Doutrina
Responsabilidade pelas consequencias do pecado
PERGUNTA
Nome:
Leandro Batista da Silva
Enviada em:
02/08/2010
Local:
Curitiba - PR, Brasil
Religião:
Católica
Escolaridade:
Superior concluído
Profissão:
Administrador
Salve Maria
Gostaria de parabenizá-los por dar continuidade ao trabalho do Professor Fedeli e tentar esclarecer uma dúvida em relação ao pecado.
Sei que os pecados que cometemos devem ser expiados e nosso julgamento dependerá da gravidade de cada um deles.
Minha dúvida é a seguinte: Alguém que comete um pecado como, por exemplo, assassinato de um pai de família, deverá responder por esse pecado diante de Deus, mas a família que sofreu a perda além disso começa a enfrentar dificuldades financeiras, a mãe não consegue dar conta da educação dos filhos, eles mais tarde se envolvem com drogas e crimes, outras pessoas são afetadas por estes atos como um efeito dominó. O assassino responderá também pelos efeitos tardios de seu pecado?
Leandro
Gostaria de parabenizá-los por dar continuidade ao trabalho do Professor Fedeli e tentar esclarecer uma dúvida em relação ao pecado.
Sei que os pecados que cometemos devem ser expiados e nosso julgamento dependerá da gravidade de cada um deles.
Minha dúvida é a seguinte: Alguém que comete um pecado como, por exemplo, assassinato de um pai de família, deverá responder por esse pecado diante de Deus, mas a família que sofreu a perda além disso começa a enfrentar dificuldades financeiras, a mãe não consegue dar conta da educação dos filhos, eles mais tarde se envolvem com drogas e crimes, outras pessoas são afetadas por estes atos como um efeito dominó. O assassino responderá também pelos efeitos tardios de seu pecado?
Leandro
RESPOSTA
Muito prezado Leandro,
Sim, todos nós seremos julgados no juízo particular e no juízo universal. As conseqüências dos nossos atos serão conhecidas no juízo universal, quando, em função de um pecado particular cometido, conheceremos seus desdobramentos históricos. Conheceremos então o "pecado de conseqüência".
Segue o texto do Catecismo Romano para Párocos que evidencia esses ensinamentos:
(Versão Portuguesa baseada na edição autêntica de 1566, traduzido por Frei Leopoldo Pires Martins, O.F.M.
Catecismo redigido por decreto do Concílio de Trento (Infalível), e publicado por Ordem de São Pio V
Edição: Serviço de Animação Eurcarística Mariana.)
Na página 146 (I Parte: Do Símbolo dos Apóstolos) Capítulo Oitavo: Sétimo Artigo do Símbolo (Credo) "Donde há de vir julgar os vivos e mortos"
(...)
"Motivos para o juízo universal: Abrir todas as consciências;
Será então necessário mostrar por que, além do Juízo Particular para cada um, se fará ainda outro geral para todos os homens.
Ora, os mortos deixam às vezes filhos que imitam os pais; parentes e discípulos que seguem e propagam seus exemplos em palavras e obras. Esta circunstância deve aumentar os prêmios ou castigos dos próprios mortos.
Tal influência, que a muitos empolga, em seu caráter benéfico ou maligno, não acabará senão quando romper o último dia do mundo. Convinha, pois, fazer então uma perfeita averiguação de todas essas obras e palavras, quer sejam boas, quer sejam más. O que, porém, não seria possível sem um julgamento geral de todos os homens."
Meditar sobre o pecado de conseqüência é um bom instrumento para entendermos mais perfeitamente a ofensa cometida contra Deus com um único pecado, às vezes um mal conselho, uma decisão ruim ou ainda o mal uso do tempo, são atos que ofendem a Deus Nosso Senhor muito mais do que podemos imaginar.
Só para ilustrar podemos pensar em uma alma que pratica o aborto, essa alma infeliz, não somente impediu que uma pessoa vivesse, mas, interrompeu toda uma descendência de pessoas que poderiam nascer daquela criança.
Outro exemplo: quando um católico deixa de dar um argumento a favor da religião para alguém somente por respeito humano, ou por medo, pode estar dificultando a ação de Deus pela conversão, não somente daquela pessoa, mas de toda uma família que poderia se converter em função do argumento ora omitido.
Também nossas ações boas têm conseqüências boas, e às vezes méritos maiores devido aos seus bons desdobramentos: rememoremos o episódio da samaritana no Evangelho de São João. Depois que Cristo a convence o evangelho assim continua:
"A mulher, pois, deixou o seu cântaro, e foi à cidade, e disse àquela gente: Vinde ver um homem, que me disse tudo que tenho feito; será este porventura o Cristo? Saíram, pois, da cidade, e foram ter com ele. (Mt 4, 28-30)
(...)
Ora muitos samaritanos daquela cidade creram em Jesus, por causa da palavra daquela mulher, que dava este testemunho: Ele disse-me tudo que tenho feito" (Mt 4, 39)
In Corde Jesu, semper,
Bruno Oliveira