Polêmicas
Carta protesto a CNBB: Discurso de Lula na missa de primeiro de maio
PERGUNTA
Nome:
Benedito Inácio Siveira
Enviada em:
03/05/2006
Local:
Itu - SP, Brasil
Religião:
Católica
Idade:
44 anos
Escolaridade:
Superior em andamento
Profissão:
Tec. Em Eletrônica
Caro Prof Orlando!
A carta que coloco aqui, enviei a CNBB para mostrar que nós, católicos, estamos atentos à doutrina da Santa Igreja e que, vigilantes, pedimos por mais zelo.
Eu pergunto ao senhor:
Pode ser tido como Graviora delicta (Atos Graves) a utilização indevida das dependências do Templo, como o fato ocorrido no último dia primeiro de maio, quando da utilização do Ambão para discuso político?
Além disse fato, o que pode ser entendido como profanação?
In Corde Iesu
Benedito Inácio Silveira
V. Em.ª Revm.ª
Secretário Geral
Dom Odilo Pedro Scherer
Itaici/SP
“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou agora há pouco à igreja Matriz de São Bernardo do Campo, região do Grande ABC, em São Paulo, para a celebração da Missa do Trabalhador”.(notícia veiculada na imprensa do dia 01/05/06)
Seria muito importante a presença do senhor presidente na Celebração Eucarística, se este viesse para participar da Liturgia e, só depois, voltasse para os seus afazeres políticos fora do Templo, entretanto, mais uma vez a Igreja serviu de palco para um discurso político eleitoreiro.
Profanação ou acomodação política de nossos pastores?
Existe uma forte tendência, pós-conciliar (Vaticano II), para tornar o templo um centro comunitário, um local de encontros “ecumênicos” e político, deixando de lado o fato de ser um local, no mínimo, consagrado a Deus, para não dizer um local Sagrado.
Será que a nossa Amada Igreja está repleta de fariseus de tempos idos?
Será que, pela visão da teologia da libertação, teremos que fazer genuflexão ao passar por uma padaria?
O Ambão está em um local de destaque para que se empreste a voz do homem à Palavra que Salva, à Palavra de Deus e não para discursos inflamados e retóricos de políticos; tampouco o interior da Igreja, em seus acentos, servirá para aplausos entusiasmados. Fiel a quem; a Deus ou ao homem que fala?
O pior é que não foi retirado nem o Evangeliário da sua posição, pois é orientação do missal romano para que apenas os ministros ordenados e os leitores possam dele falar para que seja ponto de atenção de todos os fieis, e que só para esse propósito sirva.
Já é doído ver a falta de preparo dos músicos nas Missas que não respeitam a Liturgia, colocando a seu sabor as músicas que deveriam ser litúrgicas.
O fato mais grave é que estamos perdendo a sacralidade do sagrado e com isso, relativisa-se a participação religiosa dos fieis, banalizando o sagrado local de culto a Deus.
Meu apelo por melhor reger o Solo Consagrado não deve ser visto como um ato de fundamentalismo, mas sim como de coerência com a Fé que meus avós mo ensinaram.
Por isso peço, humildemente, ainda maior zelo por aquilo que é sagrado.
Deixei de participar de Grupos de Oração da Renovação Carismática, depois muita argumentação, explicação sobre a doutrina da nossa Igreja, exatamente pelo fato de não perceber o sagrado como sagrado, contemplando com os olhos e o coração, pois não existe necessidade de se colocar mãos em Sacrário, debruçar-se sobre o altar e outras coisas que aqui não vem ao caso.
Para se exigir disciplina, fidelidade, obediência, antes temos que ser coerentes com aquilo que exigimos.
Estamos chegando em época de eleições, portanto, a vigilância tem que ser redobrada para que os nossos Presbitérios não se tornem palanque para discursos eleitorais e nem para atos de movimentos sociais organizados, afinal, existem os salões próprios para tais fins.
Pax et bono
Benedito Inácio Silveira
RESPOSTA
In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli
Muito prezado Benedito,
Salve Maria.
Salve Maria.
Dou-lhe parabéns por sua carta a Dom Scherer, Secretário da CNBB.
O senhor tem toda a razão. O Presidente Lula e seu partido do mensalão, envolvidos em outras acusações gravíssimas, apóia a lei do aborto, e, por isso, está excomungado.
Como se permite que um homem como esse use a Igreja e o presbitério como palco?
Ele usa a Igreja como palanque eleitoral, e isso é sim uma profanação, como o senhor deixou bem claro em sua carta.
É lamentável que os Bispos do Brasil não se oponham a essa banalização e profanação dos lugares sagrados e das coisas santas, quando deveriam até morrer para defendê-los.
Meus parabéns pelo seu justo protesto!
In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli