Doutrina
Bíblia à luz da Tradição?
PERGUNTA
Caríssimo professor Fedeli, sua argumentação sempre foi segura e muito lógica. Porém, o sr. deixou muito a desejar ao dizer, no Texto em que comenta a carta: "Concílio Vaticano II à luz da tradição", que o Concílio Vaticano II não é infalível porque precisa ser interpretado à luz da Tradição e ao dizer que é inútil porque precisa da tradição para ilustrar verdades. Isso me causou uma confusão!!! Pela primeira vez, leio um artigo, uma resposta de V.Sa. e fico confuso e decepcionado. E a Bíblia? Ela não é obscura? Ela não precisa de ser interpretada segundo a tradição? Se aplicarmos seus argumentos à Bíblia ela fica sendo inútil. O senhor, por um acaso, tem duas lógicas? Uma para as verdades universais e outras para seus interesses? Seus princípios são elásticos? Servem para certas argumentações apenas ou são princípios lógicos? A Bíblia, porque precisa de ser interpretada pela Tradição é inútil, falível? Não me deixe sem resposta! Publique essa minha carta também. Preciso que o Sr. me tire esta dúvida, assim como a dúvida de mais pessoas, ás quais poderão desacreditar da Bíblia por causa de sua argumentação em relação ao Vat. II. Se estiver errado e o sr. me responder satisfatoriamente eu tenho humildade para pedir desculpas!
Um abraço,
João Pedro.
RESPOSTA
REPLICA
Bíblia à luz da Tradição?
Prof. Orlando, Salve Maria!
Muito obrigado por ter respondido minha carta com tamanha presteza e clareza!
Quero lhe pedir desculpas pela aspereza de minhas perguntas, pois eu realmente tinha ficado confuso. Porém, a confusão se dissipou. Eu entendi bem o que o Sr. disse. O Concílio, por ser produto do Magistério deveria ser claro, pois a função do Magistério é elucidar a revelação retirando as ambigüidades, porém o Concílio Vat. II obscureceu aquilo que estava já claro. Logo, prestou um desserviço aos cristãos, trazendo confusão e vacilação na fé. Também penso assim. É enorme a confusão.
Passo a lhe contar o que está havendo em minha paróquia.
O pároco recebeu da coordenação de pastoral da Diocese (Eu não vou falar o nome da Diocese, pois prefiro colocar meu lugar de nascimento do que colocar o lugar onde moro - razões éticas) uma orientação de montar a pastoral dos idosos. Sendo que essa pastoral deve ser ecumênica. Abarcar todos os idosos de todas as religiões. Isso quer dizer, meu caro professor, que os nomes da Santíssima Virgem Maria e dos Santos não poderiam entrar no rol das discusões e do Anúncio. O pároco, porém, pediu para ignorar a orientação da diocese, pois pastoral da Igreja Católica é para levar os católicos às verdades da fé e não para tomar chá com biscoito. Ele disse que queria que se rezasse o terço com os idosos e se fizesse uma reflexão doutrinária também, pois como os pais estão sem juízo e não dão educação religiosa aos filhos, ele quer que os avós ensinem a vontade de Deus aos netos. Ele ainda disse mais, ele estava muito nervoso: "pastoral ecumênica só na LBV". Quem não gostar de ouvir a doutrina da Igreja que se converta ou vá embora, e se vc não concordar pode ir embora tb pra seita universal do reino do dinheiro". Na hora, eu fiquei com raiva do padre, pois a gente sempre toma chá com biscoito depois das reflexões, e ele duvidou da minha fé. Pensei em entregar a pastoral. Pensei comigo: "ele que faça tudo sozinho".
Porém, no mesmo dia eu fui entregar os panfletos da Festa de Nossa padroeira num comércio da cidade e um dos comerciantes disse: "Desculpa, não posso aceitar, somos evangélicos". Compreendi que a gente não deve renunciar as verdades da nossa fé por respeito humano. O protestante que recusou o panfleto demosntrou uma convicção que não encontro em muitos dos que freqüentam as missas.
O meu pároco sempre diz que o Jesus que os protestantes anunciam não é o mesmo nosso, pois o Jesus Salvador tem mãe e tem amigos. O Jesus protestante é inventado, não é o bíblico. Eu sempre achei essa pregação um exagero. Porém graças ao site, estou mudando meus conceitos. Naquele momento agradeci a Deus pelo meu sacerdote, o qual me tratou super-mal, mas pensando única e exclusivamente na salvação das almas, incluindo a minha.
Obrigado, obrigado, obrigado!
João Pedro.