Doutrina
Dia da preparação da Páscoa
PERGUNTA
Nome:
Kátia Rodrigues
Enviada em:
23/02/2010
Local:
Porto Alegre - RS, Brasil
Religião:
Católica
Escolaridade:
Pós-graduação concluída
Oriento um grupo paroquial de adolescentes a estudar e buscar conhecimento sobre a fé católica. Por isso estive pesquisando nos Evangelhos e também no Lévítco e no Êxodo a respeito do dia da Preparação da Páscioa para os judeus na semana em que Jesus celebrou a Santa Ceia mas não compreendi se o dia da Preparação foi a partir das 18h da noite da Santa Ceia, ou a partir das 18h da noite da crucificação de Jesus, pois me parece que há indicações que a Ceia tratava-se da própria preparação e logo adiante aparecem indicações de que a preparação seria o sábado.
Agradeço pela contribuição.
Que Deus vos abençoe.
RESPOSTA
Prezada Kátia,
Salve Maria.
Ao que parece, a ceia de preparação para a Páscoa foi na quinta-feira, 14 de Nisã, quando Nosso Senhor a celebrou com seus discípulos e depois instituiu o rito novo da Eucaristia.
O relato de São João, no entanto, parece fazer coincidir a imolação dos cordeiros no Templo com a morte de Nosso Senhor. Quanto a isso, Pe. Luís Alonso Schökel, diz:
“De novo tropeçamos no problema da data: temos que seguir os sinóticos, que situam a ceia na note da Pácoa (14 de Nisã), ou João, que faz coincidir a morte de Jesus com a hora em que no Templo se sacrificavam os cordeiros pascais? A solução afeta o caráter ordinário ou pascal da ceia. Por ora não temos resposta certa nem convergência de opiniões”.
Mas o texto de São João é ambíguo. A festa a que ele se refere podia ser, simplesmente, o sábado – ele diz a “festa dos judeus” – já que o Evangelho de São João é o mais tardio e que ele escrevia para cristãos de todas as origens, não apenas para os de origem judaica. Daí a variação de opiniões entre os especialistas. Como São João estava mais preocupado com problemas teológicos, enquanto São Lucas fez propriamente uma investigação histórica e é muito explícito, o mais provável é que a Ceia tenha sido mesmo em 14 de Nisã.
De qualquer modo, Kátia, acredito que esse problema técnico é de pouca relevância para os seus jovens alunos. O que importa é que eles aprendam bem que Nosso Senhor instituiu a missa como o sacrifício da Nova Lei, em que Ele mesmo se imola ao Pai pelos nossos pecados – é a redenção objetiva - que através dos Sacramentos e da prática dos mandamentos essa redenção nos é aplicada - é a redenção subjetiva – e que a Missa é a renovação incruenta do sacrifício da cruz e que quando comungamos recebemos o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, real e verdadeiramente presente.
Não vale a pena tratar das dissensões dos especialistas com eles. Eu tinha um professor na faculdade que dizia que “sempre que vocês encontrarem um especialista para afirmar uma coisa, encontrarão um especialista para afirmar o contrário”. Ele tinha razão...
Nossa Senhora a ajude em seu trabalho a fazer bons católicos.
Salve Maria.
Francisca Romana Miranda