Doutrina
Onde está fundada a fé católica nos santos?
PERGUNTA
Nome:
Osmar
Enviada em:
10/03/2003
Local:
Curitiba - PR,
Religião:
Católica
Idade:
23 anos
Olá Prof. Orlando Fedeli, estou lhe escrevendo novamente tendo em vista que o primeiro e-mail por mim enviado não foi ainda respondido!
Agora passos às indagações:
Onde está fundada a fé católica nos santos?
Qual a legitimidade dos "Concílios" para definir o que deve ser aceito como não-herege?
Como a Igreja Católica não aceita os Evangelhos Apócrifos relacionados à Jesus, e aceita como fonte de fé o Proto-Evangelho de Tiago (se eu não estiver enganado), no ponto que se refere à vida de Maria, já que toda a doutrina Mariana está fundada neste evangelho?
Como a Igreja Católica vê os Dez Mandamentos uma vez que o Sr. mesmo disse que o Deus do Antigo e do Novo Testamento é exatamente o mesmo? Ainda com relação a esta indagação gostaria que o Sr. me explicasse os Dez Mandamentos, pois aqui no escritório em que trabalho o advogado que trabalha comigo não soube me explicar o por quê da Igreja ter suprimido o segundo mandamento e cindido o décimo em dois!
Ainda teria muitas indagações a fazer mas creio que por hora estas respostas bastarão, até porque o espaço por mim ocupado já foi demasiadamente extenso!
Desde já agradeço a oportunidade!
RESPOSTA
Prezado Osmar, salve Maria.
Perdoe-me o atraso em responder-lhe: é que estive elaborando um longo trabalho sobre o Modernismo no Vaticano II, e tive que adiar as respostas ao meu correio.
Toda a Fé católica na Igreja provém do fato que Jesus Cristo estabeleceu a sua Igreja sobre Pedro. Com efeito, quando Pedro reconheceu Cristo como o Filho de Deus feito homem, Nosso Senhor lhe disse: "Bem aventurado és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne, nem o sangue que te revelaram isso, mas Deus que está no céu. E Eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão sobre ela.. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus; tudo o que ligares na terra será ligado no céu; e tudo o que desligares na terra será desatado também no céu" (Mt XVI, 17-20).
Já analisei esta passagem, no site Montfort, várias vezes. Peço-lhe pois, que consulte, no search do site, a análise desses versos do Evangelho.
Ora, a Igreja recebeu o poder de Cristo para dar a verdadeira interpretação da Escritura, ligando e desligando, aprovando uma interpretação ou condenando outra.
Na Sagrada Escritura, em inúmeras passagens do Antigo e do Novo Testamento, Deus apresenta certos homens como seus amigos eleitos por terem mais santidade. Foi assim que ele fez com Abel, com Jó, com Abraão, com Isaac Jacó, Moisés, Davi etc. No Novo Testamento, Cristo demonstra preferência pelos doze apóstolos, e, mesmo entre esses preferiu uns a outros. Por exemplo, São João foi o discípulo preferido de Cristo, por ser virgem. (Você poderá encontrar isso no Evangelho de São João,.XIII, 23).
Se Ele amou mais a João, como vimos, Ele deu o poder a Pedro. Por isso, quando o Papa fala com o poder dado a São Pedro de ligar ou desligar, de aprovar ou condenar, Deus já aprovou ou condenou no céu. Portanto as decisões do Papa , tomadas com o poder dado a Pedro, em questões de fé e de moral, ensinado a toda a Igreja e definindo uma questão, são infalíveis, quer o papa fale em nome pessoal, quer se pronuncie aprovando solenemente -- ex cathedra -- o que determinou um Concílio.
Portanto, todas as decisões solenes do Papa -- ensinamentos ex cathedra -- são infalíveis. E jamais houve erro em qualquer dessas decisões papais.
O Papa ensina positivamente promulgando dogmas que todos os católicos são obrigados a crer. E negativamente proclamando anátemas.
A Igreja sempre condenou os livros apócrifos, porque neles é patente a falta de inspiração divina, já que em todos se encontram erros doutrinários bem graves, quase sempre gnósticos. Com efeito, os Apócrifos foram feitos por hereges para infiltrar erros entre os cristãos.
O Evangelho que mais fala de Maria Santíssima é o de São Lucas e não o tal Proto evangelho de São Tiago.
É claro que, havendo um só Deus, o Deus do Antigo Testamento é o mesmo que o do Novo. Por isso os dez mandamentos serão válidos para sempre. Daí, Cristo ter dito que não tiraria nem um jota da lei (Mt. V,18). E disse ainda que passariam o céu e a terra , mas que as palavras de Deus não passariam.
