Doutrina

Infalibilidade e Vaticano II
PERGUNTA
Nome:
Antonio Candido
Enviada em:
16/10/2009
Local:
Mococa - SP, Brasil
Religião:
Católica
Escolaridade:
2.o grau concluído
Profissão:
Técnico Eletrônico


Prezados senhores
" Que Deus esteje realmente em nossos corações "

Nâo sei se é com alegria ou com tristeza que escrevo esta carta com algumas dúvidas.
Sou de família católica praticante, participei por um tempo da RCC junto com minha esposa( porém nunca fui contagiado pelo movimento, porque sempre ví muita conversa e pouco resultado e nada de concreto ) e atualmente não participamos mais desse movimento.
Primeiro quero relatar sobre como cheguei a este site e o motivo que este "achado" me encheu de tristezas e também de alegrias.
Acredito que por uma vontade de buscar um espiritualidade mais concreta, comecei a buscar conhecimentos ,e a ler a vida e obras de grandes santos de nossa Igreja, e usei a internet e livros como forma de buscar estes conhecimentos e auxilio.
Me refiro a tristeza, porque depois que comecei minhas " andanças" pela net, descobri o quanto minha Igreja é dividida e dirigida por um clero com os mais variadas linhas de pensamentos divergentes do verdadeiro ensinamento de nosso Cristo. E isto me encheu de tristeza.
E lendo a vida e obra de grandes santos de nossa Igreja, realmente pude ver o quanto nossa Igreja caminha por rumos diferentes ,tantos em pensamentos quanto em atitudes.
Aprendi lendo " As confissões de Santo Agostinho " que Deus é eterno , imutavél e NÃO EVOLUI", pois se evoluisse não seria eterno e consequentemente não seria Deus. Por isso no meu juizo ,não sou de total acordo com tudo que se passa dentro de nossa Igreja.
Faço meu juizo vendo os frutos colhidos por essa modernidade toda de nossa Igreja. Igrejas cada vez mais vazias e cada vez mais desrespeitos com aquilo que é sagrado.
Minha alegria ainda um pouco insegura , é com este site que na minha opinião se assemelha mais com o que eu penso e acho correto.
Com relação a dúvidas, tenho duas que se segue abaixo.
1):
Em leitura de uma carta repondida pelo Sr. Marcos Libório ele afirma o seguinte com relação a arrependimento de ultima hora e perdão dos pecados:

“Ainda que Deus possa salvar muitas almas na hora da morte, é temerário achar que todos se salvam nessa hora, e que o inferno estaria vazio. Isso contraria a justiça divina e a evidência de que um homem que praticou o mal durante toda a vida, que nunca se dispôs a corresponder à graça divina, possa mudar facilmente na velhice, na hora da morte.”

Lendo este texto tenho algumas discordâncias com o pensamento ali expresso.

Na minha opinião tenho certeza que Deus sempre faz justiça e o castigo de quem teve a oportunidade de se arrepender de seus pecados na hora da morte, seria o de passar um tempo no purgatório, porém estaria livre do inferno. ( O problema seria de se ter a oportunidade de se arrepender, pois nem todo mundo tem este " tempo" , o indicado seria não ficar adiando a conversão ). Na própria biblia pode-se ler a passagem do ladão que fou cruxificado com Jesus e se arrependeu na ultima hora e foi livre do inferno.

2):
Já tive a aportunidade ler neste site sobre a INFALIBILIDADE DO SANTO PADRE, como sendo uma verdade de fé, porém também li muito sobre o questionamento do Concilio Vaticano II.
Minha pergunta é a seguinte:
Se o Papa é infalível, porque o concilio Vaticano II é tão questionado?


Gostaria que me respondessem esclarecendo sobre estas duas dúvidas.


Agradeço, pedindo a Deus que fortaleça e abençoe sempre as pessoas que divulgam seus verdadeiros ensinamentos.

Antonio Candido
RESPOSTA

Muito prezado Antônio, salve Maria.
 
De vez em quando vou à Mococa dar palestras, pois tenho muitos amigos nessa cidade.
 
Quando voltar aí, gostaria de conhecê-lo. Convido-o desde já para minhas palestras.
 
Respondo as suas duas perguntas.
 
1) Deus nunca deixa de dar a graças suficientes para que uma pessoa se arrependa e se converta. Até a hora da morte Ele sempre dá graças para o pecador se arrepender. O que não significa que todos vão aproveitar essas graças e se arrepender. Como também não significa que todos vão recusar essas graças e se condenar. Por isso, no Calvário, um dos ladrões se arrependeu e o outro se perdeu. Só Deus conhece o número dos que se salvam ou se perdem. Mas é bem perigoso deixar o arrependimento para a última hora. O ditado antigo diz: talis vita , mortis ita. A morte é semelhante a vida que se teve. Embora possa haver arrependimento final.
 
2) O Papa é infalível quando usa do poder dado por Jesus Cristo a Pedro, ensinando a toda a Igreja, sobre Fé e Moral, definindo. Definindo significa que o papa deve afirmar o que deve ser acreditado com Fé divina e Católica. Ao mesmo tempo, o Papa deve condenar claramente as teses opostas àquela que ele definiu.
 
Os Concílios são infalíveis somente quando o Papa define o que eles ensinaram aprovando cânones com sentenças afirmativas da doutrina que tem que ser acreditada. Em segundo lugar, o papa deve aprovar os anátemas do Concílio condenando as teses contrárias ao que foi definido em cânones.
               
Ora, o Vaticano II não proclamou nem cânonese nem anátemas. O Vaticano II se recusou a proclamar dogmas e anátemas. Recusou-se ensinar infalivelmente, proclamando-se apenas pastoral. Logo, o Vaticano II não foi infalível. E é o que disseram Paulo VI e o Cardeal Ratzinger sobre ele.
 
Um abraço,
 
In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli