Polêmicas

Padre confessa que o Concílio Vaticano II proclamou uma doutrina diferente da doutrina católica de sempre
PERGUNTA
Nome:
Ivaldo Vasconcelos
Enviada em:
16/06/2007
Local:
Teresina - PI, Brasil
Religião:
Católica
Escolaridade:
Superior concluído
Profissão:
Engenheiro Civil


Caro professor Orlando Fedeli,

Veja abaixo o que foi redigido sobre a Igreja no semanário litúrgico-catequético "O Domingo", do dia 17 de junho de 2007; na coluna V CONFERÊNCIA DO CELAM, que trata da Gaudium et Spes, escrita pelo Pe. Antônio Manzatto (os destaques em maiúsculo são meus)


"Se a Lumen Gentium é vista como documento do Concílio Vaticano II que mais influencia a Igreja na sua organização interior (ad intra), a Gaudium et Spes é o documento que olha a Igreja na perspectiva de sua ação exterior (ad extra) e por isso RENOVA a maneira de ela relacionar-se com o mundo.

Trata-se de uma constituição pastoral - sua preocupação é pastoral, como quis João XXIII e todo o concílio. Isso, no entanto, não quer dizer que se trata de reflexão ou proposta de menor importância, mas é "constituição" que diz da natureza da Igreja e quer afirmar CAMINHOS PARA SUA AUTOCONSCIÊNCIA.

Dentre os muitos aspectos importantes do documento, destaque-se a compreensão da IGREJA COMO SERVIDORA DO MUNDO e a noção de que a PRÁTICA SOCIAL SE RELACIONA COM A FÉ.

Diferentemente de posições antigas, que viam o mundo humano como inimigo a ser combatido - muitas vezes como pecado a ser evitado -, a Gaudium et Spes olha positivamente para o mundo e a sociedade e, ao CONTRÁRIO DO REGIME DE CRISTANDADE, vai com eles dialogar. A Igreja, pois, não existe em função de si mesma ou de sua salvação: EXISTE COMO SERVIÇO E EM FUNÇÃO DA SALVAÇÃO DO MUNDO. É todo o mundo que precisa ser evangelizado, transformado em reino de Deus, do qual A IGREJA É SIMPLESMENTE SACRAMENTO, E NÃO REALIZAÇÃO.

Por isso mesmo "as alegrias e esperanças" dos povos são TAMBÉM as da Igreja; a ação dos cristãos não se esgota no culto espiritual, mas atinge o chão do mundo para transformá-lo desde ali, em sua busca de paz e de justiça. Disso resulta que as questões relacionadas com a vida concreta das pessoas, como a política, a economia e a cultura, não são alheias à fé, mas compromisso de fraternidade dela derivado."

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Não foi o cardeal Ratzinger que concluiu que "a denominação de Igreja (no Vaticano II) como sacramento vai CONTRA uma concepção individualista dos sacramentos como meios de graça"??

E também não foi no Concílio de Trento que estabeleceu-se que só existem 7 sacramentos??

Outro ponto que me chamou a atenção foi a Igreja ser chamada de "servidora" do mundo, e que a prática social relaciona-se com a fé. Isso faz sentido, assim como o fato da Igreja poder-se RENOVAR, como foi citado no texto do Pe. Manzatto??


Cordiais saudações, e que Deus abençoe você e à todos os membros da Associação Cultural Montfort!
RESPOSTA

Data: 22 Junho 2007

 
Muito prezado Ivaldo,
Salve Maria.
 
    Padre Manzatto é conhecido como modernista radical.
    Diz um ditado francês que: "À quelque chose malheur est bon". "Para alguma coisa, desgraça serve". Não há mal que não traga algum bem.
    Assim, também esses modernistas radicais da Teologia da Libertação nos trazem algum bem: eles confessam alto o que muitos hereges prudentes murmuram baixinho.
    Padre Manzatto, nesse texto em O DOMINGO, nos confessa que o Concílio Vaticano II proclamou uma doutrina diferente da doutrina católica de sempre, e até diferente do que ensina a Sagrada Escritura.
    Escreveu Padre Manzatto: 
 
"Diferentemente de posições antigas, que viam o mundo humano como inimigo a ser combatido - muitas vezes como pecado a ser evitado -, a Gaudium et Spes olha positivamente para o mundo e a sociedade e, ao CONTRÁRIO DO REGIME DE CRISTANDADE, vai com eles dialogar".
 
    Ora, Cristo instituiu a Igreja para ensinar ao mundo e não para servir o mundo, cujo príncipe é o diabo. Esses Padres seguirdores do Concílio Vaticano II querem servir ao mundo. Por isso servem mal a Deus, pois que, inspirado por Deus, São João escreveu:
 
 "Não ameis o mundo e nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, não há nele o amor do Pai" (I Epístola de São Joâo,II,15).
 
   Deus nos admoesta a que não amemos o mundo.
   Padre Manzatto, com o Vaticano II, quer não só amar o mundo, mas quer até servi-lo.
   A quem serve Padre Manzatto, a Deus Pai, ou ao Príncipe deste mundo?
 
In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli