Doutrina
Permissão para Comunhão na mão
PERGUNTA
Nome:
Paulo
Enviada em:
05/03/2005
Local:
Juiz de Fora - MG,
Prezados senhores: Li neste site a respeito dos inconvenientes de se receber a Eucaristia na mão, mas já li em um artigo sobre Eucaristia, na revista católica Mensageiro do Coração de Jesus, de que nos primeiros tempos da Igreja, a Eucaristia era recebida pelos fiéis nas mãos e de que eles a levavam para suas casas e a tomavam antes das refeições.
Atenciosamente,
Paulo Roberto
Atenciosamente,
Paulo Roberto
RESPOSTA
Prezado sr. Paulo, Salve Maria,
A comunhão na mão só foi permitida em situações de grave necessidade em locais onde a Igreja sofria perseguição.
Ainda no Catecismo de Trento encontramos as seguintes afirmações:
Corolário: Leigos não podem tocar nos vasos sagrados.
Ora, os leigos não podem tocar nos vasos sagrados, pois estes são utilizados para o sacrifício da Missa recebendo diretamente o santíssimo corpo de Cristo. Se não podem tocar nos vasos sagrados, o que dizer a respeito do Corpo de Cristo?
Assim, continua o catecismo:
De mais a mais, com intuito de salvaguardar, sob todos os aspectos, a dignidade de tão augusto Sacramento, não se deu unicamente aos sacerdotes o poder de administrá-los: como também se proibiu, por lei eclesiástica, que, salvo grave necessidade, ninguém sem Ordens Sacras ousasse tomar em mãos ou tocar vasos sagrados, panos de linho, e outros objetos necessários à feitura da Eucaristia.
Em um trabalho sobre a comunhão na mão, realizado pelo R. P. Giuseppe Pace, S. B. D (http://www.unavox.it/032b.htm), encontramos:
“È invece certamente falso che dalle origini in poi per mille anni ci sia stata in tutta la Chiesa, in Oriente e in Occidente, la consuetudine di deporre le sacre Specie nelle mani del fedele.”
[“Ao contrário, a alegação de que o uso da Comunhão na mão era o costume ordinário tanto na Igreja Ocidental como Oriental por mais de mil anos, é totalmente falsa.”]
Neste artigo o padre explica que a justificativa dos modernistas para difundir tal prática se baseia em um texto conhecido como Catequese Mistagógica, atribuída a São Cirilo, mas que na verdade é um apócrifo. Este autor ainda apresenta uma série de argumentos mostrando que a prática comum da Igreja sempre foi receber as santas espécies diretamente na boca:
“Abbiamo invece delle testimonianze certe della consuetudine contraria, e cioè della consuetudine di deporre le sacre Specie sulle labbra del comunicando, e della proibizione ai laici di toccare dette sacre Specie con le proprie mani. Solo in caso di necessità e in tempo di persecuzione, ci assicura san Basilio, si poteva derogare da detta norma, ed era concesso ai laici di comunicarsi con le proprie mani (P. G., XXXII, coll. 483-486).”
[“Temos ao invés os testemunhos de um costume totalmente oposto, ou seja, o costume ordinário de dispor as Sagradas Espécies diretamente sobre a língua do comungante e da proibição aos leigos de tocar as Sagradas Espécies com as próprias mãos. Somente em casos de necessidade extraordinária e em tempos de perseguição, nos assegura São Basílio, se podia derrogar a dita norma e era concedido aos leigos comungar com as próprias mãos (P. G., XXXII, coll. 483-486).”]
“Sant"Eutichiano, Papa dal 275 al 283, a che non abbiano a toccarle con le mani, proibisce ai laici di portare le sacre Specie agli ammalati: «Nullus præsumat tradere communionem laico vel femminæ ad deferendum infirmo» (Nessuno osi consegnare la comunione ad un laico o ad una donna per portarla ad un infermo) (P. L., V, coll. 163-168).”
[“Santo Eutiquiano, Papa de 275 al 283, para evitar que o Santíssimo Sacramento fosse profanado, proibia aos leigos até mesmo de portar as Sagradas Espécies aos doentes «Nullus præsumat tradere communionem laico vel femminæ ad deferendum infirmo» (Ninguém ouse entregar a comunhão a um leigo ou a uma mulher para porta-la a um enfermo) (P. L., V, coll. 163-168).”]
“Già prima il Concilio di Saragozza, nel 380, aveva lanciato la scomunica contro coloro che si fossero permessi di trattare la santissima Eucarestia come se si fosse in tempo di persecuzione, tempo nel quale anche i laici potevano trovarsi nella necessità di toccarla con le proprie mani (SAENZ DE AGUIRRE, Notitia Conciliorum Hispaniæ, Salamanca, 1686, pag. 495).”
[“Já no Ocidente é indubitável que o próprio São Gregório Magno administrava desse modo a Santa Comunhão aos leigos, pois já bem antes do Concílio de Saragoza no ano 380, havia lançado a excomunhão contra aqueles que ousassem tratar a Santíssima Eucaristia como se estivessem em tempos de perseguição, ou seja, tempos em que ao fiel leigo era permitido tocar as espécies sagradas caso se encontrasse numa situação de necessidade (SAENZ DE AGUIRRE, Notitia Conciliorum Hispaniæ, Salamanca, 1686, pag. 495).”]
[“Já no Ocidente é indubitável que o próprio São Gregório Magno administrava desse modo a Santa Comunhão aos leigos, pois já bem antes do Concílio de Saragoza no ano 380, havia lançado a excomunhão contra aqueles que ousassem tratar a Santíssima Eucaristia como se estivessem em tempos de perseguição, ou seja, tempos em que ao fiel leigo era permitido tocar as espécies sagradas caso se encontrasse numa situação de necessidade (SAENZ DE AGUIRRE, Notitia Conciliorum Hispaniæ, Salamanca, 1686, pag. 495).”]
Hoje em dia, são dadas as justificativas mais estapafúrdias para aceitar comunhão na mão. O que era condenado ontem violentamente pode hoje se tornar uma situação aceitável e praticável?
De fato, este é o sacrilégio da moda, e não se deve aceitar tal comportamento pelo fato de estar ele tão difundido: o erro repetido em número e no tempo não se torna aceitável. Não se negocia o Corpo de Cristo, por questões medíocres como o tamanho da fila, o cansaço dos fiéis, por “questões sanitárias” ou uma inovação litúrgica qualquer.
Cordialmente,
Salve Maria,
Henri