Muito prezado Cristiano,
salve Maria!
A França, no dizer de São Pio X, que repetia uma idéia muitíssimas vezes afirmada, é a "Filha primogênita da Igreja", porque os francos foram o primeiro dos povos bárbaros a se converter diretamente ao catolicismo, quando do Batismo de Clóvis por Saint Rémy. Por isso, a França sempre teve um papel ímpar, na História.
Na Idade Média, tal foi o desempenho heróico dos francos nas Cruzadas, que elas foram chamadas "Gesta Dei per francos", as proezas de Deus por meio dos francos.
E ainda no século XV, o gracioso poeta Charles d´Orléans, lamentando a decadência de seu país, escrevia em sua Complainte de France:
“Tous lês étrangers aiment à te chérir, (“Todos os estrangeiros gostam de te amar,)
très chrétien, franc Royaume de France » ( Muito cristão, franco reino de França”)
Vários séculos depois, políticos americanos, que provavelmente nunca ouviram falar de Charles D´Orléans, e nem compreenderiam a graça de seus versos, apesar disso, eles também chegaram a mesma conclusão do antigo poeta medieval: todo o mundo ama a França.
Thomas Jefferson, até ele, disse que "todo mundo tem duas pátrias: a própria e a França", frase repetida e citada por John Kennedy -- até ele! -- quando visitou, certa vez, a França. (Como leram eles o meu coração ?).
E a mais bela poesia feita em honra da França, foi a de um italiano péssimo, Gabrielle D´Annunzio -- até ele !!! --"Sonnet d´amour pour la France".
Até o austríaco Metternich dizia, que "quando a França espirra, todo o mundo sopra o nariz".
Então, não há quem não reconheça o papel único da França.
Se você tomar o índice da história do mundo, verá que a França ocupa lugar único, quase se identificando a História da Civilização com a História da França. (sou brasileiro, de origem italiana e não tenho uma gota de sangue francês. Só meu coração é francês, pois tenho a França no coração. Je la connais si bien Par coeur. Car je l´ai au coeur).
E quem pode ir à Europa, sem ir à França?
E os portugueses e espanhóis dizem que vão a Europa, quando vão à França.
E os professorzinhos comunistas, que vivem falando mal da Idade Média, quando vão à Europa fazer turismo, tem que ir à França ver o que a Igreja fez lá de grande e de belo e de santo: a Idade Média, as Catedrais góticas, as Abadias, os Castelos e as aldeias, as Universidades e os Hospitais.
Ah! Saudades de Baune! Saudades da Dordogne. Saudades das muralhas de Carcassonne!...
Tendo em vista tudo isso, só se pode concluir que a França tem um lugar de primordial importância nos planos da Divina Providência, o que explica as muitas aparições de Nossa Senhora na França.
Também Nossa Senhora gosta de ir à França. E ela tem muitíssimo bom gosto!!
Se a França rezar, o mundo se porá de joelhos.
Prions pour la douce France!
Rezemos pela doce França!
In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli
PS, Aí vai, para você, que tem a felicidade de estar em Lyon, o soneto de amor pela França do péssimo D´Annunzio, soneto do qual mudei dois versos para torná-los mais católicos.
Sonnet d´amour por la France
France, France la douce, entre les héroïnes,
Bénie. Amour du monde, ardente sous la croix
Comme aux murs d´Antioche, alors que Godefroi
Sentait sous son camail la couronne d´épines.
Debout avec ton Dieu, comme au pont de Bouvines.
Dans ta gloire à genoux, comme au champ de Rocroi.
Neuve, immortellement , comme l´herbe qui croît
Aux bords de tes tombeaux, aux creux de tes ruines.
*Et sainte au grand martyre sanglant de la Vendée,
*Mourrant, fidèle à ton Roi, fidèle à ton Dieu,
Sur le champ de battaille, ou dans la Loire noyée!
Ressuscitée en Christ qui fait de ton linceul
Gonfalon de lumière et cotte de croisé.
France, France, sans toi, le monde serait seul!
G.d´A.
(Os dois versos marcados com asteriscos, evidentemente, não podem ser de d´Annunzio)
(Traduzo o soneto, para os leitores do site Montfort).
Soneto de Amor pela França
França, França, a doce, entre as heroínas
bendita. Amor do mundo, ardente sob a cruz
como nos muros de Antioquia, quando Godofredo
sentia, sob seu elmo, a coroa de espinhos
De pé, com teu Deus, como na ponte de Bouvines
em tua glória, de joelhos, como no campo de Rocroi.
Imortalmente nova, como a erva que cresce
na borda de teus túmulos, no oco de tuas ruínas
**E santa, no grande martírio sangrento da Vendée
*morrendo fiel a teu Rei, fiel a teu Deus
no campo de batalha, ou no Loire afogada,.
Ressuscitada em Cristo, que faz de tua mortalha
gonfalão de luz e cota de cruzado.
França, França, sem ti, o mundo estaria só!
***
Espero que tenha gostado.
E já que você está em Lyon, reze por mim uma Ave Maria a Notre Dame de Fourviére...
Orlando Fedeli