Para conhecer bem os dez mandamentos, convém que você leia o Catecismo Romano ou do Concílio de Trento (seria longo demais tratar disso numa carta: você me pede um Tratado de Moral...).
Também Cristo, quando lhe pergunta um moço que mandamentos deve respeitar, também Cristo resumiu os dez mandamentos, numa ordem diversa da que é colocada no Antigo Testamento, e nem os cita a todos. Por isso a Igreja procurou explicitar mais claramente o que Deus estabeleceu no Decálogo, sem mudar nada do que Deus mandou.
Esperando tê-lo satisfeito, despeço-me.
In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli.
Perdoe-me o atraso em responder-lhe: é que estive elaborando um longo trabalho sobre o Modernismo no Vaticano II, e tive que adiar as respostas ao meu correio.
Toda a Fé católica na Igreja provém do fato que Jesus Cristo estabeleceu a sua Igreja sobre Pedro. Com efeito, quando Pedro reconheceu Cristo como o Filho de Deus feito homem, Nosso Senhor lhe disse: "Bem aventurado és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne, nem o sangue que te revelaram isso, mas Deus que está no céu. E Eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão sobre ela.. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus; tudo o que ligares na terra será ligado no céu; e tudo o que desligares na terra será desatado também no céu" (Mt XVI, 17-20).
Já analisei esta passagem, no site Montfort, várias vezes. Peço-lhe pois, que consulte, no search do site, a análise desses versos do Evangelho.
Ora, a Igreja recebeu o poder de Cristo para dar a verdadeira interpretação da Escritura, ligando e desligando, aprovando uma interpretação ou condenando outra.
Na Sagrada Escritura, em inúmeras passagens do Antigo e do Novo Testamento, Deus apresenta certos homens como seus amigos eleitos por terem mais santidade. Foi assim que ele fez com Abel, com Jó, com Abraão, com Isaac Jacó, Moisés, Davi etc. No Novo Testamento, Cristo demonstra preferência pelos doze apóstolos, e, mesmo entre esses preferiu uns a outros. Por exemplo, São João foi o discípulo preferido de Cristo, por ser virgem. (Você poderá encontrar isso no Evangelho de São João,.XIII, 23).
Se Ele amou mais a João, como vimos, Ele deu o poder a Pedro. Por isso, quando o Papa fala com o poder dado a São Pedro de ligar ou desligar, de aprovar ou condenar, Deus já aprovou ou condenou no céu. Portanto as decisões do Papa , tomadas com o poder dado a Pedro, em questões de fé e de moral, ensinado a toda a Igreja e definindo uma questão, são infalíveis, quer o papa fale em nome pessoal, quer se pronuncie aprovando solenemente -- ex cathedra -- o que determinou um Concílio.
Portanto, todas as decisões solenes do Papa -- ensinamentos ex cathedra -- são infalíveis. E jamais houve erro em qualquer dessas decisões papais.
O Papa ensina positivamente promulgando dogmas que todos os católicos são obrigados a crer. E negativamente proclamando anátemas.
A Igreja sempre condenou os livros apócrifos, porque neles é patente a falta de inspiração divina, já que em todos se encontram erros doutrinários bem graves, quase sempre gnósticos. Com efeito, os Apócrifos foram feitos por hereges para infiltrar erros entre os cristãos.
O Evangelho que mais fala de Maria Santíssima é o de São Lucas e não o tal Proto evangelho de São Tiago.
É claro que, havendo um só Deus, o Deus do Antigo Testamento é o mesmo que o do Novo. Por isso os dez mandamentos serão válidos para sempre. Daí, Cristo ter dito que não tiraria nem um jota da lei (Mt. V,18). E disse ainda que passariam o céu e a terra , mas que as palavras de Deus não passariam.
Para conhecer bem os dez mandamentos, convém que você leia o Catecismo Romano ou do Concílio de Trento (seria longo demais tratar disso numa carta: você me pede um Tratado de Moral...).
Também Cristo, quando lhe pergunta um moço que mandamentos deve respeitar, também Cristo resumiu os dez mandamentos, numa ordem diversa da que é colocada no Antigo Testamento, e nem os cita a todos. Por isso a Igreja procurou explicitar mais claramente o que Deus estabeleceu no Decálogo, sem mudar nada do que Deus mandou.
Esperando tê-lo satisfeito, despeço-me.
In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli.