O Papa

Espanha ordena primeiro padre casado do país
PERGUNTA
Nome:
Armando
Enviada em:
10/09/2005
Local:
Ceilândia - DF,
Religião:
Católica
Idade:
35 anos
Profissão:
Tecnico Em Computador



O que vcs podem dizer dessa noticia sobre o nosso papa ???




Espanha ordena primeiro padre casado do país.

Um bispo da Igreja Católica da ilha espanhola de Tenerife ordenou um padre neste fim de semana apesar de ele ser casado e pai de dois filhos.

O ex-pastor anglicano, de 64 anos, David Gliwitzki, foi ordenado em La Laguna, nas Ilhas Canárias.

Segundo as regras da Igreja Católica, os padres têm que manter celibato, mas segundo o bispo de Tenerife esta foi uma exceção aberta pela igreja espanhola e aprovada pelo papa Bento XVI.

Surpresa
O padre Glitwitzki é natural do Zimbábue e, antes de se mudar para a Espanha, fazia parte da delegação anglicana no Vaticano, que tem como objetivo fortalecer as ligações entre as duas igrejas.

O bispo de Tenerife disse que o fato de Gliwitzki ter pertencido à Igreja Anglicana foi levado em consideração, já que os anglicanos permitem que seus sacerdotes se casem.

O bispo afirma que não se trata de um passo em direção ao fim do celibato por padres católicos.

Mas a decisão foi recebida com surpresa, especialmente na Espanha onde a Igreja Católica é particularmente conservadora e luta ativamente contra a amenização das doutrinas existentes.

Apenas algumas semanas atrás, a Igreja Católica da Espanha ajudou a organizar protestos públicos contra a nova lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

A ordenação também foi feita em meio aos pedidos do papa Bento XVI para que os católicos não se esqueçam dos valores centrais da religião.

O padre Gliwitzki disse que está feliz com a ordenação e mal pode esperar para celebrar uma missa católica.

BBC Brasil

http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI637520-EI294,00.html

RESPOSTA
Muito prezado Armando,
salve Maria !
 
    Essa ordenação de um ex pastor anglicano casado, certamente será usada pelos modernistas para fazer pressão pela abolição do celibato. Nesse sentido, ela veio em má hora.
    Ela será vista também com alegria pelos sede vacantistas que recusam reconhecer a legitimidade do Papa atual.
    A divisão causada pelo Vaticano II chega agora até a mais alta cúpula da Igreja.
    Em Roma, na Cúria, se digladiam duas correntes: os defensores da "letra" do Concílio Vaticano II contra os defensores do "espírito" do Vaticano II.
    Líder da corrente "espiritualista" do Vaticano II é o Cardeal Kasper, um Cardeal que nega a ressurreição de Cristo e seus milagres, e que é um defensor do ecumenismo radical.
    A corrente favorável à letra do Vaticano II pretende legitimar os erros do Vaticano II, tentando conciliá-los com a doutrina de sempre, e lê-los, dizem eles, à luz da Tradição.
    O Papa Bento XVI, o antigo Cardeal Ratzinger, é atualmente o principal defensor da letra do Vaticano II, sendo apoiado nesse posicionamento pelos Cardeais Hoyos, Medina, Ruini, e outros.
    Essa luta é tão aguda que transpareceu no pedido do Papa Bento XVI, no discurso feito depois de sua eleição, quando pediu aos católicos que rezassem, para que ele tivesse coragem de enfrentar os lobos...
    O grupo defensor da letra do Vaticano II se sente cada vez mais pressionado, de um lado, pelos modernistas radicais, de outro, pelo clamor que cresce contra os erros e contradições, cada vez mais patentes, provenientes do Vaticano II, e, principalmente, por causa dos abusos na Nova Missa.
    Esses defensores da letra do Concílio, levados pela lógica -- e esperamos também pela graça -- têm recuado em direção a uma posição mais "conservadora", especialmente ao combater os abusos da Missa.
    Exemplos disso foram a Declaração Dominus Jesus, cujas dez verdades de Fé proclamadas irritaram sobremaneira os modernistas radicais; a encíclica Ecclesia de Eucharistia; a Declaração Redemptionis Sacramentum; o Decreto restaurando os confessionários; a luta contra o aborto.
    Isso não impede que Bento XVI, por causa de sua formação teológica hegeliana e de linha modernista, tome atitudes contrraditórias, dando um golpe ora no cravo, ora na ferradura, na tentativa de conciliar extremos contraditórios, na esperança de evitar uma rebelião declarada da esquerda modernista, e, ao mesmo tempo, abrindo-se também para os lefrevistas.
    Esse caminhar vacilante e cambaleante vai adiando a crise final, que não se sabe se será solucionada neste pontificado ou em outro.
    Dom Fellay, superior dos lefrevistas, sem fechar os olhos aos erros de formação de Ratzinger na Nova Teiologia e como defensor do Vaticano II, afirma que espera possivelmente a liberação da Missa de sempre, a chamada Missa tridentina, ainda "neste pontificado", que, visto a idade avançada de Bento XVI, não poderá ser naturalmente muito longo. Dom Fellay diz que  Bento XVI, embora dando um golpe no cravo e outro na ferradura, caminha --vacilante e cambaleante --, na "direção certa".
    Esperemos que seja assim.
    O caso da ordenação do ex pastor anglicano, casado e pai de dois filhos, propagandisticamente, favorece os inimigos do celibato. E isso é bem ruim.
    Haveria ainda outros pontos a examinar, como por exemplo, o precedente dos ritos católicos orientais cujos padres podem se casar. Haveria que analisar ainda a possível vantagem de atrair para a Igreja Católica um grosso contingente de anglicanos revoltados pela escandalosa permissão de sagração de um homossexual declarado como Bispo anglicano, pela ordenação de mulheres, pela aprovação do aborto pela cúpula anglicana, afundando cada vez mais o anglicanismo no abismo da heresia e das capitulações imorais.
    Não creio que São Pio X permitisse a ordenação desse anglicano casado, exatamente pelo fato de isso acontecer num clima de favorecimento aos que querem destruir o celibato.
    Mas Bento XVI não é São Pio X. É um Papa que na juventude teve formação modernista, e durante quase toda a vida defendeu o Vaticano II. Isso é como chumbo em seus pés, que o faz caminhar vacilante e cambaleante numa direção que desagrada aos modernistas radicais.
    Ora, na visão do Terceiro Segredo de Fátima aparece exatamente um Papa caminhando vacilante e cambaleante em direção a uma montanha encimada pela Cruz, em direção a um Calvário...
    Visão semelhante teve Dom Bosco no sonho da procissão de um papa que retorna a Roma, e no sonho da batalha no mar, no qual um Papa reconduz a nave da Igreja para a Hóstia Consagrada -- para a Missa --  e para Nossa Senhora.
    Será Bento XVI o Papa do retorno vacilante e cambaleante?
    Só Deus sabe.
    Resta-nos desejar que sim. Resta-nos aplaudir, com força, todo bom movimento do Papa na direção certa, ainda que vacilante, para incentivá-lo. Resta-nos o dever de rezar para que Deus dê a graça e coragem ao Papa para enfrentar os lobos. Coragem e humildade para contradizer muito do que ele defendeu no passado.
    Desiderium desideravit.
    Deus amanhece devagar nas almas.
    
In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli