Doutrina

Conseqüências da excomunhão
PERGUNTA
Nome:
Miguel Frasson
Enviada em:
06/12/2006
Local:
São Carlos - SP, Brasil
Religião:
Católica
Escolaridade:
Pós-graduação concluída
Profissão:
Professor da Usp

Caros da Montfort
Salve Maria

Sobre os que praticam ou defendem o aborto, a Igreja diz que sofrem excomunhão automática. Hoje "parece" que pouco importa estar ou não excomungado. Parece que "tanto faz". Leva-se a vida [terrena] da mesma forma (quanto à Vida [eterna] não está claro se tanto faz, esta é minha pergunta).

Conheço mães que abortaram, estando excomungadas. Várias vezes vi gente defendendo o aborto até mesmo dentro da igreja. Excomungados (?). Comentou-se (ver artigo "Há um Cardeal Excomungado. Seria ele um brasileiro?" [http://www.montfort.org.br/index.php?secao=veritas&subsecao=igreja&artigo=cardeal_excomungado&lang=bra]) que pode haver até cardeais excomungados. Padres excomungados, deve haver alguns.

Minha pergunta é: A excomunhão traz alguma conseqüência [na Igreja terrestre ou na Igreja celeste]? Existe alguma conseqüência para a salvação da alma o fato de uma pessoa estar ou não excomungada? Podem ir ao inferno por isso? Ela pode participar validamente dos sacramentos? Padre excomungado pode rezar validamente Missas? Bispo excomungado pode ordenar padres?

Outra pergunta: Como reverter uma excomunhão, como no caso de mulheres que abortaram?

Li a carta "Identificação dos excomungados"
http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cartas&subsecao=historia&artigo=20040816194002&lang=bra
e não encontrei minha resposta. Poderiam esclarecer?

Em Jesus e Maria

Miguel Frasson.
RESPOSTA

Muito prezado Miguel,
Salve Maria.

     Um padre ou Bispo, mesmo excomungado, não perde seu poder sacerdotal, e se administar os sacramentos nas condições exigidas pela Igreja, ele comete um ato gravemente ilícito, mas válido. Quem recebe esses sacramentos os recebe mesmo. Os sacramentos atuam por sua própria força não dependendo do estado de alma do sacerdote administrador.
    Quanto à excomunhão por causa de aborto, é claro que sendo o aborto um assassinato, nessa medida, todos o que o particam cometem homicídio e sabem que estão cometendo um homicídio. Hoje há uma grande ignorância sobre as penas da Igreja, como a excomunhão.
     É claro que um Bispo ou um padre não podem alegar ignorância de que a defesa do aborto faz incorrer em excomunhão. Quanto a leigos, o saber das implicações canônicas do crime de aborto pode variar, havendo até gente que nem sabe o que é excomunhão (Mas sabe que fazendo aborto comete crime).
     A excomunhão exclui o fiel da Igreja, impedindo-o de participar da comunhão dos santos, isto é, de auferir as graças provenientes dos méritos infinitos de Cristo e dos santos que a união com a Igreja faz usufruir. Quem está excomungado, não pode, então, comungar e nem receber sacramentos de vivos. Tem antes que se confessar.
     Antigamente, o pecado de aborto era absolvido pelo Bispo com grandes penitências. Creio que hoje em dia a Igreja faculta a qualquer sacerdote perdoar esse crime no confessionário.

In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli