Polêmicas

Padre Zezinho: O Ecumenismo contra a Sabedoria
PERGUNTA
Nome:
Marcelo
Enviada em:
24/11/2006
Local:
Rio de Janeiro - RJ, Brasil
Religião:
Protestante
Escolaridade:
Superior em andamento
Profissão:
Téc Man.automação

Caro Orlando .
Olha eu sempre li suas cartas e as respeito,fico triste quando sou chamado de herege,mas mesmo assim sempre continuarei respeitando a igreja católica e pessoas que lá fazem a diferença,até quando fala o que pensa dos protestantes eu tento não me abalar mais,agora dizer o que disse em uma carta sobre o padre zezinho,foi lamentável.Acho que deveria rever alguns comentários e pedir desculpas ao mesmo,eu como evangélico ja o defendi varias vezes diante do meus irmãos.Padre Zezinho é um servo verdadeiro do nosso senhor Jesus Cristo(Do meu ,do seu,dos evangélicos ,dos católicos,budistas,etc...)
O que percebo pelas inumeras comunidades cristãs evangélicas e o que esta acontecendo atualmente na igreja católica são pontos de vistas diferentes,mas não podemos deixar esfriar o amor,eu ser ecumênico com o senhor não significa concordar com os dogmas católicos,nem você aceitar as diversas divisões como ouve no protestantismo,porém quando se fala no senhor jesus cristo,não importa o credo,contudo o nosso testemunho de vida atrelado a amor pelo senhor,não vamos deixar estas diferenças causar duvidas nas pessoas que precisam ouvir o amor de cristo.Hoje minha filha com 3 anos,ora,louva e gosta muito de ir para a igreja(nada forçado,nem só emoção como cita)se algum dia ela quiser sair e ir para a igreja católica eu em momento nenhum irei impedir e sim ficar feliz pois ela ira sair de uma comunidade cristã para uma outra.Eu não concordo com muitas coisas do Padre Marcelo Rossi,entretanto ele foi uma grande ajuda para a igreja católica e tem seus pontos positivos.Sobre Lutero eu nem tentarei mais defender,todavia quanto ao padre Zézinho tenho que mostrar a minha simpatia pelo mesmo.
Uma vez meus irmãos evangélicos estavam criticando a idolatria católica,eu virei para os mesmos e respondi;se Deus tiver que destruir os idolos ele mesmo o fara.
Sei que estou sendo repetitivo,mas quando você responde dentro da palavra,as respostas são do que Deus o inspira,(concordando ou não;respeito),mas quando fala de alguem,acho que não tem a mesma sabedoria.Espero ter ajudado e repito eu o vejo como um irmão em cristo Jesus(não irmão separado) e tenho muito a aprender com você.
RESPOSTA

 Muito prezado Marcelo,
Salve Maria.

     Muito lhe agradeço sua carta que me ajuda bastante a fazer uma crítica do ecumenismo, mostrando como ele é um pecado contra a Sabedoria.
     Você diz que quer me tratar ecumenicamente... Meu caro, você pensa estar me fazendo uma gentileza? Pois saiba que tenho isso como tratamento ofensivo.
     Tratar as pessoas ecumenicamente significa tratá-las com um desprezível indiferentismo, com um perpétuo “tanto faz” isto ou aquilo!
     Para o ecumenismo, deve-se tratar do mesmo modo um satanista e um católico, porque, afinal, também o satanismo é monoteísta...
     Deixando, então, completamente de lado os ecumênicos elogios que você me faz, examinemos seus argumentos que valem ainda menos que seus elogios.
     Antes de tudo, alegro-me que você nem se atreva a defender o herege Lutero. Ainda bem!
     Pena que no lugar de Lutero, você me venha a fazer a ecumênica defesa do Padre Zezinho.
     Em todo caso, já é um progresso você ter percebido que Padre Zezinho cabe bem no lugar de Lutero, no altar de sua admiração. 
     Embora Padre Zezinho não tenha, nem de longe, a capacidade maléfica de Lutero, num ponto ele é ainda pior que Lutero: no relativismo ecumênico. 
     Padre Zezinho é mais relativista que o heresiarca de Wittenberg. Lutero, pelo menos, dizia defender uma posição – posição herética, claro – mas sua. E Lutero não foi nada ecumênico. Os anabatistas de Tomás Münzer que o digam, pois ele os mandou exterminar como “cães raivosos”.
     Padre Zezinho, não. Padre Zezinho não quer exterminar ninguém. Ele só quer exterminar a verdade e a sabedoria. Como todo ecumênico, Padre Zezinho é indiferente à verdade e à heresia. 
     Para ele, todas as religiões se equivalem. No máximo, aceita que alguém prefira uma religião a outra, porque foi criado nela. Padre Zezinho é um subjetivista sentimental, para o qual a verdade objetiva não existe, e quem crê nela seria um fanático. Hoje se diria, um fundamentalista.
     Portanto, a única coisa diante da qual Padre Zezinho não é indiferente é diante da verdade objetiva, que ecumenicamente ele despreza. No fundo, a odeia.
     Padre Zezinho não sabe distinguir entre o que é precioso e o que é vil. E essa incapacidade é um pecado contra a Sabedoria, pois que Deus disse na profecia de Jeremias: 

Se separares o que é precioso do que é vil, então tu serás como a minha boca” (Jer. XV, 19).

     Portanto, Padre Zezinho não se parece em nada com a boca de Deus, que é a da Verdade.
     Quer você a prova do que digo? Veja este “precioso” trecho escrito por esse padre em diminutivo:

"Um católico pode afirmar sua afinidade com outros cristãos por causa de algumas práticas ou doutrinas que todas as igrejas cristãs carregam em comum. Por exemplo, cremos num só Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo, cremos em Jesus como Filho de Deus, cremos na ressurreição, cremos no batismo, cremos no perdão dos pecados, cremos na vida eterna. Se listarmos tudo aquilo que temos de comum com outras igrejas cristãs, encheremos folhas de papel. O que nos diferencia é menos do que o que nos assemelha. Somos mais parecidos que diferentes"
. (Padre Zezinho, artigo "É isso que me faz católico". destaque nosso).

     Padre Zezinho assinou a ecumênica frase gagá, que destaquei, e que lhe repito, para lhe ficar bem claro o absurdo do ecumenismo:
 
"O que nos diferencia é menos do que o que nos assemelha. Somos mais parecidos que diferentes"
 
     Os ecumênicos repetem freqüentemente esse princípio absurdo.
     Ora, distinguimos as coisas pelas diferenças, e não pelas semelhanças.
     Veja, por exemplo, um pedregulho e um diamante têm quase tudo de semelhante. Tem muito mais em comum do que de diferente. Ambos são minerais. Ambos não tem vida. Ambos não tem espírito...
     Será que estaria certo dizer do pedregulho e do diamante que valem a mesma coisa porque "O que os diferencia é menos do que o que os assemelha, e que eles são mais parecidos do que diferentes?"
     Entretanto, o pedregulho é vil, e o diamante é precioso. Se um homem aplicasse o princípio ecumênico enunciado por Padre Zezinho, não distinguindo o pedregulho do diamante, ele faria algo bem pouco inteligente. Agiria contra a sabedoria.
     São Tomás ensina que há pecados contra a sabedoria, pecados de burrice...
     Se você for jantar na casa de um amigo, e lhe servirem sopa, você escolhe a colher como instrumento, e não o garfo, para tomar sopa. Por que? Porque você distingue um talher do outro pela diferença, e não pelas semelhanças. Colher e garfo são instrumentos de mesmo material. O que os distingue é a diferença existente entre eles. Ser “ecumenicamente” indiferente entre a colher e o garfo, porque eles têm mais pontos em comum do que a mera diferença de formato vai produzir um desastre: você vai molhar a toalha e sua roupa com a sopa. E vai ficar com fome. Ser indiferente entre a colher e o garfo, porque eles têm mais pontos em comum do que a mera diferença de formato é uma coisa estúpida.
     Maconha e trigo têm muita coisa em comum. Ambos são seres vegetais. Ambos nascem da terra. Ambos precisam de sol e de água para se desenvolverem. A diferença entre maconha e trigo é que uma serve como tóxico. O outro vegetal, o trigo, alimenta. 
     Se o plantador de maconha argumentar -- zezinhamente -- ao policial que o prende, que ele está sendo injusto, porque maconha e trigo têm mais semelhanças ontológicas do que diferenças, e que se ele o prender, deveria prender também o plantador de trigo, o policial dará boas gargalhadas, e recusará atender a esse miserável sofisma ecumenicamente zezinhesco.
     Pois saiba, ecumênico Marcelo, que a diferença entre um fiel a Cristo e um herege é imensamente maior do que a diferença entre um diamante e um pedregulho, do que entre um garfo e uma faca, do que a diferença entre um pé de maconha e um pé de trigo.
     A DIFERENÇA ENTRE A IGREJA CATÓLICA E UMA SEITA É IMENSAMENTE -- É INFINITAMENTE MAIOR -- DO QUE AQUILO QUE POSSAM TER DE SEMEMLHANTE.
     Desejaria você mais alguns exemplos para lhe deixar claro o absurdo erro metafísico, expresso bem grosseiramente, no miserável sofisma de Padre Zezinho, e que ele coloca como um princípio ao dizer que “O que nos diferencia é menos do que o que nos assemelha. Somos mais parecidos que diferentes” ?
     Poderia eu, atrevidamente, comparar um homem e um burro, para demonstrar o absurdo assinado pelo seu ecumênico e mal admirado Padre Zezinho.
     Um homem e um burro têm muita coisa de semelhante: ambos são animais, ambos são vertebrados, ambos são mamíferos, ambos têm sistema nervoso, ambos têm coração, aparelho circulatório, sistema nervoso, cérebro até. 
     Entretanto, eles só têm uma diferença, mas específica: o homem é racional. É só uma diferença. Mas é essencial.
     E por ser o homem um animal racional, ele é capaz pensar, de rir, de rezar, de escrever (embora, às vezes, o homem escreva besteiras).
     Entre um homem inocente e um criminoso há muitíssimos pontos em comum. Mas a diferença que os distingue é o crime. O juiz que aplicasse em seu julgamento o princípio absurdo de Padre Zezinho, seria ele também um criminoso. Um juiz, deverá ser como “boca de Deus”: tem que separar, tem que distinguir o inocente do culpado.
     E não venha você tentar defender o absurdo princípio posto por Padre Zezinho, dizendo que esse princípio ele o aplica só no campo religioso. Pois é exatamente no campo religioso que o princípio zezinhesco do ecumenismo é mais pecaminoso ainda. É exatamente no campo religioso que é pecado maior aplicá-lo.
     Pretender tomar sopa com garfo só produz toalha molhada e risos dos que vêem essa frustra tentativa gagá. Ficar indiferente entre um pedregulho e um diamante, porque ambos são minerais, e não ver a sua brilhante diferença é estupidez. Não ver a diferença específica entre um animal irracional – o burro – e o animal racional – o homem -- é loucura. 
     Mas ver um juiz não distinguir o culpado do inocente, porque ambos têm muito em comum é revoltante.
     Cristo, Sabedoria encarnada, distinguiu o bom ladrão do mau ladrão, apesar de eles terem tanta coisa em comum. Até os crimes. 
     Mas Cristo viu entre eles um ponto de diferença: o arrependimento do bom ladrão. E, por isso o levou ao céu. Padre Zezinho não distinguiria entre o bom e o mau ladrão, como não distinguiria entre Judas e São João. 
     E você admira esse padre sem sabedoria e sem justiça!
     Se Padre Zezinho aplicasse seu ecumênico princípio absurdo ao comparar uma esposa e uma prostituta, ele veria muitos pontos em comum entre elas. Entretanto a diferença entre as duas é solar. Uma tem honra. A outra tem desonra.
     Pois Cristo só tem uma esposa: a Igreja Católica Apostólica Romana, sua única Igreja fora da qual não há salvação.
     Por isso, está escrito: 

“Levanta-te, apressa-te, amiga minha, pomba minha, formosa minha, e vem” (Cant. Cant. II, 10)

     A Igreja é a única esposa de Cristo. As seitas são concubinas do Príncipe deste mundo.
     Não saber distinguir esposa de prostitutas é pecado bem grave.
     N
ão ver a diferença entre a religião verdadeira e as falsas é loucura. É revoltante. É bem culpada ação contra a Sabedoria . É crime contra a Verdade. É pecado contra a sabedoria.
     E, no caso do ecumenismo, o resultado é trágico, pois leva as almas à perdição eterna.
     O indiferentismo religioso, ecumenicamente pregado e defendido por padre Zezinho, é um gravíssimo pecado contra a Fé. Por isso mesmo, o ecumenismo jamais converteu ninguém ao catolicismo.
     Pois para que se converter, se todas as religiões, tendo tanta coisa em comum, se equivalem, se todas podem salvar, porque todas têm mais semelhanças do que diferenças, e que essas diferenças são de somenos importância?
     E nem o ecumenismo visa converter quem quer que seja. O ecumenismo considera toda a ação missionária visando converter hereges ou pagãos como... “proselitismo”.
     Quer você a prova bíblica de que o ecumenismo é incapaz de converter alguém? Para provar isso, lhe darei, completo, o versículo de Jeremias que citei mais acima. Veja que interessante:
 
“Se separares o que é precioso do que é vil, então tu serás como a minha boca, e voltar-se-ão eles para ti e tu não te voltarás para eles” (Jer. XV, 19)
     
     Só recusando o indiferentismo do ecumenismo, conseguiremos converter os hereges à religião verdadeira. Se tratarmos indiferentemente a verdade e a heresia, se nos voltarmos para os hereges, então nos tornaremos também hereges, e ninguém se converterá.
     E foi o que aconteceu depois do Concílio Vaticano II, quando se aplicou o ecumenismo em larga escala: multidões apostaram. Pois se todas as religiões se equivalem, nenhuma é verdadeira. Se pouco importa ser de qualquer religião, então se pode ser ateu.
     Resultado: dezenas de milhares de padres apostataram, a prática religiosa decaiu em toda a parte. O materialismo e a imoralidade dominaram o mundo. A sociedade apodreceu. A criminalidade cresceu. Ninguém se converteu. O mundo se perverteu.
     E Padre Zezinho ficou famoso nesse mundo pervertido.
     Cantando musiquinhas ridículas e escrevendo sofismas absurdos.
     E um protestante herege admira um padre que escreve princípios absurdos. 
     Contra o que diz a Bíblia.
     Portanto, sejamos como a boca de Deus sabendo distinguir o precioso do vil, a Fé da heresia, a verdade da mentira.
     Distingamos Padre Zezinho de São Pio V.
 
***
 
     Permita-me agora responder mais a você.
     Como lhe disse, congratulo-me e fico bem contente que você já tenha desistido de defender o herege Lutero. Porque Lutero foi um grande herege, pois negava os dogmas que são verdades ensinadas por Cristo e confirmadas pela Igreja.
     Compreendeu o que é uma heresia? 
     Heresia é negar, com pertinácia, mesmo depois de advertido, uma verdade ensinada por Deus e confirmada pela Igreja, como dogma, infalivelmente.
     Você, por exemplo, sendo protestante, é um herege, -- e por isso, se não se converter, não poderá se salvar -- pois nega que Cristo tenha fundado sua única Igreja sobre Pedro, como está dito no Evangelho de São Mateus, capítulo XVI, 16- 20.
     Hoje, há muitos padres ditos católicos que são verdadeiros hereges. Há muitos que até ensinam em seminários, e, como os protestantes, negam a virgindade de Nossa Senhora. E há alguns que se dizem até ateus.
     E você, que sai em defesa do ecumênico padre Zezinho, nem percebeu que ele o condena, pois esse Padre escreveu de modo bem relativista:

"Religião é como mãe. Se a gente tem uma, a gente não a troca por nenhuma outra. E se o outro tem uma e gosta dela, a gente aplaude" (Padre Zezinho, artigo Religião é como a Mãe da Gente. sublinhado nosso).
     
     Ora, como você defende Padre Zezinho, se você afirma que deixaria sua filha trocar de religião, se ela o quisesse, e padre Zezinho, por sentimentalismo, condena isso? 
     Pois você me escreveu: 

"Se algum dia ela quiser sair e ir para a igreja católica eu em momento nenhum irei impedir e sim ficar feliz pois ela ira sair de uma comunidade cristã para uma outra".

     Sem perceber, você ficou contra Padre Zezinho.
E agora, Marcelo?
     Por fim, você me louva por defender a palavra de Deus e me critica por atacar pessoalmente os hereges.
     Os protestantes não sabem ler a Sagrada Escritura. 
     Pois não leu você o que está escrito: 

A minha boca publicará a verdade e meus lábios detestarão o ímpio” (Prov. VIII,7)

     Meu caro, muito obrigado. Sua crítica a mim me foi um grande elogio. 
     E nunca leu você que Deus diz: 

Deus odeia igualmente o ímpio e a impiedade” (Sab. XIV, 9) 

     Não, você não leu isso, porque possivelmente, em sua Bíblia, não há o Livro da Sabedoria. 
     Protestantes -- assim como Padre Zezinho e Padre Marcelo Rossi,-- o dos baldes — não têm sabedoria.
     Mas você pode ter lido no livro dos Provérbios:
     
Mesmo que pisasses um néscio num graal, não separarias dele a sua impiedade” (Prov. XXVII, 22)
     
     E Cristo atacou pessoalmente os fariseus, escribas e doutores da lei e chicoteou muito pessoalmente os vendilhões do Templo.
     Hoje, há gente pior que os antigos vendilhões do Templo. Há vendilhões da verdade. Há quem não diferencie verdade e mentira.
     E há profanadores de Missas. Brincando com baldes de água benta. Sem sabedoria.
 
In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli