História
Processo de canonização dos santos
PERGUNTA
Nome:
P.
Enviada em:
01/01/2004
Local:
Recife - PE,
Idade:
13 anos
Escolaridade:
1.o grau em andamento
Prezado Orlando (que Deus lhe abençoe por seu esforço em defender o Seu nome e a verdadeira Igreja)
Gostaria de saber como surgiu a tradição da Igreja de canonizar as pessoas que realizaram milagres comprovados em inquérito, e; É a fé em Jesus Cristo que santifica o homem ou são os milagres que ele realiza?
RESPOSTA
Prezado Túlio, salve Maria!
Inicialmente, os cristãos veneravam os mártires que morriam na arena.
Eles eram sepultados nas catacumbas de Roma, e cultuados como santos por sua morte heróica, testemunhando a divindade de Cristo. Suas relíquias realizavam inúmeros milagres. Daí, sua proclamação como santos.
Este costume continuou por muitos séculos.
Depois, pelo século XI, para evitar abusos, a Igreja começou a instituir um processo a fim de examinar a vida e os escritos (a doutrina) daqueles que a opinião geral chamava de santos. Começou assim o chamado Processo de Canonização, que se tornou um instrumento jurídico dos mais perfeitos jamais realizados.
O Processo de Canonização começava pelo chamado processo de NÃO-CULTO.
Por esse processo, primeiro verificava-se se o candidato à canonização como santo fora cultado sem licença da Igreja. Isso era muito importante, porque impedia que interesses familiares ou de grupos, por meio de propaganda , impingissem à Igreja um pseudo santo.
Isso não é tão incomum, mesmo em nossos dias. Por exemplo, é o que a tfp e os chamados Arautos fizeram e fazem com o culto a Plínio Corrêa de Oliveira e à mãe dele.
A seguir, o processo, numa segunda fase, examinava os escritos e palavras da pessoa que se pretendia canonizar. Havendo qualquer coisa contra a Fé, o processo era encerrado. Foi o que aconteceu com o processo da pseudo vidente Anna Katharina Emmerick e com Maria de Ágreda, cujos relatos contém inúmeros erros e heresias.
Depois, havia o processo sobre as virtudes, no qual se examinavam os dez últimos anos de vida do candidato a santo. Tendo havido um só pecado mortal nesse período de vida, o processo era encerrado negativamente.
Finalmente, eram necessários milagres alcançados através do candidato a ser canonizado. Esses milagres deveriam ter sido realizados após a morte do santo, para provar que ele estava realmente unido a Deus. Milagres realizados durante a sua vida não valeriam para a canonização, pois que o dom dos milagres poderia ser apenas um carisma, e não fruto da união com Deus..
Atualmente, todo esse processo rigoroso foi abolido, e substituído por uma biografia positiva do candidato a santo. Não se examinam senão os escritos impressos do candidato. O processo de NÃO CULTO se limita a uma inspeção de visu do Bispo. De Visu pode ser traduzida como inspeção ocular, a olho.
Também o número e grandeza dos milagres diminuiu. Não há mais um acusador -- o chamado advogado do diabo-- e o defensor da causa. Isto significa que se eliminou o contraditório, que era uma garantia da intenção papal de não errar ao proclamar um santo. O resultado dessas simplificações foi a enxurrada de canonizações e beatificações dos últimos anos.
in Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli
Inicialmente, os cristãos veneravam os mártires que morriam na arena.
Eles eram sepultados nas catacumbas de Roma, e cultuados como santos por sua morte heróica, testemunhando a divindade de Cristo. Suas relíquias realizavam inúmeros milagres. Daí, sua proclamação como santos.
Este costume continuou por muitos séculos.
Depois, pelo século XI, para evitar abusos, a Igreja começou a instituir um processo a fim de examinar a vida e os escritos (a doutrina) daqueles que a opinião geral chamava de santos. Começou assim o chamado Processo de Canonização, que se tornou um instrumento jurídico dos mais perfeitos jamais realizados.
O Processo de Canonização começava pelo chamado processo de NÃO-CULTO.
Por esse processo, primeiro verificava-se se o candidato à canonização como santo fora cultado sem licença da Igreja. Isso era muito importante, porque impedia que interesses familiares ou de grupos, por meio de propaganda , impingissem à Igreja um pseudo santo.
Isso não é tão incomum, mesmo em nossos dias. Por exemplo, é o que a tfp e os chamados Arautos fizeram e fazem com o culto a Plínio Corrêa de Oliveira e à mãe dele.
A seguir, o processo, numa segunda fase, examinava os escritos e palavras da pessoa que se pretendia canonizar. Havendo qualquer coisa contra a Fé, o processo era encerrado. Foi o que aconteceu com o processo da pseudo vidente Anna Katharina Emmerick e com Maria de Ágreda, cujos relatos contém inúmeros erros e heresias.
Depois, havia o processo sobre as virtudes, no qual se examinavam os dez últimos anos de vida do candidato a santo. Tendo havido um só pecado mortal nesse período de vida, o processo era encerrado negativamente.
Finalmente, eram necessários milagres alcançados através do candidato a ser canonizado. Esses milagres deveriam ter sido realizados após a morte do santo, para provar que ele estava realmente unido a Deus. Milagres realizados durante a sua vida não valeriam para a canonização, pois que o dom dos milagres poderia ser apenas um carisma, e não fruto da união com Deus..
Atualmente, todo esse processo rigoroso foi abolido, e substituído por uma biografia positiva do candidato a santo. Não se examinam senão os escritos impressos do candidato. O processo de NÃO CULTO se limita a uma inspeção de visu do Bispo. De Visu pode ser traduzida como inspeção ocular, a olho.
Também o número e grandeza dos milagres diminuiu. Não há mais um acusador -- o chamado advogado do diabo-- e o defensor da causa. Isto significa que se eliminou o contraditório, que era uma garantia da intenção papal de não errar ao proclamar um santo. O resultado dessas simplificações foi a enxurrada de canonizações e beatificações dos últimos anos.
in Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli