Polêmicas

Igreja perdendo fiéis
PERGUNTA
Nome:
Fernando F. Barbosa
Enviada em:
12/02/2010
Local:
Curitiba - PR, Brasil
Religião:
Católica
Escolaridade:
Superior concluído


Prof. Orlando,
Que a Paz e a Alegria de Jesus e de Maria estejam contigo!
Antes de entrar no assunto da carta, gostaria de dizer que assisti o seu curso sobre a idade média e gostei muito, o senhor é uma figura muito simpática, além de demonstrar muito conhecimento, parabéns.
O que me motiva a escrever e uma carta de Arthur Henrique de Lima Ferreira, que demonstra preocupação com a crescente das seitas protestantes. Na sua resposta, aliás como de costume, o senhor põe a culpa no concilio Vaticano II. O senhor já se perguntou o real motivo da evasão de católicos para os neopentecostais? Não seria a sede de um Jesus vivo e presente? Eu sei bem o que o senhor vai dizer, só nós católicos temos a Eucarisrtia, Cristo vivo no nosso meio, concordo plenamente, mas os católicos que comungam percebem Jesus na Hóstia Santa? Não seia necessário para a grande maioria dos católicos aprenderem o catecismo da igreja, não se deveria levar as pessoa a conhecerem a Jesus pela sua palavra, ou numa linguagem RCC levar a pessoa a um encontro pessoal com Jesus? É disso que as pessoas precisam, não de um retrocesso ao ponto de se ter a missa em latim, muito embora concorde com o senhor quando fala de abusos, acho a missa nova exelente. Nem ia falar de missa nova ou de sempre, mas como um parentesis, qual é o problema com a missa nova?, não temos as leituras, oração Eucaristica, a consagração, enfim tudo? É completa, nunca deveria ser objeto de discussões ou questionamentos, quanto mais seu uma bandeira para uma vida toda como é o seu caso.
Voltando ao assunto, não tenho dúvidas que se as igreja ainda vivesse nos dias anteriores ao Vaticano II a derrocada seria maior, bem maior. Sou um exemplo e conheço algumas dezenas de pessoas que voltaram a igreja pela RCC, muitas nem continuaram no movimento, mas estão firmes na fé católica. Que seria dos nossos jovens sem a RCC ou outros tantos movimentos originados a partir do concilio Vaticano II? Quem na igreja atrai mais pessoas para o catolicismo senão a RCC? O movimento pela missa de sempre tem atraido pessoas em grande numero como a RCC? As celebrações segundo o missal de S. Pio XII lotam as igrejas como nas missas do Pe. Marcelo Rossi? E por favor professor, não dá pra alegar que nessa altura do campeonato não se precisa de quantidade, mas de qualidade. Qualifiquemos, pois, o grande numero de pessoas que são atraidas, dando-lhes o alimento sólido dos ensinamentos e da doutrina católica. Por favor me responda essas questões, se puder, é claro.
Pra concluir acho que não há mal nenhum no senhor ser um homem conservador, que goste da missa de sempre, muitos gostam e há muito espaço dentro da igreja para que enriqueçam com a sua espiritualidade o todo da igreja, apenas acho errado seu combate sistemático a tudo o que não lhe agrada na igreja, abusos e erros devem ser combatidos, mas nunca ao bel prazer de posições pessoais.
Cordialmente,
Fernando.
RESPOSTA

Muito prezado Fernando,
Salve Maria.
 
 
     Muito obrigado por me achar “simpático”, apesar de ser briguento.
     De fato sou “brigador”, pois a situação atual dos católicos me obriga a lutar pela Fé. E nunca houve tantos erros contra a Fé entre os católicos como hoje.
     E você advinhou: a culpa é do Concílio Vaticano II.
     Meu caro, o Vaticano II foi modernista, e adotou a linguagem da Fenomenologia, que pouca gente entende. Pergunte a seu pároco o que é a Fenomenologia, e depois confira o que ele disser com qualquer livro de Filosofia.
     Frei John Kobler OFM, falecido fenomenologista paladino do Vaticano II escreveu que o maior dever atual dos teólogos é o de explicar o que significam os nebulosos textos do Vaticano II.
     E Monsenhor Brunero Gherardini, teólogo muito considerado em Roma e no Vaticano..., aplicou ao texto da Lumen Gentium o famoso verso da Terceira Égloga de Virgílio: “Latet anguis in herba” (A serpente se esconde entre as ervas). Isto é, a heresia se esconde sob as palavrasrs nebulosas do Vaticano II (ele se referia particularmente aos textos da Lumen Gentium).
 
     E por que isso aconteceu?
     Porque os modernistas do Vaticano II adotaram a terminologia – e os conceitos anti metafísicos — da filosofia moderna.
     Ora, meu caro Fernando, a filosofia moderna é anti metafísica e dialética. E isso desde Duns Scotto do qual, em Regensburg, Bento XVI declarou que dele veio todo o mal. Dele vieram Eckhart, Ockham, Descartes, Kant, Fichte, Schelling, Hegel e Marx, Husserl e Heidegger, Rahner ET caterva.
     E nessa lista, caso você conheça algo de filosofia e de Gnose, se encaixam materialistas e idealistas. Dialeticamente. Porque a Gnose crê que o ideal é o real. Que espírito é matéria e matéria é espírito. Leia Oetinger, mas cuidado com seu veneno dialético. E, sendo assim, o materialismo é espiritualismo.
     Dialeticamente significa contraditoriamente, isto é, igualando os contrários: bem e mal, verdade e mentira, masculino e feminino, eu e tu, Tristão e Isolda... E ainda este ano você compreenderá porque coloquei aí Tristão e Isolda nesta “briga". “Tu, não mais Isolda, eu, não mais Tristão”... Mas Isolda é Tristão. E Tristão é Isolda...
     
     Misterioso, não?     
     Esse é um parêntese, visando outros inimigos... Outra briga...
     E assim como Tristão é Isolda e na Filosofia Moderna o sujeito é o objeto, assim também o materialismo é o espiritualismo. Por isso a Teologia da Libertação Marxista, racionalista e materialista se identifica com RCp (Renovação Carismática protestantizante) irracionalista e espiritualista. 
     E se Tu = Eu, como pregava o cabalista e marxista Martin Buber que influenciou mais teólogos modernistas vestidos de católicos, do que rabinos, então, na Missa, o Padre é o povo. E Cristo é o Eu coletivo da assembléia numa experiência místico uni personalização gnóstca.
 
     Misterioso, não?
 
     Traduzindo, a Missa nova do maçon Monsenhor Bugnini e de Paulo VI, quem se diz que reza a Missa é o Povo. Por isso a Missa tem que ser em vernáculo. E se há um só Eu, Cristo não está na hóstia: estaria no povo que proclama agora: “Ele está no meio de nós”.
     E como cada um julga ter o Espírito Santo, cada um se julga com certeza salvo. E quem tem certeza não tem mais esperança de ter, pois pensa que já tem. E isso vai contra a Fé que ensina no Eclesiastes:
 
Triste é a situação do homem, porque não sabe se é digno de amor ou de ódio [de Deus]” (Eclesistaes IX, 1).
 
     E sua preocupação com o número é democrática e marketista. Só os deputados e os capitalistas acham que no maior número se encontra a verdade. E assim como a verdade não se alcança consultando cartomantes, assim também só Pilatos poderia por em plebiscito se Cristo ou Barrabás eram o Filho de Deus.
     
In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli
 
PS. E não se espante ao saber que houve um Monsenhor maçon... Os números aí não faltam. OF