Polêmicas

Curso de noivos: santificação do casamento ou apologia à imoralidade?
PERGUNTA
Nome:
Alexandre
Enviada em:
08/05/2006
Local:
Brasília - DF, Brasil
Religião:
Católica
Escolaridade:
Pós-graduação concluída
Profissão:
Bacharel Em Direito

Caríssimo Professor,
salve Maria!

Neste último sábado (dia 6 de maio) freqüentei com minha noiva o Curso de Noivos promovido por uma das paróquias da Arquidiocese de Brasília. Estou escrevendo esta carta para relatar a terrível experiência daquele dia.

Como o senhor deve saber, geralmente se convidam casais, casados há muitos anos, para contarem como é a vida de casado, como eles educaram os filhos, etc. É verdade que eles insistiram na importância da religião, mas também percebi algumas tendências modernistas nos palestrantes. Como exemplo, posso dizer que um senhor palestrante ficou dizendo que, como nós fomos feitos à imagem e semelhança de Deus, todos nós somos muito bonitos fisicamente. Inclusive, ele pegou um pôster de Nosso Senhor Jesus Cristo e falou para um rapaz: “Veja o seu retrato”, sugerindo, de forma blasfema, que o rapaz era Jesus Cristo.

O pior, entretanto, foi a aula sobre educação sexual e métodos anticoncepcionais (sic!). A médica que foi convidada a falar começou dizendo que era católica e que iria falar sobre os métodos naturais e artificiais de anticoncepção. Ela reconheceu que a Igreja não aprova os métodos artificiais (como pílulas anticoncepcionais), mas que era necessário falar sobre eles porque as pessoas iriam utilizá-los de todo modo.

Comecei a rezar para que Nossa Senhora, Auxilium Christianorum, me ajudasse a defender a Igreja naquele momento. Quando ela começou a falar, tive de interromper dizendo que era bom deixar claro para todos que a utilização daqueles métodos constituía pecado mortal contra a castidade. Ao que ela me respondeu com o mesmo argumento de antes: as pessoas iriam fazer uso desses métodos de qualquer forma, então era bom “esclarecer”. Ora, esse argumento é falacioso, uma vez que a Santa Igreja também condena o assassinato, mas as pessoas continuam matando por motivo vil. Isso não justifica que se ensinem os métodos de assassinato.

Como vi que não conseguiria demovê-la, saí da sala e fui falar com o Padre. Relatei-lhe o ocorrido e ele falou que não tinha conhecimento de que a médica estaria falando essas coisas e que posteriormente iria conversar com ela. Expus a ele minha preocupação com as pessoas que estavam ouvindo aquela palestra, que poderiam ser induzidas a erro, pedindo que ele tomasse alguma atitude, condenando esse pecado, por exemplo, na homilia da missa que encerraria o encontro. Ele disse que não era ele quem celebraria e missa e que era complicado falar sobre essas coisas na homilia.

Falei também com uma das mulheres da “Pastoral dos Noivos”, que estava coordenando o Curso de Noivos. Ela, democraticamente, disse que entendia minha atitude, mas eu tinha que saber a doutora que estava dando a palestra era uma pessoa muito querida lá na paróquia, fazia parte inclusive da “Equipe de Maria”, etc. Eu disse: “Mas ela está ensinando imoralidades”. Ela disse então para eu colocar isso na avaliação do Curso. E foi o que fiz. Essa médica, posteriormente, não só participou da procissão inicial da missa, como também comungou.

Contrista-me sobejamente, professor, ver que o pecado estava sendo ensinado por pessoas que deveriam propor a santificação do casamento. Também me causa espanto a falta de fibra desses sacerdotes. Em outros tempos, imagino que o padre teria irrompido imediatamente naquela sala de aula e condenado as imoralidades que lá se apregoavam.

Perdoe-me tão longa missiva, mas como chegamos a essa situação tão triste, professor? Por mais que leia e estude a influência do maniqueu Lutero, do romantismo alemão e do modernismo sobre a situação atual, não consigo compreender como os membros da Igreja se deixaram contaminar quase que completamente por essas heresias.

Agradeço sua atenção.

No coração de Maria,

Alexandre
RESPOSTA

Muito prezado  Alexandre,
Salve Maria.
 
    Meus parabéns por sua atitude.
    Mande uma carta ao Arcebispo protestando contra essa médica e contra o liberalismo do Padre por não tomar nenhuma atitude.

In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli