História

Comentários sobre ´Navegações Portuguesas´
PERGUNTA
Nome:
Rodrigo Herefeld
Enviada em:
12/04/2011
Local:
Mogi-Guaçu - SP, Brasil
Religião:
Católica


Eu li a carta Navegações Portuguesas e não resisti a fazer alguns comentarios sobre a carta do leitor:
1 - O amigo do leitor quando fala da superioridade chinesa provavelmente fala de um eunuco que navegou da China até a
Africa, ele possuia navios tão grandes que faziam as naus portuguesas parecerem cascas de nozes, varias florestar chinesas
foram destruidas para construção de sua frota, o interessante é que quando ele voltou de viagem suas naus foram destruidas
e seus escritos submetidos ao mais rigido segredo.
De qualquer forma a unica superioridade chinesa que esta navegação mostra é a de recursos, o que, dado o tamanho de
Portugual e da China, seria de se esperar.
2 - Sobre a sodomia nos navios, acho que ele esta julgando a partir do conceito errado, nos navios de guerra ingleses,
e nos de piratas(a maioria ingleses também) era proibida a entrada de mulheres, com certeza não havia sodomia , pelo menos
abetamente , nos navios de guerra, não posso afirmar o mesmo pelos piratas, mas , por incrivel que pareca, a disciplina era
muito rigida e eu duvido que o fato fosse comum, também nunca li a respeito de veto semelhante nas naves de outros paises, embora a presença feminina não fosse comum.
O comunismo quer ver Portugual como a a nação mais atrasada da Europa na epoca por ser catolica e monarquista ao modo medieval após a revolução francesa, tem quem negue a existencia da escola de sagres e até quem atribua aos mulçumanos a tecnica naval portuguesa, eu queria saber como é que os mulçumanos passaram do povo mais avançado ao mais atrasado do mundo em duzentos anos.
RESPOSTA

Rodrigo, Salve Maria.
     Boas observações e sobre elas faço as seguintes considerações:
1) Frota chinesa versus frota portuguesa
     A) Realmente, Zheng He, no começo do século XV, comandou uma frota espantosa que chegou na África e os navios eram bem maiores que os portugueses. Só que o problema era a eficiência...
          A.1 Uma frota deste tamanho, alguns dizem 28 mil homens em 300 navios, exigia uma quantidade descomunal de víveres. Eles levavam animais vivos e muita água. Porém, como os chineses não levavam pão nem queijo nem vinho, a durabilidade dos víveres era limitada.
          A.2 Não navegavam em alto mar, só por cabotagem. Se por acaso errassem e fossem para alto mar poderia ser fatal. Uma calmaria seria um massacre. Não sabiam navegar por estrelas. A durabilidade incerta dos navios e a mobilidade, ante o tamanho dos navios, era limitada.
          A.3 Com esta característica de navegação, duvido muito que mesmo que quisessem, conseguiriam navegar intensamente e de modo sistemático. Mesmo porque os chineses não possuíam o verdadeiro motor das navegações, que era a verdadeira fé, que os portugueses tinham de sobra.
     B) As frotas portuguesas eram muito mais eficientes.
          B.1 Naus, galeões e caravelas. Estas últimas eram os navios mais ágeis da história até aquela data, capazes de navegar contra o vento, “à bolina” e subir rios largos. As armadas sempre combinavam naus (ou galeões) com caravelas para garantir mobilidade.
          B2. Boa durabilidade dos víveres, com vinhos, queijos e biscoitos. E precisavam só de estrelas para navegar, não temiam alto mar.
          B3. Houve alguns pequenos enfrentamentos entre os chineses e portugueses no mar da China. Quem levou a melhor? Portugal. A técnica portuguesa usada no mar da China e em outros lugares, como mar da Arábia e Málaca era levar a batalha para alto mar, onde eram invencíveis, no século XVI.
2) Mulheres a bordo. Além dos motivos óbvios, havia uma outra razão pela qual não se levava para as índias orientais. Era a inexplicável e comum mortandade delas. Em determinado período chegaram a levar casais (e solteiras) para Goa e as mulheres morreram quase todas. No Brasil não havia este problema e houve, claro, muitas viagens com casais e solteiras.
3) Realmente, a historiografia comunista insiste nestas bobagens. Quanto à suposta superioridade dos muçulmanos naquela época é só lenda. Sua civilização era bem mais atrasada que a européia, não dá nem para comparar. Como não sabiam navegar, ajudaram muito a mitificar a estória que o cabo do Bojador e o cabo do Não eram insuperáveis “non plus ultra”. Portugal provou o contrário.
     E não adianta o inimigo inventar, 
     
pois, um dia, foi de Portugal, o mar!
Marcelo Andrade