Polêmicas
A CNBB não é a Igreja
PERGUNTA
Pelo o que tenho lido aqui sobre este assunto, parece-me que vocês não estão comungando com a Santa Madre Igreja. Vejam o documento abaixo:
CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL
43ª Assembléia Geral
Itaici,Indaiatuba-SP, 9 a 17 de agosto de 2005
43ªAG(Doc)
DIGA SIM À VIDA
Nota a respeito do Referendo sobre a proibição do comércio de armas de fogo e munição
Notícias de violência e morte invadem diariamente nossos lares através dos meios de comunicação social. O porte e o uso indiscriminado de armas de fogo transformam, muitas vezes, conflitos banais em tragédias. Conforme dados disponíveis, em um ano (2002), foram mortas 38.000 pessoas, em média 104 por dia. A cada 14 minutos é ceifada uma vida. O Brasil é o país com o maior índice de assassinatos por armas de fogo.
Muitos pensam que a posse de uma arma é garantia de segurança e proteção. As estatísticas, porém, mostram que, numa situação de assalto, pessoas que usam armas de fogo têm maior probabilidade de serem assassinadas.
Jesus proclama “bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5,9). Ele mesmo não se defendeu ao ser preso e condenado à morte, mas disse a Pedro: “Guarda a espada na bainha! Pois todos que usam a espada pela espada morrerão” (Mt 26,52). Os cristãos, imitando o seu Senhor, buscam a paz desarmando a mente, o coração e as mãos.
A Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2005, com o tema Solidariedade e Paz, incentivou as Igrejas no Brasil a se unirem na oração e na promoção da cultura de paz.
Um gesto concreto sugerido pela Campanha é a participação no Referendo do próximo dia 23 de outubro, quando o povo é convocado a pronunciar-se sobre a proibição do comércio de armas de fogo e munição em todo o território nacional.
Com o Referendo, somos chamados a contribuir ativamente na consolidação das instituições democráticas. Será uma ocasião histórica para o exercício da soberania popular através do voto.
Como bispos da Igreja Católica e cidadãos, posicionamo-nos a favor da proibição do comércio de armas de fogo e munição. Conclamamos os cristãos e todas as pessoas de boa vontade a votar SIM neste Referendo.
Proibir o comércio e o uso de armas é um passo decisivo, mas não suficiente. Somos contrários a todo e qualquer tipo de violência. Além da melhoria da Segurança Pública, é indispensável educar para a paz e a defesa da vida, através de práticas de não-violência ativa.
Itaici, 15 de agosto de 2005.