Política e Sociedade
O nascido Ministro Temporão quer limitar o direito de nascer
PERGUNTA
Nome:
David Redmerski Júnior
Enviada em:
13/04/2007
Local:
Maringá - PR, Brasil
Religião:
Católica
Escolaridade:
Superior em andamento
Profissão:
Auxiliar de Escritório
Na linguagem popular a expressão "temporão" é usada para definir aquele que nasceu muito tempo após os outros filhos de um casal, aquele que nasceu sem que ninguém esperasse. Pois é, nosso atual Ministro da Saúde é Temporão, não sei se pelo nascimento, ou somente pelo sobrenome.
Teve ele o direito de nascer, mesmo sendo Temporão e quer negar esse direito aos que ainda não nasceram, mais ainda, tem o objetivo de retirar o direito de nascer daqueles que ainda nem gerados foram.
Já por diversas vezes o dignatário tem se declarado politicamente como favorável ao aborto, como política sanitarista, medicina pública, necessária para milhares de mulheres de nosso país.
Em entrevista a Folha de São Paulo do dia 09 de abril de 2007 (link para assinantes: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc0904200723.htm) disse ele: "Meu objetivo, quando toquei nesse tema há cerca de duas semanas, era chamar a atenção para um debate que sempre foi feito dentro de um contexto moral, filosófico ou religioso, mas não no contexto de saúde pública .", ora, então descobrimos que o aborto não envolve filosofia, religião ou moral, está sim no campo da saúde pública, obrigado pela informação doutor...
No domingo dia 08 de abril o Instituto Datafolha (veja: http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u90989.shtml) doviulga resultado da pesquisa: hoje pelo menos 65% da população defende que a legislação sobre o aborto não tenha seus limites ampliados, sabem qual é a opinião do ministro Temporão sobre a pesquisa? Leia: " O resultado da pesquisa não me surpreendeu porque acho que a sociedade brasileira sempre debateu o tema de maneira superficial". Fantástico não? Já que a maioria da população não aprova ele simplesmente carimba, é uma opinião superficial, ora, afinal de contas não somos especialistas em medicina pública... obrigado pela consideração doutor...
Seguem ainda suas opiniões na entrevista: " No ano passado, o SUS (Sistema Único de Saúde) realizou 2.000 abortos legais e 220 mil curetagens pós-aborto na rede. Não posso afirmar com segurança a percentagem desses 220 mil procedimentos que foram feitos em decorrência de um aborto espontâneo ou de abortos realizados em condições inseguras. Essa é uma informação relevante para a discussão ." Mas hora vejam só quão importante são os números para a discussão, tão importantes são, que ele os cita, mas não os tem... grande estatístico é o doutor Temporão. Como ele diz, não sabe se as curetagens são fruto de abortos espontâneos ou não. Se não sabe como ousa citar os dados? Fica-se com a impressão de que seriam todos abortos induzidos. Ainda bem que não dá aula de estatística o doutor...
Perguntado se em caso de plebiscito votaria ou não pelo aborto responde: " Eu te diria que, do ponto de vista da saúde pública, hoje a minha visão é pela legalização, mas não gostaria de me posicionar agora porque, quando o debate for aprofundado, eu poderei captar com mais sutileza as diversas posições e nuances sobre o assunto ". Nesse ponto eu fiquei surpreso pela sinceridade do Temporão doutor, ele ainda espera captar nuances e sutilezas das diversas opiniões acerca do assunto, e eu, na minha ignorância, acreditava que ele já tivesse opinião formada sobre o assunto. Eu tenho, mas como disso o doutor, minha opinião é superficial, afinal de contas não entendo de saúde pública e fico me pautando pela moral, pela filosofia e pela religião, como sou atrasado hein doutor... (mas não finjo ainda não ter posição)
Seguindo na entrevista li: "A pesquisa do Datafolha mostra que a sociedade aprova plenamente [94% da população] o uso do preservativo, o que destaca a importância da política de conscientização ." Aí me veio uma pulga atrás da orelha falando: ué, ele acredita em pesquisas? Outra pulga disse: acredita sim, quando é favorável a opinião que ele tem!!! Superficial somente quando não concordam com nossa opinião... dois pesos e duas medidas... que incoerência doutor...
Fui informado por entrevistas de rádio e televisão que o doutor tem quatro filhos. Bonito, espero sinceramente que Deus nosso Senhor possa em muito abençoar sua família, mas qual a importância de ele ter filhos ou não para a sua opinião pró-aborto? Nenhuma.
Em nome da saúde pública querem liberar o aborto, e eu que ainda creio na filosofia, na moral e na religião suplico a Deus que não permita isso em nosso Brasil.
David Redmerski Júnior
Maringá - Paraná.
RESPOSTA
Prezado David,
Salve Maria!
Excelente o seu comentário sobre a posição desse Temporão, pai de quatro filhos e, ainda assim, favorável à liberalização do homicídio pré-natal!
Gostaria apenas de confirmar sua observação sobre a trapaça com o número de curetagens pós-aborto. Essa falácia é muito popular na argumentação abortista, pois é conhecido o fato de que cerca de 15% de todas as gestações termina em aborto espontâneo - porcentagem que chega a 20% no caso da primeira gestação - o que dá um número elevadíssimo de curetagens realmente praticadas nos hospitais, já que este é um procedimento geralmente recomendado em caso de aborto espontâneo. Daí a "misturar os dados" com aqueles provenientes de abortos induzidos é um passo...
Escreva-nos muitas vezes. Lutemos juntos contra o aborto.
Que Deus nos ajude!
In Corde Jesu,
Lucia