História
Calúnias históricas contra a Igreja
PERGUNTA
Nome:
Felipe
Enviada em:
20/01/2007
Local:
Rio de Janeiro - RJ, Brasil
Religião:
Católica
Escolaridade:
Superior em andamento
Prezado Orlando Fedeli, Salve Maria!
Sou católico, estudante de História e confesso que as vezes se torna árduo filtrar e discernir na historiografia o que é verídico sobre a história da Igreja Católica Apostólica Romana.
Como ainda estou no 2º período, porém sou questionado por muitos sobre questões delicadas como Inquisição, Cruzadas, Reforma,... Gostaria que o senhor me ajudasse com breves e sintéticas respostas e indicações bibliográficas sobre algumas questões.
- Inquisição Espanhola: A Igreja incitou fiéis a perseguirem e violentarem judeus, ou foi ordem de padres? As torturas e sentenças de morte eram todas de responsabilidade da Igreja? Os judeus foram obrigados a se converter sob espada? Porque os judeus foram tão perseguidos, supostamente, pela Igreja? É verdade que 12mil pessoas foram executadas pela Inquisição na Espanha?
- Inquisição Romana: O falecimnto do Papa Paulo IV foi comemorado pelo povo romano? Somente livros aprovados pela Igreja poderiam ser publicados? Como funcionou o Index? A Igreja condenava e perseguia estudos sobre anatomia e a ciência na Universidade de Pádua?
Quando existiam os estados papais, o Papa era infalível como governante dos estados ou somente como Vigário de Cristo no governo da Igreja? O Santo Ofício da Inquisição raptava crianças judias nos estados papais? Pio IX adotou uma criança judia secretamente batizada aos catolicismo, Edgardo Mortara, o senhor pode me falar algo sobre esse caso? Houve mesmo uma "papisa", que deu a luz a um filho no meio de Roma? Houve venda de indulgências?
Essas são apenas algumas das muitas dúvidas que tenho a respeito do assunto.
Se essas perguntas já foram exatamente respondidas, perdoe-me, peço que me indique o link com as respostas.
Parabenizo ao senhor e toda a equipe pelo trabalho no site e agradeço desde já vossa atenção.
Abraços Fraternos,
Felipe
RESPOSTA
A Igreja nunca proibiu os estudos da ciência, mas tomou medidas de proteção aos cadáveres. No renascimento, muitos faziam sortilégios usando cadáveres. Aliás, esta semana ainda se noticiaram crimes desse tipo no Brasil.
O papa só é infalível quando trata de fé e moral ensinando, com o poder de Pedro, a toda a Igreja. O papa não é infalível quando, por exemplo, trata de economia.
O santo Oficio nunca mandou raptar crianças judias. Isso é uma calúnia e uma besteira. Como é uma estupidez falar em venda de indulgência. Quando alguém disser isso, pergunte o que é indulgência, e você verá que a pessoa nem sabe o que ela é.
O caso Mortara foi causado por uma empregada católica que trabalhava numa casa de judeus (o que a Igreja proibia e você logo verá o por quê). Um bebê da casa estava à morte, e a empregada, contra a lei da Igreja, sem pedir licença aos pais da criança, a batizou. Isso foi um abuso contra a doutrina católica. Mas, a criança, de fato, foi batizada passando então a ser católica. Ora, a criança não morreu, e a empregada, depois, informou o governo papal (Pio IX) do que acontecera. O papa mandou, então, que a criança fosse educada na religião católica.
Muito prezado Felipe,
Salve Maria.
Salve Maria.
Muito lhe agradeço a sua confiança em nosso site.
Antes de tudo, é preciso notar que há toda uma historiografia caluniosa contra aIgreja. Basta pesquisar um tanto apenas os documentos, para verificar a deturpação dos fatos.
Por exemplo, as calúnias contra a Inquisição, especialmnete a Inquisição na Espanha, tiveram origem na obra do padre apóstata Llorente, que trabalhou na Inquisição. Esse padre apoiou a invasão napoleônica. Como o povo espanhol resistiu à invasão de sua pátria por Napoleão, e às leis iníquas da Revolução Francesa, impostas pelo Código Napoleão, ao grito de "VIva la Inquisition", LLorente se incumbiu de solapar a resistência católica e patriótica do povo espanhol escrevendo uma História da Inquisição na Espanha, história falsificada e totalmente caluniosa. E o que prova a má fé do autor é que ele queimou os arquivos da Inquisição, para que não de desmascarassem suas calúnias.
A Igreja sempre protegeu os judeus e é mentira que se os obrigou a se tornarem católicos pela força. Obrigar alguém a se batizar é cometer um horrível sacrilégio. No Batismo, o padre pergunta se a pessoa quer ser batizada. Se houve quem cometesse esse sacrilégio, isso não significa que a Igreja mandase ou aprovasse esse absurdo.
O papa Paulo IV, Gian Pietro Caraffa, era muito violento, embora fosse zeloso. Ele foi inimigo duro de Sato Inácio. Se o povo romano festejou a sua morte, talvez tenha sido pela dureza excessiva desse Papa. Mas seria preciso ver porque o povo ficou contente. Afinal nem sempre o povo é santo...
Alás, em Roma se festejou também o assassinato do Papa Adriano VI (1523), Papa que foi muito santo.
O Index foi instituído pelo Concílio de Trento. Ele vigorou até Paulo VI que o aboliu. Eram colocados no Index obras que difundiam heresias erros ou imoralidades. O Index fazia parte do sistema imunológico e de auto defesa da Igreja. Todo ser tem direito a auto defesa. Por que a Igreja não teria direito a defender a Fé de seus filhos prevenindo-os contra obras perniciosas. Veja o resultado do fim do Index. Quantas calúnias correm contra a Igreja.
A Igreja nunca proibiu os estudos da ciência, mas tomou medidas de proteção aos cadáveres. No renascimento, muitos faziam sortilégios usando cadáveres. Aliás, esta semana ainda se noticiaram crimes desse tipo no Brasil.
O papa só é infalível quando trata de fé e moral ensinando, com o poder de Pedro, a toda a Igreja. O papa não é infalível quando, por exemplo, trata de economia.
O santo Oficio nunca mandou raptar crianças judias. Isso é uma calúnia e uma besteira. Como é uma estupidez falar em venda de indulgência. Quando alguém disser isso, pergunte o que é indulgência, e você verá que a pessoa nem sabe o que ela é.
O caso Mortara foi causado por uma empregada católica que trabalhava numa casa de judeus (o que a Igreja proibia e você logo verá o por quê). Um bebê da casa estava à morte, e a empregada, contra a lei da Igreja, sem pedir licença aos pais da criança, a batizou. Isso foi um abuso contra a doutrina católica. Mas, a criança, de fato, foi batizada passando então a ser católica. Ora, a criança não morreu, e a empregada, depois, informou o governo papal (Pio IX) do que acontecera. O papa mandou, então, que a criança fosse educada na religião católica.
Esse menimo -- de nome Edgardo Mortara -- crescendo, ficou Padre e sempre agradeceu a Pio IX a sua formação católica e sacerdotal.
In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli
In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli