, geradora de bons frutos.
Não queremos ensinar o tomista. Mas a precipitação é inequívoca.
Que o Papa São Pio X recomendou o voto no menos indigno, é ponto indiscutível. Essa possibilidade também foi reconhecida tanto pelo professor Orlando Fedeli, em sua vida de apostolado, como pelo atual presidente da Associação Cultural Montfort. Os discípulos do aquinate bolsonariano deveriam fazer uma melhor pesquisa antes de proferir ilações infundadas. Basta reler as respostas publicadas e ver que a intenção das dissertações não era favorecer candidatos ou partidos, tampouco influenciar a votação dos católicos, que são livres para decidir pelo voto ou anulação do mesmo, pois nenhuma Lei, nem humana nem divina, pode obrigar um homem a se enganar conscientemente. Desde quando, segundo a nova suma direitista, somos obrigados a participar obrigatoriamente de um jogo maçônico? Ora, foram apresentados diversos fatos históricos que robustecem a tese de que a direita – como ensinou nosso saudoso professor Orlando – foi inventada para enganar os católicos assustados com o extremismo da esquerda. Quanto a isso, apenas um profundo silêncio tomista de Carlos Nougué.
A partir de uma prudente análise histórica – que desvela a prudência dos filhos das trevas – o objetivo da montfort era desmitificar o “falso ídolo” das inverídicas qualidades que seus súditos lhe adornaram.
Desde quando mostrar os erros de um inimigo da Igreja é puritanismo? Por ventura dirão que, denunciando as perversidades de Bolsonaro estaremos fortalecendo os erros do comunismo? Foi o que disseram em relação a TFP. Ora, então seria lícito deixar de mostrar os erros da RCC para não favorecer a marxista Teologia da Libertação? Deveriam os santos não ter atacado os hereges que negam a humanidade de Cristo para não fortalecer os negadores da divindade? Teria sido mais prudente Cristo não ter atacado a Tradição dos Fariseus para não contribuir com a doutrina dos Saduceus? Seria melhor não combater a AIDS para não impulsionar a promiscuidade? Essa é uma nada tomista recomendação.
A propósito, como se pretende julgar a gravidades dos males que nos são ofertados pela maçonaria – aplicando o princípio do mal menor – sem conhecer cada um deles profundamente? Assim como o juiz julga melhor analisando todas as provas, assim a inteligência compreende e julga melhor analisando todos os males para certificar quais, dentre eles, são os maiores e os menores em grau de perversidade.
Longe de querer corrigir um tomista, mas esses pré-requisitos são elementares.
A Montfort não faz campanha contra o voto em Bolsonaro. O que ela fez, seguindo o exemplo dos santos, é uma demonstração filosófica e teológica dos gravíssimos erros da pseudo “tábua de salvação” dos conservadores. Dessa metodologia, queremos mostrar que o herói dos conservadores não é um mal menor pouco preocupante, em relação aos demais da esquerda comunista. Os motivos estão todos explicitados na dissertação “Considerações Sobre a Política Direitista de Jair Bolsonaro”, tomisticamente ignorada por Carlos Nougué.
É claro que o tomista da Tradição dirá que o professor Alberto Zucchi cogitou – licitamente – a anulação do voto nessas eleições (opinião essa não definitiva), sem impor essa decisão aos direitistas sumamente preocupados com uma ignorante e incompetente Associação, que segundo Nougué, logo será sepultada.
Novamente não há proporção entre causa e efeito nas reações de Carlos Nougué. O que a princípio não era digno de resposta, tornou-se objeto de uma histérica sequência de postagens que, pela falta de conteúdo, lembra bem a reação furibunda de Olavo de Carvalho quando massacrado pela profunda resposta do professor Orlando Fedeli.
Não fica bem para um tomista só esbravejar sem nada demonstrar racionalmente.
Isso está mais para olavismo do que para tomismo.
Engana-se Carlos Nougué quando protesta, dizendo que houve uma distorção sectária da montfort no sentido de distorcer os delirantes adjetivos em favor de Jair Bolsonaro. Aliás, a balança tomista do bolsonariano parece insistir num vício de desproporcionalidade. É o que vislumbramos ao recordar a postura de Nougué em relação ao Motu Proprio do Papa Bento XVI.
Quem faz um paralelo entre as estimas pelo Bolsonaro e as reservas sobre o Papa, chega a conclusão de que, em matéria de restauração dos valores cristãos, Bolsonaro é bem mais importante (tábua da salvação) do que o Romano Pontífice e a liberação da Missa Tridentina. Assim, uma autoridade temporal que irá destruir a família pela esterilização e pelo favorecimento do homossexualismo merece mais confiança e apoio tomista do que o Doce Cristo na Terra. Na balança de Nougué, Bolsonaro com sua politica eugenista-maçônica-comunista, tem mais peso que o Papa e a liberação da Missa de Sempre. Os meios políticos valem mais que os meios sobrenaturais.
Isso se nota pela seguinte declaração do tomista:
“Que o Motu Proprio sobre a Missa tridentina e a suspensão das excomunhões dos quatro Bispos da FSSPX não nos enganem” (Carlos Nougué).
Ora, por que não vemos essa mesma advertência em relação ao Jair Bolsonaro? Há muito mais motivos para suspeitar desse político do que do Papa, que mesmo vacilante, favoreceu o retorno a Tradição, levantando as excomunhões e liberando a Missa, verdadeira tábua de salvação.
Mas a desproporcionalidade antimetafísica impera na balança nougueriana.
O Papa seria um embusteiro, que fez “um certo” bem para enganar a FSSPX. Bolsonaro, embora eugenista, abortista, socialista, é a tábua da salvação e o precursor da resistência ao anticristo, porque fará um “certo bem” pela restauração. Digo, fará um certo bem demolindo valiosos tesouros da Lei de Deus.
De Bento XVI se exigia com protestos de resistência uma impecável doutrina como condição para um acordo. Se atacava as mínimas vacilações, desprezando o Motu Proprio que nem sequer foi considerado um mal menor pela justa balança tradicional.
Gostaríamos muito de ver Nougué regular sua balança judicial, demonstrando igual preocupação e resistência ao falso Messias Bolsonaro.
Assim como houve profundas críticas e nenhum apoio ao Papa, Nougué deveria prevenir seus pupilos da mesma maneira: “Que as poucas boas propostas de Bolsonaro não nos engane!” Ele é eugenista, socialista, abortista legalista, favoreceu o PT e defende a política socialista dos militares de 1964. Também irá intensificar o aborto pela rígido programa contraceptivo, favorecendo o homossexualismo e desse modo a ideologia de gênero.
Tudo isso não é um razoável motivo para se dizer: Que Bolsonaro não nos engane?
Mas não. Apesar de tudo, ele é a tábua de salvação. Em outras palavras, ou é Bolsonaro ou o apocalipse. Ou ele ou a perdição.
Fora do Messias Bolsonaro não há salvação.
Nem o Papa, nem a Missa podem nos acudir nessa crise global.
Só Bolsonaro...
O Messias...
O falso Messias.
Para Bolsonaro, o futuro eugenista destruidor da família, fogos e carreatas. Ao Papa que heroicamente liberou a Missa e levantou a excomunhões, um mísero e ingrato: “que não nos engane”.
Uma notável proporcionalidade tomista.
Estupendo!
Santo Tomás deve se orgulhar de Nougué.
Bolsonaro irá fazer algum bem, protesta o magno tomista!
Irá impedir o aborto concordando com o aborto? Irá defender a vida intrauterina admitindo assassiná-la injustamente nos casos legalizados? Irá vetar uma ampliação não crendo ser o feto ou embrião uma pessoa com direitos invioláveis? Podemos confiar em Bolsonaro? Ou só devemos evitar as enganações de Bento XVI? Mas Nougué insiste! Ele fará um certo bem. Ele é a tábua da salvação! Que certo bem? Ele irá impedir a ideologia de gênero favorecendo o homossexualismo? Ele irá impedir que crianças sejam doutrinadas e se tornem homossexuais, fortalecendo o reconhecimento e incentivando o homossexualismo nas leis e na sociedade? Que bem é esse que por outro lado é sacrificado? Dá o bem com a mão direita e retira com a mão esquerda? Isso nos parece o diabo, que ensina a verdade com a ponta direita e envenena os tolos com a ponta esquerda. Até o Diabo faz um certo bem, tendo em vista produzir maiores males. Nesse sentido, até o demônio aceitaria ser o mal menor na política.
Toda essa elucidação teria sido dispensada, se Carlos Nougué tivesse apreciado com espírito tomista as considerações da montfort sobre Bolsonaro. Mas a campanha pelo confiável político é de suma importância. Nougué e seus discípulos não podem perder essa chance única de tábua de salvação.
Se o artigo sobre Bolsonaro é penoso de ser estudado, pois desmonta o conceito de tabua de salvação, ao menos Nougué deveria deixar um pouco a Suma e folhear as páginas da história, para enxergar que a partir do sistema eleitoral implantado pela maçonaria, segue uma gradativa destruição dos valores católicos, sendo liquidados de eleição a eleição. O que a esquerda não consegue com a tirania do fuzil, a maçonaria conquista democraticamente pelo voto. Astutamente provoca medo nos católicos, com uma proposta comunista radical, para mais facilmente arrastá-los para o “moderado” que, como insiste a história, irá liquidar princípios fundamentais da religião na sociedade.
Ao invés de explodir a casa de uma só vez, o que causaria um escândalo, se vai destruindo pouco a pouco a estrutura, até por fim demolir a casa por completo. Então de pouco a pouco, de voto a voto, de eleição a eleição, a maçonaria vai destruindo o que resta do catolicismo nas Leis e nas civilizações. Não com paredón ou cortina de ferro, como compreendeu Napoleão, pois sangue de mártires é semente de cristãos. Mas estrategicamente por concessões, vencendo a religião não pela imbecilidade ditatorial, mas legalmente por vias democráticas.
Com Bolsonaro serão perdidos uma porção de bens preciosos. Amanhã, numa outra eleição, perderemos algo mais. Até por fim a maçonaria termine sua obra com um democrático xeque-mate. Em uma aula magistral, dizia o saudoso professor: “tolo quem crê que ao apertar um botão tenha vencido a maçonaria”. Como poderia as sociedades secretas serem vencidas por um sistema forjado por elas para destruir o catolicismo? É como pretender resolver uma gripe com placebo. O sintoma não desparecerá. Ao contrário, a gripe ganhará resistência até se tornar uma poderosa pneumonia.
Não quero com isso dizer que o católico deve simplesmente menosprezar sem critérios as eleições. Mas que não devem cair numa ilusão com um sistema criado para impor a maldade “legalmente” e gradativamente, com o democrático apoio popular. Que, acima de tudo, confiemos em Nossa Senhora, convertendo almas e propagando o Evangelho de Cristo.
A maçonaria não tem pressa... Assim como um piloto de formula 1 vence ultrapassando carro a carro, a maçonaria quer vencer etapa por etapa, até a implantação total do Novus Ordo Seculorum.
Isso não está nos compêndios de Moral.
Isso é História, que desvela a prudência dos filhos das trevas...
Com duas forças contrárias (direita e esquerda) a maçonaria vem conduzindo a sociedade. Pelo voto! Que se realmente tivesse um grande poder de mudança moral e doutrinal, não seria obrigatório. Aliás, basta ver na história das eleições republicanas, quantos direitos a Igreja conquistou e quantos lhe foram tirados. Se ela foi beneficiada ou prejudicada.
Estaríamos exagerando? Vejamos a consideração de um insuspeito esquerdista:
“Um mal menor é sempre menor que um subsequente possivelmente maior. Todo mal resulta menor em comparação com outro que se anuncia maior e assim até o infinito. A fórmula do mal menor, do menos pior, não é mais que a forma que assume o processo de adaptação a um movimento historicamente regressivo, cujo desenvolvimento é guiado por uma força audaciosamente eficaz, enquanto que as forças antagônicas (ou melhor o chefe das mesmas) estão decididos a capitular progressivamente, em pequenas etapas e não de uma só vez...” (Antônio Gramsci, Cadernos do Cárcere, caderno 16 § 25)
Que Carlos Nougué passe a enxergar a realidade com os dois olhos (direito e esquerdo); que regule sua balança desproporcional; que passe a ter mais esperança na Igreja e no Papa, canal da graça de Deus, e não em um político enganador e parceiro da maçonaria. Que firme sua confiança na verdadeira tabua da salvação, a Missa e Nossa Senhora, a única que pode impedir o trunfo dos inimigos da Igreja.
Salve Maria!
Pedro Henrique.