Gnose
O esperneamento hidrófobo de Olavo de Carvalho
PERGUNTA
(...)
RESPOSTA
"Ut inimicos Santae Ecclesiae humiliari digneris, Te rogamus audi nos"
Quando dava aulas em certo colégio estadual suburbano, ao chegar lá bem cedo, encontrava ainda sobre a mesa as xícaras usadas pelos professores do curso noturno, que nelas haviam tomado o horrendo café que o Estado oferecia aos seus funcionários. Era freqüente haver, ao lado das xícaras, algumas baratas entontecidas, que, tendo imprudentemente ousado tomar algumas gotas do negro e horroroso café socialista, tinham entrado em lenta e esperneante agonia.
De costas, os insetos, de quando em quando, tinham um esperneamento convulsivo e desesperado, por não poderem reerguer-se sobre sua patas.
Esse esperneamento desesperado me veio à mente, ao ler a reação furibunda e insultante do Sr. Olavo de Carvalho a meu estudo sobre a Gnose "Tradicionalista" de René Guénon e a dele mesmo.
Disse reação e não resposta, porque resposta é própria do intelectual e do homem civilizado, enquanto que a reação irracionalmente agressiva é própria de qualquer ser vivo, ao se defender.
Olavo reagiu como ser vivo que foi mortalmente tocado. E reagiu, como ele mesmo diz, de modo "hidrófobo" -- essa palavra foi aceita e contada por ele mesmo -- em seu estilo botequinesco, prodigalizando insultos.
Numa polêmica entre pessoas cultas e educadas, quem perde o controle e procura desqualificar seu oponente, confessa indiretamente sua derrota. Pois ao polemista que recorre a insultos não ocorrem argumentos.
Por isso Olavo esperneia desesperado e insulta, e estertora impotente e descontroladamente, e injuria, e faz um "enrolavo" de palavras para acobertar sua gnose lancetada, expelindo o pus de seus sofismas e inverdades.
É claro que não seguirei seu exemplo. Não tomei o "café" venenosamente mortal da Gnose, nem tenho doutrina oculta que deva ser lancetada como tumor purulento e imundo.
E, ademais, sou civilizado e não sofro de "hidrofobia intelectual", patologia que parece possível em certos autodidatas que se auto promovem de astrólogos a "filósofos".
Não espere, então, o Sr. Olavo que eu desça da polêmica intelectual ao nível botequinesco que lhe é próprio.
Não me desqualificarei rebaixando-me ao nível hidrofobesco olaviano. Há razões que explicam o desequilíbrio e o descontrole emocional de Olavo...
Mesmo assim, receber tais insultos de uma pessoa como o Sr. Olavo é uma honra. Preocupado ficaria eu, se dele recebesse elogios.
***
Em seu esperneio, Olavo acumula insultos, esquece de Guénon -- o chefe da seita gnóstica "tradicionalista" a que Olavo pertence, pelo menos doutrinariamente -- renega Schuon, seu mestre de tariqa sufi, e só busca salvar-se da pecha de gnóstico em sentido "estrito", distinção escapatória dele. Porque, em sentido "lato", ele já admitiu que é gnóstico mesmo.
Em meio ao seu esperneio impotente e descontrolado, Olavo procura, do melhor modo que pode, fazer, como eu disse, um "enrolavo" pseudo intelectual para salvar a face, ou uma cortina de fumaça, para acobertar sua fuga e suas contradições. Para isto, ele afirma que há, sim, um conhecimento superior à fé, e que isto está expresso na própria definição de fé.
Escreveu Olavo, nesse seu último furibundo e estertorante esperneio:
"A superioridade essencial do conhecimento em relação à fé é coisa auto-evidente, afirmado na definição mesma de fé (...)"
E disse ainda seu Olavo:
"A superioridade a que me refiro é a de ordem intrínseca e ontológica e não funcional e metódica (sic): o que digo é simplesmente que saber é mais que crer".
Afirmou ele mais ainda "... sem fé não se chega sequer à possibilidade do conhecimento espiritual, e por isto este último é "superior" à fé no sentido em que a meta transcende o caminho, assim como a fé é "superior" enquanto caminho sem o qual não se pode chegar à meta, (...) "
E ele nega que haja "a possibilidade de chegar a esse conhecimento por outra via (tariqa) que não seja pela fé ou, pior ainda, sem fé"
Portanto, para Olavo a fé é caminho necessário para se chegar ao Conhecimento.
(E isto ele sempre disse, seguindo Guénon; todo conhecimento esotérico exige antes a filiação a uma religião exotérica).
Pobre Olavo, que da banca de astrólogo se auto diplomou "filósofo", e que pretende, agora, alçar vôo ao céu da teologia! Então, na definição de fé, haveria a afirmação de que o conhecimento é superior a ela.
Muito provavelmente o Sr. Olavo -- campeão de chutes intelectuais e pretensioso Ícaro, querendo voar no céu da teologia -- nem sabe o que é fé.
Pois aí vai, para ele aprender, o conceito de fé ensinado por São Paulo:
"Fé é o fundamento das coisas que se esperam, e o argumento das coisas que não se vêem" (Heb. XI, 1).
E não vou explicar a ele essa definição. Que permaneça ele em sua ignorância presunçosa.
Ou então a definição de Fé de São Tomás:
"Fé é o hábito da mente pelo qual se tem uma incoação em nós da vida eterna, fazendo o entendimento assentir a coisas que não vê" (São Tomás, Suma Teológica, II -II ae, q 4, a. 1).
Ou a definição e a exposição de Fé do Catecismo Romano do Concílio de Trento:
"Virtude da Fé é aquela pela qual assentimos plenamente a tudo quanto nos foi revelado por Deus". (Catecismo Romano, Vozes, Petrópolis, 1951, Pg. 87).
E explica ainda o Catecismo Romano:
"O fim que se propõe ao homem para a sua bem aventurança é tão elevado que o não poderia descobrir a agudeza do espírito humano. Era pois necessário que o homem recebesse de Deus tal conhecimento. Esse conhecimento não é outra coisa senão a própria Fé, cuja virtude nos leva a ter por certo o que a autoridade da Santa Madre Igreja declarou ser revelado por Deus" (Catecismo do Concílio de Trento, I, cap. 1, p.87).
Ou a do 3º Catecismo da Doutrina Cristã:
"A Fé é uma virtude sobrenatural, infundida por Deus em nossa alma, pela qual nós, apoiados na autoridade do mesmo Deus, acreditamos que é verdade tudo o que Ele revelou e por meio da Santa Igreja nos propõe para crer ".
Em nenhuma dessas definições está dito que o conhecimento é superior à Fé. Isso é invenção gnóstica que Olavo repete.
Pelo contrário, o Catecismo Romano ensina que a inteligência humana, de per si, não poderia atingir as verdades da Fé reveladas por Deus, e que "o conhecimento (proporcionado pela fé) não é outra coisa senão a própria Fé" .
E São Tomás explica na Suma Teológica (II, II ae, q IV a. 8) que a Fé é superior em certeza à prudência e à arte, "em razão de sua matéria, pois versa sobre as coisas eternas, que não podem mudar".
Com relação à sabedoria, à ciência e ao entendimento, que versam sobre coisas necessárias, São Tomás diz que é preciso notar que sabedoria, ciência e entendimento têem duas acepções: "uma como virtudes intelectuais, conforme as entende o Filósofo; outra, como dons do Espírito Santo".
"Tomadas no primeiro sentido [como virtudes intelectuais], sua certeza oferece uma dupla consideração. Em razão de sua causa, e então é mais certo o que tem uma causa mais certa; neste sentido a fé é mais certa que as três virtudes citadas, pois a fé se funda na verdade divina, enquanto as outras três virtudes se apoiam na razão humana."
"Ou então, por parte do sujeito, e assim é mais certo o que o entendimento do homem consegue mais plenamente. E como as verdades da Fé transcendem o entendimento do homem, mas não o objeto dessas três virtudes, a fé é menos certa do que elas." [Aqui, Olavo pensará que triunfou.]
"De igual modo, se se entendem essas três virtudes como dons da vida presente, se comparam à fé como princípio, que as pressupõe. Por conseguinte, também neste sentido a fé é mais certa que elas" [enquanto dons do Espírito Santo]. (O negrito, evidentemente é meu)
Portanto, segundo São Tomás, a Fé, em absoluto, é superior à ciência, à sabedoria e ao entendimento, quer como virtudes, quer como dons do Espírito Santo.
Portanto, mais uma vez fica provado o erro de Olavo ao afirmar que existe um conhecimento superior à Fé. O que diz Olavo é o oposto do que ensina a doutrina católica.
Vejamos, agora, o que diz a Gnose sobre Fé e Conhecimento.
Conforme Robert Grant, um dos maiores especialistas sobre a relação entre Gnose e Cristianismo, "Definir o gnosticismo é extremamente difícil, porque, entre os autores modernos, essa palavra recobre um grande leque de formas de pensamento e de experiências religiosas (...). E entretanto será bem preciso que todas [essas formas religiosas] tenham tido alguma coisa em comum para que os autores antigos e modernos tenham podido reuní-las sob o nome de gnósticas. A própria palavra gnóstica significa que o gnóstico conhece. Ele conhece, não porque ele adquiriu pouco a pouco o conhecimento, mas porque uma revelação lhe foi trazida. Ele não crê, porque a fé é inferior ao conhecimento. [Exatamente o que disse Olavo] E sua Gnose, o "conhecimento da grandeza inefável" é, por ela mesma, a perfeita redenção" (Robert M. Grant, La Gonose et les Origines Chrétiennes, Seuil, Paris, 1964, p. 17. O negrito é nosso. Os itálicos são do original).
Está aí, mais uma vez comprovado que o pensamento de Olavo, também quando ele afirma que o conhecimento é superior à fé, coincide com a doutrina gnóstica.
Quanto mais Olavo quer esconder que é gnóstico, enrolavando as palavras, mais ele dá novas provas de que é gnóstico mesmo.
E não é só Robert Grant que diz isso. Veja-se o que diz Hans Jonas, provavelmente o autor do melhor livro pra se conhecer o sistema gnóstico:
"No contexto da Gnose a palavra "conhecimento" toma um sentido categoricamente religioso e sobrenatural [como em Olavo] ; ele se refere a objetos de fé, diríamos nós hoje, mais do que a objetos de razão. Ora, se é verdade que, na Igreja, hereges e ortodoxos estiveram em grande debate sobre a relação da fé e do conhecimento (da pistis e da gnosis ), não se tratava da questão como nós bem a conhecemos em nossos dias, a da fé a da razão; porque o "conhecimento" dos gnósticos, que se punha em contraste elogioso ou reprovador à simples fé cristã, não era um conhecimento do tipo racional [exatamente como dizem os autores admirados e seguidos por Olavo, como demonstrei em meu estudo]. A gnosis era por excelência o conhecimento de Deus" (Hans Jonas, La Religion Gnostique, Flammarion, Paris, 1978, pp 55-56. Os itálicos são do autor).
Portanto, para os gnósticos o "Conhecimento" era louvado com menoscabo da fé.
Isso é confirmado por Hans Leisegang, outro especialista na Gnose:
"O Cristianismo, sob sua forma mais pura, afirmava na fé o fundamento da religião; melhor, pode-se dizer que sua significação histórica residia precisamente na convicção da esceficidade da fé e em sua independência com relação a toda espécie de saber e de ciência. Ora, para a gnose -- e nisso está a diferença que a separa do cristianismo -- a fé não é suficiente e não se lhe reconhece valor próprio. O fundamento da fé não é sentido por si mesmo, ele é logo convertido em saber e em ciência" (Hans Leisegang, La Gnose, Payot, Paris, 1951, p. 31. O negrito é meu).
Henri-Charles Puech confirma o que disseram esses autores citados acima:
Para os gnósticos, "Há três classes de seres [humanos]: os "Hylicos", os "psíquicos", e os "pneumáticos". Os primeiros, metidos no corpo, puras matérias, viveriam na agnosia, no não "conhecimento", e jamais seriam salvos. Os segundos [os psíquicos], teriam a pistis, a fé, e poderiam ser salvos por atos meritórios, pela oração, por um esforço. Mas os homens da terceira classe, os que têem o nous, o "intelecto" [Exatamente como escreveu Olavo, confira VI-3 e VI-5 de meu estudo A Gnose "Tradicionalista de René Guénon e de Olavo de Carvalho] ou o pneuma, o "espírito", sabem e são salvos sem esforço, por natureza, e o que quer que façam: eles estão certos de sua salvação como eles têem o conhecimento absoluto" (Henri-Charles Puech, En Quête de la Gnose, Gallimard, Paris, 1978, Vol. I, p. 166. Os itálicos são do autor).
Se os homens "pneumáticos, estão necessariamente salvos por terem o conhecimento, e os psíquicos, que tem a fé, devem fazer esforço para salvar-se, é evidente que, segundo Puech, os gnósticos consideravam o conhecimento superior à fé. Exatamente como Olavo.
A mesma informação de que, para a Gnose, o conhecimento é superior à fé pode ser confirmada em outra obra ainda:
"A tentação gnóstica típica é de fazer predominar o conhecimento (Erkenninis) ou a experiência (Erlebnis) sobre a revelação e a fé (...) " (H. Cornelis et A Léonard, La Gnose Éternelle, Fayard, Paris, 1959, p.105, O negrito é meu).
Serge Hutin, que foi influenciado ou ligado a Guénon -- portanto, insuspeito, afirmou: "A gnosis, apanágio dos iniciados, se opõe à vulgar pistis (crença) dos simples fiéis. É portanto mais uma "revelação" secreta e misteriosa do que um conhecimento propriamente dito." (Serge Hutin, Les Gnostiques, PUF, Que Sais Je?, Paris, 1978, p.11. Os itálicos são do autor).
Há mais um ponto a salientar. Olavo afirmou que a fé é caminho para o conhecimento. Ora quem afirma isso é a pior heresia gnóstica da História: o Maniqueísmo.
Vejamos.
Quem estudasse o Maniqueísmo "... Inclinar-se-ia a afirmar que a "fé" é aqui concebida como início, a isca para o "Conhecimento", e que desde a sua recepção [da fé], a "gnose" está ai, em um sentido, implicado. A fé seria o "conhecimento" incoativo [Olavo disse "o caminho"] rudimentar; o "Conhecimento", seria a plenitude da "fé", a "fé" totalmente esclarecida e assimilada. Pistis e gnosis [fé e conhecimento] (nahte e saune), se supõem um à outra, o "Conhecimento" estando subjacente à "Fé", ou já estando presente nela sob forma incompleta ou embrionária, e a "fé" subsistindo na base do "Conhecimento", que é sua expressão última, o desabrochamento e a explicação [da fé]" (Henri-Charles Puech, Sur le Manichéisme, Flammarion, Paris, 1979, p.324).
De modo que a afirmação de Olavo de que o conhecimento é superior à fé, e de que a fé é o caminho necessário para o conhecimento é exatamente o que diz a Gnose, e especialmente a Gnose Maniquéia. E a doutrina católica ensina o contrário: a Fé é, em absoluto, superior ao conhecimento.
Não existe, em absoluto, um conhecimento superior à fé, como diz a Gnose e como repete o gnóstico Olavo
A Fé é uma virtude sobrenatural. O conhecimento é natural. A natureza humana ontologicamente está abaixo -- et pour cause! -- de tudo o que é sobrenatural a ela. Afirmar, como disse Olavo em sua cortina de fumaça, que há um conhecimento ontológica e intrinsecamente superior à Fé, é colocar o natural acima do sobrenatural. E isto é uma contradição flagrante.
Mais: dizer que há um conhecimento ontológica e intrinsecamente superior à Fé é admitir que, na natureza do homem, existe algo -- uma partícula divina [Olavo a chama, conforme à Gnose maometana, de Intelecto] -- que o coloca ontologicamente acima do Deus revelado. E isto é exata e estritamente o que pretende a Gnose. Portanto, mais uma vez, o Sr. O. de C. deixa as provas, embora o negue, de que é gnóstico mesmo.
Quanto a este conhecimento superior à fé ser salvador, vejam-se as citações que dou de Olavo em meu trabalho A Gnose "Tradicionalista" de René Guénon e de Olavo de Carvalho (VI-3 e VI-5).
***
Olavo me acusa de julgá-lo num imaginário tribunal inquisitorial, quando apenas desenvolvi, depois de provocado e desafiado por ele, uma tese doutrinária - a de que ele é gnóstico, e não católico -- com base em mais de 400 documentos, quase todos de autores membros da seita gnóstica guénoniana. O desenvolvimento de uma tese e sua conclusão final não são, de modo algum, um ato processado num tribunal inquisitorial ou comum. Confundir um estudo doutrinário com um processo inquisitorial, sem dúvida, é um delírio. Se fazer isso fosse vedado, nunca se poderiam fazer análises do pensamento e das obras de ninguém.
Olavo me acusa ainda de sofrer de "sociopatia". É sabido que ele pretende entender da matéria, porque teve dela um conhecimento experimental ... mas julgo indigno de um debate intelectual descer a esse nível pessoal.
"Monsieur, j" ai un secret qui vous touche.
Aprouvez le respect qui me ferme la bouche".
Afirma Olavo que procurei explicitamente prejudicá-lo em sua reputação, coisa que nunca visei, nem nunca afirmei. Procurei sempre manter respeito pela pessoa, enquanto atacava as idéias. E os versos acima citados são um comprovante disso. Nunca o injuriei. Eu, sim, fui injuriado, insultado e difamado por ele.
O que ele sente é que, nesta polêmica, ele perdeu, não a reputação, mas o prestígio. E quem mostra preocupação com a perda de prestígio, confessa implicitamente que tem consciência de que perdeu o debate.
Resta-me dar dois conselhos a Olavo, embora duvide que ele seja acessível a conselhos. Primeiro: que compre um manualzinho de civilidade e de boas maneiras. Segundo: que volte a montar a sua banca de astrólogo, desistindo da "filosofia", e, muito mais ainda, da Teologia. Auto proclame-se o que bem entender. Mas não se diga católico sem o ser.
Quanto ao fundo da polêmica ora encerrada, que julguem os leitores de meu trabalho e dos insultos esperneantes de Olavo, assim como de seu contínuo enrolavamento, quem de nós dois disse a verdade, quem foi intelectualmente desonesto, e quem é impostor e charlatão. E, infinitamente mais importante, quem de nós dois é católico, e quem é gnóstico. Sou católico. Olavo é gnóstico. Na festa de Nossa Senhora do Carmo,
São Paulo, 16 de julho de 2.001.
Orlando Fedeli
."Não obstante, como em absoluto se julga uma coisa conforme suas causas e acidentalmente conforme as disposições do sujeito, daqui a fé é absolutamente mais certa, enquanto que as outras certezas podem sê-lo mais relativamente, isto é, em ordem a nós."