Polêmicas
Defendendo Dom Rifan, leitor crítica "O Pastor que vai e vem"
PERGUNTA
Não o conhecendo por outros meios mas somente por este texto é de estranhar no meio católico o tratamento que o Sr. refere ao sacerdote e bispo da única Igreja de Cristo, divulgado em um dos sites mais vistos no setor de apologética católico do país.
RESPOSTA
Prezado Sr. Gabriel, salve Maria!
Inicialmente lhe agradeço por ter escrito para o nosso site, sobretudo por ter informado ao final da sua carta que o senhor autoriza a publicação da mesma, autorização essa que me dá a impressão de uma solicitação, quem sabe até um pequeno desafio, e que atendemos sem a menor hesitação. Tenho ainda que agradecer a oportunidade que o senhor me dá de responder a outros ataques que sofri em razão do artigo que escrevi. Ataques que foram feitos em ocasiões em que a boa educação e o respeito à autoridade sacerdotal me impediram de respondê-los. Resta ainda agradecer seu reconhecimento de que nosso site é um dos mais vistos no setor de apologética católica.
Cumpridas as formalidades vamos ao que realmente interessa.
REPLICA
Defendendo Dom Rifan, leitor crítica ´O Pastor que vai e vem´ - II
Confesso que não esperava a publicação da carta com seu comentário, no meio de tantas que os senhores devem receber diariamente. Digo comentário e não resposta pois os questionamentos colocados na carta não foram respondidos. Vamos lá:
Observe que ele mesmo em sua carta dirigida a Mons.Lefebvre permite uma crítica a reforma neste sentido, e nesta linha é até muito justa e louvável esse santo apostolado a favor da Missa de sempre:
O problema é mais lógico que de moral. Se o senhor afirma que a missa na forma ordinária é má em si mesma consequentemente afirma que o Papa que a celebra faz o que?
O papa celebra a missa como o senhor disse por questões de gosto e sentimentalismo?
O senhor não respondeu.
Observe as palavras do Papa Pio XII a respeito do Papa:
Com isso o senhor vai alegar causa de necessidade nas suas palavras? Passar por cima do Papa assim como faz os sedevacantistas? Ou a posição da montfort é ficar em cima do muro?
Veja que ou se toma a posição do Papa e vamos lutar combatendo a hermenêutica de ruptura ou o senhor diz que o Papa com quase 99% dos membros esteve nessas ultimas décadas participando de uma liturgia má em si mesma! O que é absurdo e fede a cisma.
Os hereges sim acreditam que é a Igreja que tem necessidade de se curvar perante suas idéias. Vi no final do seu comentário à minha resposta onde esperava que o padre comentado pelo senhor fosse ao seu encontro, mas ele não o estava esperando no confessionário ou na igreja de modo geral? Este modo de raciocínio é perigoso, se os hereges fossem mais humildes e procurassem homens instruídos competentes e obedientes a Igreja não teríamos talvez protestantes no meio de nós.
E o que o padre tentou lhe advertir parece não muito bem entendido pelo senhor é a respeito do juízo temerário. Jamais o senhor poderá fazer uma afirmação sobre a consciência de alguém quanto mais de um bispo da Santa Igreja como o fez com D.Rifan. Somente a Deus cabe isso. Mas o senhor colocou: “mas, por vantagens políticas, Dom Rifan tomou sua decisão.”
Para não entrar em maiores detalhes por ora, fica a pergunta não respondida pelo senhor, a Montfort vê que as celebrações litúrgicas do Papa é questão de gosto ou sentimentalismo?
Espero que desta vez o senhor responda, aguardando a publicação desta resposta.
Fique com Nosso Senhor e a Virgem Santissima,
Gabriel
RESPOSTA
“Maestro, a recente publicação do Motu proprio “Summorum Pontificum” trouxe uma lufada de ar fresco no desolador panorama litúrgico que nos cerca. Portanto, também o senhor pode agora celebrar a “Missa de sempre”.
Mons.Bartoluci: Mas, para dizer a verdade, eu sempre a celebrei ininterruptamente, a partir da minha ordenação... eu teria em vez disso dificuldade para celebrar a missa no rito moderno, já que eu nunca a celebrei. (os grifos são nossos)
Maestro será preciso, entretanto, conceder aos que denigrem a Missa antiga que essa última não é “participada”.
Mons. Bartolucci — Ora vamos, não digamos tolices, a participação dos tempos antigos eu a conheci, tanto em Roma, na Basílica, quanto no mundo, quanto aqui em Mugello nesta paróquia deste belo campo, um tempo povoada por pessoas cheias de fé e de piedade. Aos domingos, no cantar das vésperas, o padre teria podido se limitar a entoar o “Deus in adjutorium meum intende” e depois por-se a dormir em sua cadeira, para não redespertar senão no “capítulo”, que os camponeses teriam continuado sozinhos, e os pais de família teriam cuidado de entoar as antífonas!
“Eu penso primeiramente que é totalmente irrealista crer que se pode com um passe de mágica fazer que, em todas as paróquias do mundo, todas as missas sejam celebradas segundo o uso antigo. Por outro lado, eu constato com muitas outras pessoas, entre as quais as principais estão altamente colocadas, que o missal de Paulo VI contém uma quase infinita possibilidade de opções, de adaptações e de interpretações, e que uma escolha progressiva, ou sistemática, ou sistematicamente progressiva, das possibilidades tradicionais que ele oferece, torna possível, no terreno paroquial, e perfeitamente legal (segundo a letra da lei, já que não segundo seu espírito), sua “retradicionalização”. Aliás, uma simples constatação: numerosos padres de paróquias (eu elaborei uma lista rápida para a França, que evitarei cuidadosamente publicar, mas que é impressionante) praticam esta reforma da reforma, muitas vezes por etapas, e na maioria dos casos celebrando também a missa tradicional. Para responder então à sua questão, eu diria que eu creio que a liturgia romana pode ser salva, o que acontece, como se pode constatar concretamente, por uma ação a duas velocidades: difusão do rito de São Pio V; reforma da reforma. Esta permitirá, lembrando um célebre discurso de Paulo VI em sentido inverso, abandonar progressivamente tudo o que na sua reforma já é velho, fora de moda, porque não é tradicional. Nós veremos bem o que será salvo após esta operação...
Dito isso, nenhum dentre eles, e especialmente o primeiro dentre eles, o Papa, não pretendem promover uma reforma da reforma pelos textos, por decretos, e a fortiori pela edição de um novo Missal fundido, um missal Bento XVI que se acrescentaria aos missais de Pio V e Paulo VI, mas eles querem proceder pelo exemplo, pela exortação, pela educação, e, sobretudo, para evocar o tema de São Paulo da Epístola aos Romanos, provocando uma sadia “inveja” da forma hoje dita “ordinária” em relação à forma “extraordinária”. É, aliás, uma característica da restauração ratzingueriana desde 1985: ela busca mudar o curso da evolução das coisas conciliares, porém de maneira exortativa e não coercitiva.
“Pergunta: A nova missa foi promulgada por um Papa para a igreja toda. Se ela é equivoca, então a Igreja falhou?
Resposta; Em primeiro lugar, a Igreja toda não aceitou a nova Missa. Desde sua promulgação em 1969, até hoje, não deixou de haver uma séria resistência por parte de milhares de fiéis, padres, vários bispos e até cardeais, como Ottaviani e Bacci.
Em segundo lugar não está em caso à infalibilidade do Papa e da Igreja. Porquanto, nas leis litúrgicas, mesmo universais, o Papa e a Igreja não empenham necessariamente e sempre a infalibilidade.
O próprio Paulo VI afirmou que o novo Missal não levava a nota da infalibilidade; “o rito e a respectiva rubrica por si não são uma definição dogmática; são suscetíveis de uma qualificação teológica de valor diverso segundo o contexto litúrgico a que se referem (Discurso de 19 de Nov. de 1969)
Soma-se a isso o fato de que a primeira edição do missal de Paulo VI continha um erro tão explícito no n. 7 da ‘Institutio’ que o Papa foi obrigado a mandar revê-lo. Ora, o que é infalível não pode ser passível de revisão.”
Pergunta: O papa impôs a nova Missa. Quem a rejeita peca por desobediência.
A obediência cega não excusa a responsabilidade daquele que obedece. Se aquele que manda ultrapassa o âmbito de seu direito de mandar, não há ordem, mas abuso de poder. A um abuso de poder corresponde ao súdito não o dever da obediência, mas o dever da resistência.
O papa não tem poder de mudar a Fé. São Roberto Belarmino diz que é lícito resistir ao que agride as almas (...) ou, sobretudo, àquele que tentasse destruir a igreja” Essa doutrina é também de Santo Tomás e de vários outros santos e doutores da Igreja.
O papa Leão XIII ensina: “Desde que falta o direito de mandar ou o mandato é contrário à reta razão, à lei eterna, à autoridade de Deus, então é legítimo desobedecer aos homens a fim de obedecer a Deus” (Libertas praestantissimum).