Política e Sociedade
Causas da violência atual
PERGUNTA
Há algum tempo persiste a preocupação generalizada com o crescente e irrefreável aumento da violência. Jamais o Brasil passou por tamanha violação da sua liberdade, onde as pessoas perderam, por completo, o respeito pelo próximo. Ao mesmo tempo, pode-se acompanhar uma terrível crise econômica que vem atormentando, de forma sistêmica, o direito de um povo viver com a dignidade que um ser vivente merece. Alguns sociólogos insistem em dizer que o motivo para tamanha violência é a dificuldade financeira por que passa a maior parte da população. Outros dizem que tem a ver, tão somente, com caráter. Porém, o que é possível perceber é que as pessoas estão altamente fragilizadas, e a tal ponto que aceitam qualquer fórmula para escapar da linha incômoda da pobreza. Ora, de cinqüenta anos para cá, tudo o que é pernicioso aumentou, e com números bem mais atraentes do que aqueles que mostram o crescimento do "rebanho" protestante, tão enaltecido por pessoas muito vaidosas e pouco temente s, haja vista que uma Igreja milenar não deveria ter sofrido uma "pontinha" sequer de afronta, principalmente por ser una desde a sua fundação e ter sido instituída pelo próprio Salvador. Na pior das hipóteses deveriam eles ter gratidão, principalmente por ter sido mantida viva a chama do cristianismo por "míseros" 1.500 anos. Onde eles estiveram todo esse tempo?
Os protestantes vangloriam-se de ter dobrado o numero de "fiéis". Deveriam orgulhar-se também pelo incremento da população de adeptos do candomblé, do espiritismo, de adoradores do diabo, dos que destituem Jesus do trono de Salvador, de ateus, de assassinos, homicidas, genocidas imperialistas, gananciosos, materialistas, e muitos outros fenômenos sociais que sempre vêm acompanhando todo e qualquer tipo de disfunção macroeconômica. Aí fica a pergunta: o protestantismo aumenta por causa da violência ou é a violência que origina-se do protestantismo? Ora, um povo materialista, que não acredita, por pura conveniência, na fé com obras, não pode mesmo importar-se com o próximo, este que é pobre, fraco, desempregado e drogado. Uma pessoa com estes problemas jamais terá respeito por um "próximo" que não o considera "próximo". Daí a necessidade do matar, do assaltar, dentre outros. Com isso vem a pergunta final: é este o caminho? Que Deus ilumine a todos.
RESPOSTA
Muito prezado Jair, salve Maria!
Muito obrigado por seus comentários.
Uma das maiores crises econômicas e financeiras por que passou o mundo foi aquela que ocorreu depois do "crack" da Bolsa de Nova York, em 1929. O desemprego foi enorme e mundial.
Naquele tempo o PIB do Brasil era bem menor do que o de hoje.
Entretanto, apesar do desemprego e das dificuldades econômicas maiores que as atuais, a criminalidade era ínfima se comparada com a de hoje.
Lembro-me que minha família passava os meses de férias num sítio de um amigo e nossa porta da rua não se fechava, porque havia cedido. Apesar da porta ficar aberta um mês inteiro, e mais até, jamais entrou ladrão em casa, naquele tempo de portas abertas.
Certo, a população de São Paulo era muito menor, mas havia -- proporcionalmente -- muito menos crimes.
A pobreza, então, não é a grande causadora dos crimes e da violência atuais. Se só a pobreza causasse roubos e violência, não haveria político ladrão.
A grande causa da violência provém da falta de fé e de moral.
Hoje, não se crê mais em Deus, nem no céu, nem no inferno.
A TV -- e a escola -- ensinam que só temos esta vida, que a moral é relativa, e que todos somos iguais -- o que é uma grande mentira -- e isso só pode causar revolta.
Quem crê nisso, e vê a vida passar, quem mora num casebre e vê outros gozando esta vida que crêem única, se pergunta por que uns têm tanto e outros pouco, se todos são iguais?
Disso nasce a violência. Crê-se que a felicidade está em ter, em possuir, e não em ser.
Julga-se que ser bom é ser bobo.
Se viemos todos dos macacos, por que alguns têm um galho melhor e mais cômodo que os demais filhos de macaco?
É o ateísmo prático e teórico, é a falta de Fé em Deus, é a descrença que são as causas profundas da violência.
E, para esse ateísmo difuso, contribuiu muito o Vaticano II com seu ecumenismo relativista, pois se todas as religiões podem salvar, pensa o povinho, então tanto faz uma quanto outra.
Ou nenhuma.
Nas igrejas, os padres não falam mais do inferno. E os confessionários foram retirados. Quando muito, os confessores atendem como "psicólogos", que só buscam "compreender" o pecado, e jamais condenar o pecador. Não há mais sermão que exprobre, nem autoridade que condene.
O confessor só perdoa sem criticar ou recriminar. O professor não pune mais: dá chances. O juiz dá sursis e "punições comunitárias". E quando alguém comete um crime hediondo, acaba sendo entrevistado pela TV, quando não contratado para ser ator de novela.
A falta de punição é a grande causa que contribui muitíssimo para o crescimento da criminalidade e da violência.
Não só não se admite a pena de morte, mas praticamente ninguém cumpre pena nenhuma. Está nos jornais que os três mocinhos abastados que, por pura maldade, queimaram um índio que dormia, estavam cumprindo "pena" soltinhos da silva...
E políticos, no Brasil, normalmente, ou são ricos, ou vão ficar ricos.
Não há punição, e a crença estúpida na "bondade" humana, ensinada por Rousseau, transformou as penitenciárias -- casas para se fazer penitência -- em casas de "reeducação" (Na verdade, em antros de "pós-graduação" no crime, nas quais se desenvolve a seita satânica, que exige de seus membros pactos de sangue e decapitações em homenagem a Satã).
O governo gasta muito mais sustentando criminosos jogando futebol, e até com piscinas nas "penitenciárias" do que com bolsas universitárias, ou com salário de professores. Em vez de educar a juventude, se investe em "reeducar" criminosos.
Quem não soube educar crianças inocentes, como vai saber reeducar bandidos?
Dizia eu que não há punição. E a Sagrada Escritura adverte que "Com o castigo do escandaloso, ficará mais sábio o inexperiente" (Prov. XXI, 11)
E Deus previne que: "Aquele que absolve o réu, e o que condena o justo, ambos são abomináveis diante de Deus" (Prov. XVII, 15).
Hoje, só se teme -- e é um excelente temor -- punir inocentes. Mas não se teme -- e é um vício péssimo -- absolver o criminoso.
Em suma, meu caro Jair, é a falta de religião a grande causa do aumento desenfreado da criminalidade.
E se fala de paz. E se fala de amor.
E são padres os que mais falam em paz e em amor Fala-se até em Civilização do Amor e em tempos de paz.
E Deus responde a esses que falam de paz sem justiça, e em amor que é apenas filantropia e não caridade: "Eles enganavam o meu povo, dizendo: Paz, e não havia tal paz" (Ez. XIII, 10).
"Curavam as chagas da filha de meu povo com ignomínia, dizendo: Paz, paz, quando não havia paz" (Jer. VI,14).
Como essas palavras ditas por Deus, aos judeus, no sexto século antes de Cristo, valem para os líderes católicos de hoje.
Porque a paz é fruto da justiça, e a justiça consiste em dar a cada um o que é seu: a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.
A Deus, hoje, quase que só se ofertam blasfêmias e sacrilégios. Quando não se O nega, teórica ou praticamente.
"Coisas espantosas e estranhas se têm feito nesta terra. Os profetas profetizaram a mentira, e os sacerdotes do Senhor os aplaudem com a as mãos. E meu povo amou essas coisas. Que castigo não virá, pois, sobre essa gente ao fim de tudo isso?" (Jer.V, 30-31).
E não parece que Deus falou isto para nós, e para hoje?
In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli.